Pastoral
Oferta sacrificial produz memorial eterno
“Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como justo, quando Deus aprovou as suas ofertas. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala”.
Hebreus 11.4
Entregar-se a Deus é um ato de fé. Nossa crença é materializada por meio de obras, as quais exigem sacrifício, mortificação do “eu” para que a boa, perfeita e agradável vontade de Deus resplandeça sobre as nossas vidas.
O amor insondável de Deus transforma-nos radicalmente. Receber a maravilhosa graça divina impacta nossas vidas de tal forma que somos impulsionados por gratidão e amor, a ofertar a Deus o nosso melhor. Tornamo-nos filhos de Deus; logo, desejamos honrá-lo de todo nosso coração. “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Romanos 11.36).
Foi o que fez Abel ao ofertar “as primeiras crias do seu rebanho” (Gênesis 4.1), entregou as primícias do que tinha de melhor e achou graça diante de Deus. O valor de nossa doação é proporcional ao tamanho do nosso amor e fé.
Como pastor, constantemente, ouço mulheres reclamando que seus maridos não lhe dão a devida atenção. Elas recebem deles apenas o resto do seu tempo. O marido trabalha, chega em casa, busca seu momento de lazer ou descanso e, com isso, o casal não dispõe de um tempo de qualidade.
Infelizmente, fazemos o mesmo com Deus ao não entregarmos as nossas primícias, o nosso melhor. O nosso tempo é escasso na presença dele, a nossa dedicação, muitas vezes, não condiz com o nosso chamado. O rei Davi, homem segundo o coração de Deus, nos ensina: “Não oferecerei ao Senhor, o meu Deus, holocaustos que não me custem nada” (2 Samuel 24.24).
Caim, como agricultor, ofertou ao Senhor os “frutos da terra”, possivelmente o que restava de seus bens. Com isso, além de desagradar a Deus se irou contra seu próprio irmão a ponto de cometer o primeiro homicídio do mundo.
A oferta de Caim não visava honrar a Deus, por isso foi rejeitada, o Todo-Poderoso conhece as intenções de coração. Já a fé de Abel o levou a entregar o melhor que tinha; sua realização foi transcendental, assim como tudo que fazemos no Reino tem repercussão não apenas terrena, mas eterna.
A oferta de Abel prefigura o sacrifício que o Pai faria em favor da humanidade ao imolar o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1.29).
Por isso, os que vivem pela fé são justificados, recebem o perdão dos seus pecados e tornam-se justos aos olhos do Pai, por meio da morte substitutiva de Cristo na cruz. É a morte de Jesus a nos dar vida.
A oferta de Deus Pai, imolar seu único filho, Jesus Cristo, mudou a história e tem transformado a vida de milhões de pessoas. Ofertar na casa de Deus, se sacrificar para fazer a obra do Senhor produz legados eternos.
O tamanho de nossa oferta demonstra a dimensão do nosso amor e fé. “Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício que ainda fala”. E quanto a você, qual é a sua oferta?
Qual é o seu sacrifício?
Pr. Hélder Rodrigues
A fidelidade de Deus provê livramento nas tentações e provações
A fidelidade pertence a Deus; a infidelidade e inconstância caracterizam o homem pecador. Ele nunca decepcionará a alma que confia. Sua fidelidade nunca falhará. A fidelidade de Deus, juntamente com Seu imenso poder é nossa esperança eterna.
Os homens nos decepcionam por falta de fidelidade ou poder. Mas podemos olhar além das ruínas causadas pela infidelidade dos homens e avistarmos Um que é grande em fidelidade. Podemos ficar certos que “Porque fiel é o que prometeu” (Hebreus 10.23). Deus nunca quebra um contrato consigo mesmo nem com suas criaturas. O que Ele propôs, isto fará, e o que prometeu, isto executará.
Às vezes, desconfiamos da fidelidade de Deus. Tendemos a desconfiar, em especial, nos momentos de provações e tentações. Às vezes, julgamo-nos, pelo fato de acharmos que somos fiéis, filhos especiais que “merecem” um tratamento especial de Deus.
Pensamos que, pelo fato de “frequentarmos uma igreja evangélica”, de “servirmos em um ministério cristão”, de “contribuir com os dízimos e ofertas”, ou então, por “obedecermos” às suas instruções, não deveríamos passar por provações ou enfrentar as tentações. Entretanto, quando voltamos os olhos à Palavra de Deus o que encontramos é uma clara e realística instrução de que neste mundo teríamos aflições.
Em nenhum momento Deus nos garante que levaríamos a vida cristã isenta de tentações e provações. Mas por que Deus permite que enfrentemos provações e tentações?
1. Porque as provações nos levam à oração. É uma pena que seja assim, mas oramos com mais paixão quando estamos sob pressão. A experiência tem nos ensinado que a facilidade e a prosperidade têm uma infeliz tendência de nos fazer frios e formais em nosso culto devocional.
2. Porque as provações nos fazem parecer mais com Jesus. “Ele foi desprezado e ignorado, um homem que sofreu, que conheceu a dor por experiência própria.” (Is 53.3 – A Mensagem).
3. Porque as provações e tentações, quando vencidas, nos tornam pessoas mais felizes. “Aquele que encara lutas e aflições e as superam é um felizardo! E é gente assim que ama a Deus e é fiel deverdade. Eles receberão como recompensa a vida plena” ( Tg 1.12 – A Mensagem).
4. Porque Deus quer intervir. Em 1 Co 10.13, encontramos algumas verdades confortadoras. “Nenhuma tentação, nem teste que surge no caminho de vocês é maior que o enfrentado por outros. Tudo que vocês precisam lembrar é que Deus não deixará que fracassem. Ele nunca permitirá que sejam pressionados além do limite, mas estará sempre com vocês para ajudá-los a vencer a tentação”.
A. O teste que enfrentamos não é maior que o teste que o nosso irmão enfrenta. Deus é justo e conhece a nossa capacidade de resistência e vitória.
B. Deus não nos deixará fracassar. Que alívio saber que Deus, por causa da Sua fidelidade, não nos deixará fracassar. Ele estará sempre conosco para nos sustentar nas provações e tentações.
C. Deus nunca permitirá que sejamos pressionados além da nossa capacidade de resistência. Deus conhece a nossa estrutura e nos manterá de pé em meio às pressões que surgirem pelo caminho.
Finalmente, Deus nos ajudará a vencer as tentações e provações. Deus agirá a nosso favor e nos capacitará a não ceder às tentações e provações, ao contrário, Ele nos dará livramento. Bendito seja o Senhor que, por causa da sua fidelidade, proverá livramentos nas tentações e provações.
Pr. Roberto Santos, Pastor Auxiliar da oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte.
Bodas do Cordeiro
“Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e sua noiva já se aprontou. ” (Ap 19.7)
Deus é relacional! Seu amor permeia suas ações perfeitas. O Todo-Poderoso criou o universo e o entregou ao ser humano para o governar e se relacionar diariamente com Ele. Mas o pecado maculou o propósito inicial do Criador. A aliança divina foi estabelecida unilateral e soberanamente, mas foi rompida única e exclusivamente por Adão e Eva devido à desobediência.
O vínculo da aliança divina é o amor (Dt 7.9), mais do que isso, a conexão da vida, caraterizado por um relacionamento indestrutível entre duas partes: o Eterno e seus filhos. Estabelecida no céu, segundo a vontade maravilhosa de Deus, o Senhor nos fez e se aliançou conosco. Seu amor é mais elevado que o céu, mais apoteótico que o fulgor celeste, incontável como as estrelas, mais abundante do que a água que produz vida na Terra. Deus simplesmente nos ama!
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos, (Sl 19). Assim como o céu revela a grandeza divina, o casamento reflete não apenas o amor entre homem e mulher, mas expressa a aliança do Pai para com seus filhos.
Deus enviou seu Unigênito para trilhar um caminho de misericórdia e resgate da noiva (humanidade caída pelo pecado). Para salvar seus filhos, pagou o preço de sangue. O apóstolo Paulo descortina este mistério quando se volta para o início da criação em Gênesis 2, fazendo analogia da aliança divina com o casamento humano: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32).
Paulo, portanto, mostra que a aliança entre o casal é uma representação do pacto perfeito de Deus, isto é, aqueles que creem em Jesus como o resgatador. Sob esta dimensão devemos nos relacionar com nosso cônjuge, o que muda radicalmente nossa visão e comportamento, pois nosso paradigma não estará apenas no que o outro é ou faz, mas sobretudo no que Deus é e faz por nós.
Assim, o relacionamento será alicerçado sobre o prisma da verdade e do amor, a ponto de Paulo declarar que o amor tudo sofre, suporta e espera, pois sua realidade nasce no céu, e não no outro. Quando o casamento é celebrado entre dois filhos de Deus (homem e mulher) terá o fundamento da aliança graciosa e o impelir do Espírito para transformação do “eu caído”.
Se no capítulo 3 de Gênesis vemos a derrota retumbante, então nos últimos capítulos da Bíblia contemplamos a vitória apoteótica de Jesus, arrebatando sua noiva para celebrar as Bodas do Cordeiro. Com efeito, ao som de muitas águas é proclamada a vinda do Senhor, então a noiva, jubilosa e com enorme expectativa, é vestida de linho fino, brilhante e puro (Ap 19.8), declarando seu amor, adoração e devoção ao Noivo, numa máxima, perfeita e eterna aliança.
De empresário a servo
Aos vinte e um anos de idade cruzei os Andes em busca do meu sonho. Fui morar em Bogotá, Colômbia, queria conquistar o mundo, ter sucesso e ganhar dinheiro! Com entusiasmo mobilizava as pessoas a lutarem pelos seus ideais, a fazer algo diferente para ter um resultado financeiro melhor, esta era a filosofia da multinacional Amway, à qual dediquei o começo da minha vida profissional.
Mas Deus tinha preparado algo mais sublime, que a traça e a ferrugem não destroem, que os ladrões não furtam. O Senhor me tornou rico espiritualmente, comecei a ajuntar tesouros celestiais.
Em agosto de 1998, aos 23 anos, num culto familiar, Deus transformou minha vida. Ao ouvir uma mensagem fervorosa sobre as obras da carne e o fruto do Espírito fui arrebatado pelo poder da Palavra, surpreendido pela oração de um jovem que, apesar de mal me conhecer, desnudou o meu ser. Não foi uma “oração simplesmente humana” mas totalmente dirigida pelo Espírito. Nas palavras do apóstolo Paulo: “ele será convencido de que é pecador (...), e os segredos do seu coração serão expostos. Assim, ele se prostrará, rosto em terra, e adorará a Deus, exclamando: ‘Deus realmente está entre vocês!’” (1 Co 14.24-25 – grifo do autor).
Foi exatamente o que aconteceu! No dia seguinte acordei chorando, nos próximos meses passava cerca de 10 horas por dia lendo a Bíblia, meditando nos tesouros insondáveis do Senhor. Os jejuns se tornaram constantes e intensos, reuniões de orações, cultos, montes e vigílias eram agora a parte mais importante da minha rotina...
Tornei-me membro da Igreja Presbiteriana do Lago Sul (IPLS), onde fui pastoreado com muito amor e sabedoria pelo rev. Luciano Roberto Pereira Nunes. Em 2001, ingressei no Seminário Presbiteriano de Brasília, naquele mesmo ano me formava em Administração de Empresas pelo UniCeub. No ano seguinte aprouve ao Senhor me levar ao presbiterato. E, no ínicio de 2003, comecei a pastorear, como seminarista, a nossa Igreja, na época uma modesta congregação da IPLS.
Jamais me esquecerei da simplicidade de tudo, do sorriso esperançoso das crianças, das moedas colocadas no gazofilácio, do cheiro de suor dos trabalhadores, do grito constante de socorro dos necessitados, das histórias que ouvia na região de padrastos molestando suas enteadas, de espírito de bebedice atormentando as famílias. Grande era o peso espiritual na região, circuncidada por centros de espiritismo, de macumba, santo d`aime, wicca. A lama e a poeira para chegar ao pequeno templo de tijolinhos tornava impossível a tarefa de manter o carro limpo! Nos cultos dominicais às 18h, reunidos com os irmãos que iam chegando à pé, contemplávamos a presença do Senhor sobre o céu rosado que víamos da janelinha da igreja.
O Deus da seara estava agindo em minha vida, me tirando do Lago Sul para levar aos confins do Distrito Federal. Jamais seria o mesmo. Ouvi queixas constantes das pessoas, suas necessidades inadiáveis, as emoções à flor da pele. Era o Senhor me ensinando a amar e levar, antes de mais nada, o pão celestial que não perece. Foi com este discernimento, com muita oração, visitas, suor e lágrimas que, dia a dia, o Senhor acrescentava pessoas à sua Casa.
Os desafios foram inúmeros mas a graça superabundante. À medida que Deus me ensinava a fazer a obra um jovem então ávido pelo sucesso tornava-se um adorador e um servo fervoroso.
Em 2004 tivemos condições financeiras de ampliar o templo em 110 metros quadrados, uma vitória que revela a provisão do Senhor. Neste mesmo ano me formei em Teologia e, um mês após, me desfiz da padaria, deixando para trás os deliciosos pães, integrais, ciabatta, brioches, para levar o Pão da vida às pessoas. Com isso, queimava uma ponte do meu sonho de juventude para tornar-me pastor em tempo integral em 2005.
Sem titubear da certeza da vocação irrevogável marchamos em busca de almas perdidas e trabalhamos pelo fortalecimento da fé dos crentes. A Congregação promoveu muitas ações sociais com cunho evangelístico: bazares, aula de corte e costura, Português e Matemática, música, dança, futebol, lan house, evangelismo de rua, ações globais, dentre outras. Foi um tempo em que o Senhor levantou servos valorosos para somar no Reino. Cada um que chegava cumpria sua missão com amor e zelo. Meu muito obrigado a esses obreiros valorosos!
Minha esposa Lara, a qual posso afirmar ser uma verdadeira auxiliadora idônea, sempre com uma palavra sábia diante dos dilemas e da luta ministerial me apoiou e exortou, muitas vezes, com palavras firmes, mas permeadas de amor e graça. Obrigado, meu amor!
Muitos que se converteram voltaram para sua terra natal, vários para o interior do Nordeste. A dor da partida sempre era consolada pela satisfação da obra realizada.
Desde então as promessas do Senhor vem se cumprindo em nossa igreja: vidas e casamentos restaurados, casais amasiados dando lugar ao compromisso diante do altar, empregos e promoções, aquisição de carros, terrenos e construção da casa própria, o Senhor tem acrescentado ao seu povo, juntamente com o amadurecimento na fé. Jovens entrando na UnB e outras faculdades e casando no Senhor! Este é o Reino de Deus triunfante sobre tudo e todos.
Em 2011 iniciamos a construção do novo templo e no mesmo ano mudamos para a atual igreja. Um milagre, um verdadeiro milagre revelando o poder do Senhor.
Assim, o Eterno trouxe muitas novas ovelhas, vidas preciosas que tem lutado e se esmerado para serem instrumentos refinados na presença do Senhor. São tantas que não teríamos espaço para mencioná-las.
Olho para trás com o coração pleno de gratidão por tudo que passei até agora, pelas conquistas, pelas lutas, pelas perseguições, pelos momentos de choro e também de alegria. Tudo valeu a pena! Quando projeto meu olhar para o amanhã sei que veremos centenas de vidas restauradas, almas libertas, servos cheios da graça do nosso Senhor. Assim, conclamo cada membro da IPM a lutar pelo que é mais precioso, o Reino de Deus e sua justiça, a se esforçar para serem homens e mulheres dignos do chamado que Deus tem para cada um.
Hoje, diante do altar do Senhor, reafirmo meu compromisso de servi-lo de todo coração, “esmurrando meu corpo”, reduzindo-o à escravidão para ser um vaso de honra na mão do Todo-Poderoso.
Que o Senhor ache graça em nós e que Ele derrame poder e glória sobre sua vida e sobre nossa amada Igreja.
De um pastor que ama o Senhor, Sua obra, sua família, sua Igreja e suas ovelhas,
Pr. Hélder Rodrigues
Paz com Deus
Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte
de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida
(Romanos 5.10).
Todos os seres humanos deste universo que não se reconciliaram com Deus são seus inimigos! Mesmo que nunca tenham falado mal do Senhor ou simplesmente adotem uma postura de aparente respeito, ou mesmo de neutralidade, são inimigos de Deus.
Jamais compreenderemos a santidade do Eterno se não discernirmos o quão tenebroso é o pecado e o quanto fere o Seu caráter.
Adão foi expulso do jardim do Éden porque pecou e a única forma da reconciliação com Deus é através do perdão. Para tanto, o Pai enviou seu único filho, Jesus Cristo, para morrer em nosso lugar, a fim de que sejamos reconciliados com Ele. Vale lembrar que todos os anjos que se rebelaram contra o Todo-Poderoso não tiveram uma segunda chance, estão sentenciados eternamente ao lago de fogo e enxofre. O mesmo se dará com toda criatura que não se reconciliar com Deus.
O apóstolo Paulo, revelando em Colossenses que em Jesus reside toda a plenitude da divindade, afirma que pelo seu sangue na cruz nos deu a paz, ou seja, a conciliação por meio de sua morte (Cl 1.18-19). E prossegue exortando: “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte” (Cl 1.21).
Assim, o reconhecimento da malignidade e da perversidade dos nossos pecados é um dos pilares mais importantes para a compreensão das Boas Novas do Evangelho. Isso consiste essencialmente em enxergar a profundidade de nossos pecados, mas também ser ascendido na misericórdia de Deus, que de graça nos perdoou: “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20).
Diante disto, estamos ancorados na graça gloriosa de Jesus, porque fomos “justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). Note que a justificação não se dá pelos nossos méritos, obras ou caráter, mas única e exclusivamente pela fé.
Quando nos aprofundamos sobre a fé vemos que é um dom, uma dádiva que recebemos sem nenhum merecimento, o que implica dizer que a justificação que se dá pela fé é um ato da graça de Deus.
A justificação nos leva à reconciliação, por isso a Bíblia promete que temos “paz com Deus”, estado este que não depende de nossas emoções ou sentimentos. Isto nos leva a outro grande ensinamento, esta conciliação não é por meio de homens, santos ou qualquer outro elemento que possamos pensar, tampouco por Maria, mas única e exclusivamente por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, o único intermediário entre Deus e os homens (1 Tm 2.5).
Foi Jesus que, na cruz, declarou: “Está consumado!” Foi ele que, como nosso perfeito representante, morreu para nos resgatar do pecado e da morte. Se o salário do pecado é a morte, Jesus morreu para nos dar vida, vida eterna e abundante!
Portanto, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1) porque fomos justificados, perdoados e, por isso, temos paz com Deus.
Pr. Hélder Rodrigues
4/09/2020
A razão de ser da FÉ
Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém,
nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus.
Salmos 20:7
Maldito o homem que deposita sua confiança em si próprio ou no outro, que faz da carne mortal o seu braço (Jr 17.5). A exortação é tão servera da parte de Deus porque essa auto-suficiência leva o homem a apartar-se de Deus.
Há uma diferença abismal, mas ao mesmo tempo sutil, entre a autoconfiança, fruto de uma boa auto-estima e a confiança em Deus. A primeira surge de você para você mesmo, é a crença na sua potencialidade, na sua capacidade, na sua habilidade o que nos leva produz e conquistar coisas humanas. A outra nasce do coração de Deus e é gerada em nosso espírito por Ele próprio. Neste caso, a fé não produz em si mesma o mérito humano: a soberba, pelo contrário, é o reconhecimento confiante e absoluto na glória e no poder divino.
Note que a crença em nós é importante, pois toda boa capacidade humana veio de Deus, contudo, a essa boa crença se torna perversa quando gera uma confiança apenas em nós em detrimento ao Senhor. Os que confiam em carros e cavalos, depositam sua esperança nos meios naturais, terrenos e, que portanto, seus resultados serão sempre limitados as leis naturais. E, o pior disto, que somente a crença em nós gera o orgulho por declarar: eu cri, logo fiz!
A razão da fé é simples: é levar ao homem a humildade genuína na compreensão correta de quem é Deus e quem somos nós. Como diz o salmista: “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Sl 127.1-2).
Não é por mesmo que é impossível agradar a Deus sem fé (Hb 11.6), pois é dar a devida credibilidade e honra a aquele que pode toda as coisas. Assim, os que semeam espiritualmente em fé não viveram apenas numa dimensão das leis naturais, mas também sobre as leis espirituais, ou seja, na dimensão sobrenatural. E, é por isso, que o profeta Habacuque declara: o justo viverá pela fé (Hb 2.4).
A fé, não é gerada pelo esmero humano, mas sim, um dom de Deus que pode ser desenvolvida pela diligência espiritual, o apostolo Paulo declara que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), ou seja, não é dar ouvidos aos nossos sentimentos, nem tão pouco olhar para nossa força, mas sim tirar os olhos de si e elevar-se a Deus. Logo, a fé só pode ser desenvolvida à medida que você conheça a Deus. Não é por menos que Deus faz infinitamente mais do que pensamos ou imaginamos quando “simplesmente” discernirmos o que fé: a entrega e a confiança total ao Rei da Glória!
Nosso último endereço não é a sepultura
A morte, o rei dos terrores e o último inimigo a ser vencido, não tem mais a última palavra em nossa vida. A sepultura não é o nosso último endereço. Jesus arrancou o aguilhão da morte, matou a morte e em breve a lançará no lago de fogo. Jesus morreu segundo a Escritura e foi sepultado. Mas a morte não pode detê-lo. Ele também ressuscitou como diz a Escritura. Venceu a morte e agora é a ressurreição e a vida. Jesus ressuscitou como primícias dos que dormem. Sua ressurreição é a pedra angular do Cristianismo, a acrópole das doutrinas cristãos, o selo de garantia do nosso futuro. Com respeito ao passado sua ressurreição é um fato incontroverso. Com respeito ao presente, sua ressurreição é um artigo de fé. E com respeito ao futuro, sua ressurreição é nossa mais vívida esperança. No glorioso dia de sua segunda vinda, os mortos ouvirão sua voz e sairão dos túmulos, uns para a ressurreição da vida e outros para a ressurreição do juízo.
As melhores notícias que o mundo já ouviu vieram de um túmulo vazio. O túmulo vazio de Cristo é o berço da igreja. Não adoramos um Cristo que esteve vivo e está morto, mas o Cristo que esteve morto e está vivo pelos séculos dos séculos. Ele tem as chaves da morte e do inferno. Ele está assentado no trono. Reina soberano e voltará gloriosamente. Sua vitória sobre a morte é o nosso estandarte. Não caminhamos para o entardecer da história, mas para a manhã radiosa da ressurreição.
Porque Jesus ressuscitou, o futuro não é incerto para nós. Não precisamos viver como aqueles que não têm esperança. Porque ele venceu a morte, podemos erguer nosso brado de vitória: “Onde está ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Tragada foi a morte pela vitória!”. Porque Jesus abriu o túmulo de dentro para fora, morrer para o cristão não é um desastre nem uma derrota, mas é deixar o corpo e habitar com o Senhor. É partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Aqueles que morrem em Cristo são bem-aventurados. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos. Porque Jesus está vivo, as lágrimas do luto podem ser estancadas e encontrar consolo. Não nos despedimos dos nossos ente queridos que partem no Senhor e para o Senhor com um doído adeus, mas com um esperançoso até logo.
Porque Jesus ressuscitou, nosso corpo surrado pelo cansaço, pela fadiga, pela velhice ou pela doença, ao descer à tumba, pela morte, não ficará ali para sempre. Não somos apenas matéria. Deus fez o homem do pó, mas soprou em suas narinas o fôlego da vida e ele passou a ser alma vivente. O pecado nos levou à morte, mas Cristo, por amor de nós, morreu por nós, ressuscitou para a nossa justificação e nos deu vida eterna. Ressuscitamos com ele e com ele estamos assentados nas regiões celestes acima de todo principado e potestade. Fomos salvos pela graça, mediante fé, para as boas obras. Portanto, a morte perdeu seu poder sobre nós, que estamos em Cristo. Nossa alma imediatamente após a morte é aperfeiçoada e entra na glória, passando a desfrutar das venturas eternas, aguardando o dia em que, ao soar da trombeta de Deus, os mortos em Cristo ressuscitarão com um corpo imortal, incorruptível, glorioso, poderoso, espiritual, celestial, semelhante ao corpo de sua glória e os que estiverem vivos serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Nesse corpo de glória, não teremos conflito com o espelho nem com a balança. Esse corpo não terá defeitos nem quaisquer limitações. Pelo desdobrar da eternidade, serviremos a Cristo e reinaremos com ele nos novos céus e nova terra. As lágrimas não rolarão mais em nosso rosto nem a dor pulsará mais em nosso peito. A morte não mais nos atormentará nem o luto jamais marcará nossa vida. A eternidade de gozo terá começado para nunca mais acabar. Oh, bendita esperança! Oh, gloriosa certeza! Oh, Salvador digno de honra e glória!
Hernandes Dias Lopes
Deus encarnado
O Deus que se encarna
Com toda a verdade
Cheio de graça
Manifestando a bondade!
Na singela manjedoura
Nada acolhedora
A estrela paira
Apontando o autor da vida!
Os céus proclamam
Os anjos adoram
Os magos encontram
Deus se fez homem!
Em sua grandeza se fez frágil
Do leite que necessitara
Da mãe que cuidara
Crescia em graça e formosura.
Jesus se fez homem
Servo sofredor
Veio para salvar
Dar sua vida em resgate.
Os homens o rejeitaram
Os pecadores o renegaram
Os judeus o crucificaram
Quase todos abjuraram.
Houve trevas sobre toda terra
O véu do santuário rasgara
As rochas se fenderam
Sepulcros se abriram, mortos ressuscitaram.
Vencera a morte
Ao terceiro dia viveu
Ressuscitou!
Despojou principados e potestades.
Jesus, o autor da vida
A Luz do mundo
O criador do universo
O Deus que salva!
Mas os homens amaram mais as trevas
Presos em seus desejos...
Mas o que O confessa
Recebe salvação graciosa!
Pr. Hélder Rodrigues
A HONRA POR MEIO DA OBEDIÊNCIA
“Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas;
Não vim abolir, mas cumprir”. Mt 7.17
Quantos afirmam viver debaixo da graça para justificar seus atos pecaminosos? Invocar a graça de Deus para viver em pecado consiste em antinomianismo, termo cunhado por Martinho Lutero, que significa “antilei”. Ele nega ou diminui a importância da lei de Deus na vida do cristão, mas Jesus veio para cumprir a Lei.
Será possível amar Jesus e viver em desobediência aos seus mandamentos? “Quem tem os meus mandamentos”, declarou Jesus, “e os obedece, esse é o que me ama” (Jo 14.21). Obediência e amor, portanto, andam juntos. Se amamos a Deus sobre todas as coisas nosso desejo é seguir fielmente Seus preceitos.
Seguir os decretos de Deus é compreender que Sua Lei moral é imutável porque é perfeita. Logo, atemporal, não depende da época ou da cultura, pois seus princípios são eternos. “Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou menor traço, até que tudo se cumpra” (Mt 5.18).
A salvação é ato da graça de Deus, fruto da Sua bondade infinita. Ele nos amou primeiro e nos resgatou do lamaçal do pecado, firmando nossos pés na verdade libertadora. Esta salvação significa não apenas o perdão dos nossos pecados, mas também a transformação interna do coração, o que chamamos de regeneração. Uma vez que fomos transformados - regenerados - temos a capacidade de obedecer mais profundamente os mandamentos de Deus.
Assim, a salvação é obra do Senhor em nosso coração e a comprovação disto é a obediência a Sua Lei. Jesus ensinou que pelos frutos conheceremos a árvore. Toda boa árvore dá bons frutos. Todo cristão genuíno dará bons frutos por meio da obediência.
Isso é tão intenso que a nossa posição no Reino de Deus depende da nossa obediência a Lei. Leia cuidadosamente: “Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus” (Mt 5.19).
Deus estabelece posição de honra a seus filhos conforme a obediência destes. Se no mundo os fortes e poderosos são exaltados, no Reino dos céus os humildes e obedientes são honrados. A humildade precede a honra.
O Evangelho é a contracultura do presente século, pois valoriza os preceitos de Deus, e não dos homens. Jesus declarou que os últimos serão os primeiros, o maior é o que serve e que só podemos entrar no Reino se formos como as criancinhas.
A fidelidade a Deus, portanto, estabelece nossa posição espiritual tanto na terra como no por vir. Paulo faz analogia que existem diferentes tipos de fulgor na criação: “um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras” (1 Co 15.41). Se existe diferente glória na criação então, conclui o apóstolo, na ressurreição dos mortos, ou seja, quando Jesus voltar, haverá diferentes honrarias para cada um conforme a obediência aos preceitos de Deus. Importante ressaltar que a despeito de haver distinções de recompensas (galardões), o que é um mistério, é certo que não haverá ciúmes nem competição entre os salvos.
Tudo isso denota a importância do cumprimento da Lei, pois somos exortados de que se a nossa justiça não for superior à dos fariseus e mestres da lei não entraremos nos Reino dos céus (Mt 5.20). Jesus não está dizendo que a salvação se dá pelas obras, mas que as obras revelam de fato se somos salvos. Se os escribas e fariseus seguiam as leis do Senhor de forma exterior e superficial, nós cristãos devemos andar em seus preceitos de maneira genuína, revelando um coração grato e adorador.
Somos vasos de barro
Quem é capaz para fazer a obra de Deus? Os que olham para si devido às suas virtudes e dizem “sou capaz!” estão distantes da realidade eterna do Senhor. Falar e viver o Evangelho não é ação humana, mas divina; não é uma propensão que brota espontaneamente do coração, mas é a capacitação do Espírito, que nos transforma e vivifica para que sejamos um instrumento de Deus. Toda ousadia do apóstolo Paulo não vinha dele, mas do Senhor. “É por meio de Cristo que temos tal confiança em Deus. Não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança” (2 Co 2.4-6).
Assim, os que julgam serem capazes já estão desqualificados, entretanto, os que olham para si e dizem “quem sou eu!!” e se acomodam em suas limitações estão tão equivocados quanto aqueles. Fazer a obra de Deus é uma resposta de fé! Não sou capaz, mas o Senhor me capacita! É exatamente neste momento que o poder do Eterno se aperfeiçoa em nossas fraqueza e limitações.
Paulo não pregava a si mesmo, ou seja, não se promovia, mas ao Senhor (2 Co 4.5), por compreender que não era uma taça de ouro, mas um vaso de barro. Em suas palavras: “temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja a excelência do poder que provém de Deus, não de nós” (v.7). O tesouro é o Evangelho. A riqueza suprema é o homem poder receber as Boas Novas da salvação, isto é, a mensagem salvífica do Senhor, que usa seus vasos de barro para proclamar e viver sua Palavra. Assim, precisamos compreender:
1. Deus usa pessoas comuns – vasos de barro (2 Co 4.7).
Note as palavras contundentes de Paulo: “ Irmãos, considerem a vocação de vocês. Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são, a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus”. (1 Co 1.26-29)
2. Deus usa pecadores transformados – das trevas resplandeceu a luz, ele mesmo resplandeceu em nossos corações (2 Co 4.6) .
3. Deus usa servos disponíveis – e a nós mesmos como servos (2 Co 4.5).
4. Deus usa filhos que amam ao Senhor – por amor de Jesus Paulo ministrava a Palavra (2 Co 4.5)
Os que estão nos bancos e corredores das igrejas observando e, muitas vezes, criticando os irmãos que estão fazendo a obra, ainda não compreenderam que da fraqueza Deus suscita força, na incapacidade o Espírito concede graça. Timóteo foi exortado por Paulo para reavivar o dom que havia nele pelo poder do Espírito. Ser um instrumento de Deus é ser vaso de barro, transformado a cada dia para levar o que é mais precioso: a salvação em Cristo. Deus os abençoe
Deus que viaja conosco
Com braço forte e mão poderosa Deus libertou seu povo da dura servidão de Faraó a ponto de o Senhor conceder aos judeus “uma disposição favorável da parte dos egípcios, de modo que lhe davam o que pediam; assim eles despojaram os egípcios” (Êx 12.36). Receberam roupas, objetos de ouro e prata. Dá para imaginar a alegria deste povo? Era o cumprimento da promessa dada a Abrão 400 anos antes de que eles seriam uma nação peregrina, um povo escravizado, mas que sairiam com muitos bens (Gn 15.13-14). Foi exatamente isso que aconteceu!
Eles são libertos e seguem rumo à terra que mana leite e mel, entretanto “Deus não os guiou pela rota da terra dos filisteus, embora esse fosse o caminho mais curto” (Êx 12.17).
Em regra, nós queremos o caminho mais fácil, o mais curto, o mais rápido, ainda mais na era da informática... Mas o Todo-Poderoso trilha um caminho perfeito, muitas vezes doloroso e lento. Nessa jornada conduzida pelo Eterno questionamos a bondade de Deus, colocamos em xeque a justiça divina, nossa visão míope, imediatista, não consegue enxergar além de alguns passos, entretanto, o propósito divino para as nossas vidas é a eternidade, a nova Canaã.
Se 600 mil homens marchassem diretamente para Canaã levariam aproximadamente 2 semanas, mas o texto enfatiza: “se eles se defrontassem com a guerra, talvez se arrependam e voltem para o Egito. Assim, e Deus fez o povo dar a volta pelo deserto, seguindo o caminho que leva ao Mar Vermelho” (v.17). O tempo que eles gastaram no total foram 40 anos em vez de 15 dias!
Deus está no controle de tudo. Apesar da longa jornada, o Senhor estava com eles todos os dias: “Durante o dia o Senhor ia adiante deles, numa coluna de nuvem, para guiá-los no caminho, e de noite, numa coluna de fogo para iluminá-los, e assim podiam caminhar de dia e de noite” (v.21).
O caminho longo foi para prepará-los a fim de que fossem uma nação com Leis, estabelecer uma relação de confiança: o Senhor iria sustentar todo aquele povo no deserto. O Todo-Poderoso ele faz descer do céu o pão da vida, brotar água das rochas, as roupas e calçados, milagrosamente, não acabavam, de dia havia nuvem aliviando o calor causticante e de noite muralha de fogo protegendo do frio cortante do deserto...
Deus estava expurgando toda idolatria do Egito que arraigara no coração do seu povo, estava lhes ensinando a depender Dele com alegria, ainda que não compreendessem seus caminhos.
Na realidade, o tempo gasto, a princípio, não era para ser tão longo. Paulo revela “Deus não se agradou da maioria deles; por isso os seus corpos ficaram espalhados no deserto” (1 Co 10.5).
“Essas coisas ocorreram como exemplos para nós” (v.6), de modo que são explicitados 5 motivos pelos quais não entraram na terra prometida: cobiça (v.6), idolatria (v.7), imoralidade (v.8), colocar o Senhor à prova (v. 9), “queixas” (v.10), e o autor de Hebreus explicita mais uma razão: “incredulidade” (Hb 3 e 4).
Quantos de nós estamos dando voltas porque vivemos na prática destes pecados? Andamos em círculos e não aprendemos pela dureza de nosso coração, pela falta de temor. O apóstolo é claro em afirmar que “isso aconteceu como advertência para nós” (1 Co 10.11).
Muitos estão deixando de usufruir de uma vida abundante não porque Deus não quer abençoar, mas porque estão dando voltas, vivendo no pecado e julgando equivocadamente que está tudo bem...
A despeito de tudo Deus estava conduzindo o povo com toda Sua bondade, fidelidade e nunca os abandonou. Deus viaja conosco nesta peregrinação rumo à nova Jerusalém.
Pr. Hélder Rodrigues
Jamanta-desfiladeiro-abaixo-sem-freio
Melhor é o homem paciente do que o guerreiro,
mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade. Pv 16.32
Deus nos dotou de sentimentos e emoções, sem eles a vida não teria sabor. As sensações que temos num dia são infinitas. Quando acordamos talvez paire o sentimento de preguiça, medo ou ânimo pelo novo dia que se inicia. Sentir a água escorrer em nosso rosto, o gosto mentolado da pasta de dente, a infinitude de sabores e texturas dos alimentos é impressionante. Olhar pela janela e ver a imensidão do azul celeste ou receber uma notícia, a cada estímulo temos as mais diversas reações, voluntárias ou não.
Lidar com as emoções não é uma tarefa fácil, muitos ficam reféns dos seus próprios desejos ansiando sentimentos cada vez mais fortes e, assim, extrapolam limites e fazem coisas erradas para aumentar ainda mais o estímulo.
O apóstolo Paulo exorta: Não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos (Rm 6.12). Veja que Deus nos ensina a não sermos prisioneiros dos nossos desejos, pois o coração do homem é desesperadamente enganoso.
Uma das marcas do cristão é o domínio próprio, gerado por meio da Palavra e pela manifestação do Espírito Santo. Assim, precisamos pesar nossas emoções e desejos para avaliar se convém ou não extravasarmos. Paulo, fazendo menção da mentalidade grega da época, parafraseia Tudo me é permitido e contrapõe tal filosofia mas nem tudo convém. Tudo me e permitido, mas eu não deixarei que nada me domine (1 Co 6.12). Você pode tomar esta decisão? Eu não deixarei que nada me domine! a não ser o Senhor?
Se você é impulsivo lute contra isto! Peça que o Senhor lhe dê domínio próprio, aprenda a se conhecer pois quanto mais você tiver ciência do seu comportamento e reações a determinados estímulos mais prudência terá.
Moisés, no afã de separar uma briga, acabou matando um egípcio. Nessa fase ele ainda não tinha desenvolvido um relacionamento íntimo com Deus, mas ao longo de sua vida caminhando com o Eterno foi transformado a ponto de se tornar o homem mais manso da terra (Nm 12.3).
Deus tem a capacidade de nos tratar e transformar, de gerar em nós o domínio próprio tão necessário para não sermos guiados pelos sentimentos.
Paradoxalmente, quando obedecemos a Deus em detrimento de nossa vontade temos liberdade, quando reprimimos desejos nocivos é que somos livres. Jesus nos chama à liberdade, o que significa fazer a vontade do Senhor.
Sem domino próprio ficamos descontrolados como uma jamanta-desfiladeiro-abaixo-sem-freio. Frear nossos impulsos à luz da Palavra é ser livre para fazer a vontade do Senhor.
Pr. Hélder Rodrigues
Gratidão como expressão de adoração
Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?
Sl 116.12
Adoração se revela no temor a Deus, é a manifestação sublime do amor, da gratidão ao Seu ser e Suas ações, que nos impulsionam a viver em santidade.
Quem adora é grato! A gratidão é decorrente da graça dada por Deus. Graça vem do grego charis que significa “graciosidade”, “amabilidade”, “deleite”, “bondade”, “favor”, “gratidão”, “agradecimento”, “expressões de favor”, “serviço prestado”, “benefício”, “dívida de gratidão”, “recompensa”.
Graça é favor não merecido, e, por não merecermos, o que nos resta fazer senão agradecer? Uma pessoa agradecida é alguém cheio da graça, que reconhece o dom gratuito de Deus em seu favor.
Assim, a graça nos impulsiona à adoração; e esta é refletida na gratidão, cuja origem é a humildade. Quanto mais humildes formos mais facilmente seremos gratos pelos pequenos gestos e ações singelas, porque temos um coração permeado do favor de Deus, da Sua graça (charis).
O salmista reconhece os feitos maravilhosos de Deus, por isso declara: “que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” Sua alegria, que se manifesta em gratidão, não é só contemplativa: “Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo.” (Sl 116.13-14).
A adoração do salmista redunda em ações de graça, mediante o compromisso firme e solene de cumprir seus votos ao Senhor publicamente.
Mas o oposto é verdadeiro: a raiz da ingratidão é a cobiça, pois o cobiçoso acha que merece sempre mais, são ingratos, murmuradores. Exigem sempre mais e, por não receberem aquilo que julgam merecer, culpam e ofendem: afinal de contas, não ficaram satisfeitos. Na ingratidão não há contentamento, não existe adoração, e sim condenação aos outros e incapacidade de discernir as circunstâncias.
Um coração grato é fácil agradar, um coração orgulhoso, ou seja ingrato, quem alcançará?
Adoração nos leva à gratidão e adoração, revelando um coração humilde e que alcança o favor de Deus, pois aos humildes e quebrantados o Senhor não rejeita!
Dêem graças em todas as circunstâncias,
pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.
1 Ts 5.18
Pr. Hélder Rodrigues
Psiu,...
Corre pra lá
Corre pra cá
“O tempo não pára”! Ufa!
“Perde” quando pára.
Por isso, agita enquanto trabalha
Trabalha enquanto agita
Inquieta-se enquanto pensa
Agita, agita e sempre se irrita.
O barulho não se aparta
A correria não atrasa.
A calmaria atrapalha?
A pressa; que não espera!
Assim, a quietude não acompanha...
A agitação é enfadonha!
A meditação não encontra...
O trabalho é que encanta!
Correria vem, correria fica.
O que estimula ainda mais a pulsação da vida
No balançar do pêndulo
O minuto correndo...
Assim, a contemplação não acompanha...
O ter é que fascina!
Aumenta e aumenta a efervescência.
O silêncio silencia
Pois espera; silenciosamente...
O ser que deveria
Falar para dentro;
Acalmar o corpo;
Contemplar o encontro;
Aguardar o retorno;
Ficar no espírito.
Esperar e esperar...
Só um pouquinho mais
Pensar... meditar... contemplar... orar...
Um instantinho mais...
A grande descoberta encontra
A Verdade é esta
Do que se espera
O encontro do silêncio com sua criação
O Criador respondendo sua oração.
Psiu,
“Aquietai-vos e sabeis que eu sou Deus.” (Sl 46.1)
Pr. Hélder Rodrigues
O tempo eterno
A vida é feita de eternos instantes
No pulsar do pêndulo
O homem corre atrás do vento
Sem vislumbrar a eternidade!
Feitos à imagem do Criador
O Eterno nos afeiçoou
Em amor estabeleceu propósitos e limites
Para sermos livres em seu tempo...
Sem limites liberdade é escravidão
Vida sem propósito é perdição
A existência tem um único curso:
Do Criador para a criatura!
Do filho que aprendeu com o Pai
Vida feita de instantes
Momentos constantes para contemplar
A estabilidade de compreender:
Na família aprender honra e fidelidade
Na igreja amor e adoração
No trabalho compromisso e honestidade
Com o próximo, comunhão e doação!
Na constância da inconstância da existência
Sem temer o vento bravio
A frieza humana
E o pecado desumano...
Ainda que desconhecendo o conhecido do amanhã
Segundo as promessas do Auto Existente
Prosseguimos para aquilo que fomos alcançados
A comunhão eterna com o Senhor
O presente, o futuro e a Eternidade, tudo aponta para
A glória divina
Nos relacionarmos amorosamente
E morarmos com Deus eternamente!
Em Jesus a vida é eterna...
Pr. Hélder Rodrigues de Souza
Reino do céu ou império terreno
Que tipo de tesouro você busca? Ou buscamos um reino próprio ou o reino de Deus. Ou ansiamos a nossa glória ou a divina. Ou servimos a Deus ou aos nossos próprios interesses.
Jesus nos ensina esta verdade: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6.19-21).
O Senhor declara que os tesouros que acumulamos controlam o nosso coração, o âmago mais profundo do nosso ser, o cerne da nossa individualidade.
Somos orientados por valores e movidos por propósitos, os quais são revelados na nossa busca. Queremos entesourar aquilo que julgamos valioso. Por isso o tesouro sempre estará ligado ao coração, são inseparáveis!
Quantos dizem que amam a Deus acima de todas as coisas, mas na realidade trabalham com afinco para construir um reino próprio. Ou seja, nossa prioridade não está em Deus, mas em nós mesmos. Isso é idolatria!
A diferença se torna ainda mais sutil quando usamos o nome de Deus porque pensamos “se foi o Todo-Poderoso que me deu logo, estou buscando o Seu Reino”, mas no fundo estamos envidando esforços para edificar o próprio reino, usando o nome de Deus para alcançar nossos objetivos.
Certa vez um rico se aproximou de Jesus perguntando o que tinha que fazer para herdar a vida eterna. Recebeu como resposta a necessidade de cumprir todos os mandamentos. Na sua euforia pretensiosa ele afirma que tem guardado os mandamentos desde a mocidade. Então Jesus o desafia a vender tudo o que possui para obter um tesouro no céu e, assim, segui-lo (Mt 19.16-23). O entusiasmo logo dá lugar à tristeza: “E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.”
Na verdade o jovem guardava “todos” os mandamentos desde a mocidade mas o seu reino de riquezas pessoal era mais valioso do que o Reino de Deus. Ele escolheu seu próprio desejo em detrimento da vontade do Senhor, o Deus de toda riqueza e glória.
Não é por mesmo que Jesus nos exorta: “ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.” (Mt 6.24)
Onde você tem colocado o seu coração? Pare por um instante e reflita. Se é no reino de Deus então sua prioridade absoluta é o Senhor, todo o seu ser trabalha, pensa, anseia as verdades celestiais, seguindo à risca a ordem de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. (Mt 6.33). Ou estamos buscando o reino celestial ou construindo um império terreno.
Pr. Hélder Rodrigues
Prazer cristão
Quem nunca ficou fascinado com o mundo das artes? Emocionado ao som da pomposa orquestra? Os amantes do futebol gritam goool a plenos pulmões. Turistas investem boa soma de dinheiro para contemplar uma paisagem do alto de um teleférico. O ser humano está sempre em busca de prazer! Mas muitos se perdem nesta jornada com drogas, bebidas, sexo ilícito, atraídos pelo pecado...
E o cristão, qual o seu maior prazer?
O salmista declara: “Sacia-nos de manhã com a tua bondade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias (Sl 90.14); Irei ao altar de Deus, que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu (Sl 43.4); Na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). De forma poética e graciosa o salmista nos ensina acerca do motivo sublime do nosso prazer: Deus! Sim, a Bíblia instrui que somos a noiva que anela a volta do Noivo; somos o povo separado, aliançado para viver de todo o coração, força e entendimento o relacionamento apoteótico dos filho com o Pai!
Logo, o prazer máximo da vida é Deus. Os filhos de Corá afirmam que não há companhia melhor do que a do Senhor: “Pois um dia em teus átrios vale mais que mil em qualquer outro lugar” (Sl 84.10a); e complementam: “estar recostado à porta da Casa do meu Deus é melhor que morar nas tendas mais ricas dos ímpios” (Sl 84.10b). Davi chega a comparar o aconchego materno com o seu relacionamento com o Senhor: “De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança” (Sl 131.2).
Agostinho preleciona: “Fizeste-nos para Ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti”. Os puritanos, representantes de um dos movimentos mais lindos do cristianismo, tinham por objetivo conhecer a Deus tão bem a ponto de dizerem que “deliciar-se n’Ele é o nosso ofício”. O grande avivalista Jonathan Edwards revelou o cerne do cristianismo: “a felicidade da criatura consiste em regozijar-se em Deus, através de quem Deus também é magnificado e exaltado”. O Catecismo Maior de Westminster é categórico na resposta à sua primeira pergunta “qual é o fim supremo e principal do homem?” Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre (Sl 73.24-26; Jo 17.22-24)”. Fazendo coro com esta verdade norteadora, em sua robusta obra Plena satisfação em Deus, John Piper preconiza: “Deus é mais glorificado em nós quando somos mais satisfeitos n’Ele”. Exaltamos a Deus quando estamos satisfeitos N’Ele! C. S. Lewis nos exorta quando afirma que “nós nos contentamos com pouco” no sentido da busca do prazer neste mundo, desatrelada da satisfação plena que o Senhor tem a nos oferecer.
Portanto, regozijarmo-nos em Deus é mandamento! Nosso prazer não está apenas como consequência da obediência a Deus, mas decorre da obediência a Ele. O apóstolo Paulo na prisão, com sua sentença de morte decretada diz: “Alegrem-se nos Senhor, outra vez digo alegrem-se” (Fp 4.4). Toda satisfação do ser humano desatrelada de Deus, diz o pregador em Eclesiastes, “é vaidade”. Assim, o júbilo da companhia da esposa e dos filhos, uma vitória alcançada no trabalho, a realização de um sonho, tudo isso deve apontar para a realidade divina que “toda boa dádiva vem de Deus” (Tg 1.17) e, assim, o que recebemos sob a ótica humana é um ícone da grande satisfação que temos no Senhor.
Pr. Hélder Rodrigues
Deus que viaja conosco
Com braço forte e mão poderosa Deus libertou seu povo da dura servidão de Faraó a ponto de o Senhor conceder aos judeus “uma disposição favorável da parte dos egípcios, de modo que lhe davam o que pediam; assim eles despojaram os egípcios” (Êx 12.36). Receberam roupas, objetos de ouro e prata. Dá para imaginar a alegria deste povo? Era o cumprimento da promessa dada a Abrão 400 anos antes de que eles seriam uma nação peregrina, um povo escravizado, mas que sairiam com muitos bens (Gn 15.13-14). Foi exatamente isso que aconteceu!
Eles são libertos e seguem rumo à terra que mana leite e mel, entretanto “Deus não os guiou pela rota da terra dos filisteus, embora esse fosse o caminho mais curto” (Êx 12.17).
Em regra, nós queremos o caminho mais fácil, o mais curto, o mais rápido, ainda mais na era da informática... Mas o Todo-Poderoso trilha um caminho perfeito, muitas vezes doloroso e lento. Nessa jornada conduzida pelo Eterno questionamos a bondade de Deus, colocamos em xeque a justiça divina, nossa visão míope, imediatista, não consegue enxergar além de alguns passos, entretanto, o propósito divino para as nossas vidas é a eternidade, a nova Canaã.
Se 600 mil homens marchassem diretamente para Canaã levariam aproximadamente 2 semanas, mas o texto enfatiza: “se eles se defrontassem com a guerra, talvez se arrependam e voltem para o Egito. Assim, e Deus fez o povo dar a volta pelo deserto, seguindo o caminho que leva ao Mar Vermelho” (v.17). O tempo que eles gastaram no total foram 40 anos em vez de 15 dias!
Deus está no controle de tudo. Apesar da longa jornada, o Senhor estava com eles todos os dias: “Durante o dia o Senhor ia adiante deles, numa coluna de nuvem, para guiá-los no caminho, e de noite, numa coluna de fogo para iluminá-los, e assim podiam caminhar de dia e de noite” (v.21).
O caminho longo foi para prepará-los a fim de que fossem uma nação com Leis, estabelecer uma relação de confiança: o Senhor iria sustentar todo aquele povo no deserto. O Todo-Poderoso ele faz descer do céu o pão da vida, brotar água das rochas, as roupas e calçados, milagrosamente, não acabavam, de dia havia nuvem aliviando o calor causticante e de noite muralha de fogo protegendo do frio cortante do deserto...
Deus estava expurgando toda idolatria do Egito que arraigara no coração do seu povo, estava lhes ensinando a depender Dele com alegria, ainda que não compreendessem seus caminhos.
Na realidade, o tempo gasto, a princípio, não era para ser tão longo. Paulo revela “Deus não se agradou da maioria deles; por isso os seus corpos ficaram espalhados no deserto” (1 Co 10.5).
“Essas coisas ocorreram como exemplos para nós” (v.6), de modo que são explicitados 5 motivos pelos quais não entraram na terra prometida: cobiça (v.6), idolatria (v.7), imoralidade (v.8), colocar o Senhor à prova (v. 9), “queixas” (v.10), e o autor de Hebreus explicita mais uma razão: “incredulidade” (Hb 3 e 4).
Quantos de nós estamos dando voltas porque vivemos na prática destes pecados? Andamos em círculos e não aprendemos pela dureza de nosso coração, pela falta de temor. O apóstolo é claro em afirmar que “isso aconteceu como advertência para nós” (1 Co 10.11).
Muitos estão deixando de usufruir de uma vida abundante não porque Deus não quer abençoar, mas porque estão dando voltas, vivendo no pecado e julgando equivocadamente que está tudo bem...
A despeito de tudo Deus estava conduzindo o povo com toda Sua bondade, fidelidade e nunca os abandonou. Deus viaja conosco nesta peregrinação rumo à nova Jerusalém.
Pr. Hélder Rodrigues
Os percalços para o cumprimento das promessas
“Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.” Gn 12.1-2
Promessa feita, vocação aceita; sem rumo “certo” Abrão deixa sua parentela, sua terra, seus antepassados idólatras, pois ecoou em seu coração a sentença divina: “sê tu uma bênção”.
Mas em sua jornada real as promessas entram em conflito. Abrão deve ser uma grande nação (Gn 12.2), mas Sara é estéril (11.30). A terra pertence a seus descendentes (Gn 12.7), mas os cananeus a ocupam (v. 6).
O conflito está armado: as bênçãos são declaradas pelo próprio Deus: seus descendentes serão como “o pó da terra. Se for possível contar o pó da terra, também se poderá contar a sua descendência” (Gn 13.16), sim um povo tão numeroso como “as estrelas do céu” (Gn 15.5). Do outro lado, para o cumprimento das promessas, Abraão, sem filhos, segue um estratagema. Adota um escravo nascido em sua própria casa (Gn 15.2s). O herói da fé titubeia... a ponto de aceitar a proposta de coabitar com a escrava de Sarai, Hagar, (Gn 16) para tentar “ajudar” ao Todo-Poderoso.
Pecado consumado, conseqüências nefastas. “Quando se viu grávida (Hagar), começou a olhar com desprezo para a sua senhora, assim Sarai declara: “Caia sobre você a afronta que venho sofrendo. Coloquei minha serva em seus braços e, agora que ela sabe que engravidou, despreza-me. Que o Senhor seja o juiz entre mim e você” (Gn 16.5).
A omissão do patriarca aumenta o problema, Sarai, de tanto maltratar Hagar (Gn 16.6), acaba fugindo errante para o deserto.
Aos 100 anos de idade Abraão revela mais uma vez sua fraqueza humana: “Poderá Sara dar à luz aos noventa anos? (Gn 17.17) e emenda: “Permite que Ismael seja o meu herdeiro” (v.18).
Assim aprendemos:
As promessas divinas não pressupõem ausência de problemas.
A direção do Senhor não significa que nossos sentimentos enganosos não busquem atalhos...
Contudo, os percalços de Abrãao não invalidaram as promessas divinas.
Portanto, é Deus que nos ensina que Seu poder se aperfeiçoa em nossa fraqueza. Mais do que isso, neste longo período de provações e de espera, aproximadamente 25 anos, o Senhor forjara o coração do homem para tornar-se o pai da fé a ponto de oferecer o seu filho Isaque como oferta sacrificial a Deus.
“Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho” (Hb 11.17).
Por isto ele se tornou o herói da fé, não por suas fraquezas iguais às nossas, mas pela confiança/fé adquirida no caminhar com Deus, ou seja, ele se tornou uma grande bênção.
E você?
Pr. Hélder Rodrigues
Retroceder Jamais
Retroceder jamais!
Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede
da boca do Senhor viverá o homem. Dt 8.2-3
O deserto que passamos só revela o quanto somos efêmeros e dependentes diuturnamente do Senhor. Assim, quanto maior a tribulação mais devemos nos fortalecer no Senhor e na força de seu poder (Ef 6.10) para resistir ao dia mau, a fim de permanecermos inabaláveis (v.13).
Deus está chamando seu povo ao arrependimento, ao quebrantamento, a uma busca mais profunda e genuína. Em tempos de coronavírus não devemos nos lamentar porque não podemos ir ao shopping ou academia, mas momento de reflexão: “o que
devemos mudar?” “O que tenho feito da minha vida?” “Quais são as minhas prioridades?”
A Bíblia nos exorta: “tende o motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1.3-4). Note que a alegria que Tiago nos ensinar a ter não é pelo sofrimento, isso seria masoquismo, mas o discernimento de que as provações podem ser um trampolim para maior maturidade e integridade.
Deus usa as circunstâncias para falar conosco e nos tratar. Eu fico a pensar que nesta quarentena, passados mais de 40 dias, se muitos já não estão se acomodando mais uma vez na sua vida espiritual, se adaptando à nova rotina, e então tudo volta a ser como antes, exceto pelo fato das restrições de locomoção.
O que temos aprendido? Qual é o caminho que Deus não quer mais que voltemos? Somos estrangeiros, nossa pátria é no céu, mas diversos cristãos vivem apenas para satisfazer suas necessidades e desejos momentâneos. Somos peregrinos, pois marchamos rumo à Nova Jerusalém (céu), mas muitos estão desnorteados pelo pulsar do coração. Nossa bússola é a Eternidade, nosso mapa é a Palavra de Deus, nosso inspiração vem do Espírito, nosso alimento é Cristo.
Igreja do Senhor, busque, clame, medite, a fim de que sejamos aperfeiçoados no Deus da vida e da transformação. Sigamos rumo ao prêmio da soberana vocação em Cristo, retroceder jamais!
A pandemia é nossa diáspora tecnológica
“Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria. Alguns homens piedosos sepultaram Estevão e fizeram grande pranto sobre ele. Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere. Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo” (Atos 8.1-5).
Esta semana escrevi um texto onde criei o termo “diáspora tecnológica”. Segue aqui um resumo desta minha percepção.
O termo diáspora vem da palavra grega (διασπορά), que também pode ser traduzido por “dispersão”. Esta palavra é usada para explicar a saída de um povo, de seu lugar de habitação, por ter sido forçado por circunstâncias, políticas, econômicas e sociais. O que observamos é que a diáspora em Atos foi um fator usado por Deus para a expansão do evangelho em todo o mundo. A igreja não criou um projeto de evangelização mundial, ele simplesmente aconteceu como resultado da perseguição.
A pandemia do COVID-19 levou a igreja à diáspora tecnológica. Assim como a perseguição contra os cristãos em Atos 8, a pandemia não foi uma opção da igreja, mas foi imposta por circunstâncias que impeliram a igreja de Cristo ao enfrentamento de uma nova realidade. Igrejas fecharam, os grupos não podem se reunir nem mesmo em seus lares. O que antes foi uma imposição do Império Romano, hoje é uma imposição de isolamento pela preservação da saúde pública.
Assim como a perseguição contra os cristãos exigiu deles uma saída de sua zona de conforto, nós também enfrentamos agora o fim da nossa rotina usual, nos deslocando como igreja para fora dos nossos muros físicos e exigindo de cada igreja a diáspora tecnológica. Expor sua igreja nas redes sociais antes da pandemia era uma opção, mas agora se tornou uma obrigação. Fomos expulsos do confortável universo privado e inseridos nos desafios da exposição pública. Neste ambiente descobrimos suas crises e oportunidades.
Assim como a pax romana criou a rota de expansão, no primeiro século, facilitando as viagens por todo Império Romano, assim também a internet é nossa estrada para todas as nações.
Da mesma forma, quando muitos pensam hoje que a pandemia fechou as igrejas, na verdade, ela se tornou uma das maiores oportunidades para a igreja levar o evangelho aos ouvidos do mundo todo, pois, agora, de maneira evidente estes ouvidos se tornaram mais atentos à mensagem da vida eterna em Jesus Cristo.
Portanto, este é o momento, esta é a nossa diáspora tecnológica, estas são as nossas ferramentas. Todas as igrejas estão agora usando a tecnologia para levar a mensagem do evangelho com o maior alcance possível, e isso é uma grande bênção!
Que Deus nos abençoe.
Rev. Leonardo Sahium - Igreja Presbiteriana da Gávea
Três lições da pandemia
O mundo foi abalado pela pandemia do novo corona vírus. Praticamente todas as nações do mundo foram atingidas. O COVID-19, trouxe em sua bagagem um grave problema de saúde pública ao mesmo tempo que provocou um verdadeiro terremoto na economia mundial. A recessão econômica trará em sua esteira desdobramentos medonhos para as nações, gerando milhões de desempregos e convulsão social. As nações estão perplexas. Os homens estão aflitos. Já são mais de 164 mil pessoas ceifadas em todo o mundo (dados de 19/04/2020). A despeito dos esforços conjugados das nações do mundo, ainda não temos uma solução pronta nem eficaz para debelar esse mal. Esse fato, enseja-nos três lições solenes:
Em primeiro lugar, o poder econômico não é capaz de resolver os maiores dramas da humanidade. As principais nações atingidas por essa pandemia até o momento são as nações mais ricas do mundo. Essas nações têm robustos orçamentos e têm usado somas astronômicas para socorrer o seu povo. Inobstante esses alentados investimentos, milhares de pessoas estão sendo ceifadas todos os dias, carecendo daquilo que é gratuito e nada custa ao homem, o ar para encher os seus pulmões. O vírus COVID-19, como um arauto solene, trombeteia aos ouvidos das nações, que o dinheiro, por mais volumoso, não tem solução para sanar todos os males que afligem a humanidade.
Em segundo lugar, o poder científico não é capaz de trazer cura para todas as doenças que afligem a humanidade. Vivemos no período mais fascinante da história. A ciência tem se multiplicado. O avanço científico tem sido notório em todas as áreas. A medicina avançou sobremodo, com descobertas importantíssimas de vacinas, remédios e capacidade diagnóstica. Vivemos na antessala dos milagres da ciência. Cientistas de grande envergadura têm trazido à baila novas técnicas de tratamento e novas intervenções cirúrgicas, que têm dado ao homem maior expectativa de vida e melhor qualidade de vida. Tanto a medicina preventiva quanto a interventiva são evidências incontestáveis dessas conquistas. Porém, a despeito de todos esses avanços, a ciência ainda não é uma luz capaz de iluminar todos os labirintos dessa pandemia que colocou as nações de cócoras. O poder da ciência ainda não tem resposta rápida nem eficaz para o enfrentamento dessa crise.
Em terceiro lugar, o poder político não é capaz de administrar com eficiência essa pandemia que assola as nações. Os líderes mais influentes do mundo, mesmo os presidentes e ministros das nações mais ricas e opulentas do planeta, apesar de reunirem todos os seus esforços e usarem todos os seus recursos, não têm conseguido dar uma resposta eficaz para a vencer essa pandemia. A Organização Mundial de Saúde, mesmo envidando todos os seus esforços, não consegue sanar esse mal nem sequer acalmar os corações aflitos, apontando para uma solução eficaz à vista. Da mesma forma que o dinheiro e a ciência são impotentes, o poder político também o é.
Diante do exposto, fica aqui uma conclusão óbvia: os recursos da terra são colunas frágeis demais para manter a humanidade de pé. Os recursos dos homens são insuficientes para erradicar os males que afligem as nações. É necessário nessa hora reconhecer que precisamos de Deus. Só dele pode vir o nosso socorro. Só ele é o nosso refúgio de geração em geração. É tempo de Brasil e das outras nações voltarem seus olhos para Deus.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Reino de Deus
“O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus,
e como rei domina sobre tudo que existe.”
Sl 103.19
Se perguntarmos aos cristãos qual é mensagem principal da Bíblia tenho certeza que ouviremos vários tipos de respostas e grande parte dela desconexa uma das outras. Faça você mesmo um teste com alguns irmãos e se surpreenda. Então, qual é a principal mensagem que a Palavra de Deus nos orienta?
A Bíblia foi escrita por aproximadamente 1.500 anos, por volta de 40 homens inspirados que traz com a principal mensagem Jesus é o Senhor e seu Reino. Na realidade a Palavra tem apenas um único escritor: o próprio Deus.
Assim as Escrituras falam de um rei que tem o governo, a soberania e a majestade sobre absolutamente tudo que existe: o céu, a terra, o mar e tudo que nela existe (Sl 24.1).
O Reino dos céus é sua realeza de Rei, seu governo, sua autoridade. O Novo Testamento explicita que o Reino não é uma região, nem um povo específico, ou religião, mas o reinado de Deus. Jesus disse que devemos “receber o reino de Deus como uma criança” (Mc 10.15). O que recebemos uma igreja? o céu? Recebemos o governo de Deus! A pessoa faz parte deste Reino não por sua posição socioeconômica nem por suas boas obras, mas mediante o arrependimento e confissão que Jesus é o Senhor. Neste sentido tanto João Batista como o próprio Jesus nos exortou: “arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo.” (Mt 4.17)
De modo que só entra no Reino de Deus os que nasceram de novo (Jo 3.3,5). Jesus declarou que o Reino está dentro de nós (Lc 17.21)
Jesus ensinou que a prioridade do ser humano é buscar em primeiro lugar o Seu Reino e sua justiça (Mt 6.33), pois assim as necessidades mais basilares como o que comer, o que vestir serão supridas pelo Rei Jesus. Ele é o grande provedor.
Na oração do pai nosso pedimos: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10), assim pedimos para que Deus reine, manifeste sua santa soberania, poder para que afugente todo inimigo da justiça, pois um reino sem um domínio não faz sentido.
Muitos então indagam? Se Deus tem todo governo por que existe tanto o mal? “As Escrituras fazem sistematicamente uma distinção entre a soberania de Deus sobre toda a criação e toda a História, e a vinda do Reino no contexto de uma criação rebelde. A Bíblia ensina que Deus não é apenas Senhor de direito sobre todas as coisas, mas também, apesar da rebeldia humana, ele não perdeu o controle e executa tudo conforme seu plano soberano. Essa soberania não é meramente uma providência geral no mundo, um controle geral da História, mas possui duas ações externas principais: juízo e redenção. Essas são verdades complementares. Por um lado, o Reino excluirá todo mal e rebeldia. Por outro, incluirá tudo que é redimido conforme a vontade graciosa de Deus. Posteriormente, quando todo mal for julgado, o processo renovador da redenção resultará na plenitude do Reino de Deus. A história do AT aponta para essa consumação; o evangelho a concretiza.” (Novo dicionário de Teologia Bíblica, p. 1096)
Jesus iniciou seu Reino em sua vinda. Este Reino é triunfante, inabalável, inigualável, invisível, mas real. A mudança daqueles que entram neste Reino é inestimável pois sua base é justiça, paz e alegria no Espírito Santo, mas do que isto fazer parte do Reino de Deus significa marchar rumo a eternidade com Ele no céu. É este o único caminho para salvação, único.
Viva como filho do Rei. Trabalhe para que este Reino justo cresça mais e mais até a consumação do século e então todos os inimigos do Rei serão condenados.
Pr. Hélder Rodrigues
Páscoa: a festa da libertação
A Bíblia é um livro único! Perfeito! Harmônico! Sistêmico! Divino! Toda a Escritura está enraizada no próprio Deus, em seu ser e nos Seus feitos, em Suas verdades e ensinamentos ao povo de Deus. A Bíblia foi inspirada por Deus e escrita por vários homens, mas de fato há apenas um autor: o Senhor. Não são 66 livros, mas um. Quando falamos em 2 testamentos, o antigo e o novo, podemos afirmar que é um único Livro.
Por exemplo, quando estudamos o livro de Êxodo, vemos que é uma continuação de Gênesis. A primeira palavra do livro é a letra hebraica vav, que significa “e” apesar das traduções em Português não iniciarem com a palavra “e”. Isso é uma pequena amostra de que a Bíblia não é uma coletânea desconexa de livros, mas há um fio condutor que a liga e religa totalmente a ela mesma, e que tudo aponta para o Senhor, o Rei do universo. Os acontecimentos do AT apontam para uma realidade sublime: Jesus. Confira-se:
A Páscoa (Êx12) é a festa da libertação do israelita do jugo da escravidão. Nela vemos o poder sobrenatural de Deus para resgatar uma nação, o seu povo, conforme a promessa dada a Abraão 400 anos antes.
“Este deverá ser o primeiro mês do ano para vocês”, disse o Senhor a Moisés e Arão (Êx12.1-2). A Páscoa era o começo de uma nova vida. O povo deixaria de ser escravo e se tornaria peregrino na direção da terra prometida. É exatamente isso que acontece quando alguém se converte: deixa o império das trevas rumo ao céu (“a terra prometida”). A Páscoa remete para uma realidade única: o cordeiro que seria morto para nos resgatar.
A Páscoa é uma aliança redentora para a família. Todos deveriam separar um cordeiro para a sua família (v.3). Um animal seria morto, deveria ser comido em família e o sangue aspergido no umbral da porta e assim o destruidor passaria por cima... Deus estava dizendo que faria uma aliança de proteção e salvação com a família. Mas ao mesmo tempo, aqueles que não cressem, que não participassem da festa, os egípcios, teriam seus primogênitos mortos.
Assim, Páscoa é uma festa de redenção para uns mas de juízo para outros. “O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito” (v.13).
Páscoa é a festa da vitória através do cordeiro. O animal que seria morto é uma representação do Messias que viria para morrer em nosso lugar: “eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Jesus é o cordeiro suficiente para uma família (Êx12.3), suficiente para uma nação (Is 53.8) suficiente para o mundo (Jo 1.29). Sua morte nos trouxe vida!
A Páscoa é um memorial eterno da proclamação da libertação. “Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes celebrarão como festa ao Senhor. Celebrem-no como decreto perpétuo” (v. 14). A nova geração que entraria na terra prometida poderia esquecer da amarga escravidão do Egito. A celebração contínua é o ensinamento constante do Senhor: em mim há libertação; eu sou o Todo-Poderoso que os livro das trevas. A morte de Jesus na cruz é o nosso Êxodo. O cordeiro que foi morto é o nosso alimento. Viva a Páscoa!
Pr. Hélder Rodrigues
O tempo e a Páscoa
O tempo é apenas um relampejo do que o Eterno nos regalou, agora, para usufruirmos da compreensão transcendental do Eu sou!
Filósofos argumentam que o tempo é uma criação. Físicos provam que só existe o instante do agora, o qual já se tornou passado, então surge um novo momentum... Assim, infinitamente, em cada instante, deve-se viver!
O Todo-Poderoso fez tudo apropriado no seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez (Eclesiastes 3:11).
O tempo carrega seus mistérios, assim, o grande profeta Moisés orou: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Sl 90.12). A sabedoria é algo prático, é a aplicação da verdade firmada nos motivos certos e princípios adequados... Se manifesta na maturidade, já a infantilidade está no imediatismo!
Namoros prematuros são iniciados! Casamentos findados! Esperanças sepultadas por não saber contar os dias! No vigoroso inverno anelamos o sol e diante do brilho da estrela de quinta grandeza, causticados pela seca anelamos a primavera. Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu (Ec 3.1). O amor espera, suporta, crê... O imediatismo é o palpitar do coração vacilante que olha para si e anela desejos desatrelados do Criador, não sabe se posicionar em oração, quebrantamento e esperança. Parte para ações desritmadas, amedrontadas que levam à fuga, ao pânico.
Como lidar com o tempo? O passado são lembranças? O futuro são expectativas? Seria possível fatiar o homem apenas neste instante? Não carregamos as marcas do ontem e a esperança do amanhã? O que é a humanidade sem passado? O que é governo sem propósito?
Meu pai dizia que é da geração do fogão à lenha, mas cresceu em sua maturidade na velocidade do forno micro-ondas, afinal, não podia se cogitar recolher lenhas na hora da fome... Era preciso tempo, planejamento, paciência, diferente das comidas enlatadas cheias de sódio e açúcar que tantos de nós engolimos para não ficarmos off-line.
O tempo produz mudanças! Quando crianças, simplesmente aproveitamos o tempo sem a capacidade ou presunção de planejar o amanhã, apenas se vive! Os anos passam ritmadamente gerando transformações neurológicas, biológicas... Já não somos mais os mesmos!
O tempo levou os homens a tecnologias inconcebíveis há 100 anos. Filmes mirabolantes de ficção tornaram-se realidade. Os Jetsons, desenho criado na década de 60, conta a estória de uma família do futuro cujo cenário era o universo. O empreendedor holandês Bas Lansdorp, lançou, em 2012, o audacioso projeto Morar em Marte - uma viagem sem volta. Mais de 200 mil pessoas de 140 países se inscreveram para ter uma experiência fora da terra. Será que lá o tempo seria diferente? O que se faria dia a dia num lugar totalmente inóspito?
Nos últimos 8 anos dobrou a quantidade de internautas, quase metade da população não tem barreiras e pode brincar da vida eternamente on line! Conexões rápidas e avalanches de informações, depoimentos, entretenimento, apenas um toque! Possibilidades que escravizam!? Toda realidade virtual e as conexões on line têm afetado muitos a ponto de estarem descompassados com o tempo...
Em 2045, predizem cientistas, máquinas humanizadas poderão fazer diversas atividades sozinhas, muito melhor e mais rapidamente que qualquer ser humano. Humanóides, robôs com aparência de homens, sistemas de inteligência artificial lograrão posições de trabalho. A revolução cibernética é galopante.
Há um grupo na comunidade científica que chega a afirmar que será possível codificar pensamentos e consciência a ponto de serem colocados nas nuvens, de modo que pessoas não morreriam quando seus órgãos vitais parassem, sua consciência poderia ser inserida numa máquina e assim a essência consciente estaria lá. Será? Desde a torre de Babel o homem quer fazer seu nome célebre (Gn 11)! Seria possível driblar a morte? Quando o homem morre seu espírito se desprende do corpo e este irá para a glória ou para a condenação eterna, é o que relata contundentemente a Bíblia.
O ser humano tateia a noção do passado, presente e futuro, mas a eternidade só pode ser descortinada pela fé! Entretanto, quantos cristãos vivem acorrentados ao passado pela culpa e pecado? Esquecem que Jesus disse “está consumado”, ou seja, nossos pecados estão perdoados. Quantos são oprimidos pelo amanhã? Esquecem o antídoto profícuo contra a ansiedade: a fé. Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? (Mt 6.27).
Como Deus lida com o tempo? De forma perfeita em cada instante! Por amor decide se encarnar para nos salvar. Quanto tempo esperou? Milhares de anos... Veio na plenitude dos tempos. Escolhe vir como figura humana, a primazia da sua própria criação, no ventre de Maria 9 meses fica! A Palavra relata que crescia em graça, sabedoria e estatura, foi se desenvolvendo com o mover do pêndulo, apesar de ser Deus!
Alguns argumentam: “O Senhor tem poder para descer fogo do céu e consumir, prontamente, o holocausto preparado pelo profeta Elias para revelar que Deus é acima de todos os deuses”. Contudo, fatiam o tempo, pois não se recordam que o Senhor esperou 3 anos e meio sem chuva nem orvalho destronando toda a provisão que o deus da tempestade poderia gerar, Baal.
Deus liberta o povo com mão poderosa das garras de Faraó, mas são 400 anos vivendo como estrangeiros...
No deserto, a poucos dias de entrar na Terra Prometida, em virtude da incredulidade, da murmuração, o Eterno faz a nação esperar 40 anos, a cada dia que esteve espiando o crescente fértil Deus multiplicou 365 vezes, pois não creram na promessa (Hb 4)!
Deus expurga a idolatria do povo de Israel, diversas vezes acometido pela prostituição espiritual... Pacientemente o Senhor, durante centenas de anos, levantou profetas para gerar realinhamento, orientações e alertas solenes. Mesmo depois de tanto tempo o povo não aprendeu! O Reino do Norte cai... Jerusalém é tombada em 586 a.C. para esperar longos 70 anos de escravidão na Babilônia, até que viesse a restauração. Depois de tanta admoestação os Judeus aprenderam visceralmente que só existe um único Deus, lição que perdura há mais de 2.500 anos...
Deus nos trata, usa o tempo e as circunstâncias como matéria prima para expurgar nossa impaciência, quebrar nossa autossuficiência, esvaziar a ansiedade, pois Ele é provedor de tudo da maneira certa no tempo perfeito. O Senhor não é o Deus que atua normalmente na velocidade do micro-ondas, antes nos transforma no banho-maria.
Deveras, não alcançamos quando a Palavra diz que para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia (2 Pe 3.8). Alguém poderia arguir a onisciência e transcendência do Eterno?
A profissão de Jesus não poderia ser mais profética: carpinteiro. O Carpinteiro do céu nos talha, nos esculpe e faz em nós contornos belos e profundos para sermos mais semelhante a Ele. Com suas mãos poderosas e santas vai limando nossas imperfeições, fazendo a madeira bruta tomar forma que glorifique o artesão, com estética e funcionalidade. Isso leva tempo! É um processo artesanal. Não é massificado, pois é personalíssimo. Há o tempo para a madeira ser curtida, temperatura e pressão vão tirando o verdume da madeira para que não empene com as intempéries. Jesus é habilidoso, sabe trabalhar com todos os tipos de madeira e cada uma tem seu valor e a sua singularidade.
O Verbo aguardou 30 anos para começar seu ministério... Em 3 anos foi em povoados e nos recônditos putrefatos dos corações para talhar a vida por meio do amor! Cada passo foi ao encontro dos perdidos, dos doentes, dos marginalizados, daqueles que não tinham condições de retribuir, apenas receber. Em Sua dura jornada tinha tempo para ficar no aconchego do Pai, sob o teto estrelado orava nos montes, nas madrugadas, fora da multidão na solitude de sua comunhão com o Senhor.
Jesus não aceitou atalhos, não se prostrou diante do tentador para receber o mundo inteiro, antes trilhou dia a dia sua missão com grande amor e fidelidade. Foi obediente até a morte. Sua via crúcis foi horrenda, sua morte lenta, passo a passo seguiu o caminho da humilhação, do escárnio, da absoluta injustiça, mas ele não abriu a boca, como ovelha muda diante dos seus tosquiadores se entregou por amor a ti e a mim, em cada lágrima e sangue a manifestação da vida para nos salvar. O tempo prova o amor!
Cruz é a morte mais dolorosa já inventada, excruciante! Jesus pediu ajuda em oração, se preparou de joelhos com lágrimas e sangue para enfrentar a maldição do pecado: a morte. Maldito o que é pendurado num madeiro! Exposto e seminu não se envergonhou do seu propósito, permaneceu firme até o fim.
Abriram-se sepulcros e muitos santos no Senhor são ressuscitados com a morte de Jesus (Mateus 27:52-53). Trevas invadem o meio dia até às três da tarde, nunca houve um dia assim! Houve um terremoto a ponto do oficial romano (centurião) professar: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus.” (Mateus 27:54b).
3 dias passou no ventre da Terra, o Deus da vida morto ressuscita em glória, poder, num corpo ressurreto: é Páscoa! A vida venceu a morte! Jesus destronou o último inimigo e deu á igreja todo poder e autoridade para pregar esta boa nova: a salvação no filho amado do Pai: Jesus é Deus, Jesus é o salvador!
Em Cristo, nosso tempo é recodificado: o passado é perdoado, o futuro é permeado de grandiosas e eternas promessas, o presente é dádiva que devemos viver como mordomos fieis, sem medo nem ansiedade, mas com fidelidade, em adoração e dependência do Senhor do tempo, na certeza daquele que enviou seu Filho para nos resgatar do império das trevas e transportar para o reino do filho do seu amado. Jesus redimiu nosso tempo!
Assim, o apóstolo Paulo ensina: não se atente naquilo que se vê, naquilo que é transitório, mas fite seus olhos no que é eterno. Logo, o cristão não é chamado para viver apenas o instante do momentum, mas ter seus olhos, coração, mente e espírito voltados para a Eternidade, pois este é o paradigma da vida: a vida Eterna com Deus.
Feliz Páscoa!
Pr. Hélder Rodrigues de Souza
Eu creio
1. Creio na absoluta soberania de Deus, que nunca perde o controle de nada.
2. Creio em Jesus Cristo, nosso único Salvador e Senhor, que está conosco todos os dias até a
consumação dos séculos.
3. Creio no consolo infalível do Espírito Santo, o Espírito da verdade que nos consola e
fortalece na angústia.
4. Creio no poder vivificador e transformador da Palavra de Deus.
5. Creio no cuidado amoroso do nosso Deus, a ponto de nos chamar de filhos.
6. Creio que o Eteno usa as circunstâncias, todos os acontecimentos no mundo inclusive o
coronavírus, para nos ensinar, tratar e abençoar.
7. Creio que as tribulações revelam o que está em nosso coração.
8. Creio que como cristãos devemos ser os primeiros a nos sujeitar às autoridades a fim de dar
bom testemunho.
9. Creio que somos morada do Espírito Santo, assim, devemos cuidar de todo o nosso ser:
espiritual, físico, emocional e intelectual.
10. Creio que cada um deve estar pronto para orar pelo descrente e ajudar o próximo,
sobretudo os mais necessitados.
11. Creio vivermos um momento singular para pregar o Evangelho, demonstrando nossa
confiança no Senhor e Salvador de nossas vidas: Jesus Cristo.
12. Creio que esta seja uma oportunidade incrível para nos fortalecermos espiritualmente
através da vida prática e diária de fé, por meio das orações, jejuns e meditação na Palavra de
Deus.
13. Creio que este é um período para grande aprendizado e maturidade.
14. Creio que temos a oportunidade graciosa de termos mais tempo de qualidade com a família.
15. Creio que o Senhor está nos ensinando o quão impotente somos, a humanidade e os mais
poderosos dos homens do mundo, todos nós dependemos de Deus.
16. Creio que aprenderemos a valorizar muito mais ações corriqueiras como sair à rua com
tranquilidade, bem como a alegria indizível de estarmos na casa de Deus.
17. Creio que apesar de estarmos distantes fisicamente, permanecemos unidos por sermos
família de Deus, corpo de Cristo.
18. Creio que o Senhor está nos preparando para a sua volta, gerando em nós um anseio maior
pelo seu retorno, Maranata!
19. Creio num Deus que nos livra do mal, nos protege e nos guarda.
20. Creio no Senhor que tem o poder de nos curar usando a medicina e também de forma
milagrosa.
21. Creio que quando morrermos iremos imediatamente para o céu, assim, não temo a morte,
pois creio no Deus da vida.
Pr. Hélder Rodrigues de Souza
Um povo cheio de vida
Regozijai-vos na esperança; sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes.
(Rm 12.12)
Viver pela fé significa andar se gundo os mandamentos e as promessas do Senhor. Se a nossa vida estivesse alicerçada apenas neste mundo seríamos o povo mais infeliz da Terra, pois nossa esperança estaria calcada em nada (1 Co 15.12-19). Entretanto, cremos que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Logo, como o Messias é a ressurreição e a vida (Jo 11.25), todo aquele que N'Ele crer passará da morte para a vida eterna. Esta é a esperança que orienta toda a nossa existência! Assim, cada passo, cada dia, cada ação devem ser norteados na Eternidade. A esperança da vida Eterna nos leva ao regozijo no presente.
Se a fé nos impulsiona a agir em conformidade com a Palavra de Deus, a esperança nos faz deleitar na esperança, não ansiosa, mas deliciosa: chegará o dia... Somos o povo da esperança porque cremos no Deus da aliança, que fez um pacto de vida por meio de sua morte a ponto de afirmar que nem a morte pode nos separar de seu amor (Rm 8.38-39). Portanto, regozijemos na esperança! Sede pacientes na tribulação. A palavra “tribulação” vem do latim tribulum, o lugar onde se descascava o trigo, separando o grão da palha. O tribulum, segundo o Rev. Hernandes, “era um pedaço pesado de madeira com cravos de metal usado para debulhar cereais. Ao ser arrastado sobre os cereais, o tribulum separava o grão da palha” 1
. As tribulações na vida do cristão não vêm para destruí-lo, antes para santificá- lo. Entretanto, são necessários uma visão bíblica adequada e o encorajamento do Espírito impulsionando o crente a uma atitude proativa em meio ao deserto. “As tribulações não operam por si mesmas”, prossegue Hernandes, “à revelia, na vida dos salvos, mas são trabalhadas pelo próprio Deus, para o nosso bem. Por meio das tribulações, Deus esculpe em nós a beleza de Cristo.” 2
Devemos discernir que a tribulação não é um fim em si mesmo, mas uma
maneira de Deus nos transformar, ou seja: fortalecer nossa fé; sermos mais maduros e íntegros; expurgar o velho homem; gerar em nos humildade e quebrantamento; aumentar nossa dependência do Senhor; levar-nos a uma compaixão maior pelos que sofrem, então teremos resignação em meio às lutas. A maturidade nos ensina a grandeza da paciência.
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1 LOPES, Hernandes Dias. Romanos: o evangelho segundo Paulo. São Paulo: Hagnos, 2010, p. 209.
2 Idem, p. 209.
Por outro lado, se o cristão enxergar a tribulação apenas como um sofrimento redundará em desespero, amargura, murmuração e enfraquecimento da fé. A compreensão sobre as tribulações enfrentadas nem sempre é fácil, ainda mais quando acontecimentos ruins acometem pessoas “boas”. Contudo, a Bíblia exorta que o nascido de novo não vive por vista, mas por fé (2 Coríntios 5.7).
Por fim, devemos perseverar nas orações. A perseverança nas súplicas revela a nossa verdadeira crença. insistência das orações não é uma repetição como uma ladainha enfadonha, mas um desnudar da alma diante das nossas necessidades e anseios.
Jesus começou seu ministério 40 dias orando e jejuando. Quando tinha que tomar alguma decisão importante passava a madrugada orando. No momento em que enfrentaria sua colossal tribulação o fez de joelhos no monte da oliveiras. Quando oramos oxigenamos nosso espírito, permeamos nosso coração de esperança e nos relacionamos de forma mais íntima e profunda com o Eterno.
Não há vida com Deus sem oração! Deus é galardoador dos que o buscam (Hb11.6) e responde nossas orações de maneira surpreendente: Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes (Jr 33.3). A história bíblica nos revela: quem persevera em oração prevalece.
Que sejamos norteados neste tripé: No regozijo na esperança que não confunde (Rm 5.5); na resiliência nas tribulações e na constância nas orações para que sejamos um povo cheio de vida!
Pr. Hélder Rodrigues
Por que devemos dizimar?
1. Porque é mandamento (Dt 14.22) - Separem o dízimo de tudo o que a terra produzir anualmente.
2. Porque o dinheiro deve ser consagrado a Deus (Lv 27.32) - O dízimo dos seus rebanhos, um de cada dez animais que passem debaixo da vara do pastor, será consagrado ao Senhor.
3. Porque o Senhor exige as primícias do cristão (Ne 10.35-37) - Também assumimos a responsabilidade de trazer anualmente ao templo do Senhor os primeiros frutos de nossas colheitas e de toda árvore frutífera.
4. Porque desenvolve a nossa fé (1 Tm 6.10) - Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos.
5. Porque nos ensina a obediência (At 20.35) - Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber.
6. Porque fortalece nosso caráter e confirma nossa fidelidade (Lc 16.11) - Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas?
7. Porque revela nossa total dependência do Senhor (1 Cr 29.14) - Mas quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos contribuir tão generosamente como fizemos? Tudo vem de ti, e nós apenas te demos o que vem das tuas mãos.
8. Porque representa um compromisso do cristão com o Eterno (Gn 28.22) - E esta pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo.
9. Porque demonstra a prioridade do crente (Fp 3.20) - A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
10. Porque orienta o que é mordomia cristã (parábola do servo vigilante – Lc 12.35-48)
11. Porque é princípio de semeadura (2 Co 9.6) - Aquele que semeia pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará
12. Porque explicita nossa gratidão (1 Cr 29.8-9) - Quem tinha pedras preciosas deu-as para o depósito dos tesouros do templo do Senhor, cujo responsável era Jeiel, o gersonita. O povo alegrou-se diante da atitude de seus líderes, pois fizeram essas ofertas voluntariamente e de coração íntegro ao Senhor. E o rei Davi também encheu-se de alegria.
13. Porque é motivo de alegria (2 Co 9.7) - Cada um dê conforme determinou em
seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com
alegria.
14. Porque honra a Deus (Pv 3.9) - Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações;
15. Porque é expressão de adoração (1 Cr 29.10-11) - Davi louvou o Senhor na presença de toda a assembleia, dizendo: "Bendito sejas, ó Senhor, Deus de Israel, nosso pai, de eternidade a eternidade. Teus, ó Senhor, são a grandeza, o poder, a glória, a majestade e o esplendor, pois tudo o que há nos céus e na terra é teu. Teu, ó Senhor, é o reino; tu estás acima de tudo.
16. Porque Deus é o provedor (1 Cr 29.12) - A riqueza e a honra vêm de ti; tu dominas sobre todas as coisas. Nas tuas mãos estão a força e o poder para exaltar e dar força a todos.
17. Porque subjuga a idolatria do nosso coração: avareza (Ef 5.5) - Porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral nem impuro nem ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.
18. Porque Deus repreende o devorador (Ml 3.11) - Impedirei que pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos campos não perderão o seu fruto", diz o Senhor dos Exércitos.
19. Porque Jesus confirmou a prática do dízimo (Mt 23.23) - Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.
20. Porque é instrumento para a manutenção da obra de Deus (Ml 3.10a) - Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa.
21. Porque produz bênção (Ml 3.10b) - Ponham-me à prova, diz o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las.
Seja um dizimista fiel!
Pr. Hélder Rodrigues
Deus é Santo
Deus é santíssimo! Todos os Seus atributos são santos! Todas as Suas ações são santas! Seus mandamentos são santos, justos e bons (Rm 7.12)! O pr. Jerry Bridges afirma: a “santidade descreve a majestade de Deus e sua pureza e perfeição moral. Santidade é um dos seus atributos; isto é, a santidade é uma parte essencial da natureza de Deus”. E complementa: “A santidade é a perfeição de todos os seus atributos: o seu poder é poder santo; a sua misericórdia é misericórdia santa; a sua sabedoria é sabedoria santa. É a santidade de Deus, mais do que qualquer outro atributo, que o torna verdadeiramente digno do nosso louvor.”
Quando Moisés louvou a Deus pelo livramento dos israelitas do exército de Faraó cantou: “Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a Ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?” (Êx 15.11 - grifo do autor). A santidade, portanto, gera em nós segurança no Deus que faz tudo perfeito e que é fiel em todas as suas ações. Logo, podemos nos deleitar em seu Ser, em sua majestade, em suas promessas, em sua perfeição...
O profeta Isaías, exortando o povo de Deus, declarou: “Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá” (Is 59.2). É o pecado que nos separa de Deus, somente o pecado, pois Deus é santo e não aceita o pecado. O Senhor leva tão a sério o pecado que enviou seu Filho unigênito para morrer na cruz em nosso lugar, pois o salário do pecado é a morte. Somente um Deus santo pode exigir de nós santidade, que significa separação do pecado. É viver em conformidade com o Seu caráter.
Quem é suficiente para uma vida reta? Ninguém! A Bíblia diz que todos, absolutamente todos, pecaram e, por isso, estavam destituídos da glória de Deus, mas o dom gratuito é a salvação em Cristo (Rm 3.23-24)! Assim, é em Cristo que temos o perdão de nossos pecados e, por meio do Espírito Santo, somos transformados para vivermos em santidade. Fomos escolhidos pelo Pai, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele (Ef 1.4). Pedro é enfático: “Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15-16). Note, a separação do pecado não é apenas em algumas áreas, como se o Senhor fechasse os olhos diante do porão horripilante de pensamentos, palavras ou ações... Deus nos quer por inteiro, viver para Deus envolve todas as esferas da nossa existência, inclusive as intenções do coração.
É o Eterno que nos transforma para sermos capazes de viver debaixo de Sua maravilhosa vontade, em obediência e separação para glorificar o Seu nome. Portanto, santidade é um dom de Deus! Mas é também um mandamento para todos que nasceram de novo. Não se trata de uma mera opção.
É em Cristo, por meio do Espírito e da Palavra que somos a cada dia restaurados para uma vida mais digna diante do Senhor e dos homens, o que requer diligência para a mortificação da carne e vigilância para não cedermos às tentações do mundo nem do Diabo. Ninguém vive em santidade se olhar para si, seus desejos ou necessidades, mas quando nos voltamos para o Senhor, quando discernimos pela fé a Sua Palavra é que podemos cumprir o que o Eterno requer de nós: santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14)!
Pr. Hélder Rodrigues
Você é maduro?
Tudo é formoso no devido tempo (Ec 3.11). Cada fase da vida é bela! Isso se torna um problema quando ocorre um atraso. Se um bebê não pode correr, tampouco um homem pode viver engatinhando. Paulo revela muito bem este princípio: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava com menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino” (1 Co 13.11). Por que Paulo usa o verbo “desistir” das coisas próprias de menino quando chegou a ser homem? O sentido do verbo desistir é “fazer cessar”, “anular”, “privar de força”, “influência”, “poder”. Então isso significa que a maturidade não é tão natural como o crescimento físico de um criança? Efetivamente não. O que é ser maduro? É se assemelhar cada vez mais a Jesus (Ef 4.13-14)! Logo, quanto mais comunhão temos com Deus mais maduro seremos. A maturidade é permeada de relacionamento com Deus, com o próximo e consigo. Os dois maiores mandamentos de Deus, base de todo cristianismo, revelam exatamente isto: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. É impossível alcançar maturidade sem relacionamentos. Aliás, os relacionamentos mais próximos, quando não são sadios, geram diversas inseguranças e feridas, ou seja, imaturidade. Um pedagogo sabe que o ensino é uma construção que precisa ser edificada sobre determinados fundamentos para se passar para a próxima fase do saber, assim também em relação à maturidade. Se não sabemos lidar com as emoções nos
tornamos como crianças, instáveis e imaturas. A belíssima princesa virou uma bruxa quando o espelho revelou que a Branca de Neve era mais formosa do que ela. Como você lida com a frustração? Com ira? Culpando as pessoas? Se vitimizando? Se martirizando? Simplesmente fugindo? Deus usa as circunstâncias para revelar o que está em nosso coração (Dt 8.2).
Sim, compreender a soberania divina implica discernir que não existe o acaso. Logo, tudo que acontece conosco é uma maneira de Deus nos abençoar ou nos tratar a fim de que alcancemos a maturidade em Cristo. Jesus enfrentou o vexame e o colossal sofrimento da cruz com alegria (Hb 12.2). Longe de ser masoquista sua resiliência se deu porque compreendia o propósito de sua crucificação: a salvação dos pecadores. Assim, damos passos largos à maturidade cristã à medida que discernimos que não existe o acaso, sorte ou azar, mas em tudo o Todo-Poderoso utiliza os acontecimentos para nos amadurecer.
Uma visão míope dos designíos de Deus diante do infortúnio nos levará fatalmente à amargura e incredulidade, mas Jó revela a grandeza de um homem íntegro e temente a Deus diante de sofrimento avassalador: “O Senhor deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor (1.21).” Ele não tem apenas a força de olhar além do sofrimento, mas a grandeza de adorar ao Senhor! No balançar do pêndulo divino o tempo nos ensina que há um propósito certo para cada ocasião: “há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu” (Ec 3.1).
Maturidade, portanto, se alcança com o tempo, não simplesmente o passar desatento das horas, dias, meses, mas viver sob os alvos de Deus. Muitos se perguntam: “Quais são os propósitos do Senhor para minha vida?” O maior é amar! Paulo revela que deixou de ser menino para amar de forma mais profunda, pois o fundamento do amor está na bondade e na paciência (1 Co 13.4). Maturidade é se assemelhar a Cristo, é amar como Jesus amou, de forma bondosa, vencendo o mal com o bem e regozijando-se com a verdade; e de maneira
paciente não se ressentindo com o mal e não guardando rancor (1 Co 13.5-7). Isso é reflexo de humildade! Existe maturidade na soberba? Você é uma pessoa madura?
Pr. Hélder Rodrigues
FAMÍLIA, LUGAR DE REDENÇÃO
A família é projeto divino! Foi Deus que sonhou Eva para Adão. Diante da magnitude da criação, no penúltimo dia o Criador fez o único ser no céu e na terra à sua imagem e semelhança: Adão. Depois fez alguém que o auxiliasse e correspondesse: Eva. Assim, se o homem é a primazia da criação, então Eva o primor do homem. Homem e mulher são o tijolo básico de tudo que Deus criou! O homem é o fundamento da criação, tanto que Deus lhe deu autoridade de dominar, subjugar e povoar o mundo. Portanto, a família é a base da criação e Jesus a pedra angular, o fundamento da humanidade, logo, das famílias. A família é uma comunidade teológica! Moisés enfaticamente exortou o povo de Deus a ensinar seus filhos e netos a seguir os caminhos do Senhor: amá-lo com todas as forças, a ter o temor a Deus e obedecê-lo fielmente (Dt 6.1-9). “Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Dt 6.7) Note que o ensinamento é constante! Sentado, no caminho e deitado. O ensinamento é o tempo todo! O ensinamento é com persistência e diligência! Trata-se de uma incumbência dos pais, pois o
aprendizado começa em casa, não na igreja. A maior responsabilidade de ensinar os filhos a andar no caminho do Senhor é dos progenitores, e não do pastor ou professores da Escola Bíblica, estes são cooperadores. A família é uma comunidade sociológica! Lá aprendemos a viver em conjunto, o que significa compartilhar um chocolate ou um brinquedo, a servir desde pequenino ajudando, por exemplo, a tirar o prato. A se submeter a regras, a obedecer aos mais velhos, a honrar os pais, a ser respeitoso e verdadeiro. É onde recebemos amor e amamos. É em casa que aprendemos tudo isto! Pesquisas apontam que a educação informal é a maneira mais eficaz do aprendizado. É dentro de casa que deveríamos aprender os maiores valores da vida: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. A família é uma comunidade redentora! Redenção significa libertação, reparo, salvação. Teologicamente é resgatar alguém do pecado. No contexto de Deuteronômio 6: “No futuro, quando os seus filhos lhes perguntarem: ‘O que significam estes preceitos, decretos e ordenanças que o Senhor, o nosso Deus, ordenou a vocês?’ Vocês lhes responderão: ‘Fomos escravos do faraó no Egito, mas o Senhor nos tirou de lá com mão poderosa.” (v. 20-21)
Por que devemos obedecer a Deus? Porque Ele é santo, perfeito e justo! Mas também porque o Senhor nos resgatou do império das trevas (Cl 1.13). Os israelitas foram salvos do jugo da escravidão. Então quando perguntarem porque devemos seguir estes preceitos divinos, a resposta é enfática: “porque Deus nos redimiu!!!” Assim, quando houver desavenças na família, encare como uma oportunidade divina para agirmos de forma piedosa, ou seja, com amor e verdade. Diante do erro o cristão não condena, mas perdoa. Diante da afronta não ataca, mas vira a face. Diante do mal vence-o com o bem. Diante da dureza do outro, dobra o joelho e fala com o Senhor. Diante de seu fracasso assume, não culpa. Quando cai o cristão pede socorro e misericórdia a Deus.
Quando alguém da família pecar agiremos de forma redentora, e não como promotores de justiça ou lutadores de MMA, mas como embaixadores de Cristo levando o outro aos pés da cruz por meio das verdades bíblicas que devem permear toda a nossa volição, desejos e ações. O casamento e a família nunca estarão fora de moda porque não é uma invenção humana, mas divina. É no seio familiar que precisamos exercer com todas as forças a grandeza do Evangelho e, desta forma, sermos luzeiros a pessoas e famílias que estão destituídas da graça do Senhor!
Pr. Hélder Rodrigues
Nunca o deixarei
“Deus mesmo disse: nunca o deixarei, nunca o abandonarei.” Hb 13.5
Uma promessa arrebatadora
A Palavra confortadora
Segurança recompensadora
São as palavras do nosso Senhor
Para arrebatar nosso temor
Temor pelo inimigo
Anseio pelo desconhecido
O Senhor se revela
Deus presente
Deus com a gente
Suas promessas nos fazem lutar
Suas promessas nos ensinam a acreditar
Suas promessas nos levam a esperar
Suas promessas nos impulsionam a conquistar
O Senhor é meu Ajudador, não temerei
O Senhor é minha Bandeira, não recuarei
O Senhor é minha Torre Forte, não perecerei
Ansiedade para quê?
Para aqueles que não creem nas promessas
Para aquele que não professa
A fé não confessa
Vida honesta e abundante
Vida sábia e temperante
Vida eterna e avante
Viverei
Sonharei
Descansarei
Receberei
O prêmio da vocação soberana
A incorruptível coroa
Meu nome selado no livro da vida
Obra do Deus presente
Fruto da graça perseverante
Realização do poder impactante
Da comunhão constante
Será que vivo esta certeza?
Será que dou ouvidos à incerteza?
Será que não discirno as mentiras das trevas?
Não! viverei pela fé
Nortearei meus pés
Para a vida eterna
Para a glória do Eterno
Vivo não conforme os padrões do mundo
Vivo não conforme os dizeres dos indivíduos
Vivo em conformidade às promessas do divino
Vivo e descanso!
Pr. Hélder Rodrigues
O Santo Morreu
O Santo morreu
A vida fluiu das mãos de Pilatos
A água escorrida, o sangue derramado
O Justo morrendo pelo profano
O Santo feito libação
Dilacerado foi seu coração
O Perfeito julgado sem opção!
Morreu para dar vida
O Autor da vida
A todo que acredita
Libertação, redenção, salvação
Não há mais condenação
O que resta senão adoração?
Inexplicável então
Sem compreender a razão
Os homens se julgam sãos
São pecadores, destituídos da glória
Desvirtuados pela mentira da serpente ilusória
Iludidos se tornam escravizados
Se julgam livres, estão desgovernados
Acorrentados pelos desejos mundanos
Cegos para a luz de Cristo
Insisto
Não há vida sem Cristo!
Jesus morreu para nos salvar
Os discípulos vivem para salgar
A igreja para proclamar:
Jesus Cristo é o Senhor!
Deus é o autor
Do transformador amor...
Pr. Hélder Rodrigues
Menina, escrava, missionária
Os apóstolos foram os primeiros missionários cristãos. Os profetas desenvolveram a missão de proclamar a verdade de Deus para o povo eleito. Os reis de Israel deveriam governar segundo a soberania divina. Os sacerdotes têm como vocação conduzir o povo segundo os preceitos do Senhor. Assim, a grande comissão é um mandamento para todos os escolhidos de Deus viverem e proclamarem as boas novas.
Ser missionário não é privilégio de determinadas pessoas, mas a essência de ser cristão, nas palavras de Paulo: Anunciar o evangelho é necessidade que se me impõe (I Co 9.16). É um compromisso de toda a comunidade que vive e transmite a sua fé. Nenhuma igreja do Senhor é fiel à sua vocação se não for missionária, se seus olhos não estiverem voltados para fora de si mesma.
A incumbência de pregar o evangelho a toda criatura é da Igreja, a continuadora, a ekklesia ou os “chamados para fora”, convocados pelo Senhor para uma missão: anunciar que não existe salvação em outro nome a não ser em Jesus Cristo, o filho de Deus.
Jesus, num dos momentos mais emblemáticos de seu ministério, prestes a ser ascendido ao céu, ordena “ide e fazei discípulos”. Para tanto, confere autoridade e poder à igreja para cumprir este chamado. E não apenas isto “o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam.” (Mc 16.20)
Desse modo, onde há proclamação com fidelidade e fé há o poder de Deus atuando, transformando, libertando e salvando.
Veja o que Senhor faz quando há um coração missionário: uma menina foi levada como escrava pelo grande comandante do exército do rei da Síria, Naamã, homem poderoso em guerra, porém leproso.
O nome desta menina é desconhecido, contudo, sua postura é aclamada de geração em geração. Qual deveria ser sua atitude diante da agressão sofrida? ser arrancada do seio familiar! sua terra natal ficara distante! sua rotina mudara radicalmente, sua vida jamais seria a mesma...
Entretanto, mesmo presa fisicamente, seu espírito permanecia livre, não permitiu que a amargura e o sofrimento a acorrentassem. Quando ela fica sabendo que seu Senhor, Naamã, está com lepra diz: “se o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra” (2 Rs 5.3).
Sua fala é carregada de fé ao anunciar que o profeta tem poder em Deus para curar uma doença incurável. Sua ação é permeada de compaixão, ela não nutria ódio do seu senhor, mas suscitou da crueldade a misericórdia. Suas palavras não ecoaram apenas no coração de Naamã, que nelas vislumbra uma possibilidade, a ponto de levar a notícia ao rei da Síria, que dá uma carta de recomendação ao rei de Israel.
Uma palavra cheia de fé e compaixão alcança o comandante e o rei da Síria. De fato, os sinais seguem os que creem. Naamã parte com uma grande comitiva levando uma quantidade gigantesca de ouro e prata, achando que poderia comprar o favor do Rei dos reis e, ao chegar em Samaria, ouve do discípulo do profeta: vá se banhar 7 vezes no Jordão!
Seu orgulho aflora, mas é convencido a obedecer... Deus, assim, na sua infinita graça o cura, o transforma!
Você tem um coração missionário?
Pr. Hélder Rodrigues
Bodas do Cordeiro
“Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e sua noiva já se aprontou. ” (Ap 19.7)
Deus é relacional! Seu amor permeia suas ações perfeitas. O Todo-Poderoso criou o universo e o entregou ao ser humano para o governar e se relacionar diariamente com Ele. Mas o pecado maculou o propósito inicial do Criador. A aliança divina foi estabelecida unilateral e soberanamente, mas foi rompida única e exclusivamente por Adão e Eva devido à desobediência.
O vínculo da aliança divina é o amor (Dt 7.9), mais do que isso, a conexão da vida, caraterizado por um relacionamento indestrutível entre duas partes: o Eterno e seus filhos. Estabelecida no céu, segundo a vontade maravilhosa de Deus, o Senhor nos fez e se aliançou conosco. Seu amor é mais elevado que o céu, mais apoteótico que o fulgor celeste, incontável como as estrelas, mais abundante do que a água que produz vida na Terra. Deus simplesmente nos ama!
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos, (Sl 19). Assim como o céu revela a grandeza divina, o casamento reflete não apenas o amor entre homem e mulher, mas expressa a aliança do Pai para com seus filhos.
Deus enviou seu Unigênito para trilhar um caminho de misericórdia e resgate da noiva (humanidade caída pelo pecado). Para salvar seus filhos, pagou o preço de sangue. O apóstolo Paulo descortina este mistério quando se volta para o início da criação em Gênesis 2, fazendo analogia da aliança divina com o casamento humano: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32).
Paulo, portanto, mostra que a aliança entre o casal é uma representação do pacto perfeito de Deus, isto é, aqueles que creem em Jesus como o resgatador. Sob esta dimensão devemos nos relacionar com nosso cônjuge, o que muda radicalmente nossa visão e comportamento, pois nosso paradigma não estará apenas no que o outro é ou faz, mas sobretudo no que Deus é e faz por nós.
Assim, o relacionamento será alicerçado sobre o prisma da verdade e do amor, a ponto de Paulo declarar que o amor tudo sofre, suporta e espera, pois sua realidade nasce no céu, e não no outro. Quando o casamento é celebrado entre dois filhos de Deus (homem e mulher) terá o fundamento da aliança graciosa e o impelir do Espírito para transformação do “eu caído”.
Se no capítulo 3 de Gênesis vemos a derrota retumbante, então nos últimos capítulos da Bíblia contemplamos a vitória apoteótica de Jesus, arrebatando sua noiva para celebrar as Bodas do Cordeiro. Com efeito, ao som de muitas águas é proclamada a vinda do Senhor, então a noiva, jubilosa e com enorme expectativa, é vestida de linho fino, brilhante e puro (Ap 19.8), declarando seu amor, adoração e devoção ao Noivo, numa máxima, perfeita e eterna aliança.
Pr. Hélder Rodrigues
Somos corpo de Cristo
Todos nós temos o mesmo Pai,
Por isso somos irmãos!
Todos nós pertencemos ao mesmo Deus,
Por isso professamos a mesma fé!
Todos nós somos capacitados pelo mesmo Espírito,
Por isso cada um pode contribuir na casa do Senhor!
Oh, Senhor, que alegria fazer parte do corpo de Cristo:
Coluna e baluarte da verdade!
Jesus não veio estabelecer uma religião, mas um reino!
Por meio da Igreja somos agentes não secretos, mas embaixadores do Rei para proclamação das boas novas, edificação dos santos e em uníssono exaltar: santo, santo, santo, só o Senhor é Deus!
Ser igreja é chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram!
É carregar os fardos uns dos outros, isto é o cumprimento da Lei, porque é a manifestação do amor!
O amor é doador, serviçal, cheio de entrega e formosura
Cada qual deve exercer o dom que recebeu como bom despenseiro do Senhor da seara. De graça recebemos e de graça damos...
Ser cristão não é viver isolado uns dos outros, mas com laços de amor e serviço caminhar juntos para a glória indizível do nosso Deus!
Ser cristão é renunciar às obras infrutíferas da carne para exalar o perfume de Cristo, manifestando o fruto do Espírito!
A Manancial tem se empenhado para levar água pura aos sedentos e alimento sólido para o crescimento, estimulando o congraçamento entre os irmãos e desafiando cada um a exercer com amor e excelência seus dons a serviço do Reino.
Buscamos o equilibro entre o poder de Deus e o conhecimento das Escrituras.
Anelamos por luz na mente, fogo no coração, pés que fogem do mal e mãos amorosas em servir.
Obrigado Senhor por todas as atividades que tivemos em 2019 na Manancial, por tantas vitórias, apesar de lutas e tribulações, pois sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que andam segundo o seu propósito.
Obrigado, pois pela sua infinita misericórdia, o Senhor nos escolheu, chamou, justificou e nos glorificará, por isso somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou.
Viva o Rei da glória!
Pr. Hélder Rodrigues
Sonhar, realizar, adorar!
Sonhar a alma revigorar O espírito renovar O coração alegrar O corpo a realizar, marchar! Grandes sonhos revelam ousadia Requerem valentia Promovem persistência, sem desistência Provocam insistência e paciência! Se há suor haverá proveito Sonhar é subjugar a preguiça Se há perseverança ocorrerá mudança A confiança se firma na constância! A repetição é mãe do aprendizado, O arquiteto da realização O pai da perfeição Então deslumbrar-se o Deus da provisão! Permanecer é ir além do conquistável É desafiar o impossível É crer no indizível É esperar o invisível! Quem sonha acredita, realiza e conquista Quem sonha se encanta, se emociona, se delicia... Em cada suspiro um encontro Com o sonhado, agora alcançado! Sonhar acalma a inquietude da alma No leito fácil adormece A fé na provisão celeste Semear ainda que seja no agreste! Deus fez tudo encantador Planejou o homem conquistador Projetou um ser desbravador Revelou um ser sonhador! E se não alcança... Não se lança na amargura ou tristeza Compreende a força da correção O Deus que disse não! Na humildade e no renovo Se lança noutro sonho E encontra a maior realização: Crer no Deus da provisão. Sonhar, realizar, adorar!
Pr. Hélder Rodrigues
Deus é Santo
Deus é santíssimo! Todos os Seus atributos são santos! Todas as Suas ações são santas! Seus mandamentos são santos, justos e bons (Rm 7.12)! O pr. Jerry Bridges afirma: a “santidade descreve a majestade de Deus e sua pureza e perfeição moral. Santidade é um dos seus atributos; isto é, a santidade é uma parte essencial da natureza de Deus”. E complementa: “A santidade é a perfeição de todos os seus atributos: o seu poder é poder santo; a sua misericórdia é misericórdia santa; a sua sabedoria é sabedoria santa. É a santidade de Deus, mais do que qualquer outro atributo, que o torna verdadeiramente digno do nosso louvor.”
Quando Moisés louvou a Deus pelo livramento dos israelitas do exército de Faraó cantou: “Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a Ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?” (Êx 15.11 - grifo do autor). A santidade, portanto, gera em nós segurança no Deus que faz tudo perfeito e que é fiel em todas as suas ações. Logo, podemos nos deleitar em seu Ser, em sua majestade, em suas promessas, em sua perfeição...
O profeta Isaías, exortando o povo de Deus, declarou: “Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá” (Is 59.2). É o pecado que nos separa de Deus, somente o pecado, pois Deus é santo e não aceita o pecado. O Senhor leva tão a sério o pecado que enviou seu Filho unigênito para morrer na cruz em nosso lugar, pois o salário do pecado é a morte. Somente um Deus santo pode exigir de nós santidade, que significa separação do pecado. É viver em conformidade com o Seu caráter.
Quem é suficiente para uma vida reta? Ninguém! A Bíblia diz que todos, absolutamente todos, pecaram e, por isso, estavam destituídos da glória de Deus, mas o dom gratuito é a salvação em Cristo (Rm 3.23-24)! Assim, é em Cristo que temos o perdão de nossos pecados e, por meio do Espírito Santo, somos transformados para vivermos em santidade. Fomos escolhidos pelo Pai, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele (Ef 1.4). Pedro é enfático: “Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15-16). Note, a separação do pecado não é apenas em algumas áreas, como se o Senhor fechasse os olhos diante do porão horripilante de pensamentos, palavras ou ações... Deus nos quer por inteiro, viver para Deus envolve todas as esferas da nossa existência, inclusive as intenções do coração.
É o Eterno que nos transforma para sermos capazes de viver debaixo de Sua maravilhosa vontade, em obediência e separação para glorificar o Seu nome. Portanto, santidade é um dom de Deus! Mas é também um mandamento para todos que nasceram de novo. Não se trata de uma mera opção.
É em Cristo, por meio do Espírito e da Palavra que somos a cada dia restaurados para uma vida mais digna diante do Senhor e dos homens, o que requer diligência para a mortificação da carne e vigilância para não cedermos às tentações do mundo nem do Diabo. Ninguém vive em santidade se olhar para si, seus desejos ou necessidades, mas quando nos voltamos para o Senhor, quando discernimos pela fé a Sua Palavra é que podemos cumprir o que o Eterno requer de nós: santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14)!
Pr. Hélder Rodrigues
A DINÂMICA DA VIDA: AMAR!
“O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros com eu os amei.”
(Jo 15.12)
Toda a Bíblia está permeada do amor de Deus! Tudo o que o Senhor faz é a manifestação perfeita de sua bondade, poder e santidade. Deus é relacional! Fez o mundo, criou Adão e Eva para casar, se relacionar entre si e com Deus, multiplicar e dominar a criação.
Eles tinham a Terra para tirar seu sustento, para seu lar e deleite, mas também para ser o palco do encontro do Eterno com a criatura, todos os dias o Senhor se relacionava com eles.
Deus nos fez com o propósito de dominar sobre todos os seres criados, bem como de nos relacionarmos. Somos seres sociais! A vida não faz sentido sem relacionamentos! Com o pecado o elo foi quebrado, mas Deus decidiu continuar nos amando e nos deu uma segunda chance, por meio de Jesus!
Deus nos ama e nos ensina amar. O amor é muito mais do que um sentimento, é uma decisão, não é apenas uma atitude humana, mas divina, celestial! Assim, quanto mais andarmos com Jesus mais saberemos amar e ser amado.
Todo cristianismo está alicerçado no amor: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Precisamos compreender e crer que à medida que amamos a Deus somos transformados para cumprir o segundo maior mandamento: amar o próximo com a si mesmo. Portanto, quanto mais seu esposo amar ao Senhor melhor marido se tornará, quanto mais seu filho amar a Jesus melhor filho será.
Quando amamos a Deus acima de nós, então somos capazes de amor o outro como a nós mesmos. O amor não é uma opção é um mandamento, o amor não é obrigação é um deleite que requererá de cada um transformação para nos tornamos cada vez mais semelhante a Cristo. Quanto mais nos amarmos nos tornaremos mais parecidos com Senhor, logo quanto menos amarmos mais distantes de Deus estaremos. Contudo, este amor não deve ser apenas ao próximo bem próximo como cônjuge, filhos e alguns amigos, mas ao nosso semelhante que pode ser nosso próximo bem distante a ponto de não conhecermos. Quem ama verdadeiramente revela sua filiação, é filho de Deus!
Ser cristão é viver pela fé, ou seja, crer e se relacionar intimamente com Deus e atuar em amor (Gl 5.6). Analise suas ações e crenças e decida amar mais e mais, mas isto só é possível à medida que temos comunhão com o Senhor:
1. Se importe verdadeiramente com o outro (Rm 12.10, Fp 2.3)
2. Respeite efetivamente o outro (1 Co 13.5)
3. Doe seus dons e talentos sem esperar algo em troca (Mt 10.8 e 1 Co 12.7)
4. Prefira à honra uns aos outros (Rm 12.10)
5. Perdoe, pois esta é base de todo relacionamento sadio; é a manifestação súplice do amor (Mt 6.14)
6. O fundamento do amor é a bondade e a paciência (1 Co 13.4)
7. O amor é transparente e fiel (Rm 12.9 e Hb 13.4)
8. O amor é doador e serviçal (Mc 10.45 e At 20.35)
9. Quem ama persevera e espera (1 Co 13.7)
10. O amor incondicional não é uma relação com o outro (o que ele faz ou deixa de fazer), mas uma dinâmica (um relacionamento) de receber de Deus e fazer por amor ao Senhor (Mt 5.43-48)
Exerça o amor, seja um cristão, seja um reflexo do amor de Deus!
Pr. Hélder Rodrigues
O ENTRETENIMENTO E O CRISTÃO
Entretenimento significa “distrair-se”, “entreter-se”. É uma forma, portanto, de recrear as pessoas desviando-as de suas preocupações cotidianas. É o ofício de captar a concentração de grupos ou indivíduos visando, sobretudo, o prazer.
O entretenimento infantil centra-se em jogos e brincadeiras, e é fundamental na aprendizagem, desenvolvimento, socialização e formação da personalidade da criança. Os adultos ensinam e transmitem várias formas de entretenimento através de muitas atividades apelativas às crianças, como os fantoches, palhaços, pantominas.
Deus nos fez seres dotados de emoções e sentimentos! Entre o choro e a alegria compreendemos o sentido da vida à medida que meditamos na Palavra e em Seus propósitos! O problema não é o lazer, mas a falta de limites em relação ao tempo bem como as diversas “brincadeiras” profanas e inconvenientes praticadas atualmente, inclusive por cristãos e seus filhos.
Em 2016, a Octagon Worldwide empreendeu uma pesquisa, a serviço da empresa Mastercard, com o objetivo de avaliar os padrões de consumo do povo brasileiro. Entre os dados averiguados descobriu-se que 93% dos brasileiros preferem, na esfera do entretenimento, navegar pelo universo virtual.
Precisamos ter em mente:
1. Tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus, isto inclui o lazer (1 Co 10.31). Se nos seus momentos de lazer você se percebe culpado ou com vergonha de Deus ou de outras pessoas é preciso rever suas atitudes.
2. O apóstolo Paulo ensina que tudo é permitido, mas nem tudo convém (1 Co 6.12). Neste contexto a ideia que ele traz é não se deixar dominar por nada além do Espírito Santo de Deus. Quantos estão escravos da internet, facebook, whatsapp, não conseguem se divertir ou ter momentos de prazer numa boa conversa pois só encontram satisfação nos estímulos virtuais? Outros são enlaçados pela tv, novelas, revistas de fofoca ou jornais sensacionalistas. Como podemos vencer isto? Colocando limites! Sim, devemos estabelecer horários para nossos filhos jogarem, assistirem televisão, estudarem, mas o exemplo deve partir de nós.
3. Precisamos aprender a julgar todas as coisas e reter o que é bom (Ec 11.1). Quando estamos nos entretendo nosso senso crítico diminui drasticamente, nos tornamos ainda mais influenciados. Por exemplo, você já se pegou assistindo um filme onde o “mocinho é o vilão” e você torce para o bandido?
4. O apóstolo Pedro usa termos firmes para que “não nos amoldemos aos maus desejos”, tais: “estejam com a mente preparada”, “prontos para agir”; “estejam alertas”, pois “somos filhos da obediência” (1 Pe 1.13) e por isso não devemos nos “conformar com o presente século” (Rm 12.1-2). O mundo fica fascinado com o virtual, com jogos de azar, mas os crentes depositam suas mentes e corações em Jesus, a verdadeira alegria dos homens.
O entretenimento na vida de muitos cristãos tem sido uma pedra de tropeço, são enredados em coisas sem valor, que alimentam a carne e enfraquecem o espírito. Isso tem levado muitos a desejar os prazeres mundanos em vez de banquetear com as verdades celestiais. Há um espírito de distração aflorado no presente século que leva as pessoas a se tornarem levianas, a viverem excitadas pelos sentimentos. Se no iluminismo se apregoava “penso, logo existo”, no mundo pós-moderno atual a máxima é: “sinto, logo existo”. Mas o cristianismo nos ensina “creio, logo existo”!
Por que a busca por tanta diversão? Porque falta o essencial, as pessoas estão ávidas por entretenimento por não compreenderem que a verdadeira alegria provém do cerne da vida: amar a Deus sobre todas as coisas!
Pr. Hélder Rodrigues
A PERSEVERANÇA E A RICA RECOMPENSA
O meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele. Hb 11.38
O autor em Hebreus nos deixa maravilhados quando afirma que “temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu...” (Hb 10.19-20). A plena confiança se dá porque Jesus morreu para quebrar toda maldição que pesava sobre nós e, assim, a separação que outrora existia, fruto do pecado, foi satisfeita na morte vicária de Jesus, que se sacrificou em nosso lugar.
Assim, quando adentramos na presença do Senhor com um coração sincero e com plena convicção de fé teremos os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada (Hb 10.22). Isto significa que a culpa que nos atormentava é eliminada por reconhecermos nossos pecados e, sobretudo, pela manifestação graciosa de nosso Senhor Jesus.
Se por um lado recebemos de graça as dádivas celestiais, como a salvação, por outro, Deus nos exorta a permanecermos firmes e inabaláveis na fé. No caput do texto somos exortados a não retrocedermos, pois se assim fizermos seremos destruídos (Hb 10.39), por mais forte que seja a verdade de Deus e seu juízo, o Senhor não tem prazer nisto, contudo, não pode negar a si mesmo, a sua Santa e perfeita Justiça.
Nesse sentido, no capítulo 10 de Hebreus os versículos 26 a 31 enfatizam: “Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifícios pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus.”
Muito falam do amor de Deus, mas esquecem de Sua justiça; enfatizam a graça, mas omitem o juízo, explicitam a misericórdia, mas saltam o versículo: “Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (v. 31). Ninguém que anda com Deus pode banalizar seu amor, sua graça e perdão, pois, se assim fizer, além disso denotar falta de temor, sofrerá as consequências dos pecados.
A perseverança é uma manifestação da graça de Deus que nos capacita a andarmos em santidade com o Eterno, mas isto não exclui, pelo contrário, aumenta nossa responsabilidade de perseverarmos para viver em comunhão com Deus e com o próximo.
O texto nos motiva não apenas a chegarmos com ousadia na presença do Senhor, mas também, de nos ajudarmos mutuamente: “consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajarmos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia”. (v. 24-25)
De modo que a perseverança de andar com Deus implica necessariamente vivermos em unidade, ou seja, em igreja. O cristão que não congrega está fora dos propósitos estabelecidos por Jesus, o cabeça da igreja.
Por fim, o texto nos motiva firmemente quando declara: “Por isso, não abram mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada. Vocês precisam perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que ele prometeu.” (v.35-36). Confiança e perseverança andam juntos e nos leva a receber a rica recompensa celestial. Perseveremos, amados irmãos!
Pr. Hélder Rodrigues
O REINO DOS CÉUS
Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
Mt 6.10
O tema central da mensagem de Jesus consiste na vinda do Reino de Deus, ou seja, a vinda do Seu próprio Reino. As primeiras palavras do Rei Jesus no seu ministério foram: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.14-15).
O Reino dos céus não é uma religião, mas uma nação governada por um rei, neste caso, o céu, que é regido por Deus. Assim, quando o Senhor nos ensina a invocar este Reino estamos pendido que as Leis de Deus, suas verdades, seus valores, seus princípios, sua cultura governe nossas vidas.
Por esta razão Jesus nos exorta ao arrependimento, pois para fazermos parte deste Reino precisamos reconhecer nossos pecados e confessá-los, clamando pela misericórdia divina, ou seja, nos arrependermos.
Quando reconhecemos que Jesus é Deus (é Rei) e invocamos seu nome, então, graciosamente, Ele vem sobre as nossas vidas e nos transporta do império das trevas para o Reino do Filho do Seu amor (Cl 1.13).
"Se arrependa dos seus maus caminhos", é a mensagem de João Batista e de Jesus porque a nação do céu se voltou para aterra. Assim, os que creem nesta verdade se tornarão cidadãos do céus, filhos de Deus.
Segundo Herman Ridderbos “o sentido da vinda do Reino é descrito como a persuasão eficaz de Deus no homem para que reverencie as virtudes divinas (`santificado seja seu nome`)”. A vinda do Reino não é nada menos do que o grande irromper divino, ou “fender dos céus” (Is 64.1), o começo da operação do poder divino (Mc 9.1).
Este Reino foi implantado por Jesus. Ele não veio restaurar Jerusalém politicamente, nem belicamente, mas sob a ótica espiritual, ou seja, a implantação do Reino do céu (ou Reino de Deus é a mesma coisa).
O Reino não somente tem a ver com Jesus, ele também se origina D`Ele. A vinda do Reino só pode ser compreendida com base na ação miraculosa e poderosa de Deus.
Quando João Batista enviou seus discípulos para perguntarem a Jesus: “és tu aquele que haveria de vir?” teve como resposta:
“Naquele momento Jesus curou muitos que tinham males, doenças graves e espíritos malignos, e concedeu visão a muitos que eram cegos. Então ele respondeu aos mensageiros: "Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos veem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas-novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa". (Lucas 7.21-23)
Portanto, a manifestação do Reino de Deus significa a sua glória, justiça e amor na terra e sobre nós. Assim, os que creem vivem debaixo deste jugo, os incrédulos são governados pelo príncipe deste século, Satanás e seus demônios. E quando Jesus voltar a segunda vez irá completar a totalidade do Seu Reino sobre tudo e todos e, finalmente, os filhos de Deus passarão a eternidade com Ele “porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” (Mt 6.13).
Pr. Hélder Rodrigues
DISCÍPULOS DE JESUS
O discípulo é aquele que segue em obediência o seu mestre como aprendiz e servo. O Mestre dos mestres, Jesus, partiu resolutamente em direção a Jerusalém (Lc 9.51), seu destino final, para morrer em nosso lugar e nos resgatar. Nesta “última” caminhada são revelados três homens que poderiam se tornar discípulos. O primeiro disse: “Eu te seguirei por onde quer que fores” (Lc 9.57).
Uma fala direta e forte do aspirante que nos lembra a decisão tão bela de Rute á sua sogra Noemi: “Aonde quer que fores irei, onde ficares ficarei!” (Rt 1.17-18). Mas Jesus revela que as intenções desse homem não eram de todo honrosas. Ele via multidões, milagres, fama e por isso queria se tornar discípulo. Por isso Cristo o confrontou: “as raposas têm covis, as aves do céu, ninhos, porém o Filho do homem não tem onde pousar a cabeça” (v. 58). Se os animais têm um lugar de repouso o Filho do homem não. Seu nascimento foi numa manjedoura, em suas peregrinações não havia lugar nas estalagens, na Judéia é rejeitado (Jo 5.18); na Galileia o expulsam (Jo 6.66); em Gadara rogam que saia daquele distrito (Mt 8.34); em Samaria lhe negam hospedagem (Lc. 9.53); a multidão o despreza desejando sua crucificação (Mt 27.23). O Senhor diz não a este homem!
O segundo aspirante é Jesus que chama: “Siga-me”. “Mas o homem respondeu: ‘Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai’ (v.59). Em Israel era considerado um dever propiciar uma sepultura honrosa aos mortos (Mq 6.8). De forma surpreendente Jesus declara: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus” (v. 60). O sentido da frase é que os “mortos” devem se encarregar do funeral de alguém pertencente ao seu próprio grupo. Antes da conversão estávamos mortos em nossos próprios delitos e pecados (Ef 2).
É evidente que Jesus não está ensinando que não devemos assistir e providenciar os funerais, mas destacando a sublimidade das questões relacionadas ao Reino celestial diante da última homenagem aos mortos.
O terceiro aspirante declara: “Vou seguir-te, Senhor, mas deixe-me primeiro voltar e despedir-me da minha família” (v.61). Ambos os pleitos, enterrar os mortos e despedir da família, são mais do que razoáveis, entretanto, Jesus sonda os corações... Em sua resposta: “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (v.62). Sem dúvida andar numa direção enquanto olha para o lado oposto jamais dará certo.
Muitos o rejeitaram porque suas obras eram más (Jo 3.19), inúmeros o abandonaram porque seu discurso era duro (Jo 6), outros quiseram seguir, mas não foram aceitos. Entretanto, Jesus inicialmente comissionou 12, depois 72 (Lc 10) dando-lhes “autoridade para pisar sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo nada lhes fará dano” (Lc 10.19). Agora, todos os nascidos de novo são chamados para ser seus discípulos, mortificar o “eu” e segui-lo e, assim, manifestar a gloriosa mensagem das boas novas, do amor transformador e do poder restaurador do Mestre em nossos corações. Que tipo de discípulo você é?
Pr. Hélder Rodrigues
O QUE É IGREJA ? UMA VISÃO REFORMADA.
A igreja de Deus existe e está presente no mundo. O Senhor Jesus falou dela, quando disse aos discípulos que “edificaria sua igreja” (Mt 16.13-20) e quando determinou que os discípulos faltosos fossem corrigidos pela “igreja” (Mt 18.17). Podemos definir a igreja de Cristo como sendo a comunhão de todos os que foram chamados por Deus, mediante a sua Palavra, e que pela ação do Espírito Santo recebem a Cristo como único Salvador e Senhor, que conhecem e adoram a Deus Pai, Filho e Espírito Santo, em verdade, e que participam pela fé dos benefícios gratuitos oferecidos por Cristo.
A igreja é una, ou seja, só existe uma. Cristo sempre teve somente uma noiva: “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Ao mesmo tempo, ela é universal, está espalhada pelo mundo todo, e tem pessoas de todas as tribos, povos, e raças (Ap 7.9-10). Isto não quer dizer que a igreja de Cristo é do tamanho do mundo. Existe uma diferença radical entre a igreja e o mundo. A igreja está no mundo, mas não é dele. Jesus orou pela igreja mas não pelo mundo (Jo 17.9).
A igreja de Deus sempre existiu e sempre existirá. Deus sempre teve e terá um povo para Si, para o adorar em espírito e em verdade. A igreja de Deus, porém, atravessou duas fases históricas distintas. No período antes de Cristo ela estava grandemente resumida à nação de Israel, e funcionava com rituais, símbolos e ordenanças determinadas por Deus, como figuras e tipos de Cristo. Com a vinda de Cristo e do Espírito no dia de Pentecostes, estas cerimônias foram abolidas, e agora adoramos a Deus de forma mais simples. Porém, é a mesma igreja, o mesmo povo, no Antigo e no Novo Testamentos. Antes de Cristo, os crentes em Israel se salvaram pela fé no Messias que haveria de vir. Depois de Cristo, somos salvos pela fé no Messias que já veio. O autor de Hebreus inclui na mesma relação dos heróis da fé os crentes do Antigo e do Novo Testamento (veja especialmente Hb 11.39-40).
A igreja de Deus, mesmo sendo una e indivisível, existe agora em duas dimensões: (1) a igreja militante, composta dos crentes vivos neste mundo, que ainda estão lutando contra a carne, o pecado, o mundo e Satanás; e (2) a igreja triunfante, composta daqueles fiéis que, tendo vencido a luta, já partiram deste mundo, e hoje desfrutam do triunfo na presença de Deus (Hb12.22-23). Estas duas partes da igreja de Deus se unirão na Vinda do Senhor Jesus, quando houver a ressurreição dos mortos, e nosso encontro com o Senhor, para com Ele ficarmos para sempre, e com nossos irmãos de todas as épocas e de todas as partes do mundo (1Tess 4.16-18).
A igreja militante se expressa aqui neste mundo por meio de igrejas locais. Paulo escreveu cartas a várias destas igrejas, como a de Corinto, Tessalônica, etc. (1Co 1.2; 1Ts 1.1). Igrejas locais são a organização dos crentes, ainda que informal, que se reúnem regularmente para cultuar a Deus, serem instruídos em Sua Palavra, se edificarem mutuamente e celebrar os sacramentos. As igrejas têm direção e liderança espiritual, promovem cultos de adoração, celebram os sacramentos, anunciam o Evangelho e praticam boas obras. Estas igrejas locais podem ter um aspecto estrutural e organizacional, mas jamais devem ser consideradas como um clube ou uma empresa, e nem os interesses organizacionais devem sobrepujar os interesses do Reino de Deus.
Estas igrejas locais podem ser mais ou menos puras, dependendo de quão pura é a pregação do Evangelho que ocorre ali, a celebração correta dos sacramentos e o exercício da disciplina entre seus membros.
É tarefa de cada igreja particular reformar-se continuamente à luz da Palavra de Deus, procurando cada vez mais aproximar-se do ideal bíblico. São os princípios bíblicos que são imutáveis, não as formas organizacionais e externas. As igrejas locais devem zelar pela pureza da pregação, da celebração dos sacramentos e pela vida espiritual e moral daqueles que ali se congregam
Rev. Augustus Nicodemus
UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
“Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;” (Ef 4.3)
O Apóstolo Paulo exorta enfaticamente: ande de modo digno da vocação que foste chamado (Ef 1.4). Sem dúvida esta é uma verdade central do Evangelho: dignidade.
Honra, autoridade, nobreza são sinônimos da dignidade, que é a qualidade do que é grande, nobre, elevado (dic. Houassis). Basta olhar para um cristão que anda fielmente com Deus e você verá dignidade.
Veja que o Apóstolo dos gentios conclama: ande de modo digno da vocação! Uma pessoa digna é alguém merecedor de confiança, devido ao seu elevado caráter. É alguém honesto, honrado.
Para compreender melhor esta idéia pense num cliente que deseja comprar a prazo. O estabelecimento comercial fará uma avaliação financeira dele. Se o seu histórico comercial/financeiro for bom o cliente será avaliado pela loja como digno de crédito, e assim, poderá comprar.
E você, é uma pessoa digna de crédito?
São suas ações que revelam o seu histórico!
Logo, ser cristão pressupõe ser digno.
Neste texto de Efésios, o autor sagrado refere-se à dignidade apenas sob uma ótica: relacionamentos. “Andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.1-3).
A dignidade não é algo natural. A pessoa honrada precisa lutar para ser honrada. Infelizmente, quando assistimos as histórias de quadrinhos de super-heróis vemos a ênfase nos poderes, e não, no caráter. São os poderes sobrenaturais, como voar, enxergar através das paredes, ficar invisível que conferem a capacidade de ajudar a vítima a escapar do vilão. Mas são apenas histórias.
É o nosso caráter digno em Cristo que verdadeiramente exercerá a capacidade influenciadora sobre as vítimas do vilão (Lúcifer).
Essa dignidade no cristianismo se resume a amar ao próximo como a si mesmo. Essa é a arma letal contra o inimigo de nossas almas. “Nisto conhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”. (Jo 13.35)
É por isso que os “super poderes” do fruto do Espírito, daqueles que receberam esta capacitação por amarem a Deus, fazem toda a diferença: amor, humildade, mansidão, longanimidade (paciência), domínio próprio (Gl 6.22). É isto que nos dará a força necessária para suportarmos uns aos outros. Para vivermos em paz. Para nos relacionarmos em amor.
Tudo isso para manter algo não construído por nenhum super-herói tirado dos quadrinhos, mas pelo único Todo-Poderoso: preservar a unidade do Espírito, que é o vínculo da paz.
Você é digno?
Pr. Hélder Rodrigues
GUERREANDO DE FORMA CORRETA
As guerras que o povo de Israel enfrentou no Antigo Testamento eram muito mais do que a luta bélica entre nações inimigas, era a representação das batalhas espirituais que esta nação travava contra as trevas e o pecado. O apóstolo Paulo nos ensina: “a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12).
Discernir contra quem estamos lutando é fundamental para alcançarmos a vitória! Muitos casais se digladiam sem compreender que a semente do mal é semeada nos corações. Onde existe carnalidade haverá espaço para o diabo atuar e, portanto, trazer toda espécie de confusão e até a morte.
Depois do milagre do rio Jordão, em que as águas se estacaram para o povo passar de pés enxutos, a primeira ordem que Deus estabelece é erigir um altar como memorial dos grandes feitos do Senhor. A segunda ordenança é a circuncisão, que significa a aliança divina com todos que se consagraram a Ele. Em seguida, celebraram a Páscoa como símbolo da libertação do Egito.
Estes fatos apontam para a orientação espiritual e a consagração que o povo teria que ter para enfrentar as “guerras físicas”.
De forma sobrenatural venceram a primeira batalha contra a inexpugnável Jericó, ao som da trombeta do sacerdote e ao grito de guerra, segundo a ordem divina, as muralhas caíram. Sem dúvida algo inexplicável para a ciência.
Na segunda guerra, uma cidade ínfima comparada a Jericó, os israelitas perderam a peleja. Por que? Por causa do pecado oculto no meio do povo: “O Senhor disse a Josué: ‘Levante-se! Por que você está aí prostrado? Israel pecou. Violou a aliança que eu lhe ordenei. Apossou-se de coisas consagradas, roubou-as, escondeu-as e as colocou junto de seus bens. Por isso os israelitas não conseguem resistir aos inimigos, fogem deles porque se tornaram merecedores da sua destruição.” (Js 7.10-12 – grifo do autor).
Perderam a guerra física porque quebraram uma aliança espiritual! É exatamente assim como funciona nossa realidade!!!
O israelita Acã roubou, dentre os despojos de Jericó, algo que Deus tinha ordenado explicitamente para não fazer (Js 6.18), com isso o exército pereceu. Isso nos ensina que o mundo espiritual governa o mundo físico!
Israel só venceu a guerra contra Ai depois que o pecado foi expurgado do meio deles. Que lições podemos aprender?
1. Que os soldados precisam estar em santidade para vencer as guerras;
2. As menores guerras podem ser pedidas não pela nossa incapacidade, mas devido aos nossos pecados;
3. O pecado individual pode levar todo o exército a perecer. Paulo ensina que ninguém vive para si (Rm 14.7);
4. A oração se torna ineficaz quando existe pecado oculto. Só há uma forma de vencer essa guerra: com arrependimento.
5. O desaparecimento do pecado abre portas para o novo de Deus.
Nossa maior guerra não é contra nosso semelhante e, sim, contra o diabo e contra os nossos pecados, então o que precisamos fazer é nos santificar por amor ao Senhor e obedecer pela fé para desbaratarmos grandes exércitos como foi nos tempos bíblicos.
“Contigo posso avançar contra uma tropa;
com o meu Deus posso transpor muralhas”. (2 Sm 22.30)
Pr. Hélder Rodrigues
POR QUE ISSO TA ACONTECENO COMIGO ?
Como reagir diante das dificuldades impostas pelos outros? José foi vendido pelos irmãos por ciúmes, pois seu pai Jacó o preferia, tido como morto é levado como escravo para um país estrangeiro, longe do seio familiar e de suas raízes. Para piorar a situação quando já no Egito a esposa de seu senhor tenta seduzi-lo por muitas vezes, mas José não cede a seus encantos e acaba na prisão.
Aprendendo com José (Gn 37-50)
José não se queixou, murmurou ou blasfemou, note que do status de filho mimado ele é lançado em prisão estrangeira, mas ele sabia que Deus vê tudo o que está acontecendo conosco e se importa. A tônica de sua vida está pautada pela mesma frase, dita em cinco momentos distintos: “O Senhor estava com José”. Mesmo diante da dor e da tribulação Deus era com ele.
Vale destacar que as nossas decisões ou de outros afetam nossas vidas. A despeito da Soberania de Deus, fazemos escolhas, de modo que nossas colheitas se devem ao nosso plantio. Assim, nem tudo que acontece é da vontade decretiva de Deus, mas sim, de sua vontade permissiva.
Efetivamente, Deus tem o controle supremo do desfecho de todas as coisas. José demonstrou acreditar nesta verdade. O Senhor pode transformar a dor em alegria, a maldição em bênção. Enquanto José estava na prisão fez amizade com um homem que era o braço direito de Faraó. Quando esse homem foi restaurado à sua posição, oportunizou um encontro de José com Faraó, e este, impressionado com o seu dom de interpretar sonhos, tirou-o da prisão e colocou-o como o segundo homem mais importante de todo o Egito.
Suportando a adversidade
José não buscou a autocomiseração. De modo geral, quando temos um problema sério a ponto de abalar nossa auto-estima começamos a nos condenar, a fazer pouco caso de nós mesmos, a nos culparmos, sentimo-nos o mais injustiçado, pensando que nossa tribulação é maior do que a de todo mundo, isto é autocomiseração.
Este é um momento perigoso em nossas vidas, portanto, não devemos tomar decisões importantes quando estivermos deprimidos.
Outra grande atitude de José para suportar a adversidade foi: não deu lugar à amargura. Depois de longos e duradouros anos, os seus irmãos o encontram, apesar de não o reconhecerem, porque foram ao Egito comprar mantimentos. José não retribuiu o mal com o mal, pelo contrário, os perdoou incondicionalmente.
Ele não permitiu que seu coração ficasse amargurado porque entregou ao Senhor seus sentimentos, sua fé e esperança estavam postas em Deus.
Vejamos algumas fontes de força para ajudar-nos a enfrentarmos a crise:
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O plano de Deus
Deus tinha um propósito em tudo que José enfrentou “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com seu propósito” (Rm 8.28). Este versículo não diz que todas as coisas são boas, porém em todas Deus tem um propósito maior e melhor. Internalizar esta verdade é muito consolador, fonte de esperança (força em nossas vidas).
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As promessas de Deus
A Bíblia contém cerca de 7.000 promessas, portanto, escolha versículos alentadores e memorize-os, isto ajuda muito a enfrentarmos as tempestades da vida.
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O povo de Deus
A Igreja se mostra madura à medida que se importa com o outro, portanto, a sua dor deve ser compartilhada, para que os irmãos orem e o ajudem. Pequenos grupos, tais como os grupos familiares, são excelentes para se obter o apoio necessário.
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A presença de Cristo
Nossa força é demonstrada à proporção que revelamos nossa dependência de Cristo. Entregar a vida a Jesus significa que estamos colocando-a diante de Deus para que Ele a direcione, existirá maior dádiva do que esta?
A cruz é o exemplo máximo de que as pessoas planejam o mal mas o Pai o torna em bem e abençoa toda a humanidade.
Toda injustiça não ficará encoberta, pelo contrário, no dia do Juízo final Deus trará toda a verdade à tona e fará justiça, este é um dos motivos por que a Bíblia ensina a não nos vingarmos e, sim, perdoarmos, pois Deus ajustará todas as contas.
Portanto, devemos buscar diligentemente melhorar/mudar e exercitar a fé crendo que é Deus que está no controle de tudo, de modo que todo intento mal que fazem/fizeram contra você o Senhor pode transformá-lo em benção, como foi na vida de José.
Resumo do livro (capítulo sobre porque isto esta acontecendo comigo):
Warren, Rick. Respostas para os grandes problemas da vida.
Pr. Hélder Rodrigues
O QUE É A IGREJA?
A igreja de Deus existe e está presente no mundo. O Senhor Jesus falou dela, quando disse aos discípulos que “edificaria sua igreja” (Mt 16.13-20) e quando determinou que os discípulos faltosos fossem corrigidos pela “igreja” (Mt 18.17). Podemos definir a igreja de Cristo como sendo a comunhão de todos os que foram chamados por Deus, mediante a sua Palavra, e que pela ação do Espírito Santo recebem a Cristo como único Salvador e Senhor, que conhecem e adoram a Deus Pai, Filho e Espírito Santo, em verdade, e que participam pela fé dos benefícios gratuitos oferecidos por Cristo.
A igreja é una, ou seja, só existe uma. Cristo sempre teve somente uma noiva: “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Ao mesmo tempo, ela é universal, está espalhada pelo mundo todo, e tem pessoas de todas as tribos, povos, e raças (Ap 7.9-10). Isto não quer dizer que a igreja de Cristo é do tamanho do mundo. Existe uma diferença radical entre a igreja e o mundo. A igreja está no mundo, mas não é dele. Jesus orou pela igreja mas não pelo mundo (Jo 17.9).
A igreja de Deus sempre existiu e sempre existirá. Deus sempre teve e terá um povo para Si, para o adorar em espírito e em verdade. A igreja de Deus, porém, atravessou duas fases históricas distintas. No período antes de Cristo ela estava grandemente resumida à nação de Israel, e funcionava com rituais, símbolos e ordenanças determinadas por Deus, como figuras e tipos de Cristo. Com a vinda de Cristo e do Espírito no dia de Pentecostes, estas cerimônias foram abolidas, e agora adoramos a Deus de forma mais simples. Porém, é a mesma igreja, o mesmo povo, no Antigo e no Novo Testamentos. Antes de Cristo, os crentes em Israel se salvaram pela fé no Messias que haveria de vir. Depois de Cristo, somos salvos pela fé no Messias que já veio. O autor de Hebreus inclui na mesma relação dos heróis da fé os crentes do Antigo e do Novo Testamento (veja especialmente Hb 11.39-40).
A igreja de Deus, mesmo sendo una e indivisível, existe agora em duas dimensões: (1) a igreja militante, composta dos crentes vivos neste mundo, que ainda estão lutando contra a carne, o pecado, o mundo e Satanás; e (2) a igreja triunfante, composta daqueles fiéis que, tendo vencido a luta, já partiram deste mundo, e hoje desfrutam do triunfo na presença de Deus (Hb12.22-23). Estas duas partes da igreja de Deus se unirão na Vinda do Senhor Jesus, quando houver a ressurreição dos mortos, e nosso encontro com o Senhor, para com Ele ficarmos para sempre, e com nossos irmãos de todas as épocas e de todas as partes do mundo (1Tess 4.16-18).
A igreja militante se expressa aqui neste mundo por meio de igrejas locais. Paulo escreveu cartas a várias destas igrejas, como a de Corinto, Tessalônica, etc. (1Co 1.2; 1Ts 1.1). Igrejas locais são a organização dos crentes, ainda que informal, que se reúnem regularmente para cultuar a Deus, serem instruídos em Sua Palavra, se edificarem mutuamente e celebrar os sacramentos. As igrejas têm direção e liderança espiritual, promovem cultos de adoração, celebram os sacramentos, anunciam o Evangelho e praticam boas obras. Estas igrejas locais podem ter um aspecto estrutural e organizacional, mas jamais devem ser consideradas como um clube ou uma empresa, e nem os interesses organizacionais devem sobrepujar os interesses do Reino de Deus.
Estas igrejas locais podem ser mais ou menos puras, dependendo de quão pura é a pregação do Evangelho que ocorre ali, a celebração correta dos sacramentos e o exercício da disciplina entre seus membros.
É tarefa de cada igreja particular reformar-se continuamente à luz da Palavra de Deus, procurando cada vez mais aproximar-se do ideal bíblico. São os princípios bíblicos que são imutáveis, não as formas organizacionais e externas. As igrejas locais devem zelar pela pureza da pregação, da celebração dos sacramentos e pela vida espiritual e moral daqueles que ali se congregam
Rev. Augustus Nicodemus
ENQUANTO HOUVER MENIRA NÃO HÁ PERDÃO
“Ela não está”, alguém diz ao telefone, mesmo sabendo não ser verdade, e pensa: “é só uma mentirinha, não faz mal a ninguém”. A Bíblia, porém, condena a mentira em toda e qualquer forma, aliás, tampouco faz distinção se é “branca” ou não, ou seja, mentira é sempre mentira. Quando alguém mente, normalmente o faz para tirar vantagem de algo e/ou para esconder alguma realidade, entretanto, as conseqüências da mentira são terríveis:
I. Sob nossa ótica:
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Tira nossa paz – assim como uma criança é pega de surpresa quando está fazendo arte e se assusta, aquele que mente vive acuado com medo de ser pego. Viver sob esta pressão é perturbador.
Leva a outros pecados – A Bíblia ensina que um abismo chama outro (Sl 42.7), assim uma mentira não apenas leva a outra, mas também a outros pecados e vice-versa. Por exemplo, aquele que adultera está disposto a mentir; o que rouba não pensa duas vezes em faltar com a verdade. A mentira tem começo fácil, mas difícil é se desenredar desta teia pegajosa.
O que levou Adão e Eva à queda, além da cobiça, foi a mentira dita pela serpente (Satanás). Com efeito, a mentira foi uma das principais molas propulsoras que desencadeou o pecado no mundo. Seu efeito, portanto, é incalculável!! Pense nisso quando pensar em dizer o que não convém.
II. Sob a ótica do outro:
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Aprisiona a pessoa numa realidade irreal – mentir é privar o outro da realidade. É como num filme em que o diretor é o mentiroso e quem assiste acredita que é real, fica presa àquela ilusão, fiada em algo fantasmagórico. Jesus declara: “conhecereis a verdade e ela vos libertará” (Jo 8 32), logo pode-se afirmar que a mentira aprisiona.
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Gera expectativa ilusória e frustração – Não desperte no outro sentimentos que você não possa cumprir. Você tem feito isto? Como é frustrante saber que o outro está mentindo!
III. Sob a ótica divina:
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Mentira desonra a Deus – Deus é luz e Nele não há trevas. Nós, como embaixadores de Cristo, somos Seus representantes, assim, todas as vezes que mentimos ou pecamos estamos desonrando a Deus.
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Fere Sua justiça – Tudo que Deus faz é justo porque procede da verdade (retidão), assim, quando mentimos, estamos contrapondo a justiça tanto divina quanto humana.
Em conseqüência:
Pessoas culpadas são absolvidas por conta da mentira.
Pessoas são presas inocentemente por conta da mentira.
Vidas são mortas por conta da mentira.
Guerras começam por conta da mentira.
Por conta da mentira o mundo está como está.
Afinal de contas, Satanás, o príncipe deste mundo, é o pai da mentira.
É preciso compreender que enquanto houver mentira não haverá perdão, pois não há perdão sem arrependimento. O profeta Natã contou uma história a Davi, que no fundo refletia o adultério e homicídio do rei, para confrontá-lo a dizer a verdade. Após a exortação Davi confessou seus pecados e recebeu o perdão divino.
Jesus é a Verdade encarnada, é Ele que nos chama para a verdade e anseia que andemos e falemos a verdade. Por que então mentir?
“O malfazejo atenta para o lábio iníquo;
o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna” ( Pv 17.4).
Pr. Hélder Rodrigues
UM NOVO REFERÊNCIAL DE TEMPO
“Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria”
(Sl 90.12)
Andar de montanha russa é pura adrenalina... a velocidade somada aos solavancos para baixo e para os lados dá uma sensação de friozinho na espinha. Mas a que velocidade “voamos” no trilho? A resposta é: depende do ponto de referência.
A Física ensina que se meu filho estiver ao meu lado no carrinho eu estaria parado em relação a ele. Note: eu e o Théo não estaríamos nem nos aproximando nem nos afastando um do outro, logo, eu não estaria em movimento e, sim, em repouso, pois meu referencial é o meu filho.
Entretanto, para alguém que esteja de fora, a Lara, por exemplo, que morre de medo de montanha russa e prefere ficar observando nossa diversão ou talvez tentando tirar uma foto, a minha velocidade será exatamente a velocidade do carrinho, pois o referencial mudou.
Assim nós deveríamos ver o tempo. Nos angustiamos, nos abatemos, vivemos ansiosos porque, normalmente, olhamos o que acontece conosco sob uma ótica puramente humana. É a visão míope do “aqui e agora” desatrelada da soberania divina.
Deus é Senhor também do tempo. Mais do que isso, Ele não está preso ao tempo. Ele é eterno, para Ele um dia é como mil e mil como um... difícil de entender? Sim, pois nosso referencial está atrelado a um começo, meio e fim. Deus não, por exemplo: Ele nos elegeu antes da fundação do mundo, ou seja, antes de existir o universo ou qualquer coisa material o Senhor já nos amava.
A questão é tormentosa, chega a dar “nós” em nossos pensamentos, por isso existe a fé, que nasce quando a razão não alcança as verdades divinas.
O Todo-Poderoso nos ensina que tudo é formoso no devido tempo (Ec 3), isto significa que se quisermos antecipar algo provavelmente não será bom. Meu filho, o Rafael, quando tinha 10 meses de idade, ainda não podia comer mel, apesar de ser um alimento muito saudável, pois seu corpo não está preparado para assimilar determinada substância nele existente.
Logo, diante das promessas de Deus que ainda não foram realizadas, não se angustie, mas reflita: “ainda, não estou preparado!” Permaneça fiel, mantendo seu coração fervoroso e alegre, pois fé, esperança e alegria andam juntos.
Mude seu referencial, seguindo o exemplo do apóstolo Paulo: “Já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas terrenas” (Cl 3.1-2). Tenha como referencial de vida o Reino de Deus e terá uma compreensão totalmente diferente.
Quando mudamos nossas crenças à luz da Palavra nosso comportamento é transformado, logo, nossa vida. Assim, alcançar um coração sábio implica conhecer a Palavra e colocá-la em prática.
No amor de Cristo,
pr. Hélder Rodrigues
VOCÊ É ENSINÁVEL?
“O Conhecimento traz orgulho”. Rm 8.1
“Quanto mais sei, vejo que nada sei”. Sócrates
Todos nós somos ignorantes em algum assunto. A ignorância é a falta de conhecimento, discernimento, sabedoria e instrução sobre determinado tema. O problema maior não está no desconhecimento, mas na atitude de não querer aprender.
A verdade é libertadora tanto no sentido espiritual como no humano. O aprendizado transforma nossa mente, revoluciona a forma de vermos o mundo, pois à medida que aprendemos nossa percepção aumenta.
Quando o ser humano se fecha no casulo da ignorância é porque estabeleceu critérios equivocados, preconceitos ou mesmo por preguiça espiritual ou mental, não aceita conselho ou orientação. Na sua “zona de conforto” suas crenças, valores e achismos o embrutecem... a pessoa torna-se não ensinável.
Entretanto, tal atitude é contrária ao DNA que Deus colocou em nós. A natureza humana é propensa ao aprendizado, basta ver como uma criança imita os seus pais. Fico a pensar quantos pais, muitas vezes, se envergonham de comportamentos reprováveis de seus filhos, contudo, se esquecem que, normalmente, isto foi adquirido no seio familiar.
Também me causa estranheza quando, num aconselhamento, a pessoa é admoestada conforme a Palavra e diz: “eu sei, pastor, que a Bíblia diz isso..., mas...” tentando fazer prevalecer a todo custo seus desejos pecaminosos e valores equivocados. Jesus nos chama de insensatos quando não colocamos os ensinamentos bíblicos em prática (Mt 7.24-27).
Por que tantas vezes preferimos permanecer no erro a seguir os ensinamentos perfeitos do Senhor? Por que deixamos que nossa paralisia mental e espiritual tenha “mais poder” do que a ação divina?
A grande ignorância não é desconhecer, mas é conhecer e decidir permanecer no mesmo estado. Tiago nos exorta: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos” (Tg 1.22).
Envelhecemos de fato não à medida que o tempo passa, mas quando nos tornamos não ensináveis. Assim, um jovem adulto pode iniciar seu envelhecimento precocemente quando não aceita a admoestação. Nas palavras de Salomão: “Pobreza e afronta sobrevêm ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado” (Pv 13.18).
A pessoa ensinável progredirá, o orgulhoso se perderá. Infelizmente há cristãos que se tornam mais ignorantes do que os não-crentes, simplesmente porque não querem aprender mais. A boa semente, a Palavra que transforma e liberta cai constantemente num solo rochoso (Mt 13.20-21), ou seja, num coração endurecido.
O aprendizado muitas vezes é doloroso, contudo, muito pior é permanecer na ignorância. Aprender exige esforço, sacrifício, paciência e por vezes dinheiro, mas seus resultados são recompensadores.
O quanto você é ensinável? Este será o teto do seu crescimento!
Pr. Hélder Rodrigues
UMA OFERTA SACRIFICIAL
O apóstolo Paulo levantava uma oferta especial para os pobres da Judeia, entre as igrejas da Macedônia e Acaia. Os macedônios, embora pobres, rogavam ao apóstolo a graça de participarem desse serviço aos santos de Jerusalém. Deram-se a si mesmos primeiramente ao Senhor e depois ofertaram acima de suas posses (2Co 8.1-5).
Aqueles que, com alegria semeiam, recebem de Deus a promessa de terem sua sementeira multiplicada (2Co 9.10). Deus ama não o que é dado, mas a quem dá com alegria (2Co 9.7). O princípio de Jesus é: “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.35). Vou ilustrar essa verdade bíblica com o testemunho de dona Lurdes e senhor Tota, um casal de meeiros no sertão paraibano. Esse testemunho ouvi do pastor Sérgio, presidente da JUVEP.
Dona Lurdes e senhor Tota eram membros da Igreja Batista Missionária em Itaporanga, nos idos de 2002, no sertão da Paraíba. Num domingo à noite estavam no culto, quando o pastor fez um apelo veemente à igreja. O programa de rádio que levava a mensagem do evangelho para mais de quarenta mil ouvintes estava inadimplente há dois meses. A igreja recebeu um ultimato. Ou acertava a pendência financeira ou o programa seria tirado do ar. O casal que morava na roça e eram meeiros, ao voltarem para casa, ponderava em como poderiam ajudar para que o programa não fosse tirado do ar. Dona Lurdes disse a seu marido: “Nós temos que fazer alguma coisa. Precisamos ajudar”. O marido disse: “Mas Lurdes, nós não temos dinheiro. Não temos nada para ofertar”. Ela disse: “Vamos dar o nosso melhor, vamos dar o galo que temos no terreiro”. Na segunda-feira cedo, dona Lurdes chegou com o galo na casa pastoral e entregou-o ao pastor, dizendo: “Essa é nossa oferta para o programa”.
O pastor agradeceu, mas ficou intrigado: “O que eu vou fazer com esse galo?”. Pensou em fazer uma rifa. Procurou o diretor do seminário e discutiu com ele, essa possiblidade. Chegaram à conclusão que não seria prudente fazer uma rifa. O diretor então disse: “Eu vou compartilhar essa experiência no meu e-mail. Vou contar para as pessoas esse gesto abnegado desse casal”. Esse e-mail chegou ao Reverendo Jeremias Pereira da Silva, pastor da Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, uma igreja que investe no sertão nordestino há anos, e ele, tocado por esse testemunho, no domingo seguinte desafiou sua igreja e levantaram uma oferta para financiar aquele programa de rádio por dois anos consecutivos, enviando o valor arrecadado ao pastor.
Indo pregar na Igreja Vida Nova, em Toronto, o Revendo Jeremias compartilhou a experiência com a igreja. E aqueles irmãos perguntaram: “Queremos saber o que podemos fazer pela dona Lurdes. Qual é a sua necessidade? Ficaram sabendo que seu sonho era ter uma geladeira. Viviam numa casa de chão batido. Tinham energia, mas não tinham uma geladeira para beber uma água gelada no calor escaldante do sertão. Seu desejo era fazer, também, chup-chup para vender e assim ganhar uns trocados. A igreja de Toronto então levantou uma oferta e mandaram comprar uma geladeira e um fogão para dona Lurdes. Outra igreja sabendo da história, perguntou: “Como podemos ajudar dona Lurdes?”. Ficaram sabendo que eles trabalhavam à meia e tudo que colhiam precisavam dividir com o proprietário. Então fizeram uma oferta especial para comprar a terra onde dona Lurdes morava e passaram a escritura para ela. Outra igreja, ainda sabendo desse testemunho, perguntou: “Como eles vão usar essa terra com mais produtividade?”. Contrataram especialistas e irrigaram toda a terra para que fosse produtiva.
Revendo Jeremias indo pregar em Nova Iorque, testemunhou os milagres que Deus estava fazendo na vida de dona Lurdes e senhor Tota e a igreja perguntou: “E a casa de dona Lurdes?” Ah, eles ainda moram numa casa de chão batido. Então a igreja levantou uma oferta e construíram uma espaçosa e linda casa para ela, com todo conforto e com todos os utensílios necessários.
Um repórter da Christianity Today sabendo dessa história interessou-se pelo caso e viajou dos Estados Unidos a Itaporanga, sertão da Paraíba, para escrever a história da oferta de dona Lurdes e senhor Tota. Essa notícia circulou o mundo e Deus foi glorificado.
O casal pobre deu o seu melhor. Deu sacrificialmente. Deu sem esperar nada em troca. Deu com abnegação para a proclamação do evangelho e Deus honrou o casal e multiplicou a sua sementeira!
Rev. Hernandes Dias Lopes
IDE
Não está somente ligado a uma ordem do Senhor, mas, implicitamente, carrega em seu bojo uma verdade: o Senhor nos capacita a irmos, pois estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Ademais, não faria sentido o próprio Deus da seara nos exortar a fazermos a Sua obra sem nos dar condições para realizá-la.
Somos seus despenseiros e por meio dele fazemos sinais, prodígios e maravilhas.... maravilhas estas que podem ser facilmente percebidas através das conversões dos eleitos de Deus, de forma que os seus valores, princípios e comportamentos tornam-se novo paradigma segundo as Boas Novas.
Sim amados, devemos guardar firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel (Hb 10. 23). E, portanto, perseverar em nossa crença acerca do que o Senhor nos prometeu e ordenou, pois Ele permanece o mesmo ontem, hoje e sempre. Assim, o cumprimento do IDE é a manifestação daquilo que recebemos graciosamente, de forma que devemos levar a Verdade às criaturas de Deus até os confins da terra.
Coragem, quem te comissionou foi o Senhor dos Exércitos, por meio dele, para ele são todas as coisas, como assevera o apóstolo Paulo: meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é em vão (1 Co 15.58). A palavra grega "trabalho" neste texto é kopos, que significa fadiga, trabalho duro.
Fazer a obra de Deus é uma dádiva árdua e sacrificante que, sob a nossa ótica, pode parecer pesada e lenta, mas, aos olhos do Todo-Poderoso, é uma colheita alcançada em Cristo para toda a ETERNIDADE. Portanto, IDE!
Pr. Hélder Rodrigues
CULTURA REDIMIDA
A cultura estabelece comportamentos. E o comportamento de um grupo gera cultura. Seu conceito é bastante amplo e complexo. É uma rede de significados que dão sentido ao ambiente que cerca o indivíduo e a sociedade. Assim, as crenças, valores, leis, moral, língua, hábitos e costumes permeiam a cultura.
Cultura vem do latim colere que significa cultivar. O “cultivo” das nossas ações levam às tradições. A cultura é parte do que somos, nela está o que regula nossa convivência e comunicação em sociedade.
Tanto aspectos tangíveis, como objetos, quanto os intangíveis, como ideias e normas, abrangem a cultura. Estes aspectos constroem a realidade social estabelecendo valores.
A Dinamarca, por exemplo, é considerada, segundo o ranking da Transparência Internacional, o país de menor percepção de corrupção no setor público. Isso demonstra que a cultura da honestidade está impregnada em seus cidadãos e dirigentes.
A cultura não é estática, está em constante mudança de acordo com os acontecimentos vividos pelo grupo. Assim como a língua e a música sofrem mudanças significativas a cultura também vai se transformando.
Se a cultura estabelece padrões, valores e normas, então como o cristão deve viver numa cultura caída? Ou seja, não transformada pelo Evangelho. Jesus orou: “não rogo que os tire do mundo, mas que os proteja do Maligno.” (Jo 17.15). e mais: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou.” (v.14)
Ao mesmo tempo que Jesus diz que o mundo o odiou ele ora para que o Senhor não nos tire do mundo. O mundo o odiou porque sua cultura é contrária, diametralmente oposta, à cultura do Reino. No mundo o homem é o centro, no Reino celestial Deus é o Senhor. Nesta terra o homem é movido por interesses pessoais, o cristão pela vontade divina. O homem se julga autônomo e autossuficiente, mas o nascido de novo compreende que é teotônomo, sua suficiência vem de Deus.
O mundo perseguiu a Cristo porque sua cultura está impregnada da mentira das trevas, mas Jesus orou para permanecermos no mundo exatamente para salgar a terra da verdade divina e fazer com que a luz do Evangelho resplandeça diante dos homens, para que vejam nossas boas obras e glorifiquem ao Pai, que está nos céus (Mt 5.16).
Desta forma, somos chamados não para viver conforme os padrões do mundo, antes devemos renovar a nossa mente, ou seja, nos aculturar das verdades e do padrão celestial, o que só é possível se estivermos mergulhados na Palavra de Deus, vivendo na intimidade constante com nosso Senhor.
Pr. Hélder Rodrigues
JUSTIFICADOS PARA A VIDA
Justificados pela fé, temos paz com Deus
Rm 5.1
Uma das grandes perguntas que os homens fazem sobre salvação é: “como posso me salvar?” Diversas religiões tentam trilhar o caminho do ser humano até o céu, mas o cristianismo ensina que o Deus do céu se fez homem e desceu à Terra para nos salvar!
Compreender que Jesus, sendo Deus, se fez homem para nos resgatar do império das trevas e nos levar ao Reino do filho de seu amor (Cl 1.13) gera em nós humilhação e adoração. Humilhação porque não somos salvos por nossos méritos. A entrada no céu não consiste em boas obras, ou seja, não depende de nós, mas da abundante graça de Deus. Por isso Paulo declara “onde abundou o pecado superabundou a graça de Deus” (Rm 5.20). Esta humilhação não é um sentimento de menosprezo, mas sim reconhecer nossa total incapacidade de nos salvar: “vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).
Quando reconhecemos que somos pecadores, diante de um Deus de toda bondade, o Pai da Misericórdia, isso nos leva à adoração: um amor profundo, pois entendemos que Deus nos amou primeiro e nos justificou mesmo sendo pecadores! É nesse sentido que o apóstolo Paulo declara que somos justificados pela fé.
Justificado significa “pronunciado ou tratado como justo”, ou seja, Deus, no seu infinito amor e misericórdia, não só perdoa nossos pecados, mas imputa Nele a justiça de Cristo. Com isso recebemos pela graça, mediante a fé, a justificação de nossos pecados, o perdão!
O perdão é a explicitação extravagante do amor de Deus, pois fomos reconciliados com Ele e assim “nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo” (Rm 8.1).
Se somos justificados pela fé, então temos paz com Deus. O elo perdido em Adão foi restaurado, não há mais separação entre o Pai e seus filhos, os que crêem no Senhor Jesus como seu Senhor e Salvador. Como está escrito em Rm 5.9-10: “Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda, por meio dele, seremos salvos da ira de Deus! Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu filho, quanto mais agora tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida!”
A justificação pela fé significa a salvação, que promove a reconciliação com Deus e nos firma na graça de nosso Senhor (Rm 5.2). Assim, temos o privilégio presente e contínuo de receber o amor de Deus, apesar de nós mesmos. Isto seria motivo para ficarmos de qualquer maneira? De vivermos na prática do pecado? De forma alguma, muito pelo contrário, deve ser a motivação máxima para querer honrar a Deus: vivermos em santidade por compreender que em vez da maldição eterna alcançamos a salvação eterna. Nisto temos a firmeza desta graça e por isso “nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2).
A justificação pela fé é a declaração de perdão; a graça a manifestação de que fomos reconciliados com o Senhor e a esperança da glória, pois viveremos a eternidade com Deus. Foi Ele quem veio ao nosso encontro para nos salvar, quem poderá nos separar do Seu amor? (Rm 8.31-39).
Pr. Hélder Rodrigues
FAMÍLIA, LUGAR DE REDENÇÃO
A família é projeto divino! Foi Deus que sonhou Eva para Adão. Diante da magnitude da criação, no penúltimo dia o Criador fez o único ser no céu e na terra à sua imagem e semelhança: Adão. Depois fez alguém que o auxiliasse e correspondesse: Eva. Assim, se o homem é a primazia da criação, então Eva o primor do homem.
Homem e mulher são o tijolo básico de tudo que Deus criou! O homem é o fundamento da criação, tanto que Deus lhe deu autoridade de dominar, subjugar e povoar o mundo. Portanto, a família é a base da criação e Jesus a pedra angular, o fundamento da humanidade, logo, das famílias.
A família é uma comunidade teológica! Moisés enfaticamente exortou o povo de Deus a ensinar seus filhos e netos a seguir os caminhos do Senhor: amá-lo com todas as forças, a ter o temor a Deus e obedecê-lo fielmente (Dt 6.1-9). “Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Dt 6.7)
Note que o ensinamento é constante! Sentado, no caminho e deitado. O ensinamento é o tempo todo! O ensinamento é com persistência e diligência! Trata-se de uma incumbência dos pais, pois o aprendizado começa em casa, não na igreja. A maior responsabilidade de ensinar os filhos a andar no caminho do Senhor é dos progenitores, e não do pastor ou professores da Escola Bíblica, estes são cooperadores.
A família é uma comunidade sociológica! Lá aprendemos a viver em conjunto, o que significa compartilhar um chocolate ou um brinquedo, a servir desde pequenino ajudando, por exemplo, a tirar o prato. A se submeter a regras, a obedecer aos mais velhos, a honrar os pais, a ser respeitoso e verdadeiro. É onde recebemos amor e amamos. É em casa que aprendemos tudo isto! Pesquisas apontam que a educação informal é a maneira mais eficaz do aprendizado. É dentro de casa que deveríamos aprender os maiores valores da vida: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
A família é uma comunidade redentora! Redenção significa libertação, reparo, salvação. Teologicamente é resgatar alguém do pecado. No contexto de Deuteronômio 6: “No futuro, quando os seus filhos lhes perguntarem: ‘O que significam estes preceitos, decretos e ordenanças que o Senhor, o nosso Deus, ordenou a vocês?’ Vocês lhes responderão: ‘Fomos escravos do faraó no Egito, mas o Senhor nos tirou de lá com mão poderosa.” (v. 20-21)
Por que devemos obedecer a Deus? Porque Ele é santo, perfeito e justo! Mas também porque o Senhor nos resgatou do império das trevas (Cl 1.13). Os israelitas foram salvos do jugo da escravidão. Então quando perguntarem porque devemos seguir estes preceitos divinos, a resposta é enfática: “porque Deus nos redimiu!!!”
Assim, quando houver desavenças na família, encare como uma oportunidade divina para agirmos de forma piedosa, ou seja, com amor e verdade.
Diante do erro o cristão não condena, mas perdoa. Diante da afronta não ataca, mas vira a face. Diante do mal vence-o com o bem. Diante da dureza do outro, dobra o joelho e fala com o Senhor. Diante de seu fracasso assume, não culpa. Quando cai o cristão pede socorro e misericórdia a Deus.
Quando alguém da família pecar agiremos de forma redentora, e não como promotores de justiça ou lutadores de MMA, mas como embaixadores de Cristo levando o outro aos pés da cruz por meio das verdades bíblicas que devem permear toda a nossa volição, desejos e ações.
O casamento e a família nunca estarão fora de moda porque não é uma invenção humana, mas divina. É no seio familiar que precisamos exercer com todas as forças a grandeza do Evangelho e, desta forma, sermos luzeiros a pessoas e famílias que estão destituídas da graça do Senhor!
Pr. Hélder Rodrigues
ADORAÇÃO PELO CAMINHO
Com braço forte Deus libertou Israel do cativeiro da escravidão. Cada praga explicitava Seu senhorio sobre os falsos deuses do Egito, cada ação revelava Sua glória diante de faraó, que se julgava deus. De forma miraculosa o Mar Vermelho foi aberto e Israel atravessa exaltado de toda humilhação que sofrera durante 400 anos na terra do Nilo.
Mais do que a libertação o Senhor declamava promessas maravilhosas ao povo, que marchava não mais como eremitas, mas rumo à terra prometida. Eu fico a pensar como deveria ser a postura desse povo? De gratidão, assombro, esperança latente, em cada passo uma alegria maior por estar mais próximo da terra que emana leite e mel? mas não foi essa a atitude!
Logo após vencer a muralha de água, deixando ali submerso o passado de opressão, o povo encontrou uma terra seca, árida, desértica e, em pouco tempo, pouquíssimo tempo, começou a reclamar! A língua ferina revelava uma nação que, apesar de livre, ainda possuía um coração escravo, amargurado, preso às amarras da ingratidão.
Eles não compreenderam que o tapete que os conduzia à terra prometida não era vermelho “holywoodiano”, mas era feito de pó, pois a trilha que deveriam seguir não era a da exaltação, mas do reconhecimento de que eram um povo de dura cerviz, que carregava na alma a lepra da murmuração e da idolatria.
Os exemplos são vários: “O povo começou a queixar-se das suas dificuldades aos ouvidos do Senhor” (Nm 11.1) como consequência Deus acendeu sua ira e queimou muitos entre eles. “Um bando de estrangeiros que havia no meio deles encheu-se de gula, e até os próprios israelitas tornaram a queixar-se, e diziam: ‘ah, se tivéssemos carne para comer!’” (Nm 11.4). Isso desagradou o Senhor, que mandou centenas de milhares de codornizes mas “enquanto a carne ainda estava entre os seus dentes e antes que a ingerissem, a ira do Senhor acendeu-se contra o povo, e ele o feriu com uma praga terrível” (Nm 11.33).
A murmuração revela a dureza de coração, cuja raiz é a ingratidão e a soberba. Quanto mais orgulhoso mais ingrato! O murmúrio nunca anda sozinho, sempre invoca suas irmãs gêmeas: a crítica e a acusação. É o que revelam os irmãos do maior líder do Antigo Testamento. “Miriã e Arão começaram a criticar Moisés porque ele havia se casado com uma mulher etíope” (Nm 12.1). A murmuração produz facção. Deus puniu Miriã com a lepra, mas teve misericórdia dela com a intercessão do seu próprio irmão que, em vez de se ofender, liberou perdão.
Uma boca murmuradora no fundo revela um espírito incrédulo. Quando o povo ouviu o relatório de 10 espias de que havia gigantes na terra prometida impossíveis de serem enfrentados rompeu-se naquela noite em uníssono o choro em alta voz e “todos os israelitas queixaram-se contra Moisés e Arão, e toda a comunidade lhes disse: ‘Quem dera tivéssemos morrido no Egito!...’” (Nm 14.2).
A murmuração, que é o oposto da adoração, desagrada o âmago de Deus e por esta razão o Senhor sentencia: “durante 40 anos vocês sofrerão a consequência dos seus pecados e experimentarão a minha rejeição; cada ano corresponderá a cada um dos quarentas dias em que vocês observaram a terra. Eu, o Senhor, falei, e certamente farei essas coisas a toda esta comunidade ímpia, que conspirou contra mim. Encontrarão o seu fim neste deserto, aqui morrerão” (Nm 14.34).
O povo preferiu não ouvir Josué e Calebe que, apesar de também terem visto os gigantes, creram na grandeza e superioridade de Deus. Não ouviram a exortação: “Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos!” Nm 13.30 Antes deram vazão à incredulidade e murmuração.
Essa não é apenas a história de Israel, mas é a nossa própria história. Deus nos libertou das garras de Satanás, o Egito, nos prometeu a nova Canaã, o céu, mas há um caminho que precisa ser trilhado, o deserto, ou seja, as aflições e tribulações desta vida mas que devem ser acompanhadas da certeza: “Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos!” Com essa postura não haverá murmuração e sim adoração em nossa caminhada rumo às promessas!
Pr. Hélder Rodrigues
VENCENDO AS TREVAS
“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”. (1 Jo 5.19)
O apóstolo do amor não poderia ser mais enfático ao afirmar: “o mundo inteiro jaz no Maligno”, salvo os que são filhos de Deus, nascidos de novo e que vivem em santidade. Estes Satanás não pode tocar, pois Deus os guarda (1 Jo 5.18).
O dr. Augustus Nicodemus diz que a ideia transmitida pelo verbo “jaz” é de passividade tranquila. A humanidade está deitada placidamente nos braços de Satanás, adormecida e entorpecida, enquanto é conduzida para a destruição.
O Diabo encabeçou uma rebelião no céu de tamanha proporção que levou um terço dos anjos consigo, enganou Eva e Adão e continua a semear destruição, lutando ferrenhamente contra os eleitos de Deus para cumprir sua tarefa de matar, roubar e destruir. Algumas de suas ações:
1. Tenta a todos (Mt 4.1-11);
2. Possui armas poderosas de intimidação (1 Pe 5.8);
3. “Devora” as pessoas (1 Pe 5.8);
4. Faz propostas contrárias à vontade de Deus (Mt 16.23);
5. Possui pessoas que não tem o Espírito Santo, habitando nelas (Mc 1.34);
6. Leva as pessoas a fazerem loucuras e coisas abomináveis (Mc 5.1-20);
7. Mata, rouba e destrói (Jo 10.10);
8. É o Pai da mentira (Jo 8.44);
9. Disfarça-se de um anjo de luz (2 Co 11.14);
10. Cega o entendimento do ser humano (2 Co 4.4);
11. Semeia joio e confusão no seio da igreja (Mt 13.24-30);
12. Lança fermento de falsas doutrinas no seio da igreja (Jd 4-13);
13. Aprisiona os crentes que vivem no pecado (2 Tm 2.25-26);
14. Intercepta as orações dos santos (Dn 10);
15. Gera enfermidades (Lc 13.10-17);
16. Atormenta as pessoas que não perdoam (Mt 18.23-35);
17. Jogas setas inflamadas (no coração e na mente Ef 6.16);
18. Inflama o orgulho (1 Cr 21.1);
19. Age em corações irados (Ef 4.26-27);
20. Rouba a palavra de Deus semeada no coração (Mt 13.18-19);
21. Se opõe ao pregador (Zc 3.1-5)
22. Resiste à obra missionária (1 Ts 2.18)
23. Faz sinais e maravilhas enganadoras (2 Ts 2.9);
24. Engana as nações (Ap 20.8).
O homem mais forte do mundo não pode lutar contra o demônio mais fraco, a pessoa mais inteligente não consegue vencer uma discussão intelectual contra o Diabo. Nenhum ser humano é capaz de vencer as trevas, somente os filhos de Deus.
As duas armas mais poderosas contra as trevas são a Palavra de Deus e a oração! A Palavra é tanto escudo como espada. “A Palavra do Senhor é provada; é um escudo para todos os que nele confiam” (Sl 18.30b). Com efeito, a Bíblia é fonte para nos escudar das mentiras e setas das trevas. Somente pela verdade discernimos o mal, a mentira, o engano deste mundo e pesamos as intenções e motivações do nosso coração (Hb 4.12).
A Palavra também é espada do Espírito para combater as trevas. Para sermos livre das mentiras satânicas precisamos vencer as tentações e armadilhas com a Palavra da Verdade, assim como Cristo fez no deserto. Que o Senhor tenha misericórdia de nós, que saibamos usar as armas corretas, que são poderosas em Deus para destruir todo sofisma e pretensão que se levanta contra o nome de Deus (2 Co 10.3-5) e sua vontade.
Rev. Hélder Rodrigues
AINDA ANSEIO POR UM AVIVAMENTO
Reconheço que a palavra “avivamento” está desgastada no meio evangélico brasileiro. Sei que em muitos redutos, o avivamento tornou-se sinônimo de esquisitice. Há aqueles que confundem avivamento com toda sorte de sincretismo religioso. Há outros que associam avivamento com as últimas novidades no mercado da fé. Porém, os desvios de muitos e a apatia ou a oposição de outros, não abafam no meu peito o anseio por um genuíno e poderoso avivamento espiritual. Por que devemos esperar ainda um avivamento?
Em primeiro lugar, porque Deus prometeu (Is 44.3). Deus prometeu derramar do seu Espírito sobre sua igreja. Essa promessa é segura, pois não é feita pelo homem, mas pelo Deus Todo-poderoso, que fala e cumpre o que diz; faz e ninguém pode impedir sua mão de fazê-lo. Nenhuma força na terra pode deter o braço de Deus nem impedir a igreja de avançar. Essa promessa é, também, abundante. O texto fala de um derramamento e de torrentes. Deus tem para nós uma vida maiúscula e abundante. Ele não nos dá o seu Espírito por medida. Ao contrário, prometeu-nos torrentes!
Em segundo lugar, porque nós precisamos (Is 44.3). A igreja está como uma vinha murcha. Falta-lhe vigor e entusiasmo. Está como uma figueira com folhas, mas desprovida de frutos. Em muitos redutos falta a sã doutrina; noutros falta fervor. Em muitas igrejas há ortodoxia, mas não existe poder; noutras há muita trovoada, mas nenhuma chuva. Há igrejas que, lamentavelmente, sucumbiram ao liberalismo teológico e abandonaram sua fidelidade à palavra de Deus. Essas igrejas estão desidratando e entrando por um caminho tenebroso de apostasia. Há outras igrejas que, governadas pelo pragmatismo, renderam-se ao sincretismo religioso, abraçaram as últimas novidades do mercado da fé e sucumbiram ao antropocentrismo idolátrico. No texto em tela, o Espírito é simbolizado pela água. O que isso nos ensina? Primeiro, não há vida sem água. Podemos ter a melhor terra, a melhor semente, os melhores insumos e a melhor tecnologia. Sem água, a semente morre mirrada no ventre da terra. Podemos ter templos modernos, tecnologia sofisticada, pregadores cultos, músicos excelentes, mas sem o poder do Espírito Santo, não há vida na igreja. Como disse Charles Spurgeon: “É mais fácil um leão tornar-se vegetariano, do que uma alma sequer ser salva sem a obra do Espírito Santo”.
Em terceiro lugar, porque quando a igreja tem sede de Deus, ele derrama sobre ela as torrentes do seu Espírito (Is 44.3). Deus derrama água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca. Não podemos ser cheios de Deus até que estejamos vazios de nós mesmos. Não seremos saciados com as chuvas benditas do céu, a não ser que estejamos com sede de Deus. É por essa causa que os avivamentos sempre foram precedidos por oração. Avivamento não é sede de bênçãos, mas sede de Deus. Avivamento vem como resposta à oração de uma igreja sedenta pela presença de Deus. Hoje, as pessoas buscam prosperidade e saúde. Querem os milagres. Querem as bênçãos. Mas, a vida gira em torno delas mesmas. O centro de tudo é a vontade do homem. Em tempos de avivamento a igreja anseia por Deus mais do que pelas bênçãos de Deus!
Em quarto lugar, porque uma igreja cheia do Espírito Santo colhe resultados extraordinários (Is 44.4,5). O primeiro resultado de uma igreja cheia do Espírito é um crescimento numérico explosivo. Os descendentes de Abraão brotam como ervas, como salgueiros junto às correntes das águas. Pecadores endurecidos são quebrantados. Multidões, aos borbotões, correm para a igreja, com pressa para acertar a vida com Deus. Igrejas vazias ficam cheias. Igrejas fracas ficam robustas e cheias do poder do Espírito. O segundo resultado é que os crentes tornam-se ousados no testemunho. Cada um diz ao seu próximo: “Eu sou do Senhor”. Uma igreja cheia do Espírito não cala a sua voz. Não se acovarda nem sonega ao mundo a mensagem do evangelho. Finalmente, uma igreja cheia do Espírito confirma com a vida aquilo que prega com os lábios. Não há abismo entre o que igreja prega e o que ela vive. Os crentes escrevem na própria mão: “Eu sou do Senhor”. Oh, que Deus derrame sobre nós as torrentes do seu Espírito! Que venha sobre nós as chuvas benditas do céu, trazendo-nos restauração e vida!
Rev. Hernandes Dias Lopes
TEMPO: DÁDIVA DE DEUS
Eclesiastes 3: 1-14
Lidar com o tempo é difícil. Gerir o tempo que temos é uma matéria complexa.
Há muitas pessoas vivendo aprisionadas e acorrentadas por coisas equivocadas que fizeram, por atitudes que deixaram de tomar, e sentem de forma recorrente a acusação batendo à sua face. Muitos não se perdoaram por erros que cometeram e há pessoas que carregam muita culpa do que fizeram ou deixaram de fazer no passado.
Quantas pessoas vivem atemorizadas pelo amanhã, com medo de algo bom não lhes acontecer. Têm pensamentos como: “Se eu não casar? Se eu não passar na faculdade? Se eu passar na faculdade particular e não conseguir pagar a faculdade? Se eu conseguir o financiamento para a faculdade, mas não conseguir emprego? Se eu estiver empregado, mas não tiver um salário bom e não conseguir pagar?” Essas pessoas vivem atormentadas pelo amanhã, pelo que possam produzir de bom ou pelo que lhes possa acontecer de ruim.
A ansiedade é uma “fé contrária”, é um medo que nos leva a um aprisionamento e a gastarmos muito tempo em coisas improdutivas que, por sua vez, nos levam a tormentos e a não receber algo de bom. Basta a cada dia o seu próprio mal. Temos que resolver as coisas do dia, tendo a certeza que o Senhor é o provedor. “O Deus dos céus nos dará bom êxito”, disse Neemias. Ansiedade é ausência da fé no Senhor. Muitas e não poucas coisas que acontecem não estão no controle de nossas mãos. Precisamos confiar e descansar.
Nós fomos criados para a eternidade. O que tem que guiar a nossa vida, não apenas nosso amanhã mas também toda a nossa existência, é a verdade de que fomos criados para passar a eternidade com o Senhor.
Os atletas muito se preparam para competições. São treinamentos pesados, nutrição específica, auxílio de muitos profissionais e meses de dedicação para atingir a sua meta, que é ser vencedor.
E o cristão, como deve se preparar? Somos norteados pela certeza de que viveremos a eternidade no Senhor. Este é o propósito de Deus para a nossa vida. Temos que realinhar nossos desígnios e propósitos para a eternidade, para a glória de Deus. Quando educamos nosso filho não devemos pensar só num bom colégio, numa boa faculdade, num bom emprego. Temos que orientar e educar nossos filhos desejarem viver a eternidade com o Senhor. Ao entrarmos no trabalho, temos que entender que com quanto mais excelência eu desempenhar o meu papel, mais será glorificado o nome do Senhor, pois somos discípulos de Deus e devemos nos esmerar naquilo que o Senhor nos colocou para fazer.
A felicidade não está no amanhã, mas no agora, no andar de Cristo. Aprendamos a semear com fé. Vamos prestar contas ao Senhor do que fizemos com o tempo que nos foi dado. Quando gastamos muito tempo com coisas triviais, não estamos focados no que é essencial. Isso se dá porque não temos planos do Senhor em andamento. Se tivéssemos, nos dedicaríamos a Ele ao invés de perder tempo com coisas vãs.
Aprendamos a semear com fé e a esperar com esperança. Esperar com a certeza de que o que semearmos nós colheremos. Mas não só isso, temos que saber que “toda boa dádiva vem do pai das luzes” (Tg 1:17). Temos que lembrar que sabemos em quem temos crido, porque “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória” (Filipenses 4:19).
Se existir fé no amanhã, existirá entusiasmo nas ações de hoje. Viva a vida intensamente, segundo as verdades e propósitos de Deus. Se vivermos nesses propósitos, aprenderemos a ser mais disciplinados, a nos organizarmos mais, a nos reposicionarmos no dia a dia. Alegremo-nos nas tarefas do dia a dia! Levar o filho à escola, passar um pano no chão, receber o cônjuge em casa é dádiva do Senhor, foi Deus que nos deu.
Como seria se tivéssemos só 3 dias de vida? O que faríamos? Ficaríamos desesperados? Se pensarmos em fazer tudo diferente do que habitualmente fazemos para “aproveitarmos” os últimos 3 dias, significa que estamos vivendo nossa vida de forma errada, com prioridades equivocadas! Temos que viver a simplicidade do dia-a-dia na certeza de que isso é dádiva do Senhor! Nada acontece por acaso, porque Deus é o Senhor da vida e o Senhor do tempo. “Tudo é formoso no devido tempo” (Eclesiastes 3:11)
Independentemente das circunstâncias, podemos suportar tudo no Senhor. Não é o ter que nos fará felizes, mas é o ser. Quando acordarmos cedo e cansados, acordemos com ações de graças, pois o Senhor nos deu mais um dia e Ele nos dá forças pra levantarmos. Lembremos que tudo que fazemos nos remete à glória de Deus. Bom é viver e viver significa relacionar-se, com Deus e com nosso próximo. O resto é nota de rodapé.
Se não sabemos ser feliz no pouco, não é no muito que seremos. A felicidade não está nas circunstâncias, mas numa pessoa: Jesus. Podemos estar desempregados, mas ser felizes, podemos passar lutas físicas, mas ser feliz, pois é com Cristo que nos relacionamos e N’Ele temos alegria!
Resumo da pregação Pr. Hélder Rodrigues
Por Felipe Siciliano
PACTO DE SANGUE: UMA ALIANÇA DIVINA
“Assim diz o Senhor: Se vocês puderem romper a minha aliança com o dia e minha aliança com a noite, de
modo que nem o dia nem a noite aconteçam no tempo o que lhes está determinado, então poderá ser quebrada
a minha aliança...” (Jr 33.20-21)
Todo o relacionamento de Deus para conosco está alicerçado em Seu amor e perfeição e, para tanto, o Todo-Poderoso fez alianças santas e irrevogáveis para com seu povo. A ponto do profeta Jeremias explicitar que se puderam ser quebras as leis físicas deixando de existir dia ou noite, então a aliança do Senhor seria desfeita.
Que promessa! Aquilo que Deus prometeu jamais poderá ser desfeito ou revogado nem por Ele mesmo porque o Senhor não é homem para que minta nem filho do homem para que se arrependa. Assim aliança divina produz segurança, uma certeza inabalável!
Mas, o que é uma aliança? Este é um dos conceitos bíblicos mais importantes, e também, difícil de ser definido. Se falássemos que a mãe é geradora de vida, do ponto de vista conceitual estaria certo, entretanto, ficaria longe da realidade. Toda a Palavra de Deus está alicerçada no fundamento da aliança divina com Seus filhos e Seu povo. Portanto compreender o que é aliança divina é fundamentar toda a nossa base de fé e esperança: Aliança é pacto de sangue soberanamente administrado pelo Eterno.
Aliança é tão profunda e absoluta que é estabelecida pela Palavra do Senhor e selada com sangue. Quando Deus entra em relação de aliança com o ser humano Ele institui um pacto, um pacto de sangue, que significa pacto de vida e morte.
Deus quando faz uma aliança traz promessas inefáveis para seus filhos e/ou nação e explicita o caminho e ações que devemos seguir. A preeminência de juramentos e sinais nas alianças divinas realça o fato de que a aliança é um pacto. A aliança estabelece compromissos.
O Senhor jamais entra em relação casual ou informal com o homem, em lugar disso, as implicações de seus pactos estendem-se às últimas consequências de vida e morte.
Quando o Senhor promete a Abrão um herdeiro disse: “traga-me uma novilha, uma cabra e um carneiro” (Gn 15.9) estes animais foram mortos e cortado ao meio, de modo que fazer uma aliança, significa, literalmente “cortar uma aliança”.
A divisão do animal simbolizava um “penhor de morte”, no momento do compromisso da aliança. Os animais desmembrados representam a maldição que o autor do pacto invoca sobre si mesmo caso viole o compromisso que fez. Por isso a ideia que a aliança é um pacto de sangue.
A Bíblia nos ensina que o homem e Israel inúmeras vezes quebraram os pactos com o Senhor. De modo que o próprio Deus decidiu cumprir o seu juízo sobre seu próprio Filho, por ato de amor a nós. Assim o Jesus se fez homem para cumprir cabalmente o pacto com Deus: ser o sacrifício perfeito para satisfazer a ordenação da aliança que uma vez não cumprida haverá a morte.
Logo, Jesus estabelece uma nova aliança, um novo pacto, e todos aqueles que Nele creem estão agora sob uma aliança que significa um relacionamento intimo com o Pai, pois nos tornamos filhos, pois o pacto foi cumprido, e deste modo nos tornamos herdeiro das promessas, tendo a remissão de nossos pecados e por esta razão passaremos a eternidade com o Autor e Consumador de nossa fé: Jesus, o Senhor!
A aliança é um pacto que não pode ser revogado o que isto leva-nos a compreender, por um lado, a seriedade daquilo que Deus estabelece como promessa e ordenança; por outro, a segurança absoluta que Deus prometeu acontecerá plenamente, assim Nele, podemos descansar. Somos aliançados por Ele e para Ele para a salvação e para boas obras. Obrigado, Senhor por sua aliança!
A PALAVRA DE DEUS É CRIACIONISTA
“Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que
aquilo que se vê não foi feito do que é visível.” Hebreus 11.3
DISSE DEUS: “HAJA LUZ” E HOUVE LUZ O céu, os mares, a terra, os pássaros tudo que existe foi feito por Deus (Salmo 134.3). Ele é o Eterno, o Primeiro Motor, o Auto-Existente, o Eu Sou, o único capaz do nada fazer tudo.
A fé nos leva a entender um dos maiores mistérios da ciência: como o universo foi formado? A resposta é clara: pela Palavra de Deus.
O incompreensível, o insondável ao ser humano torna-se solúvel pela fé. Deus é o Criador do universo.
Com efeito, se há vida, então, houve um começo, um princípio. A própria ciência argumenta com eloquência que o nada não tem o poder nem a capacidade de produzir absolutamente nada, “ex nihilo nihil fit”, ou seja, “a partir do nada, nada procede”. O nada não tem nenhum poder porque não tem existência, seu próprio conceito denota isso: “a não existência” (dicionário Aurélio).
Assim, aquilo que se vê não foi feito pelo visível, pela matéria, prótons ou elétrons, mas unicamente pela Palavra. “Disse Deus haja luz e houve luz” (Gênesis 1.3).
Na infinitude da inspiração divina o homem é a obra prima da criação. Somos os únicos seres criados à Sua imagem e semelhança(Gênesis 1.26-27), aos quais ele delegou autoridade e poder para dominar sobre toda a terra (Gênesis 1.28).
Se o nosso corpo teve como matéria prima o pó da terra, nosso espírito foi gerado a partir do sopro divino. “O Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente” (Gênesis 2.7).
O que melhor nos distingue das outras criaturas de Deus não é a nossa inteligência, mas o fato de termos recebido o espírito do Criador. Segundo Santo Agostinho temos a semente da divindade em nossa essência. Somos o sonho de Deus, projetados para a manifestação da Sua glória.
Tudo o que existe no universo tem um propósito. Do mesmo modo, nós, quando projetamos algo, o fazemos com alguma finalidade. O Todo-Poderoso não fez nada por acaso. E é mediante a fé que descortinamos os tesouros celestiais. É pela fé que compreendemos o propósito da nossa vida.
O Criador deseja ardentemente revelar seus propósitos a você. A promessa já nos foi dada: “Ao homem que teme ao Senhor, ele o instruirá no caminho que deve escolher. A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Salmo 25.12 e 14 – grifo do autor).
Deus fez uma aliança com todos os seus filhos, os nascidos de novo. O Senhor quer trazer à existência Seus projetos em sua vida.
Se Deus do nada criou tudo, imagine quantas coisas Ele pode fazer em sua vida?
Busque ao Senhor com fé para conhecer a sua missão de vida e seu propósito nesta terra. Ele é o Criador. Ele é o realizador. Ele é quem nos conduz a caminhos de paz!
Pr. Hélder Rodrigues
A NATUREZA DA FÉ
“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.”
Hebreus 11.1
A FÉ SE APÓIA UNICAMENTE EM DEUS.
A fé não é uma crença pessoal, é uma convicção em Deus.
A fé não bate no peito e diz: “eu posso”, mas olha para Deus e diz: “Ele pode”.
A fé não vem da auto-crença, mas uma crença que vem do Alto.
A fé não é um pensamento positivo vai além dos pensamentos.
A fé não se fundamenta em coisas visíveis, se concretiza pela Palavra de Deus.
A fé não é atributo dos fracos, dos pequenos e dos sábio, pelo contrário, é a lúcida compreensão da Palavra.
A fé não é um salto no escuro, é marchar sob a luz da Palavra.
A fé não é nutrir falsas esperanças, é a certeza genuína de esperança.
A fé não é ilógica, ultrapassa em muito a razão.
A fé não é uma confiança cega, é a certeza que “vê com os olhos” de Deus.
A fé não age de acordo com a nossa vontade, e sim em conformidade com anseio divino.
A fé não é apática, antes leva à ação.
A fé não é passiva, significa confiar na certeza no Deus provedor.
A fé não é circunstancial, porque tem como referência o Ser de Deus.
A fé não olha para o passado, nem para o presente para projetar o futuro. A fé vive na dimensão das promessas divinas.
A fé não gera orgulho porque não é a nossa força ou poder que produzem os sinais de Deus. É o Todo-Poderoso quem manifesta sua glória.
A fé é um dos modus operandi que Deus estabeleceu em seus perfeitos decretos para realizar sinais, prodígios e maravilhas.
A fé quebra nossa auto-suficiência, porque reconhecemos que sem Deus nada somos (João 15.5).
A fé nasce dos humildes de espírito (Mateus 5.3).
A fé transcende as conjecturas, porque confia na providência divina.
A fé nos leva à paz, a ansiedade ao tormento.
A fé glorifica o nome de Deus.
A fé é um dom dado pelo próprio Deus, por meio de ouvir a sua Palavra (Romanos 10.17).
A fé em Jesus Cristo é o único caminho que nos leva a Deus.
A fé nos resgata das trevas e nos acende à luz eterna (Colossenses 1.13).
A fé, mediante a graça, é a única forma de sermos salvos (Efésios 2.8).
A fé “é como um grão de mostarda que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra; mas, uma vez semeada, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças” (Marcos 4.31-32). A fé precisa ser desenvolvida.
A fé é a semente do milagre que precisa ser semeada.
Pr. Hélder Rodrigues
A PERSEVERANÇA E A RICA RECOMPENSA
O meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele. Hb 11.38
O autor em Hebreus nos deixa maravilhados quando afirma que “temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu...” (Hb 10.19-20). A plena confiança se dá porque Jesus morreu para quebrar toda maldição que pesava sobre nós e, assim, a separação que outrora existia, fruto do pecado, foi satisfeita na morte vicária de Jesus, que se sacrificou em nosso lugar.
Assim, quando adentramos na presença do Senhor com um coração sincero e com plena convicção de fé teremos os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada (Hb 10.22). Isto significa que a culpa que nos atormentava é eliminada por reconhecermos nossos pecados e, sobretudo, pela manifestação graciosa de nosso Senhor Jesus.
Se por um lado recebemos de graça as dádivas celestiais, como a salvação, por outro, Deus nos exorta a permanecermos firmes e inabaláveis na fé. No caput do texto somos exortados a não retrocedermos, pois se assim fizermos seremos destruídos (Hb 10.39), por mais forte que seja a verdade de Deus e seu juízo, o Senhor não tem prazer nisto, contudo, não pode negar a si mesmo, a sua Santa e perfeita Justiça.
Nesse sentido, no capítulo 10 de Hebreus os versículos 26 a 31 enfatizam: “Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifícios pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus.”
Muito falam do amor de Deus, mas esquecem de Sua justiça; enfatizam a graça, mas omitem o juízo, explicitam a misericórdia, mas saltam o versículo: “Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (v. 31). Ninguém que anda com Deus pode banalizar seu amor, sua graça e perdão, pois, se assim fizer, além disso denotar falta de temor, sofrerá as consequências dos pecados.
A perseverança é uma manifestação da graça de Deus que nos capacita a andarmos em santidade com o Eterno, mas isto não exclui, pelo contrário, aumenta nossa responsabilidade de perseverarmos para viver em comunhão com Deus e com o próximo.
O texto nos motiva não apenas a chegarmos com ousadia na presença do Senhor, mas também, de nos ajudarmos mutuamente: “consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajarmos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia”. (v. 24-25)
De modo que a perseverança de andar com Deus implica necessariamente vivermos em unidade, ou seja, em igreja. O cristão que não congrega está fora dos propósitos estabelecidos por Jesus, o cabeça da igreja.
Por fim, o texto nos motiva firmemente quando declara: “Por isso, não abram mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada. Vocês precisam perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que ele prometeu.” (v.35-36). Confiança e perseverança andam juntos e nos leva a receber a rica recompensa celestial. Perseveremos, amados irmãos!
Pr. Hélder Rodrigues
NOSSO ÚLTIMO ENDEREÇO NÃO É A SEPULTURA
A morte, o rei dos terrores e o último inimigo a ser vencido, não tem mais a última palavra em nossa vida. A sepultura não é o nosso último endereço. Jesus arrancou o aguilhão da morte, matou a morte e em breve a lançará no lago de fogo. Jesus morreu segundo a Escritura e foi sepultado. Mas a morte não pode detê-lo. Ele também ressuscitou como diz a Escritura. Venceu a morte e agora é a ressurreição e a vida. Jesus ressuscitou como primícias dos que dormem. Sua ressurreição é a pedra angular do Cristianismo, a acrópole das doutrinas cristãos, o selo de garantia do nosso futuro. Com respeito ao passado sua ressurreição é um fato incontroverso. Com respeito ao presente, sua ressurreição é um artigo de fé. E com respeito ao futuro, sua ressurreição é nossa mais vívida esperança. No glorioso dia de sua segunda vinda, os mortos ouvirão sua voz e sairão dos túmulos, uns para a ressurreição da vida e outros para a ressurreição do juízo.
As melhores notícias que o mundo já ouviu vieram de um túmulo vazio. O túmulo vazio de Cristo é o berço da igreja. Não adoramos um Cristo que esteve vivo e está morto, mas o Cristo que esteve morto e está vivo pelos séculos dos séculos. Ele tem as chaves da morte e do inferno. Ele está assentado no trono. Reina soberano e voltará gloriosamente. Sua vitória sobre a morte é o nosso estandarte. Não caminhamos para o entardecer da história, mas para a manhã radiosa da ressurreição.
Porque Jesus ressuscitou, o futuro não é incerto para nós. Não precisamos viver como aqueles que não têm esperança. Porque ele venceu a morte, podemos erguer nosso brado de vitória: “Onde está ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Tragada foi a morte pela vitória!”. Porque Jesus abriu o túmulo de dentro para fora, morrer para o cristão não é um desastre nem uma derrota, mas é deixar o corpo e habitar com o Senhor. É partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Aqueles que morrem em Cristo são bem-aventurados. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos. Porque Jesus está vivo, as lágrimas do luto podem ser estancadas e encontrar consolo. Não nos despedimos dos nossos ente queridos que partem no Senhor e para o Senhor com um doído adeus, mas com um esperançoso até logo.
Porque Jesus ressuscitou, nosso corpo surrado pelo cansaço, pela fadiga, pela velhice ou pela doença, ao descer à tumba, pela morte, não ficará ali para sempre. Não somos apenas matéria. Deus fez o homem do pó, mas soprou em suas narinas o fôlego da vida e ele passou a ser alma vivente. O pecado nos levou à morte, mas Cristo, por amor de nós, morreu por nós, ressuscitou para a nossa justificação e nos deu vida eterna. Ressuscitamos com ele e com ele estamos assentados nas regiões celestes acima de todo principado e potestade. Fomos salvos pela graça, mediante fé, para as boas obras. Portanto, a morte perdeu seu poder sobre nós, que estamos em Cristo.
Nossa alma imediatamente após a morte é aperfeiçoada e entra na glória, passando a desfrutar das venturas eternas, aguardando o dia em que, ao soar da trombeta de Deus, os mortos em Cristo ressuscitarão com um corpo imortal, incorruptível, glorioso, poderoso, espiritual, celestial, semelhante ao corpo de sua glória e os que estiverem vivos serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Nesse corpo de glória, não teremos conflito com o espelho nem com a balança. Esse corpo não terá defeitos nem quaisquer limitações. Pelo desdobrar da eternidade, serviremos a Cristo e reinaremos com ele nos novos céus e nova terra. As lágrimas não rolarão mais em nosso rosto nem a dor pulsará mais em nosso peito. A morte não mais nos atormentará nem o luto jamais marcará nossa vida. A eternidade de gozo terá começado para nunca mais acabar. Oh, bendita esperança! Oh, gloriosa certeza! Oh, Salvador digno de honra e glória!
Rev. Hernandes Dias Lopes
GUERREANDO DE FORMA CORRETA
As guerras que o povo de Israel enfrentou no Antigo Testamento eram muito mais do que a luta bélica entre nações inimigas, era a representação das batalhas espirituais que esta nação travava contra as trevas e o pecado. O apóstolo Paulo nos ensina: “a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12).
Discernir contra quem estamos lutando é fundamental para alcançarmos a vitória! Muitos casais se digladiam sem compreender que a semente do mal é semeada nos corações. Onde existe carnalidade haverá espaço para o diabo atuar e, portanto, trazer toda espécie de confusão e até a morte.
Depois do milagre do rio Jordão, em que as águas se estacaram para o povo passar de pés enxutos, a primeira ordem que Deus estabelece é erigir um altar como memorial dos grandes feitos do Senhor. A segunda ordenança é a circuncisão, que significa a aliança divina com todos que se consagraram a Ele. Em seguida, celebraram a Páscoa como símbolo da libertação do Egito.
Estes fatos apontam para a orientação espiritual e a consagração que o povo teria que ter para enfrentar as “guerras físicas”.
De forma sobrenatural venceram a primeira batalha contra a inexpugnável Jericó, ao som da trombeta do sacerdote e ao grito de guerra, segundo a ordem divina, as muralhas caíram. Sem dúvida algo inexplicável para a ciência.
Na segunda guerra, uma cidade ínfima comparada a Jericó, os israelitas perderam a peleja. Por que? Por causa do pecado oculto no meio do povo: “O Senhor disse a Josué: ‘Levante-se! Por que você está aí prostrado? Israel pecou. Violou a aliança que eu lhe ordenei. Apossou-se de coisas consagradas, roubou-as, escondeu-as e as colocou junto de seus bens. Por isso os israelitas não conseguem resistir aos inimigos, fogem deles porque se tornaram merecedores da sua destruição.” (Js 7.10-12 – grifo do autor).
Perderam a guerra física porque quebraram uma aliança espiritual! É exatamente assim como funciona nossa realidade!!!
O israelita Acã roubou, dentre os despojos de Jericó, algo que Deus tinha ordenado explicitamente para não fazer (Js 6.18), com isso o exército pereceu. Isso nos ensina que o mundo espiritual governa o mundo físico!
Israel só venceu a guerra contra Ai depois que o pecado foi expurgado do meio deles. Que lições podemos aprender?
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Que os soldados precisam estar em santidade para vencer as guerras;
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As menores guerras podem ser pedidas não pela nossa incapacidade, mas devido aos nossos pecados;
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O pecado individual pode levar todo o exército a perecer. Paulo ensina que ninguém vive para si (Rm 14.7);
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A oração se torna ineficaz quando existe pecado oculto. Só há uma forma de vencer essa guerra: com arrependimento.
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O desaparecimento do pecado abre portas para o novo de Deus.
Nossa maior guerra não é contra nosso semelhante e, sim, contra o diabo e contra os nossos pecados, então o que precisamos fazer é nos santificar por amor ao Senhor e obedecer pela fé para desbaratarmos grandes exércitos como foi nos tempos bíblicos.
“Contigo posso avançar contra uma tropa;
com o meu Deus posso transpor muralhas”. (2 Sm 22.30)
Pr. Hélder Rodrigues
MENTES RENOVADAS
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua
mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.” (Romanos 12.2)
A palavra amoldem indica modelagem segundo determinado padrão, em que algo toma outra forma, se amolda, adquirindo seu caráter mediante alguma influência ou poder exterior. Significa “moldar de conformidade com”. Possivelmente Paulo usou o verbo “amoldar” que no grego é “schema” contrastando com o vocabulário “morphe” que é a raiz da palavra “transformar”. Ou seja, não sejamos modelados de acordo com os valores e cultura do presente século, mas deixemos ser transformados segundo a verdade do Reino de Deus.
Este versículo adquire maior profundidade ainda quando compreendemos que na carta aos Romanos, nos primeiros 11 capítulos, Paulo revela o arcabouço teológico acerca da salvação, justificação pela fé segundo a graça, eleição, e a partir do capítulo 12 até o final traz as aplicações práticas para a vida em Cristo. Assim, o apóstolo nos ensina a não nos conformar com o presente século.
Mas como isso é possível?
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Conhecendo a Palavra de Deus – é por meio dela que somos limpos e libertos;
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Crendo na Palavra de Deus – João declara que o que vence o mundo (valores contrários ao Reino) é a fé (1 Jo 5.5);
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Lutando com os sentimentos antagônicos às verdades de Deus;
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Mortificando nosso eu pecaminoso – esta é a maior luta do ser humano, não é o diabo nem os demônios, mas exatamente aquilo que está dentro do coração. Jesus diz que do coração vêm os maus desígnios (Mc 7.21);
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Arrependendo-se dos maus caminhos – toda transformação genuína passa pelo arrependimento. Não existe mudança significativa e duradoura sem arrependimento. É o que Paulo nos ensina quando declara: “A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte.” (2 Co 7.10).
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Esmerando-se para que a vontade de Deus seja estabelecida em nossa vida – isto é, uma ação sobrenatural mas que permeia nossa conduta.
Desta forma, seremos “transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor” (2 Co 5.18) e com isto experimentaremos e comprovaremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Pr. Hélder Rodrigues
FAÇA UMA LIMPEZA EMOCIONAL
“A glória (do homem) é perdoar as injúrias”. Provérbios 19:11
Qual dona de casa não gosta de ver uma pia brilhando? Ou guarda-roupa arrumado? Agradável é viver numa casa limpa. O que as pessoas, normalmente, não gostam é da arrumação em si.
Assim, muitos na virada do ano prometem que nas férias darão uma geral no seu escritório, na despensa, nos papéis. Aproveitam um fator externo para gerar uma motivação interna. O resultado vem, deveras.
Quero estimulá-lo a fazer o mesmo em relação às suas emoções interpessoais. Faça as pazes com quem brigou, vá até ele peça perdão, reconheça seu erro, busque enxergar no outro os motivos que o levaram a agir de determinada maneira, ainda que você tenha uma parcela maior de razão, ou toda ela, tenha a iniciativa, pois é uma demonstração de grandeza.
Jesus nasceu para nos ensinar esta verdade inefável: “Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mt 18.15). Note que Cristo coloca a incumbência em nós de irmos até o outro ainda que ele tenha errado contra nós. Isso requer maturidade e revela nossa espiritualidade, uma vez que, na oração do Pai Nosso é dito: “perdoa nossas ofensas assim como nos perdoamos aos nossos ofensores” (Mt 6.12).
O alívio é imediato. A sensação de bem estar é indescritível quando apaziguamos nossas emoções em relação ao próximo, e será ainda maior quanto mais próxima for esta pessoa.
O contrário também é verdadeiro, quanto mais tempo passar maior se torna a ferida e mais esforço será necessário para acalmar os ânimos. Quanto mais tempo ficamos sem lavar a cozinha mais mal cheirosa fica.
Assim, aproveite o espírito Natalino, tome coragem, ore, seja humilde e converse com a pessoa... Faça essa faxina e comece o Ano Novo com a alma lavada.
Pr. Hélder Rodrigues
OURO, INCENSO E MIRRA
E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. (Mateus 2.10-11)
Deus não é servido por mãos humanas como se precisasse de alguma coisa (Atos 17.25). Os presentes dos magos não são oferecidos como assistência ou para satisfazer necessidades. Desonraria um monarca se visitantes estrangeiros chegassem com pacotes de mantimentos reais.
Esses presentes também não significam suborno. Deuteronômio 10.17 diz que Deus não aceita suborno. Bem, o que esses presentes significam? Como eles são uma adoração?
Os presentes são intensificadores do desejo pelo próprio Cristo, da mesma forma que o jejum. Quando você dá um presente como esse a Cristo, essa é uma forma de dizer: “A alegria que eu busco (versículo 10) não é a esperança de ficar rico com coisas que venham de ti. Eu não vim a ti por tuas coisas, mas por ti mesmo. E esse desejo eu agora intensifico e manifesto ao oferecer coisas, na esperança de apreciar mais a ti, e não as coisas. Ao dar-te aquilo de que não precisas, e o que eu poderia desfrutar, estou dizendo de modo mais sincero e verdadeiro: ‘Tu és meu tesouro, não essas coisas’”.
Acho que esse é o significado de adorar a Deus com presentes de ouro, incenso e mirra.
Que Deus tome a verdade desse texto e desperte em nós um desejo pelo próprio Cristo. Que possamos dizer de coração: “Senhor Jesus, tu és o Messias, o Rei de Israel. Todas as nações virão e se prostrarão diante de ti. Deus governa o mundo para assegurar-se de que tu sejas adorado. Portanto, seja qual for a oposição que possa enfrentar, eu alegremente atribuo autoridade e dignidade a ti, e trago os meus dons para dizer que não estes, mas só tu podes satisfazer o meu coração”.
Pr. John Piper
ATÉ O FIM (PARTE 3)
“Suporte comigo os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o alistou.”
(2 Timóteo 2.3-4)
Muitos declaram: “eu sirvo a Deus do meu jeito”, quando são convidados a irem à igreja. Ou então: “quem disse que você serve a Deus de maneira correta e eu não?”. A verdade, amados irmãos, é que a maneira certa de servirmos ao Senhor é mediante as Sagradas Escrituras, tudo que fizermos que não estiver alicerçado na Bíblia é heresia, algo sem valor, ou, pior, com implicações nas trevas.
É por meio do batismo que somos oficialmente recebidos no seio da Igreja, testificando aquilo que Deus fez em nosso coração, transformando nosso ser em uma nova criatura (2 Co 5.17; Gl 6.15).
Logo, se fazer parte do corpo de Cristo, mediante a fé e o batismo em Jesus Cristo é fundamental para uma nova vida, então permanecer na igreja significa continuar recebendo a graça de Deus para uma vida que honra e glorifica o nosso Senhor.
Quando compreendemos esta verdade, não importa o que aconteça, permaneceremos na presença Dele, por meio da Igreja, pois esta foi estabelecida por Deus. Senão vejamos:
A Igreja é militante, isto é, convocada para uma guerra santa contra as trevas, o que implica uma constante luta espiritual por meio da adoração, oração, jejum e meditação e aplicação da Palavra, combatendo numa guerra que é tanto ofensiva como defensiva.
Se a Igreja na terra é militante, no céu é a Igreja triunfante. Na palavras do Rev. Hernandes Dias Lopes lá a espada é trocada pelos louros da vitória, os brados de guerra se transformam em cânticos triunfais, a cruz é substituída pela coroa. A luta é finda, a batalha está ganha, e Cristo reina com todos os santos por toda a eternidade. Nestes dois estágios a Igreja reflete a humilhação (Igreja militante) e a exaltação de Jesus (Igreja triunfante). Esta verdade tem implicações tanto coletivas, ou seja, para a igreja, como individual. “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Rm 8.17).
É importante observar a distinção de uma igreja visível e a invisível. Não se trata de duas igrejas, mas de dois aspectos da única Igreja de Jesus Cristo. Quando se fala da Igreja invisível é comum pensar no aspecto da Igreja triunfante, da Igreja ideal, da Igreja de todas as terras e de todos os lugares, que o homem não tem nenhuma possibilidade de ver.
Naturalmente, a Igreja invisível assume a forma visível. Do mesmo modo que a alma humana se adapta a um corpo e se expressa por meio dele, a Igreja invisível que consiste, não de almas, mas de seres humanos que têm alma e corpo, assume, necessariamente, forma visível de uma organização externa, por meio da qual se expressa a união invisível de Cristo com a Igreja. Daí a importância de permanecer ligado à Igreja visível, pois ela é a explicitação da Igreja invisível, ou seja, da união invisível de Jesus com cada um de nós.
Ora, a salvação não se dá por meio de uma denominação eclesiástica, mas mediante a crença de que o Senhor Jesus é o seu único e suficiente Salvador. Mas, uma vez que se crê nesta verdade, o Senhor nós vocaciona para fazermos parte da Igreja visível. Da mesma forma que Tiago declara “mostra sua fé sem obras, que mostrarei a minha fé por meio de obras”. Assim, o novo nascimento o impelirá a pertencer a uma igreja local (visível).
Assim, estar numa Igreja local é ter a chance de se tornar um instrumento poderoso nas mãos do Deus Vivo para a manifestação da vontade Dele, mas ao mesmo tempo é ser tratado pelos irmãos e por Deus para que a Igreja militante (que somos nós) se “torne” a Igreja triunfante. Aleluia!
Pr. Hélder Rodrigues
ATÉ O FIM (PARTE 2)
Vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. (Colossenses 2.12)
A Igreja nasceu não da vontade humana, nem da carne, mas foi estabelecida por Deus. O chamamento de Cristo para a sua vida implica a manifestação de frutos que glorifiquem a Deus bem como permanecer ligado à videira verdadeira (Jo 15), logo pertencer à igreja de Cristo.
O termo igreja vem da palavra grega ekklesia, que significa “os chamados para fora” dando a entender um grupo distinto, eleito, selecionado para a manifestação da glória divina. “Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados” (Cl 1.13-14).
Igreja cristã é uma entidade espiritual formada por um povo universal (que não tem a ver com bandeira de igreja), vinculado mediante a união mística com Cristo, para a manifestação da vontade de Deus e Sua Glória.
Para melhor compreensão do que é Igreja a Bíblia enumera várias figuras, por exemplo:
Povo de Deus – a Igreja é constituída do povo de Deus. “Ele próprio (Deus) disse: Habitareis e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2 Co 6.16);
Corpo de Cristo – a idéia é que a Igreja é um organismo e cada parte do corpo (órgão) necessita do outro, sendo Cristo a cabeça (Cl 1.18; 1 Co 12);
Templo do Espírito Santo – É o Espírito que faz surgir a Igreja, onde Ele habita tanto coletivamente como individualmente. “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sóis vós, é sagrado (1 Co 3.16-17).
A Igreja não deve ser concebida primeiramente como um fenômeno sociológico, mas como uma instituição estabelecida por Deus. Por conseguinte, sua essência deve ser determinada não por uma análise de suas atividades, mas pelas Escrituras.
A Igreja é a continuação da presença e do ministério do Senhor no mundo. “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).
Apesar de ser uma criação divina, a Igreja é composta de seres humanos imperfeitos. Ela não alcançará perfeita santificação até o retorno do seu Senhor.
Logos, muitos os que deixam a Igreja por problemas relacionais (Hb 12.15), pelas fascinações deste mundo (Mt 13.22), ou seja, os valores antagônicos à Palavra de Deus (1 Jo
2.15-16), por falta de fé (Hb 11.6), por tribulações ou perseguições (Mt 13.21) não estão deixando uma instituição humana tampouco religiosa, mas estão se “apartando” da graça estabelecida no seio da Igreja. Por isso, a importância de permanecer ligado à Igreja. Se afastar da igreja significa esfriar na fé.
Por outro lado, por meio do batismo, que simboliza morrer para o mundo e ressuscitar para uma nova vida com Cristo (Rm 6.3-4; Cl 2.12), o cristão cumpre o sacramento que identifica o batizado, perante o mundo físico e espiritual, que você é crente, salvo por Cristo. Hoje é um dia de festa, pois iremos batizar alguns irmãos e queremos dizer-lhes: “Sejam bem-vindos à família da Igreja de Jesus Cristo, permaneçam Nele e terão vida em abundância (Jo 10.10)”.
Pr. Hélder Rodrigues
ATÉ O FIM (PARTE 1)
“Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa
da vida, que Deus prometeu aos que o amam” (Tg 1.12).
A decisão vem precedida de uma forte emoção: “vou aprender inglês este ano”. Iniciam-se as aulas com uma grande motivação... o tempo vai passando, as primeiras provas acontecendo, a dificuldade aumentando... O aluno, agora, cabisbaixo declara: “já não vale mais a pena”.
Inúmeros fatores contribuem para a desistência: dificuldades, falta de motivação, pouca perseverança, preguiça, etc. Quando nós nos propomos a fazer algo o que está em jogo não é apenas a atividade “fim”, mas o forjar o caráter. Ao dar cabo de uma meta quanta felicidade nos gera, isto porque a persistência falou mais alto do que as dificuldades.
O cristianismo ensina muito sobre resiliência, a capacidade de enfrentar dificuldades, assim uma verdade explícita precisa ser cravejada em nosso espírito: permanecer. Pois o ramo ligado na Videira Verdadeira foi projetado para dar frutos e permanecer ligado a ela (Jo 15).
Permanecer em Cristo significa amá-lo acima de tudo e de todos. Quando vierem as lutas, as perseguições, as calúnias só existe uma força maior para vencer tudo isso: o amor a Ele.
Permanecer em Cristo significa crer Nele e em suas promessas. Em meio ao deserto lembre-se que Deus projetou Canaã.
Permanecer em Cristo significa ser forjado por Ele, pois todo ramo que estiver ligado à Videira Verdadeira será podado para dar mais fruto ainda (Jo 15.2). Este tratamento, normalmente, é doloroso e paulatino.
Logo, se permanecer significa estar aos pés de Jesus no seio da igreja, então não é possível permanecer Nele longe da igreja.
As desculpas são inúmeras, os ardis de Satanás “infinitos”, os atrativos do mundo constantes, tudo para levar o cristão a uma atitude: não permanecer. A parábola do semeador explica o que acontece com a semente das Boas Novas quando é arrebatada (Mt 13.1-23). Portanto, os principais motivos que levam as pessoas a não permanecerem são: falta de fé (Mt 13.19), tribulação ou perseguição (Mt 13.21), preocupação ou fascínio com este mundo (Mt 13.22) e problemas de relacionamento que geram raiz de amargura (Hb 12.15).
O permanecer pressupõe o coração (amor) e o compromisso/perseverança (caráter), mas paradoxalmente isto não vem apenas de nós mesmos, mas principalmente de Deus, pois a vocação aos eleitos e a capacidade de permanecermos Nele é de Deus. É o que Calvino chama de perseverança dos santos. Assim, aos que se desviaram e nunca voltaram o apóstolo João declara: “Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos” (1 Jo 2.19).
Jesus declara: “nenhum deles se perdeu” (Jo 17.12), Paulo enfatiza: “quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (Rm 8.35). Você foi escolhido para permanecer, pois quem permanece vence!!!
Pr. Hélder Rodrigues
A INFLUÊNCIA DA IGREJA NO MUNDO
A igreja é uma agência do reino de Deus no mundo. Ela está no mundo, mas não é do mundo. Ela tem uma origem diferente, uma natureza diferente, uma missão diferente e um destino diferente. A igreja não é uma instituição puramente humana; ela tem sua origem em Deus. A igreja, como um lírio que cresce no lodo, é santa num mundo corrupto. A igreja tem o ministério da reconciliação num mundo marcado pelo ódio. A igreja está firmada em Cristo e caminha para a glória, enquanto o mundo jaz no maligno e marcha célere rumo à perdição. Três figuras neotestamentárias ilustram a influência da igreja no mundo:
1. A igreja é sal que inibe a corrupção (Mt 5.13). Jesus diz: “Vós sois o sal da terra”. O sal tem o poder de preservar da decomposição. É um elemento antisséptico que inibe o processo da corrupção. A igreja é uma força preventiva no mundo. Sua presença no mundo freia e desacelera o processo galopante da maldade induzido pelo pecado. A igreja presente no mundo é a manifestação mais eloquente da graça restringente de Deus. Se a igreja não existisse, o mundo já teria se chafurdado de forma irremediável no pecado. Jesus, porém, alerta para o perigo do sal perder o seu poder de salgar. Sal que não salga só presta para ser pisado pelos homens. Sal no saleiro não protege da corrupção o mundo à sua volta. A igreja não é sal da igreja; ela é sal da terra. Ela não é sal no saleiro; ela é sal no mundo. Ela não é sal inútil e insípido; é sal que que coíbe o mal e dá sabor à vida.
2. A igreja é luz que aponta a direção (Mt 5.14-16). A igreja tem o poder interno de salgar e o poder externo de influenciar. A luz existe para se manifestar. É como uma cidade no alto de um monte; é impossível escondê-la. A luz é símbolo de pureza, conhecimento e verdade. A luz tem o poder de apontar a direção. O mundo está em trevas, pois o diabo cega o entendimento dos incrédulos. Os ímpios vivem no reino das trevas. Aqueles que vivem nas trevas nem sabem em que tropeçam. Eles estão caminhando para a morte, mas não sabem para onde estão indo. É nesse berço de cegueira que a igreja deve se levantar como luz do mundo. A igreja conhece o caminho e deve apontá-lo para aqueles que vivem errantes. A igreja conhece a verdade e deve proclamá-la àqueles que vivem no engano. A igreja conhece a vida e deve compartilhá-la com aqueles que jazem mortos em seus delitos e pecados. A igreja é a luz do mundo, que anuncia aos pecadores Jesus, a verdadeira luz que vinda ao mundo, ilumina a todo o homem.
3. A igreja é perfume que atrai a atenção (2Co 2.15,16). A igreja é o perfume de Cristo e o perfume tem o poder de atrair. O perfume é sempre notado. Jamais passa despercebido. Assim é a igreja. Ela é o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para aqueles que perecem, a igreja é cheiro de morte para a morte; para aqueles que são salvos, aroma de vida para a vida. A igreja nunca é neutra. A Palavra de Deus que sai da sua boca é uma espada de dois gumes, que anuncia salvação aos arrependidos e morte aos impenitentes. Ela tem voz profética no mundo. Ela denuncia o pecado desde o palácio até à choupana. Como embaixadora de Deus, chama os pecadores ao arrependimento com senso de urgência. Aqueles que ouvem o sonido da trombeta e buscam o refúgio da graça salvadora, celebrarão a festa da vida; e para esses, a igreja é aroma de vida para a vida. Mas, aqueles que se mantêm rebeldes ao Filho de Deus e escarnecem do evangelho da salvação, chorarão o drama irremediável da condenação eterna; e para esses, a igreja é cheiro de morte para a morte.
Rev. Hernandes Dias Lopes
CONFIA AO SENHOR AS TUAS OBRAS
"Confia ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos”. Pv 16:3
Você já deve ter lido alguém escrevendo sobre o segredo do sucesso. Aliás, em algum momento, a maioria de nós pelo menos já pensou sobre isso: Como eu faço para alcançá-lo?
Não que eu creia que o sucesso, como entendido pela maioria das pessoas, seja, de fato, um fim em si mesmo. Mesmo porque viver em função de uma conquista que representa, em muitas situações, apenas lucro financeiro, é ser pobre demais e sem qualquer sucesso efetivo na vida.
Mas o sábio diz que se consagrarmos ao Senhor tudo o que fizermos (confia ao Senhor as tuas obras), seremos bem-sucedidos. E isto nos leva a entender que o segredo para se sentir realizado é fazer todas as coisas para a glória de Deus. É óbvio que Deus quer manifestar a sua glória entre os seus e, portanto, se consagramos nossos feitos a Ele e ao louvor da sua glória, ele nos abençoará.
Certamente, a grande preocupação que devemos ter é se, realmente, o que pretendemos fazer visa a glória do Senhor.
Assim, analise o que você está fazendo e direcione cada ato seu para esse supremo alvo: a Glória do Senhor e você certamente será satisfeito pelo próprio Deus.
Pr. Cleverson Gilvan - Pastor da IP de Patrocínio
PRAZER CRISTÃO
Quem nunca ficou fascinado com o mundo das artes? Emocionado ao som da pomposa orquestra? Os amantes do futebol gritam goool a plenos pulmões. Turistas investem boa soma de dinheiro para contemplar uma paisagem do alto de um teleférico. O ser humano está sempre em busca de prazer! Mas muitos se perdem nesta jornada com drogas, bebidas, sexo ilícito, atraídos pelo pecado...
E o cristão, qual o seu maior prazer?
O salmista declara: “Sacia-nos de manhã com a tua bondade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias (Sl 90.14); Irei ao altar de Deus, que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu (Sl 43.4); Na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). De forma poética e graciosa o salmista nos ensina acerca do motivo sublime do nosso prazer: Deus! Sim, a Bíblia instrui que somos a noiva que anela a volta do Noivo; somos o povo separado, aliançado para viver de todo o coração, força e entendimento o relacionamento apoteótico dos filho com o Pai!
Logo, o prazer máximo da vida é Deus. Os filhos de Corá afirmam que não há companhia melhor do que a do Senhor: “Pois um dia em teus átrios vale mais que mil em qualquer outro lugar” (Sl 84.10a); e complementam: “estar recostado à porta da Casa do meu Deus é melhor que morar nas tendas mais ricas dos ímpios” (Sl 84.10b). Davi chega a comparar o aconchego materno com o seu relacionamento com o Senhor: “De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança” (Sl 131.2).
Agostinho preleciona: “Fizeste-nos para Ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti”. Os puritanos, representantes de um dos movimentos mais lindos do cristianismo, tinham por objetivo conhecer a Deus tão bem a ponto de dizerem que “deliciar-se n’Ele é o nosso ofício”. O grande avivalista Jonathan Edwards revelou o cerne do cristianismo: “a felicidade da criatura consiste em regozijar-se em Deus, através de quem Deus também é magnificado e exaltado”. O Catecismo Maior de Westminster é categórico na resposta à sua primeira pergunta “qual é o fim supremo e principal do homem?” Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre (Sl 73.24-26; Jo 17.22-24)”. Fazendo coro com esta verdade norteadora, em sua robusta obra Plena satisfação em Deus, John Piper preconiza: “Deus é mais glorificado em nós quando somos mais satisfeitos n’Ele”. Exaltamos a Deus quando estamos satisfeitos N’Ele! C. S. Lewis nos exorta quando afirma que “nós nos contentamos com pouco” no sentido da busca do prazer neste mundo, desatrelada da satisfação plena que o Senhor tem a nos oferecer.
Portanto, regozijarmo-nos em Deus é mandamento! Nosso prazer não está apenas como consequência da obediência a Deus, mas decorre da obediência a Ele. O apóstolo Paulo na prisão, com sua sentença de morte decretada diz: “Alegrem-se nos Senhor, outra vez digo alegrem-se” (Fp 4.4). Toda satisfação do ser humano desatrelada de Deus, diz o pregador em Eclesiastes, “é vaidade”. Assim, o júbilo da companhia da esposa e dos filhos, uma vitória alcançada no trabalho, a realização de um sonho, tudo isso deve apontar para a realidade divina que “toda boa dádiva vem de Deus” (Tg 1.17) e, assim, o que recebemos sob a ótica humana é um ícone da grande satisfação que temos no Senhor.
Pr. Hélder Rodrigues
A HUMILHAÇÃO DE CRISTO, O FILHO DE DEUS
O apóstolo Paulo falando sobre a humilhação de Cristo, escreve: “A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8). Cristo se esvaziou e se humilhou quando ele se fez homem. Depois desceu mais um degrau nessa escalada da humilhação, quando se fez servo; mas, desceu às profundezas da humilhação quando suportou a morte e morte de cruz. Por seu sacrifício, ele transformou esse horrendo patíbulo de morte no símbolo mais glorioso do Cristianismo (Gl 6.14).
A cruz de Cristo é a grande ênfase de toda a Bíblia, tanto do Velho como do Novo Testamento (Lc 24.25-27). Dois quintos do Evangelho de Mateus são dedicados à última semana de Jesus em Jerusalém. Mais de três quintos do Evangelho de Marcos, um terço do Evangelho de Lucas e quase a metade do Evangelho de João dão a mesma ênfase. O apóstolo João fala da crucificação de Cristo como a “a hora” vital para a qual Cristo veio ao mundo e seu ministério foi exercido (Jo 2.4; 7.30; 8.20; 12.23; 12.27; 13.1; 17.1). Cristo morreu para remover o pecado (1Pe 2.24; 2Co 5.21), satisfazer a justiça divina (Rm 3.24-26) e revelar o amor de Deus (Jo 3.16; 1Jo 4.10).
A morte de cruz tinha três características:
Ela era dolorosíssima. Era a pena de morte aplicada apenas aos escravos e delinquentes. Havia um adágio que dizia que uma pessoa crucificada morria mil mortes. Muitas vezes, o crucificado passava vários dias pregado na cruz e morria lentamente com câimbras, asfixia e dores atrozes.
Ela era ultrajante. A pessoa condenada era açoitada, ultrajada e cuspida e, depois, tinha que carregar a cruz debaixo do escárnio da multidão até o lugar da sua execução.
Ela era maldita. Uma pessoa que era dependurada na cruz era considerada maldita (Dt 21.23; Gl 3.13). Assim, enquanto Jesus estava pendente na cruz, embaixo Satanás e suas hostes o assaltavam; em volta os homens o escarneciam; de cima, Deus o cobria com um manto de trevas, símbolo de maldição e de dentro prorrompia o amargo grito: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” De fato, Cristo desceu a este inferno, o inferno do Calvário. O Senhor da Igreja consentiu em terminar sua vida num patíbulo romano e do ponto de vista judaico, morrer sob condenação divina. Assim, Jesus nos conduz como num imenso mergulho, dos mais elevados píncaros aos mais profundos vales, da luz de Deus para a escuridão da morte.
Mas, não devemos olhar a morte de Cristo na cruz apenas sob a perspectiva do sofrimento físico. A grande questão é: por que ele morreu na cruz? Cristo não foi para a cruz porque Judas o traiu por ganância, porque os sacerdotes o entregaram por inveja ou porque Pilatos o condenou por covardia. Ele foi para a cruz porque o Pai o entregou por amor e porque ele a si mesmo se entregou por nós. Ele morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3). Nós o crucificamos. Nós estávamos lá no Calvário não como plateia, mas como agentes da sua crucificação.
A cruz de Cristo é a maior expressão do amor de Deus por nós e a mais intensa expressão da ira de Deus sobre o pecado. O pecado é horrendo aos olhos de Deus. A santa justiça de Deus exige a punição do pecado. O salário do pecado é a morte. Então, Deus num ato incompreensível de eterno amor, puniu o nosso pecado em seu próprio Filho, para poupar-nos da morte eterna. Na cruz Jesus bebeu sozinho o cálice amargo da ira de Deus contra o pecado. Na cruz Jesus foi desamparado para sermos aceitos. Ele não desceu da cruz para podermos subir ao céu. Ele se fez maldição na cruz para sermos benditos de Deus. Ele morreu a nossa morte para vivermos a sua vida!
Rev. Hernandes Dias Lopes
NOSSA ADORAÇÃO, GRATIDÃO E ALEGRIA...
A Ti Senhor, Rei dos reis, Senhor dos senhores, Príncipe da Paz, Deus forte, Pai da Eternidade, Maravilhoso Conselheiro, nosso Senhor e Salvador, nosso Pai, rendemos toda honra e toda glória eternamente.
Brados de vitória pelos Teus grandes feitos!
Nosso coração jubiloso se rasga diante de Teus amor e declaramos a plenos pulmões: só o Senhor é Deus!
Desejamos como igreja andar em santidade e comunhão com os irmãos como ato de adoração sacrificial, pois, mais do que pronunciar o Teu perfeito amor, anelamos com todo nosso ser viver a Tua verdade e, assim, glorificar o Teu santo nome mediante nossas ações no seio cristão e fora dele.
Óh, Deus! Nosso eterno motivo de alegria está em Ti!
Obrigado Deus Pai, pela Tua soberania sobre tudo e sobre todos.
Obrigado Jesus, nosso Resgatador, pela vida de cada irmão-ovelha que tem se esforçado para seguir os Teus deliciosos e estreitos caminhos, manifestando, assim, a fragrância de vida.
Obrigado Espírito Santo, pelos irmãos que têm semeado conosco – com suor e lágrimas – a implantação do Teu Reino.
Senhor faça-nos mananciais!
Pr. Hélder Rodrigues
O SANTO MORREU
A vida fluiu das mãos de Pilatos
A água escorrida, o sangue derramado
O Justo morrendo pelo profano
O Santo feito libação
Dilacerado foi seu coração
O Perfeito julgado sem opção!
Morreu para dar vida
O Autor da vida
A todo que acredita
Libertação, redenção, salvação
Não há mais condenação
O que resta senão adoração?
Inexplicável então
Sem compreender a razão
Os homens se julgam sãos
São pecadores, destituídos da glória
Desvirtuados pela mentira da serpente ilusória
Iludidos se tornam escravizados
Se julgam livres, estão desgovernados
Acorrentados pelos desejos mundanos
Cegos para a luz de Cristo
Insisto
Não há vida sem Cristo!
Jesus morreu para nos salvar
Os discípulos vivem para salgar
A igreja para proclamar:
Jesus Cristo é o Senhor!
Deus é o autor
Do transformador amor...
Pr. Hélder Rodrigues
ESPEREI PACIENTEMENTE
Tudo que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança. Rm 15.4
Não basta estar certo para ter vitória, é preciso paciência e persistência. Devemos agir de maneira correta independentemente das circunstâncias, inclusive em meio às tribulações, pois estas não são um fim em si mesmo mas uma maneira pela qual Deus nos ensina a sermos perseverantes para que sejamos maduros e íntegros (Tiago 1.2-4).
A alegria do cristão não pode estar atrelada apenas a esta vida, mas, sobretudo, às promessas da vida eterna. Por isso a exortação de Tiago: "sejam pacientes até a vinda do Senhor" (Tg 5.7).
A paciência é uma virtude espiritual, é a manifestação do fruto do Espírito (Gl 5.22) que nos capacita a controlar a ansiedade. Não é algo natural pois o ser humano normalmente é imediatista.
Entretanto, esperar no Senhor não é um ato de omissão ou negligência mas a crença ferrenha Naquele que prometeu e é justo e fiel para cumprir.
Muitos cristãos estão abatidos por estarem ligados demais nas questões terrenas em detrimento das celestiais, por isso Tiago ilustra a questão da paciência de três maneiras:
"Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera." (Tg 5.7) Assim como o agricultor dependia totalmente da chuva devemos ser na esperança da ação divina.
"Irmãos, tenham os profetas que falaram em nome do Senhor como exemplos de paciência diante do sofrimento." (Tg 5.10) Os profetas são pessoas que andam com Deus e anunciam aquilo que ouvem da parte do Senhor, o que os leva, muitas vezes, a confrontarem o seu semelhante. Por isso a paciência é tão importante em meio à perseguição e retaliação. Jesus declarou: "Bem-aventurado sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós." (Mt 5.11-12). Como você reage em meio à perseguição? Com paciência? ou segundo seus desejos carnais?
Por último, Tiago revela: "Vocês ouviram falar sobre a perseverança de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia." (Tg 5.11) A maioria das vitórias é precedida de lutas e quanto maior a conquista maior a luta. Para chegar ao monte muitas vezes temos que passar pelos vales.
Jó praticamente perdeu tudo, mas permaneceu com Deus. Jó perguntou 16 vezes "por que" se queixou 34 vezes, mas no auge da sua dor declarou: "Ainda que Deus me mate, ainda assim, esperarei nele..." (Jó 13.15).
Jó esperou pacientemente no Senhor e Deus o honrou. O diabo lutou com todas as forças para que Jó abandonasse a Deus, para que não tivesse paciência em esperar a provisão do Senhor. Entretanto, o propósito de Deus em permitir que ele sofresse foi fortalecê-lo e fazer dele um exemplo de fé e perseverança para todos os cristãos.
Como agricultores, esperemos com paciência a colheita espiritual, como profetas, permaneçamos fiel no testemunho, a despeito das perseguições e como Jô, esperemos que Deus complete seu maravilho plano em nossas vidas na certeza de que Ele é cheio de compaixão e misericórdia.
Pr. Hélder Rodrigues
O QUE VOCÊ TEM FEITO NA CASA DE DEUS?
O Apóstolo dos Gentios, Paulo, tinha um senso real de seu chamamento divino... seus discursos e, principalmente, sua conduta relatam o quanto este homem lutava contra suas fraquezas para proclamar a glória divina. “Esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1Co 9.27).
Seu foco apenas um: Jesus. O meu “viver é Cristo” (Fp 1.21). Tudo que ele fazia tinha uma única finalidade: glorificar a Deus. “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Cl 3.23). “Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31).
Seu discernimento de sua vocação é comovente: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conforme à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou, e aos que chamou, a esses também justificou, e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.28-30).
Sua convicção do amor de Deus é arrebatador: “Em todas as coisas, porém, somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do provir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Rm 8.37-39).
Pouquíssimos homens na Bíblia tiveram uma revelação tão profunda como Paulo, por isso, sua espiritualidade era tão latente. “Agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. (At 20.22-24).
Assim, é notório ver a prioridade suprema da vocação de Paulo - “prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.12) – seu senso de urgência para proclamar o reino de Deus. “Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele”. (1 Co 9.24). Tudo isso alicerçado numa única motivação: o amor a Deus.
Paulo foi o que foi pela a graça de Deus, tornou-se o que se tornou pela resposta fiel e fervorosa a sua vocação. Assim, nós nos tornaremos cristão dignos de sermos seguidos (1 Co 11.1) à medida da graça divina somado a nosso compromisso em amor com o Reino. O que você tem feito na casa de Deus?
Pr. Hélder Rodrigues
FOGO DA PROVAÇÃO
“Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo” (1 Pedro 4:12)
À medida que a fidelidade dos cristãos crescia aumentava a perseguição. Roma tinha como seu deus César e todo aquele que não se colocava debaixo de seu jugo era torturado, provado, queimado, tornava-se, muitas vezes, espetáculo aos zombadores, que se deliciavam em ver o massacre dos leões aos filhos de Deus. É nesse contexto que o apóstolo Pedro exorta os cristãos da época a não estranhar o fogo ardente destinado a provar cada um.
O sangue dos mártires foi a semente que o Senhor usou para o crescimento e fortalecimento da igreja. A tenacidade suprema desses homens demonstrava seu grande amor ao Senhor e como Ele nos fortalece na provação.
Assim, quanto mais intenso era o fogo mais surgiam cristãos genuínos, os que foram relatados pelo apóstolo João: “Eles o venceram (o Acusador) pelo sangue do cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11- grifo do autor).
Isto nos leva a corar de vergonha porque, na maioria das vezes, nossas provações são tão menores e mesmo assim muitos crentes reagem com murmuração, incredulidade, esfriamento da fé e do amor ao Senhor. Que Deus possa ter misericórdia de nossa geração!
Toda provação não é um fim em si mesmo, mas algo que Deus permite ou faz para nos tratar, nos purificar, nos transformar pelo fogo das tribulações.
Somos como o ouro que necessita ser triturado, misturado com solvente e ir ao fogo em elevadíssima temperatura. A partir de então o ouro fica líquido e desce por ser mais pesado do que outras substâncias impuras ou menos nobres como cobre, ferro, zinco, estes, junto com o solvente sobem e são removidos, surge assim um metal mais puro, refinado pelo fogo.
“O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o Senhor”. Provérbios 17:3
O fogo da provação faz parte da sapiência de nosso Senhor para nos purificar, assim como o ouro que, uma vez fundido torna-se uma nova liga mais refinada e acrescida da honra de Deus.
Entretanto, desejar um evangelho sem cruz, uma verdade sem transformação, um discipulado sem constância é o mesmo que não conhecer o teor da prova e ansiar ser aprovado.
Pedro nos ensina que a fé que temos é muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, pois é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado (1 Pe 1.7). É surpreendente que além de sermos exortados a permanecer fieis nas provações, Pedro acrescenta:
“Alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (1 Pe 4.13-14 - grifo do autor).
Ter uma visão celestial das provações nos fortalece, nos leva à fidelidade, ao fervor da fé e a receber as recompensas indizíveis dos que perseveram até o fim.
Pr. Hélder Rodrigues
UNIDOS EM CRISTO
Pela graça, mediante a fé, os convertidos são unidos em Cristo para a salvação! Para transformação! Para receber bênçãos e se tornarem bênção! Ninguém é salvo se não estiver unido a Jesus! O Messias, gerado pelo poder do Espírito no ventre de Maria, significa aquele que “salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.20). Salvação, portanto, é receber de Deus o perdão dos nossos pecados. Assim, não existe nenhuma mudança mais profunda e impactante do que se unir a Cristo, ou seja, reconhecer que somos pecadores e carecemos da graça de Deus. As boas novas é a compreensão de quem somos, errantes espiritualmente e, por consequência, moralmente. Por causa do pecado carecemos de um Resgatador. O Evangelho aponta nosso pecado, mas revela a solução que está em Jesus, nosso único e suficiente salvador.
Uma vez que nascemos de novo, pelo poder do Espírito, nos unimos com Cristo, somos justificados, isto é, recebemos uma declaração definitiva de Deus de que somos justos. Trata-se de um ato “forense- teológico” pelo qual deixamos de ser réus e nos tornamos filhos de Deus. A justificação não se dá por nenhum mérito humano, nenhuma boa obra, mas única e exclusivamente pela bondade do Senhor. Assim, onde abundou o pecado em nós superabundou a graça do Senhor (Rm 5.20). Logo, toda conversão se manifesta na justificação, de modo que recebemos uma nova posição em Deus: de filhos e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17).
Essa posição de justificado não pode ser perdida, o que é suficiente para o Eterno nos levar para o céu. Isso deve gerar em cada cristão uma segurança inabalável do amor incondicional do Senhor por nós o que redundará numa ação importantíssima em nossas vidas: a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.24). Se a justificação é uma relação “estática” e imutável dada por Deus, a santificação é a capacitação de Deus, mediante Sua Palavra e Espírito, para nos levar a glorificar o Seu nome. Ela pode e deve ser desenvolvida.
A santificação é o reflexo de que somos justificados, refletindo o caráter de Cristo em nós à medida que nos afastamos do pecado. John Murray afirma: “Nada é mais relevante à santificação progressiva que nosso reconhecimento de estarmos mortos para o pecado e vivos para Deus em Jesus Cristo (Rm 6.11)”.
O que acontece com muitos crentes “velhos de igreja”? O comodismo! A banalização do sagrado! A falta de busca pela santidade! O conformismo com o presente século! A desistência de lutar contra alguns tipos de pecados que afloram em sua vida! A insensibilidade para orar, chorar, jejuar. Muitos, por receberem tão abundante graça, tornam-se omissos e preguiçosos para mortificar sua carne. Se acomodam na posição de filhos, pois estão unidos pela graça em Cristo, mas são filhos desobedientes que não estão honrando o Rei da glória.
A santificação é uma dádiva do Senhor, requer de cada um luta ferrenha contra a carne, o mundo e o diabo. Muitos estão enganados pelas trevas: “eu não sou capaz!” “Está tudo bem, Deus lhe aceita assim mesmo!” Outros cristãos amam mais os prazeres transitórios do pecado do que o desejo de ter mais intimidade com Deus. Há aqueles que estão conformados com o presente século, iludidos pela cultura caída que os levam a questionar ou subverter as verdades imutáveis de Deus por meio das Sagradas Escrituras.
Mas a Bíblia é enfática
Em Cristo, estamos mortos para o pecado e vivos para a justiça (Rm 6.4, Cl 3.1-3);
Em Cristo, somos nova criação, de maneira que nosso viver é para Deus (2 Co 5.15, 17);
Em Cristo, não somos mais filhos da desobediência, mas filhos separados para as boas obras (Ef 2.4-6, 10);
Em Cristo, somos chamados para viver em santidade (CL 3.12-14; Ef 1.4);
Em Cristo, podemos andar como ele andou (Cl 2.6).
A bíblia é repleta da exortação dadivosa para sermos santos como Ele é. É possível! Não pela nossa força, mas pela capacitação do Espírito mediante Sua Palavra. Assim, todos que são unidos a Cristo são chamados para refletir seu caráter.
Pr. Hélder Rodrigues
DEUS É SANTO
Deus é santíssimo! Todos os Seus atributos são santos! Todas as Suas ações são santas! Seus mandamentos são santos, justos e bons (Rm 7.12)! O pr. Jerry Bridges afirma: a “santidade descreve a majestade de Deus e sua pureza e perfeição moral. Santidade é um dos seus atributos; isto é, a santidade é uma parte essencial da natureza de Deus”. E complementa: “A santidade é a perfeição de todos os seus atributos: o seu poder é poder santo; a sua misericórdia é misericórdia santa; a sua sabedoria é sabedoria santa. É a santidade de Deus, mais do que qualquer outro atributo, que o torna verdadeiramente digno do nosso louvor.”
Quando Moisés louvou a Deus pelo livramento dos israelitas do exército de Faraó cantou: “Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a Ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?” (Êx 15.11 - grifo do autor). A santidade, portanto, gera em nós segurança no Deus que faz tudo perfeito e que é fiel em todas as suas ações. Logo, podemos nos deleitar em seu Ser, em sua majestade, em suas promessas, em sua perfeição...
O profeta Isaías, exortando o povo de Deus, declarou: “Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá” (Is 59.2). É o pecado que nos separa de Deus, somente o pecado, pois Deus é santo e não aceita o pecado. O Senhor leva tão a sério o pecado que enviou seu Filho unigênito para morrer na cruz em nosso lugar, pois o salário do pecado é a morte. Somente um Deus santo pode exigir de nós santidade, que significa separação do pecado. É viver em conformidade com o Seu caráter.
Quem é suficiente para uma vida reta? Ninguém! A Bíblia diz que todos, absolutamente todos, pecaram e, por isso, estavam destituídos da glória de Deus, mas o dom gratuito é a salvação em Cristo (Rm 3.23-24)! Assim, é em Cristo que temos o perdão de nossos pecados e, por meio do Espírito Santo, somos transformados para vivermos em santidade. Fomos escolhidos pelo Pai, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele (Ef 1.4). Pedro é enfático: “Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15-16). Note, a separação do pecado não é apenas em algumas áreas, como se o Senhor fechasse os olhos diante do porão horripilante de pensamentos, palavras ou ações... Deus nos quer por inteiro, viver para Deus envolve todas as esferas da nossa existência, inclusive as intenções do coração.
É o Eterno que nos transforma para sermos capazes de viver debaixo de Sua maravilhosa vontade, em obediência e separação para glorificar o Seu nome. Portanto, santidade é um dom de Deus! Mas é também um mandamento para todos que nasceram de novo. Não se trata de uma mera opção.
É em Cristo, por meio do Espírito e da Palavra que somos a cada dia restaurados para uma vida mais digna diante do Senhor e dos homens, o que requer diligência para a mortificação da carne e vigilância para não cedermos às tentações do mundo nem do Diabo. Ninguém vive em santidade se olhar para si, seus desejos ou necessidades, mas quando nos voltamos para o Senhor, quando discernimos pela fé a Sua Palavra é que podemos cumprir o que o Eterno requer de nós: santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14)!
Pr. Hélder Rodrigues
ESPERANÇA, ORAÇÃO E MISSÕES
A Palavra revela de forma progressiva o propósito eterno do Criador de se fazer conhecido de todos os povos. Gênesis 12.3 começa com Sua promessa de abençoar “todas as famílias [povos] da terra” e Apocalipse 7.9 antecipa o glorioso desfecho dessa história, com pessoas “de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro”.
Entre Gênesis e Apocalipse, incluindo nossos dias, temos o desenvolver do maior projeto de todos os tempos: a redenção do universo caído. Missões se desponta, assim, como uma guerra previamente vencida, apesar de ao longo da mesma acontecerem muitas batalhas imprevisíveis para os combatentes. Soldados se ferem nas lutas, mas o Eterno já escreveu o último e vitorioso capítulo desta saga.
É por isso que podemos orar esperançosamente pelos perdidos, pois sua redenção não está nas mãos dos missionários, das igrejas e nem das agências, mas sim nas mãos do próprio Senhor da história. Pelo fato da nossa esperança estar em Cristo, podemos orar intensamente por missões, pois é Ele mesmo quem levará a cabo seu grande projeto redentor.
Dá até a impressão de sermos dispensáveis nesse empreendimento. E de fato o seríamos, se o próprio Deus não tivesse determinado em Sua soberania, que a igreja participasse do desenvolver da história. Ele poderia fazer tudo sem nós, sem nosso dinheiro e até sem nossas orações, mas quis o Soberano nos dar o privilégio de participar do Seu glorioso projeto. É mais uma razão pela qual podemos orar esperançosamente por missões, pois o Dono de todas as coisas decidiu usar a nossa oração. Então, ore!
Ore esperançosamente pelo abrir de portas. O império das trevas quer manter os perdidos sem acesso ao evangelho. Como resultado, temos países fechados para o ingresso de missionários, restrição de liberdade religiosa em várias nações, artimanhas políticoadministrativas para evitar a proclamação e, talvez o que há de pior, ideologias que levam sociedades inteiras a verem o evangelho como inadequado, ultrapassado ou irrelevante. Mas ore, pois o Senhor da história abre portas de formas impensáveis.
Ore esperançosamente pela efetiva comunicação do evangelho. Os menos evangelizados estão em culturas de cosmovisões sistematicamente distanciadas da cosmovisão bíblica. É essa distância que torna a comunicação e a compreensão do evangelho algo desafiador. Ore por graça no falar e pelo abrir de mente no ouvir. O Dono das missões opera milagres na comunicação e abre olhos vendados para que vejam.
Ore esperançosamente por conversões genuínas e surgimento de igrejas. Mais de 800 povos, em várias partes do mundo, estão em contato efetivo com o evangelho ao longo de décadas, mas permanecem fortemente resistentes. Não são os menos evangelizados, mas são os mais resistentes. Temos notícias de povos com presença missionária há mais de setenta anos sem ainda surgir uma igreja. Um povo indígena da Amazônia tem missionários há 35 anos e ainda nenhum crente sequer! Os Maxakali de Minas Gerais tem missionários desde 1959 e só bem recentemente ouvimos de alguns se entregando a Cristo. Ore para que o Espírito Santo faça o que ninguém mais pode fazer. A Palavra do Eterno é como um martelo que esmiúça a penha.
Pr. Cácio Silva
SOMOS VASOS DE BARRO
Quem é capaz para fazer a obra de Deus? Os que olham para si devido às suas virtudes e dizem “sou capaz!” estão distantes da realidade eterna do Senhor. Falar e viver o Evangelho não é ação humana, mas divina; não é uma propensão que brota espontaneamente do coração, mas é a capacitação do Espírito, que nos transforma e vivifica para que sejamos um instrumento de Deus. Toda ousadia do apóstolo Paulo não vinha dele, mas do Senhor. “É por meio de Cristo que temos tal confiança em Deus. Não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança” (2 Co 2.4-6).
Assim, os que julgam serem capazes já estão desqualificados, entretanto, os que olham para si e dizem “quem sou eu!!” e se acomodam em suas limitações estão tão equivocados quanto aqueles. Fazer a obra de Deus é uma resposta de fé! Não sou capaz, mas o Senhor me capacita! É exatamente neste momento que o poder do Eterno se aperfeiçoa em nossas fraqueza e limitações.
Paulo não pregava a si mesmo, ou seja, não se promovia, mas ao Senhor (2 Co 4.5), por compreender que não era uma taça de ouro, mas um vaso de barro. Em suas palavras: “temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja a excelência do poder que provém de Deus, não de nós” (v.7). O tesouro é o Evangelho. A riqueza suprema é o homem poder receber as Boas Novas da salvação, isto é, a mensagem salvífica do Senhor, que usa seus vasos de barro para proclamar e viver sua Palavra. Assim, precisamos compreender:
1.Deus usa pessoas comuns – vasos de barro (2 Co 4.7).
Note as palavras contundentes de Paulo: “ Irmãos, considerem a vocação de vocês. Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são, a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus”. (1 Co 1.26-29)
2.Deus usa pecadores transformados – das trevas resplandeceu a luz, ele mesmo resplandeceu em nossos corações (2 Co 4.6)
3.Deus usa servos disponíveis – e a nós mesmos como servos (2 Co 4.5)
4.Deus usa filhos que amam ao Senhor – por amor de Jesus Paulo ministrava a Palavra (2 Co 4.5)
Os que estão nos bancos e corredores das igrejas observando e, muitas vezes, criticando os irmãos que estão fazendo a obra, ainda não compreenderam que da fraqueza Deus suscita força, na incapacidade o Espírito concede graça. Timóteo foi exortado por Paulo para reavivar o dom que havia nele pelo poder do Espírito. Ser um instrumento de Deus é ser vaso de barro, transformado a cada dia para levar o que é mais precioso: a salvação em Cristo. Deus os abençoe!
Pr. Hélder Rodrigues
SABEDORIA PROVERBIAL
INSPIRADO NA PALAVRA DE DEUS
Devotamos àquilo que amamos,
somos o reflexo do que adoramos.
A sabedoria vem de Deus!
O auto-saber é enganoso.
A sabedoria nasce dos humildes,
do arrogante vem a perdição.
A falta de humildade refreia o conhecer,
o soberbo se exalta no que é vão.
A humildade não é desconhecimento,
mas o reconhecimento de quem é Deus.
Reter a ofensa é reflexo dos orgulhosos,
na humildade e no amor se manifesta o perdão.
O amor é a mola propulsora de maior transformação,
na inveja e no rancor só há destruição.
Nos relacionamentos sadios há vida,
o acordo e o perdão levam à restauração.
Acusação produz medo e culpa,
exortação sábia modifica o coração do sensato.
O produto do amor é a paz,
não cessando o conflito como viver feliz?
Bem-aventurado quem recebe o perdão de Deus,
a maldição assola quem não se arrepende e confessa seus pecados.
A felicidade não é a razão maior da existência,
a adoração a Deus é plenitude de vida.
A raiz da ingratidão é a cobiça,
o contentamento está com os simples de coração.
A filosofia almeja o saber contínuo,
a sabedoria é revelada no amor e na retidão.
As emoções não são bom conselheiro,
a fonte de toda direção é a Palavra de Deus.
O coração não é a bússola do homem,
a revelação de Deus é sua inspiração.
Quem busca realizar apenas seus prazeres é insensato,
mas o sábio segue os propósitos divinos.
O sensato obedece a Deus,
mas a estultícia do coração justifica o agir rebelde.
A perseverança é a firmeza de propósito,
mas a instabilidade é ausência de disciplina.
O imprudente compra no rompante,
o sensato analisa e espera o momento oportuno.
Aquisição não é uma relação apenas de merecimento,
mas a capacidade financeira segundo os propósitos de Deus.
Conhecer as promessas de Deus fortalece o espírito,
olhar as circunstâncias abate o ânimo.
Se há verdade então há justiça,
a transparência é a medida da autenticidade.
Palavras verdadeiras destilam do caráter reto,
na bajulação há manipulação.
Palavras sábias curam e iluminam,
brilham mais do que o diamante.
Bom é ser bondoso,
a misericórdia triunfa sobre o juízo.
A diligência alavanca grandes projetos,
a preguiça leva ao fracasso.
O tempo enobrece o sábio,
pela diligência e santidade são cultivados dons e talentos.
O tempo é implacável com a mentira,
a verdade é perene.
O ser humano vive pouco,
mas seu espírito é eterno.
Quem vive voltado para a realidade terrena
pouco usufrui das bênçãos celestiais.
Viver é saber lidar com o tempo
e crer que fomos criados para a eternidade.
Pr. Hélder Rodrigues
O CÉU JÁ É UMA REALIDADE AOS ELEITOS
E aos que predestinou, também chamou;
Aos que chamou, também justificou;
Aos que justificou, também glorificou. Rm 8.30
A obra da salvação é realização única e exclusiva da graça de Deus sobre os pecadores. É o Senhor que tem a iniciativa de ir até Adão/Eva quando eles pecaram: “Onde está?” é a pergunta que ecoa até os dias de hoje na vida de cada um de nós. O pecado nos afasta do Deus santo, mas o perdão gratuito do Senhor nos redime.
O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito é a salvação em Cristo (Rm 3.24). Assim, a predestinação é o decreto eterno, soberano e gracioso de Deus chamando pecadores ao arrependimento. Este chamado é tão poderoso que chega a ser irresistível! Por sua vez, eleição consiste na escolha exclusiva de Deus para resgatar os perdidos.
Paulo é enfático ao afirmar que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo. Qual o mérito do ser humano? Nenhum! E “em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade” (Ef 1.5).
Predestinação é a escolha amorosa e graciosa de Deus para nos resgatar do império das trevas e nos colocar no Reino do filho de seu amor (Cl 1.13).
Se Deus predestina então ele chama. Nas palavras do Rev. Hernandes Dias Lopes “A invencibilidade do propósito de Deus é a garantia absoluta de que aqueles que ele chamou não deixarão de alcançar a glória futura, pois o que foi forjado na bigorna da graça de Deus não pode ser quebrado pela vontade da criatura. Todo aquele que foi escolhido por Deus e é de Deus ouve suas palavras (Jo 8.47). Todo aquele que foi destinado para a salvação crê (At 13.48). Todo aquele que o Pai elege vai a Jesus (Jo 6.37, 39, 40, 44, 45)” (Romanos: o evangelho segundo Paulo, p. 311-312).
Todos que têm este chamado especial serão justificados. Justificação é um ato jurídico divino pelo qual o Rei dos reis declara que o pecador se torna justo! A sentença de condenação eterna que pesava sobre nós é substituída pelo perdão eterno. Não é algo que acontece paulatinamente, mas “um ato único e que não precisa ser repetido. Não existem graus de justificação, todos os eleitos são justificados da mesma forma” (Lopes, p. 312), ou seja, da condenação recebem a salvação. Todos os predestinados são eleitos, e todos os eleitos são chamados, e todos os chamados são justificados e, assim, glorificados.
“Aos que justificou, também glorificou” é interessante notar que o verbo no original está no pretérito perfeito. “A glorificação é um fato futuro que se dará na segunda vinda de Cristo, mas nos decretos de Deus já é um fato consumado” (Lopes, p. 313).
A despeito das lutas, sofrimentos e embates que passamos, todos que são chamados já têm um destino certo, serão glorificados e passarão a eternidade no céu. Na perspectiva divina isso já aconteceu, só falta vir à tona na esfera da nossa existência. Logo, pelo decreto imutável do Todo-Poderoso, todos os eleitos precisam viver sob esse prisma, o que só é possível mediante a fé.
Pr. Hélder Rodrigues
CRIE AS CRIANÇAS NA IGREJA E FIQUE NELA POR MUITOS ANOS
Crianças criadas na igreja têm uma grande família. Elas crescem nos cuidados de pastores e suas esposas, presbíteros e suas esposas, diáconos… com afeto e carinho de muitos irmãos e irmãs.
Cada criança, adolescente e jovem tem tios e tias que não são parentes de sangue, professores incríveis aos domingos nas salinhas da Escola Bíblica, líderes inspiradores, amigos, mentores e, acima de tudo, intercessores.
Ali as crianças têm seus aniversários comemorados e são despertadas para serem grandes líderes e empreendedores por meio das atividades voltadas para ajudar o próximo, nos acampamentos e congressos que participam.
Numa igreja, seus filhos conhecem histórias de redenção, transformação, superação. Aprendem a ouvir, ler, crer na Palavra de Deus. Aprendem sobre ética, civilidade, cuidado com o próximo, interesse pelo pobre e necessitado, vida cristã e os propósitos de Deus.
Enquanto crescem, são cercados de muita oração, gente que torce e investe para que eles deem certo na vida. Ali, as vitórias são celebradas como em família. Na igreja devem viver a adolescência, com suas lutas e superações, recebendo apoio e correções, e, com a graça de Deus, poderão encontrar o seu esposo ou esposa.
Nessa família, terão pessoas que estarão presentes no dia da dor. Ali você terá consolo e abrigo. A igreja pode ter crescido, mas ainda assim terá aqueles cuidados de família.
A igreja é um ambiente onde você ora, confessa, comunga, canta, apoia e é apoiado. É uma comunidade que nos molda, caminha conosco, nos instrui, nos exorta, nos admoesta e nos segura nos caminhos do Senhor.
Uma igreja não pode ser reduzida a números, política, dados e prédios. Uma igreja é formada de verdadeiros seres humanos mostrando dia após dia que a construção de algo durável e agradável é feita ao longo do tempo, em conjunto, com amor, oração, perdão, recomeços, lágrimas, risos e a graça de nosso Senhor Jesus Cristo.
A igreja não é perfeita, mas é um ótimo lugar para você e sua família; para criar e formar as novas gerações no caminho do Senhor, à luz da Palavra de Deus.
Pr. Jeremias Pereira
O LEGADO DA FÉ E O PECADO DA MENTIRA
Abraão viveu pela fé! Foi vocacionado e obediente! Desafiado e persistente! Sim “contra toda esperança, em esperança creu...” (Rm 4.18) Seu legado excede qualquer entendimento: tornou-se o pai de muitas nações. Ele honrou a Deus e foi honradíssimo pelo Todo-Poderoso.
A aliança divina feita sobre sua vida é tamanha que todos os povos da terra serão abençoados por meio de Abraão (Gn 12.3). Somos seus filhos pela fé.
A bênção extensiva da vida dele permeia gerações e gerações, fez parte da genealogia de Cristo, mas também sua bendita herança deu-se diretamente sobre Isaque, o filho da promessa, a quem Deus fala: “Tornarei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e lhes darei todas estas terras; e por meio de sua descendência todos os povos da terra serão abençoados, porque Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus mandamentos, meus decretos e minhas leis.” (Gn 26.4-5 – grifo do autor).
Isaque foi abençoado porque Abraão obedeceu ao Senhor! Deus é enfático no decálogo “trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem meus mandamentos” (Êx 20.6). A bondade de Deus é algo indescritível! Assim, pais, precisamos nos perguntar: Que legado temos deixado para nossos filhos?!
Se amarmos ao Senhor e obedecermos a Deus, além do exemplo, que é a melhor forma de se educar, nosso esforço será exponenciado pela bênção divina.
Por outro lado, a Palavra não omite o pecado de ninguém. Abraão pecou: mentiu, afirmando que sua esposa era sua irmã, o fez por medo. Este lamentável episódio ocorreu por mais de uma vez.
Assim, na mesma situação vemos seu filho Isaque mentindo, a história se repetindo (Gn 12.10-20, Gn 20.1-18, Gn 26.1-25). Comportamento ensinado, lição aprendida. A mentira é uma maldição! Ela é totalmente contrária ao preceito divino! Toda verdade emana de Deus, o Pai das Luzes, aquele que não muda como sombras inconstantes (Tg 1.17).
A verdade liberta, logo a mentira aprisiona. A verdade reflete a glória divina, a mentira encobre as trevas. Assim como Deus é o gerador de toda verdade, o Diabo é o pai da mentira.
Abraão mentiu, Isaque usou da mesma artimanha maligna, seu filho Jacó agiu juntamente com sua mãe Rebeca de forma traiçoeira, mentiu para o próprio irmão/filho. Salomão nos ensina: “Suave é ao homem o pão da mentira, mas, depois, a sua boca se encherá de pedrinhas.” (Pv 20.17)
Jacó foi vítima do mesmo engodo, trabalhou 7 anos por Raquel, mas descobriu na manhã de núpcias que tinha se casado com Lia, Labão o ludibriou.
As duas décadas de duro sofrimento das consequências do pecado não levaram Jacó a mudar nesta área. Ele fugira de seu irmão por causa da trapaça, mas Deus providenciou um reencontro, um quebrantamento, uma reconciliação... (Gn 33). Entretanto, Jacó pede para seu irmão ir à frente, pois ele tinha muito gado e crianças e assim seu passo seria lento. Promete a seu irmão que iria a seu encontro, todavia, vai para outra cidade. Jacó novamente mentiu.
Não existe relacionamento sadio se houver mentira. Relacionamentos são enfraquecidos por falta de transparência. A mentira é como câncer que corrói a confiança, que destrói a reputação e desonra o nome de Deus.
A pedra da maldição seguiu rolando de pai para filho. Os filhos de Jacó mentiram ao pai quando venderam o próprio irmão José como escravo motivados pela inveja. Jacó desce a sepultura do luto por conta da mentira.
Abraão deixou um legado de fé incomparável, entretanto, não teve a firmeza de rejeitar com todas as forças a maldição da mentira. Usou dela como artifício de proteção em detrimento daquilo que Deus faria. Preferiu confiar na estultícia de seu coração a depender, neste caso, da proteção divina, como consequência, a história foi se repetindo de pai para filho nas gerações dos patriarcas... e continua contaminando a sociedade que é permeada do engodo das trevas.
Pr. Hélder Rodrigues
DE EMPRESÁRIO A SERVO
Aos vinte e um anos de idade cruzei os Andes em busca do meu sonho. Fui morar em Bogotá, Colômbia, queria conquistar o mundo, ter sucesso e ganhar dinheiro! Com entusiasmo mobilizava as pessoas a lutarem pelos seus ideais, a fazer algo diferente para ter um resultado financeiro melhor, esta era a filosofia da multinacional Amway, à qual dediquei o começo da minha vida profissional.
Mas Deus tinha preparado algo mais sublime, que a traça e a ferrugem não destroem, que os ladrões não furtam. O Senhor me tornou rico espiritualmente, comecei a ajuntar tesouros celestiais.
Em agosto de 1998, aos 23 anos, num culto familiar, Deus transformou minha vida. Ao ouvir uma mensagem fervorosa sobre as obras da carne e o fruto do Espírito fui arrebatado pelo poder da Palavra, surpreendido pela oração de um jovem que, apesar de mal me conhecer, desnudou o meu ser. Não foi uma “oração simplesmente humana” mas totalmente dirigida pelo Espírito. Nas palavras do apóstolo Paulo: “ele será convencido de que é pecador (...), e os segredos do seu coração serão expostos. Assim, ele se prostrará, rosto em terra, e adorará a Deus, exclamando: ‘Deus realmente está entre vocês!’” (1 Co 14.24-25 – grifo do autor).
Foi exatamente o que aconteceu! No dia seguinte acordei chorando, nos próximos meses passava cerca de 10 horas por dia lendo a Bíblia, meditando nos tesouros insondáveis do Senhor. Os jejuns se tornaram constantes e intensos, reuniões de orações, cultos, montes e vigílias eram agora a parte mais importante da minha rotina...
Tornei-me membro da Igreja Presbiteriana do Lago Sul (IPLS), onde fui pastoreado com muito amor e sabedoria pelo rev. Luciano Roberto Pereira Nunes. Em 2001, ingressei no Seminário Presbiteriano de Brasília, naquele mesmo ano me formava em Administração de Empresas pelo UniCeub. No ano seguinte aprouve ao Senhor me levar ao presbiterato. E, no ínicio de 2003, comecei a pastorear, como seminarista, a nossa Igreja, na época uma modesta congregação da IPLS.
Jamais me esquecerei da simplicidade de tudo, do sorriso esperançoso das crianças, das moedas colocadas no gazofilácio, do cheiro de suor dos trabalhadores, do grito constante de socorro dos necessitados, das histórias que ouvia na região de padrastos molestando suas enteadas, de espírito de bebedice atormentando as famílias. Grande era o peso espiritual na região, circuncidada por centros de espiritismo, de macumba, santo d`aime, wicca. A lama e a poeira para chegar ao pequeno templo de tijolinhos tornava impossível a tarefa de manter o carro limpo! Nos cultos dominicais às 18h, reunidos com os irmãos que iam chegando à pé, contemplávamos a presença do Senhor sobre o céu rosado que víamos da janelinha da igreja.
O Deus da seara estava agindo em minha vida, me tirando do Lago Sul para levar aos confins do Distrito Federal. Jamais seria o mesmo. Ouvi queixas constantes das pessoas, suas necessidades inadiáveis, as emoções à flor da pele. Era o Senhor me ensinando a amar e levar, antes de mais nada, o pão celestial que não perece. Foi com este discernimento, com muita oração, visitas, suor e lágrimas que, dia a dia, o Senhor acrescentava pessoas à sua Casa.
Os desafios foram inúmeros mas a graça superabundante. À medida que Deus me ensinava a fazer a obra um jovem então ávido pelo sucesso tornava-se um adorador e um servo fervoroso.
Em 2004 tivemos condições financeiras de ampliar o templo em 110 metros quadrados, uma vitória que revela a provisão do Senhor. Neste mesmo ano me formei em Teologia e, um mês após, me desfiz da padaria, deixando para trás os deliciosos pães, integrais, ciabatta, brioches, para levar o Pão da vida às pessoas. Com isso, queimava uma ponte do meu sonho de juventude para tornar-me pastor em tempo integral em 2005.
Sem titubear da certeza da vocação irrevogável marchamos em busca de almas perdidas e trabalhamos pelo fortalecimento da fé dos crentes. A Congregação promoveu muitas ações sociais com cunho evangelístico: bazares, aula de corte e costura, Português e Matemática, música, dança, futebol, lan house, evangelismo de rua, ações globais, dentre outras. Foi um tempo em que o Senhor levantou servos valorosos para somar no Reino. Cada um que chegava cumpria sua missão com amor e zelo. Meu muito obrigado a esses obreiros valorosos!
Minha esposa Lara, a qual posso afirmar ser uma verdadeira auxiliadora idônea, sempre com uma palavra sábia diante dos dilemas e da luta ministerial me apoiou e exortou, muitas vezes, com palavras firmes, mas permeadas de amor e graça. Obrigado, meu amor!
Muitos que se converteram voltaram para sua terra natal, vários para o interior do Nordeste. A dor da partida sempre era consolada pela satisfação da obra realizada.
Desde então as promessas do Senhor vem se cumprindo em nossa igreja: vidas e casamentos restaurados, casais amasiados dando lugar ao compromisso diante do altar, empregos e promoções, aquisição de carros, terrenos e construção da casa própria, o Senhor tem acrescentado ao seu povo, juntamente com o amadurecimento na fé. Jovens entrando na UnB e outras faculdades e casando no Senhor! Este é o Reino de Deus triunfante sobre tudo e todos.
Em 2011 iniciamos a construção do novo templo e no mesmo ano mudamos para a atual igreja. Um milagre, um verdadeiro milagre revelando o poder do Senhor.
Assim, o Eterno trouxe muitas novas ovelhas, vidas preciosas que tem lutado e se esmerado para serem instrumentos refinados na presença do Senhor. São tantas que não teríamos espaço para mencioná-las.
Olho para trás com o coração pleno de gratidão por tudo que passei até agora, pelas conquistas, pelas lutas, pelas perseguições, pelos momentos de choro e também de alegria. Tudo valeu a pena! Quando projeto meu olhar para o amanhã sei que veremos centenas de vidas restauradas, almas libertas, servos cheios da graça do nosso Senhor. Assim, conclamo cada membro da IPM a lutar pelo que é mais precioso, o Reino de Deus e sua justiça, a se esforçar para serem homens e mulheres dignos do chamado que Deus tem para cada um.
Hoje, diante do altar do Senhor, reafirmo meu compromisso de servi-lo de todo coração, “esmurrando meu corpo”, reduzindo-o à escravidão para ser um vaso de honra na mão do Todo-Poderoso.
Que o Senhor ache graça em nós e que Ele derrame poder e glória sobre sua vida e sobre nossa amada Igreja.
De um pastor que ama o Senhor, Sua obra, sua família, sua Igreja e suas ovelhas,
Pr. Hélder Rodrigues
REINO DE DEUS
“O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus,
e como rei domina sobre tudo que existe.”
Sl 103.19
Se perguntarmos aos cristãos qual é mensagem principal da Bíblia tenho certeza que ouviremos vários tipos de respostas e grande parte dela desconexa uma das outras. Faça você mesmo um teste com alguns irmãos e se surpreenda. Então, qual é a principal mensagem que a Palavra de Deus nos orienta?
A Bíblia foi escrita por aproximadamente 1.500 anos, por volta de 40 homens inspirados que traz com a principal mensagem Jesus é o Senhor e seu Reino. Na realidade a Palavra tem apenas um único escritor: o próprio Deus.
Assim as Escrituras falam de um rei que tem o governo, a soberania e a majestade sobre absolutamente tudo que existe: o céu, a terra, o mar e tudo que nela existe (Sl 24.1).
O Reino dos céus é sua realeza de Rei, seu governo, sua autoridade. O Novo Testamento explicita que o Reino não é uma região, nem um povo específico, ou religião, mas o reinado de Deus. Jesus disse que devemos “receber o reino de Deus como uma criança” (Mc 10.15). O que recebemos uma igreja? o céu? Recebemos o governo de Deus! A pessoa faz parte deste Reino não por sua posição socioeconômica nem por suas boas obras, mas mediante o arrependimento e confissão que Jesus é o Senhor. Neste sentido tanto João Batista como o próprio Jesus nos exortou: “arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo.” (Mt 4.17)
De modo que só entra no Reino de Deus os que nasceram de novo (Jo 3.3,5). Jesus declarou que o Reino está dentro de nós (Lc 17.21)
Jesus ensinou que a prioridade do ser humano é buscar em primeiro lugar o Seu Reino e sua justiça (Mt 6.33), pois assim as necessidades mais basilares como o que comer, o que vestir serão supridas pelo Rei Jesus. Ele é o grande provedor.
Na oração do pai nosso pedimos: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10), assim pedimos para que Deus reine, manifeste sua santa soberania, poder para que afugente todo inimigo da justiça, pois um reino sem um domínio não faz sentido.
Muitos então indagam? Se Deus tem todo governo por que existe tanto o mal? “As Escrituras fazem sistematicamente uma distinção entre a soberania de Deus sobre toda a criação e toda a História, e a vinda do Reino no contexto de uma criação rebelde. A Bíblia ensina que Deus não é apenas Senhor de direito sobre todas as coisas, mas também, apesar da rebeldia humana, ele não perdeu o controle e executa tudo conforme seu plano soberano. Essa soberania não é meramente uma providência geral no mundo, um controle geral da História, mas possui duas ações externas principais: juízo e redenção. Essas são verdades complementares. Por um lado, o Reino excluirá todo mal e rebeldia. Por outro, incluirá tudo que é redimido conforme a vontade graciosa de Deus. Posteriormente, quando todo mal for julgado, o processo renovador da redenção resultará na plenitude do Reino de Deus. A história do AT aponta para essa consumação; o evangelho a concretiza.” (Novo dicionário de Teologia Bíblica, p. 1096)
Jesus iniciou seu Reino em sua vinda. Este Reino é triunfante, inabalável, inigualável, invisível, mas real. A mudança daqueles que entram neste Reino é inestimável pois sua base é justiça, paz e alegria no Espírito Santo, mas do que isto fazer parte do Reino de Deus significa marchar rumo a eternidade com Ele no céu. É este o único caminho para salvação, único.
Viva como filho do Rei. Trabalhe para que este Reino justo cresça mais e mais até a consumação do século e então todos os inimigos do Rei serão condenados.
Pr. Hélder Rodrigues
OUÇA A VOZ DO ESPÍRITO!
As oportunidades estão por todos os lados... surgem em qualquer lugar e a qualquer momento. Nosso Deus é um Deus de relacionamentos. É um Deus que, a despeito de toda a sua glória, onisciência, onipotência, onipresença, plenitude e majestade, dá-nos o privilégio de sermos co-participantes do seu Reino.
No livro de Salmos, podemos ver o salmista admirado com a importância que Deus, o Criador de todas as coisas, dá ao homem, obra de Suas mãos, ao dizer “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? (Sl 8.3-4). Deus escolhe nos dar o privilégio e a honra de sermos instrumento de bênçãos em suas mãos.
Coisas maravilhosas acontecem quando respondemos ao seu Espírito. A história de Filipe nos mostra a importância de sermos sensíveis à Sua voz e ao Seu chamado. Vivemos em um mundo de muitos barulhos, muitos ruídos e muitas vozes. Muitas vezes não é fácil parar e desacelerar. Os compromissos são muitos e o tempo nos consome. Responsabilidades a cumprir, afazeres por todos os lados.... Assim como Marta, corremos todos os dias de um lado para o outro, e deixamos de lado a melhor parte.
Ouvir a voz de Deus, nesse mundo agitado em que vivemos, nem sempre é tão simples. Algumas atitudes são necessárias:
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É preciso parar para ouvir a voz do Mestre;
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É preciso separar um tempo para o Senhor, aquietar-se em Sua presença, investir em um relacionamento de qualidade com o Pai;
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É preciso ter intimidade, buscando um nível mais profundo de relacionamento, pois não há como se ter intimidade com alguém sem investir tempo para se relacionar com essa pessoa.
Quando paramos, aquietamo-nos em Sua presença; quando investimos tempo de qualidade com o Mestre, começamos a ouvir a sua voz. E, no momento em que isso ocorre, Ele mesmo nos dá a direção do caminho em que devemos seguir.
Então surgem as oportunidades... E quando Deus nos dá oportunidades para servi-lo, estejamos certos de que ele já havia nos capacitado previamente para isso. A capacidade de permanecermos nele, fiéis ao chamado que nos foi proposto, vem por meio de sua maravilhosa graça, da unção derramada sobre nossas vidas.
O Espírito Santo produz em nós dons e talentos, capacitando-nos para o serviço que nos é proposto. E Deus deseja que alcancemos o nosso potencial máximo nessa obra. Fique atento! Só responderemos favoravelmente à voz do Espírito se:
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Formos sensíveis à sua voz;
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Tivermos coragem e ousadia para obedecer;
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Se agirmos favoravelmente a esse chamado.
Somos chamados e equipados para levar a Palavra de Deus àqueles que não a conhecem, para sermos instrumento de redenção nessas vidas. E como ouvirão se não há quem pregue? Como terão fé, se a fé vem pelo ouvir, e ouvir a palavra de Deus? Precisamos aproveitar cada oportunidade que o Senhor nos der, em tempo e fora de tempo!
O Senhor falou com Filipe e também por meio de Filipe. Da mesma maneira, Deus deseja falar com você e por meio de você, pois quando respondemos à voz do Espírito, a glória de Deus se manifesta em nossas vidas, e deixamos marcas na história de nossa geração. A obediência deixa rastros de transformação e bênçãos na vida daqueles que são alcançados. Ouvir, obedecer e servir é um privilégio! Sejamos corajosos e destemidos!
Resumo feito por Brenda Galloni da pregação do Pastor
MENINA, ESCRAVA, MISSIONÁRIA
Os apóstolos foram os primeiros missionários cristãos. Os profetas desenvolveram a missão de proclamar a verdade de Deus para o povo eleito. Os reis de Israel deveriam governar segundo a soberania divina. Os sacerdotes têm como vocação conduzir o povo segundo os preceitos do Senhor. Assim, a grande comissão é um mandamento para todos os escolhidos de Deus viverem e proclamarem as boas novas.
Ser missionário não é privilégio de determinadas pessoas, mas a essência de ser cristão, nas palavras de Paulo: Anunciar o evangelho é necessidade que se me impõe (I Co 9.16). É um compromisso de toda a comunidade que vive e transmite a sua fé. Nenhuma igreja do Senhor é fiel à sua vocação se não for missionária, se seus olhos não estiverem voltados para fora de si mesma.
A incumbência de pregar o evangelho a toda criatura é da Igreja, a continuadora, a ekklesia ou os “chamados para fora”, convocados pelo Senhor para uma missão: anunciar que não existe salvação em outro nome a não ser em Jesus Cristo, o filho de Deus.
Jesus, num dos momentos mais emblemáticos de seu ministério, prestes a ser ascendido ao céu, ordena “ide e fazei discípulos”. Para tanto, confere autoridade e poder à igreja para cumprir este chamado. E não apenas isto “o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam.” (Mc 16.20)
Desse modo, onde há proclamação com fidelidade e fé há o poder de Deus atuando, transformando, libertando e salvando.
Veja o que Senhor faz quando há um coração missionário: uma menina foi levada como escrava pelo grande comandante do exército do rei da Síria, Naamã, homem poderoso em guerra, porém leproso.
O nome desta menina é desconhecido, contudo, sua postura é aclamada de geração em geração. Qual deveria ser sua atitude diante da agressão sofrida? ser arrancada do seio familiar! sua terra natal ficara distante! aua rotina mudara radicalmente, sua vida jamais seria a mesma...
Entretanto, mesmo presa fisicamente, seu espírito permanecia livre, não permitiu que a amargura e o sofrimento a acorrentassem. Quando ela fica sabendo que seu Senhor, Naamã, está com lepra diz: “se o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra” (2 Rs 5.3).
Sua fala é carregada de fé ao anunciar que o profeta tem poder em Deus para curar uma doença incurável. Sua ação é permeada de compaixão, ela não nutria ódio do seu senhor, mas suscitou da crueldade a misericórdia. Suas palavras não ecoaram apenas no coração de Naamã, que nelas vislumbra uma possibilidade, a ponto de levar a notícia ao rei da Síria, que dá uma carta de recomendação ao rei de Israel.
Uma palavra cheia de fé e compaixão alcança o comandante e o rei da Síria. De fato, os sinais seguem os que creem. Naamã parte com uma grande comitiva levando uma quantidade gigantesca de ouro e prata, achando que poderia comprar o favor do Rei dos Reis e, ao chegar em Samaria, ouve do discípulo do profeta: vá se banhar 7 vezes no Jordão!
Seu orgulho aflora, mas é convencido a obedecer... Sua obediência à ordem do profeta e sua fé à palavra da escrava com coração missionário traz a cura.
Você tem um coração missionário?
Por Pr. Hélder Rodrigues
MISSÕES: DNA DA IGREJA
Missões faz parte do DNA da igreja! Uma comunidade cristã que não esteja compromissada com missões está fora do propósito de Deus. Somos um povo chamado pelo Senhor, “um povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). Assim, a comunidade dos lavados pelo Cordeiro que tira os pecados do mundo tem como finalidade precípua: glorificar o nome de Deus, proclamar a Palavra, viver em comunhão e se edificar mutuamente por meio dos dons dados a cada um.
Por que devemos fazer missões?
1.Porque amamos ao Senhor;
2.Porque amamos nosso próximo;
3.Porque é mandamento de Deus;
4.Porque obedecemos a vocação da igreja;
5.Porque somos capacitados pelo Eterno;
6.Porque recebemos autoridade em Jesus.
Todo cristão é chamado para viver a Palavra. O apóstolo Paulo declara que somos cartas vivas (2 Co 3.2-3). Isto significa que nossa vida transmite uma mensagem, não apenas pessoal, mas uma mensagem divina do quanto Deus nos ama e o que o Senhor faz em nossas vidas.
“Vocês demonstraram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos.” (v.3)
Paulo faz uma analogia da Lei do Senhor, o decálogo, escrita pelo dedo de Deus em tábuas de pedra no Antigo Testamento. Agora, com a vinda de Cristo, a Lei de Deus foi marcada em nossos corações, não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivo. Que plenitude! que honra! Assim, se temos a Palavra impressa em nossos corações devemos viver de forma condizente com este DNA missionário, o que redundará na proclamação do nome do nosso Senhor.
Paulo enfatiza que “por nosso intermédio exala em todo lugar a flagrância do seu conhecimento; porque somos o aroma de Cristo.” (2 Co 2.15) Era costume nas procissões triunfais se fazer acompanhar por aromas agradáveis de queima de plantas aromáticas nas ruas. Desta forma, a metáfora utilizada significa que por nosso intermédio, quando pregamos o Evangelho, espalhamos a fragrância do conhecimento de Deus.
Somos cartas vivas, somos o aroma de Cristo, somos ministros de uma nova aliança (2 Co 3.6). Jesus se fez homem, morreu em nosso lugar, e estabeleceu seu pacto de sangue perfeito, o justo morrendo pelo pecador. Por intermédio de Jesus Cristo, pela fé em seu nome, temos o perdão de nossos pecados e a salvação eterna. Essa é a nova aliança!
Deste modo, temos a honra de sermos chamados ministros e por meio de nossa vida e pela proclamação da Palavra exalamos o perfume de Cristo, anunciando, com os pés formosos dedicados à obra missionária, a todos os povos e nações a grande dádiva que é viver debaixo dessa aliança.
Por Pr. Hélder Rodrigues
COMO POSSO VENCER O DESÂNIMO?
Todo mundo fica desanimado. O desânimo é comum, recorrente e altamente contagioso, porém é curável. Em Neemias 4 pode-se ver quatro causas e três curas para o desanimo. Ele era o líder de um grupo de judeus que havia retornado da Babilônia para Israel para reconstruir os muros de Jerusalém. Logo que começaram a trabalhar, todos tinham muito fervor e zelo e estavam empolgados com o projeto. Contudo, depois de trabalharem por um certo tempo, desanimaram.
1ª. Causa do desanimo: cansaço
“Já desfaleceram as forças dos carregadores, e os escombros são muitos, de maneira que não podemos edificar o muro” (v. 10). Eles tinham trabalhado por um longo tempo e estavam fisicamente exaustos. As vezes, confundimos cansaço com um problema espiritual.
Note, que no versículo 6 o povo já tinha construído metade da altura do muro, porém ficaram desanimados. Nesta hora, as pessoas normalmente param para analisar, e muitas vezes, vem à falta de vontade.
2ª. Causa do desanimo: Frustração
O povo disse: “são muitos entulhos de maneira que não podemos edificar o muro”. Isso chama frustração. As quinquilharias da vida são aqueles que roubam nosso tempo e consomem nossa energia, assim, impedem alcançarmos nossos objetivos.
3ª. Causa do desanimo: Fracasso
Pensaram que era impossível construir o muro. O fato de não conseguirem edificar no tempo planejado sua confiança foi por água abaixo. Numa situação como esta muitos vivem com autocomiseração: “Ah, pobre de mim. Eu não consigo terminar isso?”
A diferença entre vencedores e fracassados é que aqueles vêem a derrota como um revés temporário.
4ª. Causa do desanimo: Medo
“Os nossos inimigos diziam: ’Antes que descubram qualquer coisa ou nos vejam, estaremos bem ali no meio deles; vamos mata-los e acabar com o trabalho deles” (v.11). Um muro ao redor da cidade representava segurança e defesa para Israel, assim, seus inimigos os ameaçaram. O medo sempre leva ao desanimo. Existem três formas de as pessoas reagirem sobre algo: contra ela, com raiva; fugir dela, com medo ou anda com ela, em amor.
1ª. Cura para vencer o desanimo: Encontre uma maneira melhor
Neemias utilizou o princípio da reorganização: “Por isso posicionei alguns do povo atrás dos pontos mais baixos do muro, nos lugares abertos, divididos por famílias, armados de espadas, lanças e arcos” (v. 13). Quando algo não vai bem precisamos desenvolver um novo modo de agir. Ficar desanimado não significa necessariamente que você esteja fazendo algo errado; você pode estar fazendo a coisa certa de modo errado.
2ª. Cura para vencer o desanimo: Lembre-se de seu líder
Lembre-se do Senhor, o Deus dos Exércitos (v.14), disse Neemias. Lembrar do Senhor significa dizer consagrem-se a Ele, o busquem de todo coração. Quando ficar desanimado, tire seus pensamentos das circunstâncias e coloque-o no Senhor, pois as circunstâncias deprimem.
Muitos de nossos pensamentos determinam nossos sentimentos, assim, memorizem versículos Bíblicos para sua auto-edificação.
3ª. Cura para vencer o desanimo: Lute
A persistência é uma grande virtude. Neemias exortou o povo dizendo: “Lutem por seus irmãos, por seus filhos e por suas filhas, por suas mulheres e por suas casas” (v.14). Pessoas notáveis são pessoas comuns com uma qualidade extraordinária de persistência.
Resumo do livro (capítulo sobre vencer o Desânimo):
Warren, Rick. Respostas para os grandes problemas da vida. São Paulo: Vida Nova, 2005.
Por Pr. Hélder Rodrigues
DE ACORDO COM AS REGRAS
“Nenhum atleta é coroado como vencedor,
se não competir de acordo com as regras” (2 Timóteo 2.10).
O jeitinho brasileiro normalmente anunciado com orgulho, por revelar habilidade, improvisação, flexibilidade, criatividade que os brasileiros têm ou desenvolveram para resolver situações inesperadas, difíceis ou complexas.
Esse traço cultural de infringir normas, regras ou até mesmo leis, para alcançar um resultado que não seria possível dentro da legalidade, é um padrão anti-bíblico.
Deus não dá jeitinho em nada! O que está errado corrige; o estragado conserta; o quebrado refaz. Deus faz novas todas as coisas (Apocalipce 21.5) “porque não coloca remendo novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo” (Marcos 2.21).
Muitos cristãos tomam decisões equivocadas por sofismar a Palavra de Deus. Proferem “pequenas” mentiras para fechar um bom negócio. Fofocam e se justificam dizendo que estavam apenas compartilhando um assunto da maior importância para “intercessão”. Esbravejam, brigam e ao invés de se arrependerem e se humilharem se explicam: “era uma questão de honra”.
Deus é luz e somente atua por meio da verdade, justiça, retidão, nunca, jamais, por meio escuso, mentiroso, dúbio, amoral, ilegal. “Deus não tem o culpado por inocente” (Naum 1.3), contudo, é misericordioso com aquele que se arrepende e abandona o pecado (Provérbios 28.13).
“A lei é boa” (1 Timóteo 1.8), os mandamentos do Senhor são perfeitos e preciosos (Salmo 119), tudo que foi escrito nas Sagradas Escrituras é para nossa edificação, consolação e correção na justiça, portanto, cabe a nós acreditar e andar de acordo com as regras para sermos coroados.
Os mandamentos do Senhor são para cumprir à risca (Salmo 119.4). Não faria o menor sentido o Todo-Poderoso nos ordenar para não obedecermos, ou então, como alguns alegam: “não sou capaz de andar conforme este preceito de Deus”. Se o Senhor manda, Ele próprio nos capacita, por meio do Espírito Santo, para cumprirmos a sua vontade.
Santidade é o dom da graça divina que deve ser acompanhado da decisão constante de renunciar “eu” e os valores mundanos. E por que fazemos isso? Porque amamos a Deus! Porque é bom! Porque seus preceitos são perfeitos! Porque tememos ao Senhor! Porque queremos ser instrumentos de Deus! Porque vivemos pela fé!
“Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele”(João 14.23).
Por Pr. Hélder Rodrigues
O COTONETE E O REINO DE DEUS
Tive o privilégio de ministrar para muitas mulheres em um Acampamento da Igreja Presbiteriana Manancial, em Brasília, na semana passada. Em um dos intervalos, resolvi ir ao banheiro. Havia cinco banheiros no lado externo do auditório, que carinhosamente foram preparados para nos atender e, além dos detalhes - como fragrâncias e adornos, tinha uma caixa de cotonetes... Eu precisava de cotonetes! Esqueci-me de colocar em nosso nécessaire de viagem. Portanto, tirei daquela caixa uns cinco a oito cotonetes e os guardei no bolso.
No mesmo instante, ouvi a voz do Espírito Santo a me dizer "coloque de volta". Não dei muita importância, pois pensei que fosse um mero embargo de consciência. Mas não era mesmo, afinal de contas a caixa estava cheia, e eu precisava deles! A Voz ainda me disse "se todos pensarem como você, em alguns instantes não haverá mais cotonetes”. Envergonhada, coloquei-os de volta na caixa.
No dia seguinte fomos hospedados na casa de um querido casal. Na bancada da suíte onde estávamos havia um pacotinho de cotonetes e, quando os vi, o Espírito Santo falou-me novamente "estes são para vocês, pode levá-los". Dei boas risadas, estava alegre e ao mesmo tempo perplexa com o que o Pai me proporcionava com este episódio. Deus se importa com a nossa integridade até nas coisas que para nós são irrelevantes. Deus se importa com tudo o que fazemos, principalmente no secreto. O propósito de Deus Pai é que Cristo Jesus seja formado em cada um de seus filhos.
O maior propósito Jesus Cristo nessa terra foi a cruz, e o maior propósito de Deus Pai para seus filhos é a cruz de Cristo. Tomar a cruz e ir após Jesus significa nos tornarmos CRISTOS, ou seja, sermos a oferta de Deus Pai para a vida do outro, numa sociedade tão hedonista. Significa amar até o fim, perdoar até o fim, e servir ao Rei até o fim!
O amor do Pai nunca será aperfeiçoado em nós enquanto não amarmos o nosso próximo, seja ele quem for. Eu só posso amar a Deus no outro; o altar de Deus está na vida do outro. Esse é o Reino de Deus e a sua justiça. A justiça deste mundo é iniquidade, pois é a justiça própria que fomenta no ser humano buscar, viver e até matar pelos seus direitos. Sofrer o dano, dar a outra face, não cobiçar o que é do próximo, perdoar, não mentir, não defraudar, vencer o mal com o bem, amar a nossos inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer bem aos que nos odeiam e orar pelos que nos maltratam e nos perseguem, tudo isso revela a justiça do Reino de Deus, revela os filhos da luz!
Ser perfeito assim como Ele é impossível ao homem, e a religiosidade não ajuda nesse processo. O segredo é a graça, pois a mesma graça que nos salva é a graça que nos santifica, que nos transforma, que opera em nós tanto o querer como o efetuar. Se você se importa com o bem do seu próximo simplesmente porque você foi demasiadamente amado naquela cruz e entende que Deus já lhe deu tudo em Cristo Jesus, então você é um abençoador de seus irmãos, porque você nasceu de novo, e está em processo de tornar-se Cristo!
Todavia, se a fé que você tem é para salvar a si mesmo e mover Deus a seu favor, então examine a sua fé, pois o evangelho que você vive é falso e encheu o seu coração de iniquidade. É necessário nascer de novo! Que Deus tenha misericórdia de seus filhos e os ensine a serem Cristos mesmo no secreto!
"Venha a nós o Teu Reino, e que seja feita a Tua vontade na Terra, assim como é no Céu".
(Jesus Cristo)
"O cristão vive não em si mesmo, mas em Cristo e no próximo. De outro modo, ele não será um cristão".
(Martinho Lutero)
Por Maristela Amorim Gandra
PACTO DE SANGUE: UMA ALIANÇA DIVINA
“Assim diz o Senhor: Se vocês puderem romper a minha aliança com o dia e minha
aliança com a noite, de modo que nem o dia nem a noite aconteçam no tempo o que
lhes está determinado, então poderá ser quebrada a minha aliança...”
(Jr 33.20-21)
Todo o relacionamento de Deus para conosco está alicerçado em Seu amor e perfeição e, para tanto, o Todo-Poderoso fez alianças santas e irrevogáveis para com seu povo. A ponto do profeta Jeremias explicitar que se puderam ser quebras as leis físicas deixando de existir dia ou noite, então a aliança do Senhor seria desfeita.
Que promessa! Aquilo que Deus prometeu jamais poderá ser desfeito ou revogado nem por Ele mesmo porque o Senhor não é homem para que minta nem filho do homem para que se arrependa. Assim aliança divina produz segurança, uma certeza inabalável!
Mas, o que é uma aliança? Este é um dos conceitos bíblicos mais importantes, e também, difícil de ser definido. Se falássemos que a mãe é geradora de vida, do ponto de vista conceitual estaria certo, entretanto, ficaria longe da realidade. Toda a Palavra de Deus está alicerçada no fundamento da aliança divina com Seus filhos e Seu povo. Portanto compreender o que é aliança divina é fundamentar toda a nossa base de fé e esperança: Aliança é pacto de sangue soberanamente administrado pelo Eterno.
Aliança é tão profunda e absoluta que é estabelecida pela Palavra do Senhor e selada com sangue. Quando Deus entra em relação de aliança com o ser humano Ele institui um pacto, um pacto de sangue, que significa pacto de vida e morte.
Deus quando faz uma aliança traz promessas inefáveis para seus filhos e/ou nação e explicita o caminho e ações que devemos seguir. A preeminência de juramentos e sinais nas alianças divinas realça o fato de que a aliança é um pacto. A aliança estabelece compromissos.
O Senhor jamais entra em relação casual ou informal com o homem, em lugar disso, as implicações de seus pactos estendem-se às últimas consequências de vida e morte.
Quando o Senhor promete a Abrão um herdeiro disse: “traga-me uma novilha, uma cabra e um carneiro” (Gn 15.9) estes animais foram mortos e cortado ao meio, de modo que fazer uma aliança, significa, literalmente “cortar uma aliança”.
A divisão do animal simbolizava um “penhor de morte”, no momento do compromisso da aliança. Os animais desmembrados representam a maldição que o autor do pacto invoca sobre si mesmo caso viole o compromisso que fez. Por isso a ideia que a aliança é um pacto de sangue.
A Bíblia nos ensina que o homem e Israel inúmeras vezes quebraram os pactos com o Senhor. De modo que o próprio Deus decidiu cumprir o seu juízo sobre seu próprio Filho, por ato de amor a nós. Assim o Jesus se fez homem para cumprir cabalmente o pacto com Deus: ser o sacrifício perfeito para satisfazer a ordenação da aliança que uma vez não cumprida haverá a morte.
Logo, Jesus estabelece uma nova aliança, um novo pacto, e todos aqueles que Nele creem estão agora sob uma aliança que significa um relacionamento intimo com o Pai, pois nos tornamos filhos, pois o pacto foi cumprido, e deste modo nos tornamos herdeiro das promessas, tendo a remissão de nossos pecados e por esta razão passaremos a eternidade com o Autor e Consumador de nossa fé: Jesus, o Senhor!
A aliança é um pacto que não pode ser revogado o que isto leva-nos a compreender, por um lado, a seriedade daquilo que Deus estabelece como promessa e ordenança; por outro, a segurança absoluta que Deus prometeu acontecerá plenamente, assim Nele, podemos descansar. Somos aliançados por Ele e para Ele para a salvação e para boas obras. Obrigado, Senhor por sua aliança!
Por Pr. Hélder Rodrigues
A VISÃO CELESTIAL PARA NOSSA VIDA TERRENA
Jesus, quando questionado sobre a licitude de dar carta de divórcio, respondeu com o fundamento de como tudo começou (Mt 19). Assim, o Salvador nos ensina a importância de considerarmos os mandamentos e propósitos do Senhor para tomarmos as decisões certas, não embasadas em emoções, modismos ou “achismos”, mas na vontade do Eterno.
Para compreendermos a razão da nossa existência precisamos olhar para o céu, meditar na Palavra de Deus e crer em Jesus como nosso Salvador, desta forma discerniremos Seus desígnios perfeitos em nossa vida.
Para tanto, precisamos conhecer os 3 grandes mandatos estabelecidos por Deus. Os mandatos são ordenanças dadas ao primeiro casal, que devem ser cumpridas por todo ser humano.
O mandato espiritual é a razão precípua pela qual fomos criados, nos relacionarmos intimamente com Deus. Esse o motivo pelo qual Ele nos fez à sua imagem e semelhança. O homem não veio do macaco, é a obra-prima da criação divina. Talvez você se pergunte - que diferença isso faz? Toda, pois quando mudamos nossa visão transformamos nosso comportamento. Se fomos criados por Deus então existem propósitos em nossa vida porque tudo que Deus faz é dotado de sentido e significado.
Nosso propósito nessa Terra é dominá-la e governá-la, para manifestação da glória de Deus, não por meio de interesses mesquinhos, mas como mordomos do Criador.
Neste sentido falamos do mandato cultural, ou seja, fazer cultura, é o envolvimento com a sociedade na sua relação de trabalho. “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.” (Gn 2.15)
Quando pensamos em família referimos ao mandato social, que consiste na convivência mais basilar do ser humano. A família é projeto de Deus, não da vontade humana. É Ele quem decide criar Eva para auxiliar e corresponder a Adão.
Deus nos criou para termos uma vida espiritual, nos dá uma família, ordena o trabalho e nos ensina a descansar no sétimo dia.
Esse triplo privilégio deve nos levar à total gratidão e compreensão da nossa responsabilidade. Assim, devemos nos relacionar com Deus em adoração fervorosa, com fidelidade ao nosso cônjuge e com dedicação e honestidade no trabalho. Nos momentos de descanso deve ter lugar a contemplação, como o Senhor nos ensinou com seu próprio exemplo.
Mas essa realidade tão bela foi distorcida pela mentira do diabo, fazendo com que Eva desejasse o indesejável, comesse do fruto proibido, se rebelasse contra o Deus Santo e Perfeito e por fim, abrisse a porta para o pecado assolar o mundo, trazendo a morte física e espiritual de toda a humanidade. As consequências foram tenebrosas não apenas para o ser humano, mas para a própria natureza, que “geme aguardando a volta do seu Criador”.
Em consequência, os mandatos divinos foram distorcidos por mentes cauterizadas e corações obstinados, ávidos na busca de autonomia e distantes dos preceitos maravilhosos do Senhor.
Por isso há tanta maldade e injustiça no mundo, os homens trocaram a justiça de Deus por sua injustiça pecaminosa.
Mas há uma solução para realinhar o ser humano aos propósitos eternos de Deus - Jesus Cristo, nosso Salvador, que regenera o coração pecador transformando-o num coração submisso à Sua vontade perfeita.
Sim, a submissão a Deus é libertadora, a obediência aos seus mandamentos nos faz plenos, a fé nos impulsiona a marchar conforme os decretos celestiais, e não segundo o engano desse mundo caído. Mas para viver estes mandatos precisamos crer e conhecê-los a fundo, e nos dedicarmos aos propósitos belos para os quais o Senhor nos criou.
Por Pr. Hélder Rodrigues
CULTIVANDO VIRTUDES
O arado vai cruzando de norte a sul…
O barulho do carro de boi se funde com o canto dos pássaros.
A brisa refresca o agricultor fatigado pelo sol,
Mas segue animado e observa com cuidado os sulcos formados.
Terra preparada é hora de semear...
Semente plantada é hora de regar...
Folha crescida é hora de inseticida...
Dias passam.... meses vêm...
Enquanto o milagre das gotas não desce
Irrigações umedecem
Os agricultores quase padecem
Mas o prodígio natural vem
O fruto bendito da terra sobrevem!
É a festa da colheita (Êx 23.16)!!!
Da providência divina mesclada com o suor
Vem o fruto da terra. Que esplendor!
As virtudes do cristão florescem semelhantemente
É obra divina
Gerando os frutos desta semente
Estéril é o homem por si (Ef 2.1)
Jesus ensina: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5)
Do Pai das luzes desce toda boa dádiva (Tg 1.16).
O Senhor que nos regala
A instrumentalidade
Para darmos bons frutos:
Precisamos adubar a nossa terra: com a Palavra
Necessitamos irrigar a semente: com as orações
Carecemos fertilizar o plantio divino: com jejuns
Este é o suor do cristão
Que se mescla com o divino
Nascem as virtudes!
Por Pr. Hélder Rodrigues
MÃE, ONDE ESTÁS?
Ser mãe não é um simples ato de gerar
É mais que isto, ser mãe é também amar
Por que existe quem gera, mas não ama
E existe quem ama sem gerar…
O amor é uma prova eficaz da maternidade
Através do amor, reconheceu o rei Salomão
Entre duas mulheres, qual era a mãe de verdade
Ser mãe é gerar um filho dentro do coração
Independente das circunstâncias ou situação
Às vezes anônimas, ocultas, ou não reconhecidas
Ou quem sabe se como as violetas, escondidas
Mas sempre perfumando a vida que não gerou
Mãe, onde estás? Que lindo coração é o teu!
Que sublime missão o Senhor te concedeu!
A missão de se tornar mãe, através do amor
De amar sem limites, como nos ama o Senhor
Teu amor se expressa nas lágrimas de emoção
Quando clama por teu filho através da oração
Está na tua mão estendida, pronta para abençoar
E nas noites indormidas que passas a acalentar
Nas renúncias, no sonho que não tornou realidade
Pois o trocaste pelo sonho maior da maternidade
Tu és mãe, não apenas porque geraste um filho
És mãe, porque não podes ofuscar o brilho
Que nos teus olhos reflete o teu grande amor
És bem aventurada, és virtuosa e agraciada
Como foi Maria, a mãe do meu Senhor…
Por Norma Penido
SINERGIA: AMOR E FÉ
“Por amor de Cristo, considerou sua desonra uma riqueza maior do que os tesouros do
Egito porque contemplava a sua recompensa”.
Hebreus 11.26
A FÉ OLHA PARA A ETERNIDADE. Nossa vida é repleta de escolhas. Nossas decisões dirigem nossa vida, governam nosso presente, regeram nosso passado e estabelecem nosso futuro e a própria eternidade. O apóstolo Paulo não poderia ser mais assertivo quando declarou: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gálatas 6.7-8).
O que leva alguém a considerar sua desonra uma riqueza maior do que toda a glória do Egito, a nação mais pulsante da época? A resposta é clara: amor e fé.
O amor é sacrificial! Qual mãe não se sacrifica pelo filho? Que acorda de madrugada para amamentar, que renuncia à comodidade para ensinar... Não existe amor sem sacrifício. Enquanto a paixão visa o prazer pelo prazer; o amor é a atitude compromissada que nos leva, muitas vezes, a fazer o que não gostamos, porque amamos. Esta escolha nos faz compreender o significado da vida.
O cristianismo é essencialmente amor: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
O amor a Deus nos leva a escolher o certo, a fazer o correto, ainda que signifique ir ao deserto.
Amar é uma escolha. O próprio Deus, na sua infinita bondade, permite que o ser humano o rejeite, pois amor sem liberdade não é amor. Amar sem escolha leva à prisão, à opressão. Isto porque ameaça, barganha e intimidação não fazem parte do vocabulário de quem ama. O próprio Deus permitiu ser rejeitado:
“A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (João 3.19).
Moisés decidiu. Renunciou. Aprendeu. Mudou. Serviu. Lutou e venceu por amar a Deus. Contemplou a eternidade e viveu no deserto. Renunciou o Egito, recebeu a Lei de Deus. Negou prazeres mundanos e se tornou um grande profeta e legislador.
Sua decisão foi fruto do chamado do próprio Deus, do amor propulsor do Senhor, mas a escolha foi dele, que era livre para seguir por outro caminho...
Quando decidimos andar com Deus, amá-lo e obedecê-lo somos eternamente recompensados. Recebemos seu magnífico amor e somos transformados e saciados. Ele é o pão da vida, a luz do mundo, a verdade que liberta.
“Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele” (João 14.21)
Moisés pelejou, viveu e morreu para Deus e hoje está com Ele na glória celestial. É o amor e a fé, permeados pela graça divina, nos levam a fazer escolhas eternas.
Por Pr. Hélder Rodrigues
TODO CRISTÃO TEM CHAMADO
Todo cristão tem um chamado especial da parte de Deus. Não existe cristianismo sem propósito. Fomos chamados antes mesmo da fundação do mundo, eleitos em amor para adoção em Jesus (Ef 1.3-5). Deus tem desígnios maravilhosos na vida de todos aqueles nascidos de novo.
Assim como um fabricante, um ser humano limitado, produz coisas e objetos com propósitos, o que dirá Deus que tudo criou. Em tudo Ele colocou propósitos maravilhosos e permeou nossas vidas de significado. Deus tem um chamado bendito em nossas vidas.
Como cristãos deveríamos nos perguntar: Qual o propósito de Deus para minha vida? Mas para responder, devemos nos fazer outra pergunta: Qual é o meu chamado? Para essas respostas, precisamos entender a vocação de Deus para nós. Todo cristão tem um chamado universal da parte de Deus, e este começa, necessariamente, pela adoração.
Somos chamados para ser um adorador. Adorador é aquele que expressa sua gratidão ao Senhor não apenas com palavras ou nos momentos de louvor, mas em tudo quanto faz, pensa, em tudo que é. O apóstolo Paulo dizia: quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa façais para a glória de Deus.
O Senhor procura homens que o adorem em espírito e em verdade. Nossa vocação passa pela adoração, a qual requer renúncia, entrega, santidade e o reconhecimento de quem é o Senhor e quem somos nós.
Somos também chamados para amar. Se não amamos não entendemos o cristianismo ou se amarmos apenas os que nos amam, que nos fazem bem, nossa espiritualidade está ainda engatinhando. Todo chamado é em amor e por amor (I Jo 4:7).
O Senhor nos chama para nos achegarmos a Ele assim como estamos, mas à medida que andamos em Sua presença Ele vai nos ensinando o primeiro desígnio de todo Cristão: adorar a Deus acima de todas as coisas e amar o nosso semelhante.
A terceira grande vocação é servir. O cristão que não serve e não se entrega ao próximo, ainda não entendeu o seu chamado. Jesus Cristo, sendo Deus, se fez homem e veio a este mundo não para ser servido mas para servir.
Quando temos esse paradigma bíblico, espiritual que toda vocação cristã é permeada de adoração, amor e serviço caminhamos, então, nas veredas justas e perfeitas de Deus, nas quais são estabelecidos Seus propósitos e desígnios para cada em de nós.
Por Pr. Hélder Rodrigues
DE ACORDO COM AS REGRAS
“Nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regras”
(2 Timóteo 2.10).
O jeitinho brasileiro normalmente anunciado com orgulho, por revelar habilidade, improvisação, flexibilidade, criatividade que os brasileiros têm ou desenvolveram para resolver situações inesperadas, difíceis ou complexas.
Esse traço cultural de infringir normas, regras ou até mesmo leis, para alcançar um resultado que não seria possível dentro da legalidade, é um padrão anti-bíblico.
Deus não dá jeitinho em nada! O que está errado corrige; o estragado conserta; o quebrado refaz. Deus faz novas todas as coisas (Apocalipce 21.5) “porque não coloca remendo novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo” (Marcos 2.21).
Muitos cristãos tomam decisões equivocadas por sofismar a Palavra de Deus. Proferem “pequenas” mentiras para fechar um bom negócio. Fofocam e se justificam dizendo que estavam apenas compartilhando um assunto da maior importância para “intercessão”. Esbravejam, brigam e ao invés de se arrependerem e se humilharem se explicam: “era uma questão de honra”.
Deus é luz e somente atua por meio da verdade, justiça, retidão, nunca, jamais, por meio escuso, mentiroso, dúbio, amoral, ilegal. “Deus não tem o culpado por inocente” (Naum 1.3), contudo, é misericordioso com aquele que se arrepende e abandona o pecado (Provérbios 28.13).
“A lei é boa” (1 Timóteo 1.8), os mandamentos do Senhor são perfeitos e preciosos (Salmo 119), tudo que foi escrito nas Sagradas Escrituras é para nossa edificação, consolação e correção na justiça, portanto, cabe a nós acreditar e andar de acordo com as regras para sermos coroados.
Os mandamentos do Senhor são para cumprir à risca (Salmo 119.4). Não faria o menor sentido o Todo-Poderoso nos ordenar para não obedecermos, ou então, como alguns alegam: “não sou capaz de andar conforme este preceito de Deus”. Se o Senhor manda, Ele próprio nos capacita, por meio do Espírito Santo, para cumprirmos a sua vontade.
Santidade é uma decisão, é o reflexo do nosso amor a Deus.
“Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me
ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele” (João 14.23).
Por Pr. Hélder Rodrigues
REFORMA E REAVIVAMENTO
“… aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos…” (Hc 3.2).
Reforma e reavivamento estão intimamente interligados. Reforma é a base do reavivamento e o reavivamento é o resultado da reforma. Não há reavivamento sem reforma. Primeiro a igreja se volta para Deus em arrependimento; depois a igreja experimenta a poderosa visitação do Espírito Santo. Destacaremos aqui dois pontos importantes:
Em primeiro lugar, quando uma igreja precisa passar por uma Reforma? No passado, quando a igreja medieval se corrompeu doutrinária e moralmente, Deus levantou os Reformadores. Eles não fizeram inovações, mas voltaram ao antigo evangelho, ao único evangelho, à doutrina dos apóstolos. Hoje, muitas novidades foram introduzidas nas igrejas chamadas cristãs. Doutrinas e práticas estranhas à palavra de Deus foram acolhidas e disseminadas. O liberalismo teológico, fruto do Racionalismo, devastou muitas igrejas e ainda realiza um nefasto trabalho de desconstrução dos valores do Cristianismo. O liberalismo semeia ceticismo e dirige as pessoas incautas para fora das Escrituras. O sincretismo religioso, com suas esquisitices, está sendo introduzido em muitos arraiais, produzindo um fervor falso, um emocionalismo histérico, uma fé mística e uma apostasia galopante. Noutros redutos, percebe-se uma ortodoxia ossificada, um racionalismo árido, uma profissão de fé sem fervor espiritual. Sempre que a igreja aparta-se da simplicidade do evangelho, ela precisa voltar às origens. Sempre que a igreja se desvia da ortodoxia associada à ortopraxia, ela precisa de uma nova reforma. Sempre que a igreja abandona a centralidade da palavra associada à piedade, ela precisa voltar ao princípio de tudo e passar por uma nova reforma. Há igrejas que têm ortodoxia, mas não fervor. Há outras que fazem propaganda de uma espiritualidade postiça, mas desconhecem a intimidade de Deus. Teologia e ética precisam andar de mãos dadas. Doutrina certa e vida certa é o que Deus requer. Não podemos separar o que Deus uniu: doutrina e vida, credo e conduta, luz na cabeça e fogo no coração.
Em segundo lugar, quando uma igreja precisa experimentar um reavivamento? O reavivamento é uma obra poderosa e soberana do Espírito Santo na igreja, levantando-a de sua apatia para experimentar um renovo da parte do Senhor. O reavivamento não é agendado pela igreja nem promovido por ela. Só o Espírito Santo pode operar essa obra. Cabe-nos preparar esse caminho, aterrando os vales, nivelando os montes, endireitando os caminhos tortos e aplainando os caminhos escabrosos. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que ela perde o deleite na oração e a fidelidade à palavra e vê sua vida espiritual tornar-se árida e mecânica. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que entra num processo de estagnação e perde seu entusiasmo pelas coisas lá do alto, apegando-se às coisas aqui da terra. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que a comunhão fraternal entra em colapso e os relacionamentos ficam feridos por mágoas e ressentimentos. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que a fidelidade a Deus nos dízimos e nas ofertas deixa de ser praticada para capitular-se ao secularismo materialista. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que sua adoração a Deus se torna formal e ritualista em vez de ser em espírito em verdade. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que sua agenda perde o vigor evangelístico e missionário. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que pecados são tolerados em seu meio e o mundanismo começa a ganhar terreno. Uma igreja precisa de reavivamento sempre que, enganada pela síndrome de Laodiceia, não reconhece sua necessidade de mudança. Oh, que Deus nos desperte! Oh, que Deus nos reavive! Que um tempo de refrigério venha da parte do Senhor sobre nós, tirando-nos do marasmo letárgico para uma vida maiúscula, de plena alegria no Espírito Santo!
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
REINO DO CÉU OU IMPÉRIO TERRENO
Que tipo de tesouro você busca? Ou buscamos um reino próprio ou o reino de Deus. Ou ansiamos a nossa glória ou a divina. Ou servimos a Deus ou aos nossos próprios interesses.
Jesus nos ensina esta verdade: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6.19-21).
O Senhor declara que os tesouros que acumulamos controlam o nosso coração, o âmago mais profundo do nosso ser, o cerne da nossa individualidade.
Somos orientados por valores e movidos por propósitos, os quais são revelados na nossa busca. Queremos entesourar aquilo que julgamos valioso. Por isso o tesouro sempre estará ligado ao coração, são inseparáveis!
Quantos dizem que amam a Deus acima de todas as coisas, mas na realidade trabalham com afinco para construir um reino próprio. Ou seja, nossa prioridade não está em Deus, mas em nós mesmos. Isso é idolatria!
A diferença se torna ainda mais sutil quando usamos o nome de Deus porque pensamos “se foi o Todo-Poderoso que me deu logo, estou buscando o Seu Reino”, mas no fundo estamos envidando esforços para edificar o próprio reino, usando o nome de Deus para alcançar nossos objetivos.
Certa vez um rico se aproximou de Jesus perguntando o que tinha que fazer para herdar a vida eterna. Recebeu como resposta a necessidade de cumprir todos os mandamentos. Na sua euforia pretensiosa ele afirma que tem guardado os mandamentos desde a mocidade. Então Jesus o desafia a vender tudo o que possui para obter um tesouro no céu e, assim, segui-lO (Mt 19.16-23). O entusiasmo logo dá lugar à tristeza: “E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.”
Na verdade o jovem guardava “todos” os mandamentos desde a mocidade mas o seu reino de riquezas pessoal era mais valioso do que o Reino de Deus. Ele escolheu seu próprio desejo em detrimento da vontade do Senhor, o Deus de toda riqueza e glória.
Não é por mesmo que Jesus nos exorta: “ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.” (Mt 6.24)
Onde você tem colocado o seu coração? Pare por um instante e reflita. Se é no reino de Deus então sua prioridade absoluta é o Senhor, todo o seu ser trabalha, pensa, anseia as verdades celestiais, seguindo à risca a ordem de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. (Mt 6.33). Ou estamos buscando o reino celestial ou construindo um império terreno.
Por Pr. Hélder Rodrigues
PÁSCOA: A FESTA DA LIBERTAÇÃO
O maior acontecimento do Antigo Testamento é a libertação do povo de Israel do cativeiro Egito, saindo da escravidão para uma terra que emana leite e mel, prometida pelo Senhor quinhentos anos antes. Esse acontecimento é um ícone de nossa realidade: redenção, recriação, recomeço!
Os três pilares de Êxodo
Saída do Egito - Libertação;
Chegada ao Sinai e entrega da Lei - Orientação;
Construção do tabernáculo - Adoração.
Nossa força vem do Senhor
Os israelitas viveram 430 anos em cativeiro. Gerações e gerações foram oprimidas e humilhadas. "Todavia, quanto mais eram oprimidos, mais numerosos se tornavam e mais se espalhavam" (Êx 1:12).
Não murmure: Clame!
O Senhor ouviu o clamor de Israel e com mão poderosa enviou libertação. "De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito, e também tenho escutado o seu clamor(...)" "Por isso desci para livrá-lo das mãos dos egípcios e tirá-los daqui para uma terra boa e vasta (...)" (Êx 3:7,8).
1. Páscoa: festa da libertação
Antes da libertação Deus ordenou: Façam uma festa! Celebrem a Páscoa, festejem no cativeiro! A Páscoa precedeu a concretização da promessa, foi um agradecimento antecipado: um ato de fé.
2. Um novo começo (v. 2)
Aqueles que entregam sua vida ao Senhor, assim como os israelitas, deixam de ser escravos. A Páscoa nos mostra um novo começo e projeto, uma nova direção. Abandonamos o império das trevas e caminhamos ao céu.
3. Aliança redentora para a família (v. 3)
Todos deveriam separar um cordeiro para a sua família (v.3). Com isso, Deus revelou que faria uma aliança de proteção e salvação com as famílias. Onde não houvesse o sangue nos umbrais, porém, haveria o juízo do Senhor, pois não havia justificação. Por isso a Páscoa é uma festa de redenção para uns e de juízo para outros. ”O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito” (v.13). Deus faz uma aliança conosco enquanto pessoa, família, povo, nação!
4. A vitória é pelo Cordeiro
A vitória não estava no israelita, em seus méritos, em sua bondade ou força: estava única e exclusivamente no poder e na bondade do Senhor. Da mesma forma que ocorreu quando Isaque perguntou a Abraão: "Onde está o cordeiro?", Deus proveu para si um cordeiro. Entregamos nossos sacrifícios de coração e o Senhor proveu o Cordeiro pascoal, Cristo Jesus.
5. Cordeiro sem defeito que traz vida
Jesus não cometeu pecado algum. Ele se manifestou em carne mas se manteve plenamente santo para nos salvar do pecado. Fomos redimidos pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo (1Pe 1:19). Foi a morte de Cristo que nos salvou, deu-nos vida. Cristo veio "para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20:28).
A refeição pascal
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Cordeiro assado – prefigura o sacrifício de Jesus;
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Ervas amargas – simboliza o sofrimento deixado no Egito e as provas que viriam pela frente;
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Pão sem fermento – representa uma vida sem impurezas, hipocrisia ou pecados ocultos;
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Pressa ao comer – simboliza nossa prontidão para marchar.
Deserto também é lugar de adoração plena
Deus mandou que Moisés pedisse a faraó que Israel fosse prestar culto ao Senhor no deserto. Com o Senhor, qualquer lugar é propício para adoração. Entretanto, Faraó tentou negociar de várias formas para que não houvesse plenitude, com os seguintes argumentos:
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Não serviam a Deus;
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Sirvam a Deus no Egito (8.25);
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Fiquem perto (8.28);
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Fiquem os jovens e as mulheres (10.10-11);
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Fiquem os rebanhos (10.24-26).
Moisés, contudo, não negociou, pois o Egito não é lugar para o povo de Deus. Nosso lugar é na terra prometida.
Memorial eterno da libertação (v. 14, 17, 24, 26)
A nova geração que entraria na terra prometida poderia esquecer da amargura escravidão do Egito, mas a celebração contínua da páscoa traz o ensinamento constante do Senhor: nele há libertação; ele é poderoso e nos livra das trevas. A morte de Jesus na cruz é o nosso êxodo. Cristo tem ressuscitado em seu coração todos os dias, para que você renuncie ao Egito? Que Ele nasça hoje, amanhã e sempre em seu coração!
Resumo da pregação Pr. Hélder Rodrigues
Por Priscila Meireles
PROMESSA, SACRIFÍCIO E HONRA
“Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que
havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus
lhe tivesse dito: ‘Por meio de Isaque a sua descendência será considerada’”.
Hebreus 11.17-18
A FÉ NOS LEVA A FAZER O INCONCEBÍVEL. Ninguém, em pleno juízo, sacrificaria seu próprio filho. Por que então Abraão iria fazê-lo? Por um ato de fé. A fé não nos deixa ignorantes ou fanáticos é exatamente o oposto. A fé é, fruto do discernimento espiritual, libertadora. É saber distinguir a vontade pessoal da vontade divina. Assim, quando discernimos a voz de Deus nosso espírito nos impulsiona a marchar conforme o plano perfeito.
O sacrifício que Abraão “cometera” foi impulsionado pela fé, motivado pelo amor a Deus, estabelecendo o grande mandamento: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” (Mateus 22.37). O amor que Deus anseia é o que está sobre todas as coisas, inclusive sobre os nossos filhos e cônjuge.
A vertente do capítulo 11 do Livro de Hebreus é apontar para o poder de Deus atuando na vida das pessoas. É a ação de Deus em nós. É o poder de Deus sobre os justos. É a graça do Senhor sobre seus filhos. Viver nesta dimensão é para todos que nasceram de novo. Creia!
Para tanto, precisamos viver o princípio ensinado por Jesus: “Ninguém pode amar dois Senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mateus 6.24). O amor genuíno é aquele que brota do conhecimento íntimo do outro. Assim, só podemos amar verdadeiramente o Senhor à medida que andarmos com Ele. Quanto mais estivermos em Deus mais iremos renunciar valores e desejos mundanos.
Nada e ninguém pode ocupar o lugar de Deus. O lugar mais nobre de nosso coração deve ser reservado totalmente ao Pai. É por isso que o Senhor, muitas vezes, nos coloca à prova, para conhecermos o nosso próprio coração e, assim, nos levar ao sacrifício supremo: entregar nossos “Isaques”.
Tudo que rouba o lugar de Deus torna-se um “Isaque”, o que nos levará a, mais cedo ou mais tarde, ter que “sacrificá-lo”, para que o Senhor Reine nosso coração.
“Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, (...) para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem” (Deuteronômio 8.2-3).
A finalidade de Deus colocar o povo à prova não é para Ele conhecer o nosso coração, mesmo porque o Senhor é onisciente, mas exatamente para cada um se conhecer e saber o que de fato está no âmago de seu ser. Se há ou não “Isaques” em nossa alma...
Sacrificar os nossos “Isaques” significa em última instância honrar o nome de Deus. Os que amam ao Senhor tem prazer em honrá-lo. Não apenas em palavras, mas fazer sua vida um ato continuo de adoração... Tornar um servo adorador significa “a fé que atua pelo amor” (Gl 5.6), ou seja, servir ao próximo com nossos dons e talentos. Isto é glorificar ao Senhor.
Se por um lado Deus requer de cada um a entrega absoluta de nossa vida, por outro o Eterno honra aqueles o honram (1 Sm 2.30). Alegrem-se, pois os que são provados e permanecem fieis são honrados por Deus. Honra esta perfeita, graciosa e com efeitos na eternidade.
Assim, as promessas de Deus são esplendorosas, a provação faz parte de um tratar refinado do Espírito Santo para nos levar a andarmos por fé e, motivados pelo amor, recebermos a aprovação e a honra de Deus. Promessa, sacrifício e honra.
Por Pr. Hélder Rodrigues
DEZ RAZÕES PARA VOCÊ SER UM ALUNO DA ESCOLA DOMINICAL
A Escola Dominical foi criada em 1780, em Gloucester, na Inglaterra, porém, o estudo sistemático da Bíblia é uma prática do povo de Deus, desde os tempos mais remotos. Os períodos mais robustos da igreja foram aqueles em que as famílias tinham prazer e deleite no estudo da Bíblia e faziam dessa prática uma oportunidade para trazer pessoas a Cristo e discipulá-las. Elencamos dez vantagens de ser um aluno da Escola Bíblica Dominical:
Em primeiro lugar, porque o Domingo é o dia do Senhor e devemos nos deleitar em Deus. A secularização tem levado muitos crentes a fazerem uma agenda pessoal para se dedicar ao esporte e ao lazer no domingo, deixando de consagrar esse dia para adoração e descanso, conforme ensina as Escrituras.
Em segundo lugar, porque quando nos reunimos na casa de Deus estamos cumprindo um mandamento divino. A palavra de Deus diz que não devemos deixar de congregar, conforme o costume de alguns. Muitas são as distrações que podem nos afastar do culto e do estudo das Escrituras na Escola Dominical. Muitos são os interesses que podem nos levar para longe de nossa máxima prioridade que é glorificar a Deus e buscar em primeiro lugar o seu reino.
Em terceiro lugar, porque somos uma família e devemos nos estimular uns aos outros à piedade cristã. Há lugar para o estudo particular e individual das Escrituras, mas há, também, o momento oportuno para nos reunirmos, como família da fé, como rebanho de Cristo, para sermos exortados e estimulados mutuamente na carreira cristã.
Em quarto lugar, porque devemos exercitar nossos dons espirituais para a edificação do corpo de Cristo. Quando a igreja se reúne em culto público e também em classes para o estudo da Bíblia, colocamos os dons que Deus nos deu a serviço da edificação mútua. Aqueles que têm o dom de ensino, repartem com os outros o rico alimento que receberam de Deus e assim, suprem em Cristo, as necessidades espirituais dos santos.
Em quinto lugar, porque a vida é um constante aprendizado e precisamos crescer no conhecimento e na graça. Sempre que abrimos as Escrituras tiramos desse reservatório inesgotável tesouros preciosos, lições oportunas e ensinamentos necessários para o nosso crescimento espiritual.
Em sexto lugar, porque um dia na Casa de Deus vale mais do que mil dias nas tendas da perversidade. Aquele que foi alcançado pela graça de Deus não tem mais prazer nas tendas da perversidade, antes o seu prazer está em Deus. Ao contrário da geração do profeta Malaquias, que dizia acerca do culto: “Que canseira!”, o povo de Deus diz: “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor” e ainda testemunha: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor”.
Em sétimo lugar, porque na Escola Dominical há estudo interativo da Palavra de Deus. Na Escola Dominical cada aluno pode participar, perguntar, interagir e aprender a Palavra de Deus. Pelo fato do estudo ser um grupos menores, no formato de uma classe, o aprendizado torna-se mais acessível e pessoalizado.
Em oitavo lugar, porque o aprendizado da Palavra de Deus está ao alcance de todos. A pessoa que está dando os primeiros passos na carreira cristã e o crente mais maduro na fé aprendem a Palavra de Deus de acordo com o nível em que se encontra. O processo ensino-aprendizado é endereçado a todos, sem acepção e sem exceção. Todos somos alunos. E todos estamos debaixo da autoridade das Escrituras.
Em nono lugar, porque o aprendizado da Palavra de Deus visa a transformação da vida. Não estudamos a Bíblia apenas para aumentar o nosso conhecimento acerca das verdades eternas. Estudamo-la para sermos transformados de glória em glória na imagem de Cristo. À medida que estudamos a Bíblia, ela nos sonda. Quanto mais nos aproximamos da Bíblia, mais nos distanciamos do pecado.
Em décimo lugar, porque a Escola Dominical é a maior escola do mundo. Essa é a maior escola do mundo. Está presente em praticamente todas as nações. Tem milhões de alunos aplicados que estudam domingo após domingo, sem jamais receberem diploma de conclusão. Quanto mais estudamos a Bíblia mais entendemos que só estamos arranhando sua superfície. Ela é a Palavra de Deus. Viva e eficaz!
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
ALFACES NÃO CRESCEM COMO MATOS
Os matagais jamais acabam, apesar de ninguém cuidar deles.
Nunca assisti um “Jornal Nacional” que não seja rico em desgraça ou sofrimento.
Por que não tem fim a maldade humana se todos, ou quase todos, a abominam?
Por que as alfaces não crescem como os matos?
Em todos os tempos o problema do mal permeia a humanidade. A questão se torna ainda mais complexa quando se indaga: “Se Deus é tão bom e perfeito por que existe tanta maldade no mundo?”
A perversidade é compreendida à medida que olharmos para dentro, pois os fatores externos, os acontecimentos, são conseqüências do coração do homem. Jesus proclama cabalmente:“De dentro do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro” (Mc 7.21).
Satanás, que veio para roubar, matar e destruir (Jo 10.10) utiliza, potencializa a corrupção do ser humano para gerar ainda mais devastação.
A entrada do pecado no mundo, mediante a desobediência de Adão e Eva, leva o homem à ruptura com Deus, suas implicações são nefastas. Assim, toda maldade da humanidade tem como causa primeira o distanciamento do Senhor. Por esta razão João Batista declara graciosamente acerca de Jesus: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29).
Logo, quanto mais longe de Deus maiores serão as atrocidades; quando mais perto do nosso Salvador maior será a manifestação das virtudes.
O apóstolo Paulo divinamente orientado enfatiza: “porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum” (Rm 7.18 – grifo do autor. Vide Rm 8.1-17). A palavra “carne” possui diversos significados sob a ótica da Sagrada Escritura. Refere-se, neste caso, à natureza humana apartada da influência divina, portanto, e, necessariamente, inclinada ao pecado, rebelando-se contra Deus (Gl 5.16-25). “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus; pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Porquanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.7-8).
Assim, a falta de caráter, os vícios, a concupiscência são como mato se não podados crescem; se não arrancados espalham-se.
Sob ótica diametralmente oposta as virtudes são como as verduras se não cuidadas murcham; se não tratadas definham.
O homem por ele mesmo pode se esmerar em adubar, regar e cuidar para desenvolver certas virtudes, porém o fruto quem dá é o Senhor. “O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22 - grifo do autor). Tiago corrobora com esta verdade quando revela: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.16).
Assim, a boa semente quem regala é Deus, a instrumentalidade vem por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, que precisa ser adubada com a Bíblia, irrigada com orações, fertilizada com jejuns, protegida com vigilância. Logo, desenvolvem-se as virtudes: a divina semente mesclada com o suor do cristão.
Por isso, os “matos” crescem mais do que as “alfaces” porque aqueles são obras da carne, natureza caída do homem, não precisa esmero para desenvolvê-los; enquanto estas são fruto do Espírito e requerem seus cuidados.
Por Pr. Hélder Rodrigues
UMA IGREJA SAUDÁVEL É… UMA IGREJA PERSEVERANTE
Uma igreja saudável deve ser medida por sua qualidade e não pela quantidade de seus membros ou pelo seu orçamento. É claro que uma igreja de qualidade certamente crescerá em quantidade.
Perseverar como a igreja descrita em Atos 2.42-47. Perseverar significa: persistir, dedicar, permanecer, dedicar, conservar-se firme e constante, ter perseverança. A perseverança é uma qualidade indispensável para quem deseja alcançar alguma coisa na vida. É preciso perseverar nestes santos propósitos que o Espírito Santo estabeleceu para a igreja nascente. São princípios inarredáveis e que podem ser aplicados com métodos diferentes em cada contexto em que a Igreja está estabelecida.
Perseverança na doutrina dos apóstolos. Não na doutrina de uma seita, de um grupo ou de uma igreja no conceito humano. Nem na doutrina de demônios ou na doutrina dos fariseus, sejam eles antigos, modernos ou modernosos. É perseverança em Sola Scriptura. No pacto da Nova Aliança. No evangelho de Cristo Jesus. Na doutrina dos apóstolos (segundo as Escrituras). Isto significa: estudar, aprender, apreender, ensinar e discipular fundamentados nas Sagradas Escrituras. O Ensino dos apóstolos bíblicos estavam fundamentados no Velho Testamento. Cremos que as Escrituras são do Antigo e do Novo Testamento, a Bíblia Sagrada, é a única regra de fé e prática para o cristão.
Perseverança na comunhão. Isto é, os irmãos e as irmãs permanecem na irmandade, fraternidade, na comunidade. Comunhão é associação com pessoas que envolve amizade, participação nos sentimentos, nas experiências, na vivência, nos propósitos, nas atividades comuns e na generosidade. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Fp 2.5). A igreja é a comunidade dos fiéis, é a participação nas atividades, é a interação espiritual dos que como nós somos testemunhas de Cristo. Todo crente precisa participar de uma igreja local, ter uma família cristã para comungar, alimentar-se de Cristo e servir com os talentos e dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo.
Perseverança no partir do pão. Na igreja em Atos, o partir de pão não se tratava de dividir o alimento entre eles, mas sim de participar da Ceia do Senhor. Essa, ao lado do batismo, constitui os dois sacramentos que devem ser observados por todo servo de Cristo. A participação na Ceia do Senhor é insubstituível para a santificação e a revitalização da igreja e da vida do crente individualmente. A ceia é a rememoração da encarnação, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. A síntese completa do Evangelho. Todo crente deve se esforçar para participar da Ceia do Senhor na comunhão de sua igreja.
Perseverança nas orações. Oração é o relacionamento da pessoa com Deus por meio de palavras ou do pensamento, em particular ou em público. A oração deve ser fervorosa, feita por corações perdoadores e perdoados, cheia de fé, pelos méritos de Cristo Jesus, em relacionamento conjugal correto (para os casados), e em vida de santidade (para solteiros e casados). Um cristão anônimo disse: ”Eu sou melhor ou pior segundo eu oro mais ou menos”. A oração é um dos fatores decisivos para a caminhada em vitória da igreja e do cristão. Ore, meu santo irmão, ore, minha santa irmã: em casa, na rua, no trabalho, nos templos, nos grupos pequenos. Ore onde você estiver. Ore em silêncio, ore em voz alta. Ore com gratidão, com súplicas, intercessoriamente, confrontando os poderes espirituais do inferno, pela conversão de pessoas, pelos missionários, para que Deus envie trabalhadores para Sua seara, por sua família, para que sua vida agrade a Cristo, por seus negócios, por tudo que é seu, para que pessoas sejam libertas da escravidão do pecado, para a igreja ser revestida de poder do Espírito Santo. Há poder na vida que busca sinceramente a Cristo Jesus em oração.
Vamos perseverar, amados irmãos. Na perseverança há grande recompensa.
Por Pr. Jeremias Pereira
NO EGITO NEM DEPOIS DE MORTO
“Pela fé José, no fim da vida, fez menção do êxodo dos israelitas do Egito e
deu instruções acerca dos seus próprios ossos”.
Hebreus 11.22
A FÉ NOS FAZ TRANSCENDER. O cristão tem uma morada certa, um lar celestial: “para mim viver é Cristo, e morrer é lucro” (Filipenses 1.21). Continua o apóstolo Paulo: “Ora de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (v. 23).
José manteve a lucidez. Não se apavorou diante da morte, antes, teve fé de instruir o que deveria ser feito com os seus ossos. O segundo homem mais importante do Egito não quis que levantassem um monumento magnificente em seu nome, mas desejou que seu corpo fosse levado à humilde cidade de Siquém (Êxodo 13.19).
A fé não se deslumbra com os valores mundanos, nem com a suntuosidade das trevas... Muitos faraós construíram pirâmides adornadas do melhor da terra para uma vida após morte, mas não encontraram descanso para suas almas. Apenas em Cristo temos a ressurreição de nossos corpos para a vida eterna.
Por isto a fé não teme a morte, porque sabemos em quem temos crido e para onde iremos. Jesus nos consolou nesta promessa: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar”(João 14.1-2).
A morte não é a escuridão, não rodeia a vida do cristão de incertezas porque “o corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual” (1 Coríntios 15.42-44).
Se agora temos um corpo terreno, mas após a morte teremos um corpo glorificado, restaurado, modificado, perfeito. Morre a boa semente para brotar a vida eterna, assim sucederá com todos os que creem nas palavras de Jesus Cristo.
José também instruiu acerca de onde deveriam ser levado seus ossos porque creia na profecia vaticinada há de centenas de anos a Abraão:
“Então o Senhor lhe disse: “Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos. Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos e, depois de tudo, sairão com muitos bens” (Gênesis 15.13 e 14).
O tempo não estabelece se uma profecia é verdadeira ou não... o tempo apenas indica que não chegou a hora para o estabelecimento da vontade eterna de nosso Deus. Por isso, não se enfraqueça na fé, se Deus prometeu irá acontecer.
“Porque eu, o Senhor, falarei, e a palavra que eu falar se cumprirá e não será retardada; porque, em vossos dias, ó casa rebelde, falarei a palavra e a cumprirei, diz o SENHOR Deus” (Ezequiel 12.25).
Se a fé enfrenta a morte o que dirá os percalços da vida? A fé nos transcende.
Por Pr. Hélder Rodrigues
MISSÃO DO CRISTÃO
Tudo fica mais fácil quando temos uma visão clara dos nossos afazeres. Nosso trabalho se torna mais eficaz. Nosso comportamento mais coerente. Nosso tempo mais bem aproveitado.
O mesmo vale quando temos propósitos definidos – a vida ganha um sabor diferente... o significado do ser e fazer arrebatam o ser humano numa dimensão maravilhosa! Qual a razão de ser de sua vida?
Nada melhor do que a Palavra de Deus, o manual do fabricante, para nos conduzir à nossa missão. Vamos então falar sobre a missão do cristão no Reino.
O mundo ensina que a razão máxima da existência é ser feliz, mas este é um parâmetro perigoso, muitos em prol da felicidade se tornam egoístas, avarentos, mentirosos, cobiçosos... A Sagrada Escritura é o freio natural, os limites se fazem necessários. O apogeu do homem é adorar a Deus, ou seja, amar a Deus sobre todas as coisas, para isso fomos criados. A priorização desta verdade explicitada pelo próprio Senhor levará o ser humano à realização plena. É em Deus e para Deus que encontramos a verdadeira felicidade!!! Cada Cristão um Adorador.
Uma vez definido o pilar central da vida, este nos impulsionará para um outro princípio: ser um seguidor de Cristo. Isso implica a transformação do nosso ser, do nosso caráter. Para tanto, não necessitamos desbravar uma nova trilha, basta seguir os passos de Jesus. Assim, quando tiver que tomar uma decisão se pergunte: O que Jesus faria no meu lugar? Cada Adorador um Discípulo.
Se amamos ao Senhor de todo coração nosso ser será lapidado pela eterna graça divina, conferindo a credencial para servirmos a Deus. Nossas ações e gestos de servir nos faz sentir úteis. Como isso é bom! Basta ver quando um pai de família fica desempregado, além dos problemas financeiros a estima fica prejudicada, em decorrência do ócio e da sensação de menos valia. Temos dentro de nós, como fagulha da divindade, a motivação de fazer. Logo, Cada Discípulo um Servo.
A missão do Cristão no Reino de Deus passa por essas verdades que serão potencializadas quando colocamos em prática cada um destes princípios. Essa a razão pela qual o Bom Pastor estabeleceu a Igreja. Assim, vamos marchar, erguendo cada vez mais alto a bandeira do Reino, todos juntos no mesmo propósito!
Deus nos abençoe.
Por Pr. Hélder Rodrigues
CONTROLANDO A TEMPESTADE, DOMINADO PELOS SENTIMENTOS
“Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância,
para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou,
de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos” (Tg 5.17-18).
Apreciar a história do profeta Elias é conhecer o mover sobrenatural de Deus. Com intrepidez o profeta se apresenta ao Rei Acabe e sentencia bombasticamente: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo minha palavra” (1 Rs 17.1). É possível calcular o impacto que isto traria para toda a região já árida que vivia do cultivo extrativista?
Durante mais de três longos anos não choveu em toda a região, a economia foi a pique, a fome aflorou, a escassez reinou. Tudo porque o rei de Israel estava adorando Baal, o deus cananeu da tempestade. O Todo-Poderoso queria mostrar que era/é o único que tem o controle sobre a natureza, sobre o universo.
Passado este período, como se não bastasse, Elias confronta 450 profetas de Baal e 400 profetas da deusa Aserá. “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o” (1 Rs 18.21). Ousadamente lança o desafio: “invocaremos nosso deus, aquele que fizer o fogo descer este é o verdadeiro”. Assim, 850 homens clamam e se mutilam (1 Rs 18.26), porém, nada acontece. Então brada Elias: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas. Responda-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles. Então, caiu fogo do Senhor” (1 Rs 18.36-38).
Após este extraordinário acontecimento vem a estocada final contra o deus de Baal; Elias ora e a chuva desce.
Estes fatos relatam o poder da oração e como um ser humano na presença de Deus em santidade pode ser usado poderosamente. Elias não foi mágico, tampouco um super-herói; antes, era um homem como nós, cuja retidão, somada à oração fez, segundo a vontade divina, o céu cuspir fogo.
Quase tão impressionante quanto a chuva não descer é a força de uma ameaça diante de um homem intrépido. Jezabel, esposa do rei, intimida-o, a ponto de Elias fugir errante pelo deserto. O turbilhão do seu coração o leva a pedir a Deus sua própria morte (1 Rs 19.4)
Um homem capaz de “dominar” a tempestade é vencido pelos sentimentos. É por esta razão que as Escrituras declaram: “sujeito aos mesmos sentimentos”. Focalizar nos sentimentos em vez da realidade é raciocínio emocional e pode ser avassalador. Podemos fracassar numa área da vida, o que não nos faz fracassados. Muitas vezes sentenciamos “sou atrapalhado”, diante de um tropeço acidental.
Nem todo sentimento é salutar, dar vazão a muitos deles é tornar-se escravo das emoções. Paulo ensina: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade” (2 Tm 2.22), “pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícias e invejas, odiosos e odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3 – grifo do autor).
Muitos têm problemas seríssimos no casamento por não saber dominar os sentimentos. Alguns jovens “ficam” com outros desenfreadamente. O rei Davi extrapola seus limites quando deseja Bete-Seba, mulher formosa, porém casada. O homem segundo o coração de Deus, dominado pelos sentimentos, adultera, mata seu esposo, para tentar preservar sua honra. Deus o confronta (2Sm 12), nos ensinando a controlar as tempestades do nosso coração para termos uma vida de bonança.
Por Pr. Hélder Rodrigues
O PECADO E A CRUZ
Nada é mais avassalador do que o pecado! O seu salário é a morte! Sua consequência é inalcançável! O afastamento de Adão, da humanidade, a Deus se deu por conta da desobediência, fruto da cobiça cujo o alicerce foi a mentira. Assim, o Senhor perguntou: Onde está você Adão? (Gn 3.9) E obvio que o primeiro ser da Terra não tinha logrado êxito em se esconder do Todo- Poderoso, mas de fato esta pergunta é feita para nos ensinar que o único acontecimento que nos afasta do Senhor é: o pecado.
O texto em Gêneses 3 explicita o comportamento pecaminoso de Adão e Eva e revela ações rotineiras de quem está em pecado:
A vergonha: “Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus.” (v.7) O pecado é a principal fonte do senso da vergonha. Este sentimento aviltante começa quando ao primeiro casal viram sua nudez, assim a vergonha se dá tanto pela nudez física, moral e espiritual. Este sentimento ocorre inúmeras vezes na Bíblia como a ideia de derrota, reprimenda, nudez, insensatez, desprezo, pobreza, inconveniência, nulidade.
A vergonha quase sempre desemboca na mentira. Um abismo leva a outro e a mentira tem como um dos seus pegajosos tentáculos a vergonha. Quantos mentem por não terem coragem!? Quantos mentem porque estão embaraçados?
A vergonha leva a fuga. Na tentativa de se livrar da situação atormentadora o mais rápido possível a pessoa se perde em caminhos tortuosos rompendo com amigos, a família, a igreja... Adão fugiu! Eva se escondeu!
Não apenas tentaram se esconde de Deus como se fosse possível mas não tinham consciência que arrastariam uma das piores ancoras da alma: a culpa. Para onde fugiremos se carregamos a culpa no coração?
A culpa produz medo, tormento. Ser culpado equivale a merecer castigo. O apóstolo João diz o que vive com medo não é aperfeiçoado no amor. Note as garras do pecado aprisionando mais e mais o ser humano. Vergonha, fulga, mentira, culpa e medo.
Assim muitos como Adão e Eva que tentaram cobrir sua vergonha com folhas de figueira sobrevivem cheio de folha tentando cobrir sua vergonha, acabar com o medo, livra-se da culpa. Mas as folhas murcham rápido, as folhas cobrem só o exterior, mas o Senhor de forma perfeita e cabal solucionou o insolussionável.
Jesus morreu na cruz do calvário para pagar o preço do pecado; para nos cobrir de roupas brancas a vergonhosa nudez do pecado (Ap 3.8); para dissipar a mentira das trevas. Não resolvermos os nossos pecados pela nossa força, mas pelo sangue de Cristo que temos a redenção.
Se o pecado nos atormenta, então o perdão nos liberta. Jesus em sua morte declarou: está consumado! Toda maldição que pesava sobre nós foi extinta na cruz do Calvário. O amor divino lança fora todo medo, nisto temos segurança porque em Jesus somos conectados em Deus e limpos das amarras vergonhosas do pecado e da culpa.
Por Pr. Hélder Rodrigues
A RAZÃO DE SER DA FÉ
Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém,
nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus.
Salmos 20:7
Maldito o homem que deposita sua confiança em si próprio ou no outro, que faz da carne mortal o seu braço (Jr 17.5). A exortação é tão severa da parte de Deus porque essa auto-suficiência leva o homem a apartar-se de Deus.
Há uma diferença abismal, mas ao mesmo tempo sutil, entre a autoconfiança, fruto de uma boa auto-estima e a confiança em Deus. A primeira surge de você para você mesmo, é a crença na sua potencialidade, na sua capacidade, na sua habilidade o que nos leva produz e conquistar coisas humanas. A outra nasce do coração de Deus e é gerada em nosso espírito por Ele próprio. Neste caso, a fé não produz em si mesma o mérito humano: a soberba, pelo contrário, é o reconhecimento confiante e absoluto na glória e no poder divino.
Note que a crença em nós é importante, pois toda boa capacidade humana veio de Deus, contudo, a essa boa crença se torna perversa quando gera uma confiança apenas em nós em detrimento ao Senhor. Os que confiam em carros e cavalos, depositam sua esperança nos meios naturais, terrenos e, que portanto, seus resultados serão sempre limitados as leis naturais. E, o pior disto, que somente a crença em nós gera o orgulho por declarar: eu cri, logo fiz!
A razão da fé é simples: é levar ao homem a humildade genuína na compreensão correta de quem é Deus e quem somos nós. Como diz o salmista: “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Sl 127.1-2).
Não é por mesmo que é impossível agradar a Deus sem fé (Hb 11.6), pois é dar a devida credibilidade e honra a aquele que pode toda as coisas. Assim, os que semeiam espiritualmente em fé não viveram apenas numa dimensão das leis naturais, mas também sobre as leis espirituais, ou seja, na dimensão sobrenatural. E, é por isso, que o profeta Habacuque declara: o justo viverá pela fé (Hb 2.4).
A fé, não é gerada pelo esmero humano, mas sim, um dom de Deus que pode ser desenvolvida pela diligência espiritual, o apostolo Paulo declara que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), ou seja, não é dar ouvidos aos nossos sentimentos, nem tão pouco olhar para nossa força, mas sim tirar os olhos de si e elevar-se a Deus. Logo, a fé só pode ser desenvolvida à medida que você conheça a Deus. Não é por menos que Deus faz infinitamente mais do que pensamos ou imaginamos quando “simplesmente” discernirmos o que é fé: a entrega e a confiança total ao Rei da Glória!
Por Pr. Hélder Rodrigues
OS PERCALÇOS PARA O CUMPRIMENTO DAS PROMESSAS
“Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para
a terra que lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei.
Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.” Gn 12.1-2
Promessa feita, vocação aceita; sem rumo “certo” Abrão deixa sua parentela, sua terra, seus antepassados idólatras, pois ecoou em seu coração a sentença divina: “sê tu uma bênção”.
Mas em sua jornada real as promessas entram em conflito. Abrão deve ser uma grande nação (Gn 12.2), mas Sara é estéril (11.30). A terra pertence a seus descendentes (Gn 12.7), mas os cananeus a ocupam (v. 6).
O conflito está armado: as bênçãos são declaradas pelo próprio Deus: seus descendentes serão como “o pó da terra. Se for possível contar o pó da terra, também se poderá contar a sua descendência” (Gn 13.16), sim um povo tão numeroso como “as estrelas do céu” (Gn 15.5). Do outro lado, para o cumprimento das promessas, Abraão, sem filhos, segue um estratagema após o outro. Adota um escravo nascido em sua própria casa (Gn 15.2s). O herói da fé titubeia várias vezes... a ponto de aceitar a proposta de coabitar com a escrava de Sarai, Hagar, (Gn 16) para tentar “ajudar” ao Todo-Poderoso.
Pecado consumado, conseqüências nefastas. “Quando se viu grávida (Hagar), começou a olhar com desprezo para a sua senhora, assim Sarai declara: “Caia sobre você a afronta que venho sofrendo. Coloquei minha serva em seus braços e, agora que ela sabe que engravidou, despreza-me. Que o Senhor seja o juiz entre mim e você” (Gn 16.5).
A omissão do patriarca aumenta o problema, Sarai, de tanto maltratar Hagar (Gn 16.6), faz com que esta acabe fugindo errante para o deserto.
Aos 100 anos de idade Abraão revela mais uma vez sua fraqueza humana: “Poderá Sara dar à luz aos noventa anos? (Gn 17.17) e emenda: “Permite que Ismael seja o meu herdeiro” (v.18).
Assim aprendemos:
As promessas divinas não pressupõem ausência de tribulações.
A direção do Senhor não significa que nossos sentimentos enganosos não busquem atalhos...
Contudo, os percalços de Abrãao não invalidaram as promessas divinas.
Portanto, é Deus que nos ensina que Seu poder se aperfeiçoa em nossa fraqueza. Mais do que isso, neste longo período de provações e de espera, 25 anos, o Senhor forjara o coração do homem para tornar-se o pai da fé a ponto de oferecer o seu filho Isaque como oferta sacrificial a Deus.
“Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho” (Hb 11.17).
Por isto ele se tornou o herói da fé, não por suas fraquezas iguais às nossas, mas pela confiança/fé adquirida no caminhar com Deus, ou seja, ele se tornou uma grande bênção.
E você?
Por Pr. Hélder Rodrigues
O MILAGRE DA SEMENTEIRA
... Caiu em boa terra, deu boa colheita, a cem, sessenta e trinta por um (Mt 13.8).
Semear é uma responsabilidade sobre a qual o Senhor Jesus nos exortou antes da sua ascensão: “ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Quando lemos a parábola do semeador (Mt 13.1-23) temos um grande estímulo, a semente é perfeita, por isso, quando cai em “boa terra” produz resultados milagrosos... “cem, sessenta e trinta por um”.
A semente representa as Boas-Novas, o Evangelho da Salvação; o solo o coração do ser humano. Assim, o fator limitante não é a semente, mas o solo em que cai, ou seja, o coração de quem ouve. “Sede firmes”, nas palavras do apóstolo Paulo, “inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58).
Nos três tipos de solo que a semente caiu, as causas de não se desenvolverem são distintas.
O não entendimento da mensagem do Reino viabiliza o Maligno arrancar o que foi semeado à beira do caminho (v. 19). A que cai em solo pedregoso representa aqueles que ouvem a palavra com alegria, mas, por não terem raízes profundas, quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, logo a abandona (v. 21). Por sua vez, as que são lançadas nos espinhos tornam-se infrutíferas, devido à preocupação desta vida e o engano das riquezas (v.22).
Essa parábola essencialmente ilustra como funciona o mundo espiritual, sob a ótica da evangelização, mas também traz uma mensagem para os crentes.
Quantos cristãos ouvem a Palavra de Deus e não as coloca em prática por falta de discernimento. “Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo” (1 Co 3.1.2).
Quantos cristãos compreendem verdades espirituais, mas, por não mortificarem a carne, desfalecem na fé diante das tribulações?
Quantos cristãos tiram seu foco da Glória Divina devido às fascinações deste mundo? Trocam o eterno pelo terreno, o divino pelo mundano, a Verdade pela mentira... se vendem por um prato de lentilha, ou então, traem Jesus por 30 moedas de prata (valor este pago por um escravo na época).
Por outro lado, toda palavra que cai em solo fértil, ou seja, num coração quebrantado e vigilante, produzirá o milagre da sementeira. Não é por outra razão que Jesus enfatiza para estes: “vocês já estão limpos pela palavra que lhes tenho falado” (Jo 15.3). Esta é a distinção de um crente espiritual e o carnal, o que produz fruto e glorifica o Pai (Jo 15.8) e o que desonra a Deus (2 Tm 2.20).
Que tipo de solo tem sido seu coração diante da Palavra de Deus?
Por Pr. Hélder Rodrigues
SUBLIMIDADE DA VOCAÇÃO EM CRISTO
"Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos
adotados como filhos". Efésios 1.4-5
Todo cristão tem um chamado especial da parte de Deus. Não há cristianismo sem uma vocação. Deus nos escolheu antes da criação do mundo para vivermos em santidade e sermos irrepreensíveis em Sua presença. Você já pensou neste privilégio? Você já aquilatou esta responsabilidade? Que mistério! Antes da fundação do mundo! O grande pregador Spurgeon declarou:
"Enquanto não recuarmos até ao tempo em que o Universo inteiro dormia na mente de Deus como algo que ainda não havia nascido, enquanto não penetrarmos na eternidade em que Deus, o Criador, vivia na comunhão da Trindade, quando tudo ainda dormia dentro dele, quando a criação inteira repousava em seu pensamento todo abrangente e gigantesco, não teremos nem começado a sondar o princípio, o momento em que Deus nos escolheu. Deus nos escolheu quando o espaço celeste não era ainda agitado pelo marulhar das asas de um único anjo (...)"
Assim, nosso nascimento não foi por acaso, ainda que seus pais não tenham planejado, nossa conversão não foi coincidência, ainda que você nunca tenha pensado nisso, o Senhor já tinha arquitetado.
A escolha de Deus sobre a nossa vida tem o propósito de sermos santos, ou seja, separados, consagrados para uma obra celestial. Sob a nossa ótica nosso resgate se deu pela graça, mas sob a divina custou a vida do Messias, foi preço de sangue.
Precisamos pesar a incalculável herança de sermos filhos de Deus, isto deve nos levar naturalmente à adoração e ações de graça.
Fomos predestinados em amor para adoção, o filho adotivo ganha uma nova família, um novo pai, uma nova herança, nosso pai é o próprio Deus! Aja de acordo com esse chamado, honre seu Pai celestial.
Você, eleito de Deus, é chamado para fazer a obra mediante uma conduta irrepreensível. Que honra! Que responsabilidade! Não existe cristão que não dê frutos, porque todo aquele que está ligado à videira verdadeira dá muitos frutos e nisto é glorificado o Pai (Jo 15).
Dar frutos é manifestar o caráter de Cristo. Somos seus filhos, portanto, desabrocharemos revelando a Sua essência à medida que renunciamos o nosso "eu" e na proporção de nossa entrega.
Muitos questionam: "não sei o que fazer", creia que o maior interessado é o próprio Deus, você só precisa abrir seu coração, buscar e esperar a direção do Senhor. Mas tenha em mente que o seu ministério está relacionado com seus dons e talentos.
Anseie em fazer a obra de Deus, com diligência e fidelidade ao seu chamado. Isso lhe impulsionará a lugares e ações jamais sonhados, compreender sua vocação é algo arrebatador, surpreendente. Jesus nos ensinou que "sua comida consiste em fazer a vontade daquele que o enviou e realizar a sua obra" (Jo 4.34).
Viva a plenitude da vocação em Cristo!
Por Pr. Hélder Rodrigues
BUSQUE AS PRIMEIRAS COISAS PRIMEIRO
Este é o primeiro domingo do ano, tempo oportuno para se fazer um balanço. Há coisas que devem ser esquecidas, outras que devem ser relembradas, mas há também aquelas que devem ser buscadas. Vivemos sob a pressão das coisas urgentes. Elas batem à nossa porta e não têm paciência para esperar. Somos a geração escrava do relógio e da agenda. Corremos de um lado para o outro, afadigando-nos com muitas coisas, mas desfrutamos pouco das coisas verdadeiramente importantes. Entramos numa ciranda sem fim e nossa vida está como um carrossel em alta velocidade sem sabermos como pará-lo. É tempo de fazermos uma avaliação, de termos coragem para tomar decisões sensatas que nos coloquem na estrada da busca das verdadeiras prioridades. O que devemos buscar em primeiro lugar?
1. Devemos priorizar o nosso relacionamento com Deus – A sociedade contemporânea capitulou-se ao secularismo. As pessoas não têm tempo para Deus ou pensam que não têm. Elas correm atrás de muitas coisas: dinheiro, trabalho, sucesso, conforto, prazer, lazer e relegam Deus a um plano secundário. Elas são mais zelosas com seus próprios interesses do que com as coisas de Deus. A vida delas não é mais regida pelas Escrituras. Seus sentimentos e desejos estão acima da verdade de Deus. Por essa razão, nossa geração está confusa e perdida. Precisamos compreender que a nossa maior necessidade é de Deus. Ele é melhor e mais importante que suas bênçãos. Ponha sua vida certa com Deus. Emende suas veredas e volte-se ao Senhor. Busque-o com toda a sofreguidão do seu coração. Ande com ele humildemente e você experimentará uma vida plena, abundante e superlativa.
2. Devemos priorizar o nosso relacionamento com a família – A família é o mais rico patrimônio que Deus nos deu. Precisamos investir na família o melhor daquilo que Deus tem nos dado. Nenhum sucesso compensa o fracasso da família. Não podemos amar as coisas e usar as pessoas da nossa própria casa. Não podemos construir os nossos sonhos e arrebentar com a nossa família. Não podemos ser mais amáveis com os de fora que os com os da nossa própria casa. Quem não cuida dos seus é pior do que o incrédulo. O marido deve ser devotado à esposa; a esposa precisa ser uma fonte de alegria para o marido; os pais precisam orientar os filhos com sabedoria e amor e os filhos precisam obedecer aos pais com reverência. Nenhum outro interesse terreno pode se interpor entre nós e nossa família. Ela é o maior bem que possuímos. Nossa família precisa estar no altar de Deus, vivendo segundo a vontade Deus, para a glória de Deus. Ela deve ser uma igreja viva a serviço do Deus vivo.
3. Devemos priorizar o nosso relacionamento com a igreja – A igreja não é um clube de serviço, onde pagamos nossa mensalidade e a freqüentamos quando não temos algo mais interessante para fazer. A igreja é o rebanho de Deus, o corpo de Cristo, a coluna e baluarte da verdade. Precisamos estar envolvidos e comprometidos em sustentar a igreja com a nossa presença, com o nosso testemunho, com as nossas orações e com os nossos dízimos e ofertas. Somos o corpo de Cristo em ação. Devemos desenvolver nossos dons para a edificação da igreja e buscar aqueles por quem Cristo deu a sua vida. Na igreja há um ministério para cada membro, pois todos são úteis e necessários. Priorize sua igreja. Ame-a, participe assídua e pontualmente de suas atividades e trabalhe para o seu crescimento espiritual e numérico.
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/busque-as-primeiras-coisas-primeiro/
MAIOR DO QUE QUALQUER FULGOR
O nascimento sobrevém a cada instante...
Mas, cada um é raro
Porque é único.
O portento constante...
O gene dominante desenha a criatura
Selada com a marca do Criador
O milagre enaltece
O esplendor do Seu amor
Afeito, contornado à imagem e semelhança
Do nosso Redentor
O Nascimento, que louvor!!
O Milagre dos milagres, apoteose superior
Maior do que qualquer fulgor
O nascimento do Amor
Encarnado, conosco
Emanuel
Filho contigo, Filho comigo
Vem à luz em manjedoura
Nada acolhedora
Porém, proclamado pelos anjos celestiais
O Salvador surgira
Na simplicidade e na apoteose
Manifestação máxima da Promessa,
Confessa:
“Maravilhoso Conselheiro,
Deus Forte,
Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz”.
...
“Professe!!!”
Isto é Natal:
O Milagre dos milagres, a personificação
Do Deus que desce
Para celebrar a vida
Daqueles que O recebem
O Natal no coração
Uma nova condição
Alicerçada no esplêndido Nascimento
Gerando novo nascimento
A eterna redenção:
O renascer de Nicodemos.
Então, o que é Natal?
Se não o nascer de Cristo no coração?...
Por Pr. Hélder Rodrigues
ESTRATÉGIAS MALIGNAS DE GUERRA E A VITÓRIA DO DEUS DOS EXÉRCITOS
O Apóstolo Paulo assevera: “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12). Nossa batalha não é contra o homem, mas contra o príncipe deste mundo (Ef 2.2), assim, precisamos ter a real dimensão dessa luta, suas estratégias e implicações.
Satanás é extremamente ardiloso, astuto e persuasivo, ele “conseguiu levar”, com a permissão de Deus, a terça parte dos anjos que tinham acesso de dia e de noite à presença do Deus Vivo. Portanto, devemos nos sujeitar a Deus (Tg 4.7), para não cairmos “nas ciladas do diabo” (Ef 6.11). O livro de Êxodo traz vários princípios que nos ensinam sobre batalha espiritual. Nele vemos as forças do mal conspirando contra o povo de Deus, como é o caso de Faraó, uma representação do nosso arquiinimigo.
Quando Deus chama Moisés para tirar o povo da dura servidão, dizem as Escrituras que Ele viu a aflição de seu povo, e ouviu o seu clamor... (Êx 3.7). Moisés e Arão se apresentam a Faraó: “Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êx 5.1). “Responde Faraó: Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel” (Êx 5.2). Portanto:
1. SATANÁS MENTE TENTANDO MOSTRAR AOS ELEITOS QUE DEUS NÃO TEM AUTORIDADE SOBRE ELE
Quem é o SENHOR para que ouça eu a voz...
2. SATANÁS AUMENTA SEU ATAQUE E OPRESSÃO AOS ELEITOS QUANDO ESTÃO SOB A DIREÇÃO DE DEUS
“Naquele mesmo dia, pois, deu ordem Faraó aos superintendentes do povo e aos seus capatazes, dizendo:... Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que neles se apliquem e não dêem ouvidos a palavras mentirosas” (Êx 5.6 e 9).
3. SATANÁS TENTA CONFUNDIR OS ELEITOS IMITANDO PARCIALMENTE O PODER DE DEUS
Tanto a transformação do bordão em serpentes (Êx 7.11) quanto as duas primeiras pragas: as águas tornarem-se em sangue (Êx 7.22) e a das rãs (Êx 8.7), os sábios e encantadores do Egito puderam imitar. Por outro lado, o “bordão de Arão devorou os bordões deles”. Isso denota a absoluta majestade de Deus sobre o império das trevas.
4. SATANÁS DESEJA QUE OS ELEITOS DE DEUS SIRVAM AO SENHOR SEM SAIR DO EGITO
“Chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide, oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra” (Êx 8.25- grifo meu). Porém, Moisés responde: “Não convém que façamos assim...” (Êx 8.26).
5. SATANÁS DESEJA QUE OS ELEITOS DE DEUS SIRVAM AO SENHOR BEM PRÓXIMO DELE
A ordem de Deus era “... ir a caminho de três dias ao deserto...” (Êx 8.27). A outra proposta de Faraó é: “pode levar o povo para servir a Deus, mas não vá muito longe” (Êx 8.28). Essa cilada é muito sutil e perigosa.
6. SATANÁS DESEJA QUE OS ELEITOS DE DEUS DEIXEM O QUE TÊM DE MAIS PRECIOSO
Diante do senhorio de Deus Faraó vai recuando e agora tenta fazer com que somente os homens fossem servir ao SENHOR (Êx 10.11), não obstante Moisés tivesse dito “havemos de ir com nossos jovens, e com os nossos velhos, e com os nossos filhos, e com as filhas” (Êx 10.9). Veja que Faraó queria promover uma ruptura entre as famílias: somente os homens. Ele é um especialista em facção e dissensão, porque “todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto” (Mt 12.25).
7. SATANÁS ANSEIA QUE OS ELEITOS DE DEUS FIQUEM ENREDADOS COM AS FINANÇAS
Vale destacar que cada praga enviada por Deus era uma afronta direta contras os deuses cultuados no Egito. Assim, numa das últimas tentativas, Faraó chama a Moisés e lhe diz: “Ide, servi ao SENHOR. Fiquem somente os vossos rebanhos e vosso gado; as vossas crianças irão também convosco” (Êx 10.25). Porém, Moisés contesta: “E também os nossos rebanhos irão conosco, nem uma unha ficará; porque deles havemos de tomar, para servir ao SENHOR, nosso Deus” (Êx 10.26 – grifo meu).
8. SATANÁS, MESMO SABENDO QUE É DERROTADO, SE LEVANTA CONTRA OS ELEITOS DE DEUS
E aprontou Faraó o seu carro e tomou consigo o seu povo; e tomou também seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito com capitães sobre todos eles” (Êx 14.6-7).
Deus, na sua eterna fidelidade, mais uma vez livra o povo das ciladas satânicas... Moisés responde ao povo: “Não temais, aquietai-vos e vê o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis” (Êx 14.13-14). “Então, o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e passou para trás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles” (Êx 14.19). Durante toda a noite os egípcios não puderam se aproximar do povo de Deus (Êx 14.20).
Na manhã seguinte, o SENHOR emperrou as rodas dos carros e fê-los andar dificultosamente (Êx 14.24). E, assim, Moisés estende a mão sobre o mar e as águas derribam os carros e os cavalarianos de todo o exército de Faraó (Êx 14.26-28).
“Viu Israel o grande poder que o SENHOR demonstrara contra os egípcios; e o povo temeu ao SENHOR e confiou no SENHOR e em Moisés, seu servo” (Êx 14.31- grifo meu).
O SENHOR nos delega autoridade e capacitação para derrotarmos, em Cristo Jesus, aquele que veio para matar, roubar e destruir (Jo 10.10), “porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando os sofismas” (2 Co 10.4).
Deus quer ter comunhão conosco e nos livrar das armadilhas do inimigo, para isso, precisamos entregar as nossas vidas ao senhorio do Filho de Deus, que veio para nos dar vida em abundância (Jo 10.10), e arrepender-nos dos nossos pecados, ou seja, de tudo aquilo que é contrário à vontade do nosso SENHOR, reconhecendo de coração que Jesus Cristo é nosso Salvador. Dessa maneira, “seremos fortalecidos no SENHOR e na força de seu poder” (Ef 6.10) contra as estratégias malignas de guerra.
Por Pr. Hélder Rodrigues de Souza
O AVIVAMENTO QUE AINDA NÃO VEIO
“Disse Josué ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará
maravilhas no meio de vós.” [Js 3.5]
Estamos vivendo um capítulo singular da história, tanto no mundo, como na igreja. Cada época teve suas características próprias e suas necessidades específicas. Observamos, hoje, um fenômeno sociológico e, ao mesmo tempo, espiritual, nas diferentes igrejas evangélicas. É muita gente peregrinando de uma igreja para outra, naturalmente, buscando algo novo ou diferente, que venha a preencher os vazios da alma. Há uma “inconformação“ generalizada.
Na verdade, o que há é uma necessidade da plenitude de Deus, pelo Espírito Santo, na vida dos crentes em Cristo. Os não crentes, por não diagnosticarem essa fome e sede do Deus eterno, se perdem na busca de outros deuses que, em vez de benção e satisfação espiritual, continuam cada vez mais infelizes, sem paz, sem esperança e muitos em completo desespero.
A igreja está abraçada com esse desafio de ser sal e luz, como agente restaurador e redentivo, porém se sente enfraquecida. Daí a urgência de um avivamento poderoso, como única esperança para a própria igreja e para o mundo em escombros.
Segundo James Innell Packer, esse avivamento ainda não chegou. Há sinais aqui e ali de um despertamento na igreja, mas ainda não é o avivamento pleno.
O Senhor deseja e um pequeno grupo de cristãos está ansiando por um avivamento bíblico, genuíno, transformador, que venha a modificar a mente e a alma do povo de Deus, com arrependimento, santificação, humildade, poder, comunhão, ardor evangelístico, mudança de caráter e de conduta.
Movimentos que surgem nessa direção, às vezes, têm trazido mais divisões do que unidade no meio das igrejas, por causa do orgulho espiritual, de um lado, ou incredulidade do outro.
Pelo “emocionalismo” extravagante numa direção, crítica e marasmo espiritual do outro lado.
Se buscamos a plenitude do Espírito, temos que dar espaço ao seu agir poderoso e urgente, com meditação mais profunda na Palavra, com oração perseverante e um relacionamento mais saudável uns com os outros. Aí, sim, o avivamento que ainda não veio, virá transformando a esperança em realidade. O caminho é a Santificação do povo de Deus: “Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós.”
O Dr. J I Packer nos dá algumas sugestões práticas: primeira, pregar e ensinar a verdade de Deus, pois é por meio da verdade bíblica na mente e no coração que Deus abençoa.
Segunda, preparar o caminho de Cristo, removendo os pedregulhos e entulhos do caminho, os pecados habituais, falta de oração e comunhão, mente mundana e suja, orgulho, inveja, amargura, e ódio como motivações para a ação, pois, sem arrependimento não há avivamento.
E terceira, orar pelo derramar do Espírito. Jonathan Edwards, um dos maiores teólogos Calvinistas do séc. XVIII e grande pregador, disse: “Quando Deus quer realizar algo muito grande em favor de sua igreja, Ele quer também que isso seja precedido de oração [Ez 36.37]. Então Ele começará a derramar de maneira notável o Espírito de graça e de súplica [Zc 2.10].”
Se estivermos dispostos, de coração, a pagar o preço, o avivamento que ainda não veio, virá!
Por Rev. Adail Sandoval
AVIVAMENTO, VEM SENHOR!
"Quando Deus tem algo muito grande para realizar em favor da igreja, o desejo dele é que esse seu ato seja precedido por orações extraordinárias do seu povo" Jonathan Edward (clássico teólogo do avivamento)
Avivamento é o derramar sobrenatural do Espírito, é a manifestação tão poderosa de Deus que leva o ser humano ao arrependimento profundo de seus pecados, há uma transformação radical do caráter, há conversão em massa, há um impacto na sociedade.
Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. Não é uma obra do homem, mas do Senhor. A igreja não programa nem faz o avivamento, mas prepara o caminho para sua chegada, assim como João Batista, arauto de Deus, que veio preparar o caminho para o Messias.
O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho do Senhor, ou seja, se humilhar, se arrepender, se santificar e buscar com todas as suas forças o Eterno. Sem oração não haverá chuvas torrenciais de bênçãos.
Avivamento não é desprezo da doutrina. Não há vida piedosa e reta sem doutrina. A doutrina é a base da ética. A teologia é a mãe da ética. Todo avivamento deve estar centralizado na Palavra, mais do que isso, o avivamento é o retorno fiel ao cumprimento absoluto da Palavra.
Avivamento não é mudança de liturgia. Não é seguir fórmulas pré-estabelecidas como bater palmas, dizer aleluia, amém e outras manifestações. Louvar não é sinônimo de animação, mas de gratidão, de renúncia, de entrega e santidade. A animação e o fervor são desdobramentos. O mais importante não é forma, mas o conteúdo, o coração quebrantado.
Embora o avivamento não seja mudança litúrgica, todo avivamento muda a liturgia.
Avivamento não é apenas eclosão de dons carismáticos, sinais e maravilhas, vai muito além. Muitos estão à procura de sinais, mas não de santidade; empolgam-se mais com o milagre do que com uma vida cheia do Espírito; busca-se mais as bênçãos de Deus do que o Deus das bênçãos. Uma coisa é manifestar os dons do Espírito outra é ser dominado por Ele, uma coisa é ser instrumento de Deus outra é deixar Deus ser seu Senhor.
Avivamento é mais do que a manifestação dos dons, mas é a realização do fruto do Espírito.
Avivamento não é campanha de evangelização. Avivamento é para a Igreja, para os crentes; evangelização é para o mundo, para os que estão perdidos. Na evangelização a igreja trabalha para Deus, no avivamento o Senhor trabalha para a igreja. Na evangelização a igreja vai aos perdidos, no avivamento os perdidos correm para a igreja.
Em épocas de avivamento, os corações se derretem como cera diante do fogo do Espírito Santo, por isso todo avivamento deságua em poderosa ação evangelizadora.
Avivamento é a manifestação gloriosa de Deus que transforma radicalmente o indivíduo, a igreja e a sociedade. O avivamento surge em meio ao caos, à desilusão, à crise. É em tempos que tudo parece perdido, sem graça, onde parece que o mal vencerá, as hóstias do mal permeiam todos os âmbitos da sociedade, que vem o renovo do Espírito e a revelação apoteótica do Eterno.
O avivamento vem para limpar a aridez da vida sem Deus, surge para sarar a terra e encher o coração da plenitude do Espírito. O avivamento ocorre quando a igreja dobra os seus joelhos, humilha-se com lágrimas e decide resolutamente viver uma vida santa.
Nas palavras do profeta Habacuque: "aviva a tua obra, ó Senhor" (3.2). Aviva, ó Senhor, a minha vida, a minha igreja!
"Quando a igreja ora os céus se movem, o inferno treme e coisas novas acontecem na terra." Pr. Jeremias Pereira da Silva
Por Pr. Hélder Rodrigues
*As principais ideias foram tiradas do livro Avivamento Urgente do Rev. Hernandes Dias Lopes
OBEDECER ME FAZ FELIZ
Admiramos uma criança obediente. Todo pai em sã consciência gosta da obediência dos filhos. Os professores prezam pelo comportamento obediente de seus alunos. Portanto, não restam dúvidas de que a obediência é uma virtude.
Mas, à medida que vamos crescendo desejamos ardentemente liberdade, ou seja, autonomia, assim, gostamos de mandar, mas não de ser mandado. Desejamos ter autoridade, mas não queremos nos submeter às autoridades.
Na realidade, muitos confundem autonomia com não precisar seguir as regras. O que é impossível humanamente falando. Estamos cercado de leis, preceitos, normas e comportamentos aceitáveis que, gostando ou não, querendo ou não, todos, sem exceção, precisam se submeter. A sociedade não pode conviver com a anarquia, ausência de regras e negação do princípio da autoridade.
Não somos autônomos, isto é, seres livres para seguirem suas próprias leis, mas somos teônomos, ou seja, estamos sujeitos à lei de Deus em primeiro lugar.
Uma lei não faria o menor sentido se não fosse para ser cumprida. É claro que a lei em si não visa obediência, mas estabelecer uma norma ou regra, que através da obediência trará seus benefícios ou evitará algum transtorno.
Assim sendo, se por um lado, quando Deus institui Sua Lei, que é perfeita, o que reflete sua perfeição, por outro, mostra nossa pecaminosidade em cumprirmos a Sua lei. Desta forma, a Lei Santa nos impulsiona a pedir auxílio à graça de Deus.
Veja que a crucificação de Jesus não foi um acidente, um mero acaso, e, sim, a manifestação precisa do cumprimento dos propósitos e das promessas de Deus relativos à salvação dos homens. “A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e a morte de cruz” (Fp 2.8).
Vale dizer que não somos salvos mediante nossas obras, nossa obediência, mas, sim, pela graça infinita de Deus. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. (Ef 2.8,9 – grifo meu). Nossa salvação se dá na fé que Jesus Cristo é nosso Senhor e Salvador, pois pela Sua obediência, Ele cumpriu todos os mandamentos de Deus, nos justificando.“...Por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” (Rm 5.19).
Assim, se por um lado somos salvos pela graça, por outro, não existe santificação sem obediência, não como um ato primeiro, mas como conseqüência natural em seguir a Cristo. Portanto, a obediência a Deus é um ato de entrega voluntária, é um ato de amor.
Se obedecer é uma bênção, então a desobediência a Deus nos traz conseqüências maléficas. Por isso Tiago nos exorta: “Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tg 1.25). Por isso, obedecer me faz feliz!!!
Por Pr. Hélder Rodrigues
GRATIDÃO COMO EXPRESSÃO DE ADORAÇÃO
Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?
Sl 116.12
Adoração se revela no temor a Deus, é a manifestação sublime do amor, da gratidão ao Seu ser e Suas ações, que nos impulsionam a viver em santidade.
Quem adora é grato! A gratidão é decorrente da graça dada por Deus. Graça vem do grego charis que significa “graciosidade”, “amabilidade”, “deleite”, “bondade”, “favor”, “gratidão”, “agradecimento”, “expressões de favor”, “serviço prestado”, “benefício”, “dívida de gratidão”, “recompensa”.
Graça é favor não merecido, e, por não merecermos, o que nos resta fazer senão agradecer? Uma pessoa agradecida é alguém cheio da graça, que reconhece o dom gratuito de Deus em seu favor.
Assim, a graça nos impulsiona à adoração; e esta é refletida na gratidão, cuja origem é a humildade. Quanto mais humildes formos mais facilmente seremos gratos pelos pequenos gestos e ações singelas, porque temos um coração permeado do favor de Deus, da Sua graça (charis).
O salmista reconhece os feitos maravilhosos de Deus, por isso declara: “que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” Sua alegria, que se manifesta em gratidão, não é só contemplativa: “Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo.” (Sl 116.13-14).
A adoração do salmista redunda em ações de graça, mediante o compromisso firme e solene de cumprir seus votos ao Senhor publicamente.
Mas o oposto é verdadeiro: a raiz da ingratidão é a cobiça, pois o cobiçoso acha que merece sempre mais, são ingratos, murmuradores. Exigem sempre mais e, por não receberem aquilo que julgam merecer, culpam e ofendem: afinal de contas, não ficaram satisfeitos. Na ingratidão não há contentamento, não existe adoração, e sim condenação aos outros e incapacidade de discernir as circunstâncias.
Um coração grato é fácil agradar, um coração orgulhoso, ou seja ingrato, quem alcançará?
Adoração nos leva à gratidão e adoração, revelando um coração humilde e que alcança o favor de Deus, pois aos humildes e quebrantados o Senhor não rejeita!
Dêem graças em todas as circunstâncias,
pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.
1 Ts 5.18
Por Pr. Hélder Rodrigues
ATÉ O FIM (Parte 3)
“Suporte comigo os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado
se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o alistou.”
(2 Timóteo 2.3-4)
Muitos declaram: “eu sirvo a Deus do meu jeito”, quando são convidados a irem à igreja. Ou então: “quem disse que você serve a Deus de maneira correta e eu não?”. A verdade, amados irmãos, é que a maneira certa de servirmos ao Senhor é mediante as Sagradas Escrituras, tudo que fizermos que não estiver alicerçado na Bíblia é heresia, algo sem valor, ou, pior, com implicações nas trevas.
É por meio do batismo que somos oficialmente recebidos no seio da Igreja, testificando aquilo que Deus fez em nosso coração, transformando nosso ser em uma nova criatura (2 Co 5.17; Gl 6.15).
Logo, se fazer parte do corpo de Cristo, mediante a fé e o batismo em Jesus Cristo é fundamental para uma nova vida, então permanecer na igreja significa continuar recebendo a graça de Deus para uma vida que honra e glorifica o nosso Senhor.
Quando compreendemos esta verdade, não importa o que aconteça, permaneceremos na presença Dele, por meio da Igreja, pois esta foi estabelecida por Deus. Senão vejamos:
A Igreja é militante, isto é, convocada para uma guerra santa contra as trevas, o que implica uma constante luta espiritual por meio da adoração, oração, jejum e meditação e aplicação da Palavra, combatendo numa guerra que é tanto ofensiva como defensiva.
Se a Igreja na terra é militante, no céu é a Igreja triunfante. Lá a espada é trocada pelos louros da vitória, os brados de guerra se transformam em cânticos triunfais, a cruz é substituída pela coroa. A luta é finda, a batalha está ganha, e Cristo reina com todos os santos por toda a eternidade. Nestes dois estágios a Igreja reflete a humilhação (Igreja militante) e a exaltação de Jesus (Igreja triunfante). Esta verdade tem implicações tanto coletivas, ou seja, para a igreja, como individual. “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Rm 8.17).
É importante observar a distinção de uma igreja visível e a invisível. Não se trata de duas igrejas, mas de dois aspectos da única Igreja de Jesus Cristo. Quando se fala da Igreja invisível é comum pensar no aspecto da Igreja triunfante, da Igreja ideal, da Igreja de todas as terras e de todosos lugares, que o homem não tem nenhuma possibilidade de ver.
Naturalmente, a Igreja invisível assume a forma visível. Do mesmo modo que a alma humanam se adapta a um corpo e se expressa por meio dele, a Igreja invisível que consiste, não de almas, mas de seres humanos que têm alma e corpo, assume, necessariamente, forma visível de uma organização externa, por meio da qual se expressa a união invisível de Cristo com a Igreja. Daí a importância de permanecer ligado à Igreja visível, pois ela é a explicitação da Igreja invisível, ou seja, da união invisível de Jesus com cada um de nós.
Ora, a salvação não se dá por meio de uma denominação eclesiástica, mas mediante a crença de que o Senhor Jesus é o seu único e suficiente Salvador. Mas, uma vez que se crê nesta verdade, o Senhor nos vocaciona para fazermos parte da Igreja visível. Da mesma forma que Tiago declara “mostra sua fé sem obras, que mostrarei a minha fé por meio de obras”. Assim, o novo nascimento o impelirá a pertencer a uma igreja local (visível).
Assim, estar numa Igreja local é ter a chance de se tornar um instrumento poderoso nas mãos do Deus Vivo para a manifestação da vontade Dele, mas ao mesmo tempo é ser tratado pelos irmãos e por Deus para que a Igreja militante (que somos nós) se “torne” a Igreja triunfante. Aleluia!
Por Pr. Hélder Rodrigues
ATÉ O FIM (Parte 2)
Vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé
no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. (Colossenses 2.12)
A Igreja nasceu não da vontade humana, nem da carne, mas foi estabelecida por Deus. O chamamento de Cristo para a sua vida implica a manifestação de frutos que glorifiquem a Deus bem como permanecer ligado à videira verdadeira (Jo 15), logo pertencer à igreja de Cristo.
O termo igreja vem da palavra grega ekklesia, que significa “os chamados para fora” dando a entender um grupo distinto, eleito, selecionado para a manifestação da glória divina. “Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados” (Cl 1.13-14).
Igreja cristã é uma entidade espiritual formada por um povo universal (que não tem a ver com bandeira de igreja), vinculado mediante a união mística com Cristo, para a manifestação da vontade de Deus e Sua Glória.
Para melhor compreensão do que é Igreja a Bíblia enumera várias figuras, por exemplo:
Povo de Deus – a Igreja é constituída do povo de Deus. “Ele próprio (Deus) disse: Habitareis e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2 Co 6.16);
Corpo de Cristo – a ideia é que a Igreja é um organismo e cada parte do corpo (órgão) necessita do outro, sendo Cristo a cabeça (Cl 1.18; 1 Co 12);
Templo do Espírito Santo – É o Espírito que faz surgir a Igreja, onde Ele habita tanto coletivamente como individualmente. “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sóis vós, é sagrado (1 Co 3.16-17).
A Igreja não deve ser concebida primeiramente como um fenômeno sociológico, mas como uma instituição estabelecida por Deus. Por conseguinte, sua essência deve ser determinada não por uma análise de suas atividades, mas pelas Escrituras.
A Igreja é a continuação da presença e do ministério do Senhor no mundo. “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).
Apesar de ser uma criação divina, a Igreja é composta de seres humanos imperfeitos. Ela não alcançará perfeita santificação até o retorno do seu Senhor.
Logo, muitos os que deixam a Igreja por problemas relacionais (Hb 12.15), pelas fascinações deste mundo (Mt 13.22), ou seja, os valores antagônicos à Palavra de Deus (1 Jo 2.15-16), por falta de fé (Hb 11.6), por tribulações ou perseguições (Mt 13.21) não estão deixando uma instituição humana tampouco religiosa, mas estão se “apartando” da graça estabelecida no seio da Igreja. Por isso, a importância de permanecer ligado à Igreja. Se afastar da igreja significa esfriar na fé.
Por outro lado, por meio do batismo, que simboliza morrer para o mundo e ressuscitar para uma nova vida com Cristo (Rm 6.3-4; Cl 2.12), o cristão cumpre o sacramento que identifica o batizado, perante o mundo físico e espiritual, que você é crente, salvo por Cristo. Hoje é um dia de festa, pois iremos batizar alguns irmãos e queremos dizer-lhes: “Sejam bem-vindos à família da Igreja de Jesus Cristo, permaneçam Nele e terão vida em abundância (Jo 10.10)”.
Por Pr. Hélder Rodrigues
ATÉ O FIM (Parte 1)
“Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá
a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam” (Tg 1.12).
A decisão vem precedida de uma forte emoção: “vou aprender inglês este ano”. Iniciam-se as aulas com uma grande motivação... o tempo vai passando, as primeiras provas acontecendo, a dificuldade aumentando... O aluno, agora, cabisbaixo declara: “já não vale mais a pena”.
Inúmeros fatores contribuem para a desistência: dificuldades, falta de motivação, pouca perseverança, preguiça, etc. Quando nós nos propomos a fazer algo o que está em jogo não é apenas a atividade “fim”, mas o forjar o caráter. Ao dar cabo de uma meta quanta felicidade nos gera, isto porque a persistência falou mais alto do que as dificuldades.
O cristianismo ensina muito sobre resiliência, a capacidade de enfrentar dificuldades, assim uma verdade explícita precisa ser cravejada em nosso espírito: permanecer. Pois o ramo ligado na Videira Verdadeira foi projetado para dar frutos e permanecer ligado a ela (Jo 15).
Permanecer em Cristo significa amá-lo acima de tudo e de todos. Quando vierem as lutas, as perseguições, as calúnias só existe uma força maior para vencer tudo isso: o amor a Ele.
Permanecer em Cristo significa crer Nele e em suas promessas. Em meio ao deserto lembre-se que Deus projetou Canaã.
Permanecer em Cristo significa ser forjado por Ele, pois todo ramo que estiver ligado à Videira Verdadeira será podado para dar mais fruto ainda (Jo 15.2). Este tratamento, normalmente, é doloroso e paulatino.
Logo, se permanecer significa estar aos pés de Jesus no seio da igreja, então não é possível permanecer Nele longe da igreja.
As desculpas são inúmeras, os ardis de Satanás “infinitos”, os atrativos do mundo constantes, tudo para levar o cristão a uma atitude: não permanecer. A parábola do semeador explica o que acontece com a semente das Boas Novas quando é arrebatada (Mt 13.1-23). Portanto, os principais motivos que levam as pessoas a não permanecerem são: falta de fé (Mt 13.19), tribulação ou perseguição (Mt 13.21), preocupação ou fascínio com este mundo (Mt 13.22) e problemas de relacionamento que geram raiz de amargura (Hb 12.15).
O permanecer pressupõe o coração (amor) e o compromisso/perseverança (caráter), mas paradoxalmente isto não vem apenas de nós mesmos, mas principalmente de Deus, pois a vocação aos eleitos e a capacidade de permanecermos Nele é de Deus. É o que Calvino chama de perseverança dos santos. Assim, aos que se desviaram e nunca voltaram o apóstolo João declara: “Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos” (1 Jo 2.19).
Jesus declara: “nenhum deles se perdeu” (Jo 17.12), Paulo enfatiza: “quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (Rm 8.35). Você foi escolhido para permanecer, pois quem permanece vence!!!
Por Pr. Hélder Rodrigues
O REINO DOS CÉUS
Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
Mt 6.10
O tema central da mensagem de Jesus consiste na vinda do Reino de Deus, ou seja, a vinda do Seu próprio Reino. As primeiras palavras do Rei Jesus no seu ministério foram: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.14-15).
O Reino dos céus não é uma religião, mas uma nação governada por um rei, neste caso, o céu, que é regido por Deus. Assim, quando o Senhor nos ensina a invocar este Reino estamos pedindo que as Leis de Deus, suas verdades, seus valores, seus princípios, sua cultura governe nossas vidas.
Por esta razão Jesus nos exorta ao arrependimento, pois para fazermos parte deste Reino precisamos reconhecer nossos pecados e confessá-los, clamando pela misericórdia divina, ou seja, nos arrependermos.
Quando reconhecemos que Jesus é Deus (é Rei) e invocamos seu nome, então, graciosamente, Ele vem sobre as nossas vidas e nos transporta do império das trevas para o Reino do Filho do Seu amor (Cl 1.13).
"Se arrependa dos seus maus caminhos", é a mensagem de João Batista e de Jesus porque a nação do céu se voltou para a terra. Assim, os que creem nesta verdade se tornarão cidadãos do céus, filhos de Deus.
Segundo Herman Ridderbos “o sentido da vinda do Reino é descrito como a persuasão eficaz de Deus no homem para que reverencie as virtudes divinas ('santificado seja seu nome')”. A vinda do Reino não é nada menos do que o grande irromper divino, ou “fender dos céus” (Is 64.1), o começo da operação do poder divino (Mc 9.1).
Este Reino foi implantado por Jesus. Ele não veio restaurar Jerusalém politicamente, nem belicamente, mas sob a ótica espiritual, ou seja, a implantação do Reino do céu (ou Reino de Deus é a mesma coisa).
O Reino não somente tem a ver com Jesus, ele também se origina D'Ele. A vinda do Reino só pode ser compreendida com base na ação miraculosa e poderosa de Deus.
Quando João Batista enviou seus discípulos para perguntarem a Jesus: “és tu aquele que haveria de vir?” teve como resposta:
“Naquele momento Jesus curou muitos que tinham males, doenças graves e espíritos malignos, e concedeu visão a muitos que eram cegos. Então ele respondeu aos mensageiros: "Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos veem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas-novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa". (Lucas 7.21-23)
Portanto, a manifestação do Reino de Deus significa a sua glória, justiça e amor na terra e sobre nós. Assim, os que creem vivem debaixo deste jugo, os incrédulos são governados pelo príncipe deste século, Satanás e seus demônios. E quando Jesus voltar a segunda vez irá completar a totalidade do Seu Reino sobre tudo e todos e, finalmente, os filhos de Deus passarão a eternidade com Ele “porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” (Mt 6.13).
Por Pr. Hélder Rodrigues
JOÃO CALVINO E OS 500 ANOS DA REFORMA
Deus tem um propósito para nossas vidas e toda nossa história de vida vai se desenrolando dentro deste projeto divino. João Calvino nasceu na França em 10 de julho de 1509. Quando Lutero escreveu suas 95 teses, Calvino era uma criança de apenas 8 anos de idade. A Reforma já avançava pela Europa, trazendo grandes mudanças e João Calvino crescia nos ambientes acadêmicos, estudando direito. No entanto, em todo o processo de formação acadêmica deste jovem, havia a boa mão de Deus preparando este homem para que se tornasse “o Teólogo da Reforma”. Aos 23 anos, Calvino concluiu seu doutorado em direito, mas seus estudos na teologia foram além, afinal, ele se converte nesta época e a teologia agora é sua grande paixão.
Todo o seu amor pelos estudos é agora dirigido para a Palavra de Deus e ele começa a escrever e pregar. A sua grande obra são as Institutas da Religião Cristã. Calvino nunca se encontrou pessoalmente com Martinho Lutero, mas sua contribuição chegou ao conhecimento do reformador alemão.
Quando João Calvino aceitou o convite de seu amigo, Guilherme Farell, para ser o pregador da igreja na cidade de Genebra, não havia presença protestante relevante naquela comunidade. A cidade era conhecida como um dos centros urbanos mais sujos de todo o continente. João Calvino chega e inicia o seu ministério de pregador com ênfase na exposição da Palavra de Deus, e assim, as pessoas da cidade começaram a mudar. Mas tudo aconteceu debaixo de muita luta e crítica a Calvino, culminando com sua expulsão da cidade. Afinal, ele era acusado de querer transformar tudo e todos, desejando sempre organizar cada detalhe, para que não apenas a igreja, mas a cidade fosse transformada para a glória de Deus.
Depois de quase três anos em Estrasburgo, Calvino é convidado para retornar para o pastorado da Igreja em Genebra. Seu retorno marca um novo momento de desenvolvimento de sua teologia e influência na cidade. Genebra cresce, transforma e se solidifica como o berço da teologia reformada mundial. Calvino ensina sua igreja, dá conselhos valiosos aos líderes políticos da cidade e investe em missões. O Rio de Janeiro recebe 1555 missionários enviados pelo próprio Calvino para que uma igreja reformada fosse plantada em nossa cidade. Infelizmente, estes missionários foram expulsos do Rio de Janeiro, mas deixaram seu exemplo de amor a Deus.
João Calvino morreu em Genebra em 27 de maio de 1564, deixando inúmeros livros escritos e um legado que até hoje é reconhecido e valorizado por todos aqueles que amam o estudo da Palavra de Deus.
Neste ano de celebração dos 500 anos da Reforma Protestante devemos agradecer a Deus por testemunhos como o de Calvino que nos fazem crer que Deus pode usar pessoas comuns para transformar cidades para glória de nosso Senhor.
Que Deus nos abençoe.
Por Rev. Leonardo Sahium
GRATIDÃO COMO EXPRESSÃO DE ADORAÇÃO
Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?
Sl 116.12
Adoração se revela no temor a Deus, é a manifestação sublime do amor, da gratidão ao Seu ser e Suas ações, que nos impulsionam a viver em santidade.
Quem adora é grato! A gratidão é decorrente da graça dada por Deus. Graça vem do grego charis que significa “graciosidade”, “amabilidade”, “deleite”, “bondade”, “favor”, “gratidão”, “agradecimento”, “expressões de favor”, “serviço prestado”, “benefício”, “dívida de gratidão”, “recompensa”.
Graça é favor não merecido, e, por não merecermos, o que nos resta fazer senão agradecer? Uma pessoa agradecida é alguém cheio da graça, que reconhece o dom gratuito de Deus em seu favor.
Assim, a graça nos impulsiona à adoração; e esta é refletida na gratidão, cuja origem é a humildade. Quanto mais humildes formos mais facilmente seremos gratos pelos pequenos gestos e ações singelas, porque temos um coração permeado do favor de Deus, da Sua graça (charis).
O salmista reconhece os feitos maravilhosos de Deus, por isso declara: “que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” Sua alegria, que se manifesta em gratidão, não é só contemplativa: “Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo.” (Sl 116.13-14).
A adoração do salmista redunda em ações de graça, mediante o compromisso firme e solene de cumprir seus votos ao Senhor publicamente.
Mas o oposto é verdadeiro: a raiz da ingratidão é a cobiça, pois o cobiçoso acha que merece sempre mais, são ingratos, murmuradores. Exigem sempre mais e, por não receberem aquilo que julgam merecer, culpam e ofendem: afinal de contas, não ficaram satisfeitos. Na ingratidão não há contentamento, não existe adoração, e sim condenação aos outros e incapacidade de discernir as circunstâncias.
Um coração grato é fácil agradar, um coração orgulhoso, ou seja ingrato, quem alcançará?
Adoração nos leva à gratidão e adoração, revelando um coração humilde e que alcança o favor de Deus, pois aos humildes e quebrantados o Senhor não rejeita!
Dêem graças em todas as circunstâncias,
pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.
1 Ts 5.18
Por Pr. Hélder Rodrigues
IGREJA REFORMADA, SEMPRE SE REFORMANDO
“Ecclesia Reformata et Semper Reformanda est”
A frase em latim é atribuída ao teólogo reformado holandês Gilbertus Voet (1589-1676). Ela teria sido proferida durante o Sínodo de Dort, realizado em Dordrecht, Holanda, entre novembro de 1618 e maio de 1619.
É certo que há muitas interpretações para esta frase, mas abaixo declaro minha compreensão, tentando ser fiel ao reformador holandês.
1. A igreja não consegue mudar a si mesma. Quem muda e transforma a igreja é o Cabeça, nosso Senhor Jesus Cristo.
2. A igreja reformada sempre se reformando não quer dizer que a cada geração a igreja adeque seu ensino ao sabor das ideologias políticas, sociais, sexuais, de gênero ou seja o que for.
3. A igreja precisa de uma reforma constante em cada geração, isto é, retornar sempre às Sagradas Escrituras sob a orientação e iluminação do Espírito Santo. Pois, a cada geração, surgem novas heresias ou velhas heresias ganham um novo colorido. O Espírito Santo, Aquele que capacita a igreja para compreender as Escrituras e responder os desafios de cada geração, está presente para transformar, orientar e fazer a igreja florescer e frutificar. As reformas das quais a igreja precisa em cada geração são no sentido de uma compreensão das Sagradas Escrituras e que levem a uma aplicação e uma prática relevante para que Cristo seja glorificado.
4. A igreja de Cristo precisa compreender que dentro da igreja institucionalizada (qualquer que seja o modelo de estrutura), lobos devoradores surgem do meio do rebanho procurando desviar os fiéis das doutrinas da Graça. É necessário que a igreja seja sempre restaurada ao primeiro amor, à fé em Cristo, à certeza de que a salvação é unicamente pela Graça, por intermédio de Cristo Jesus e que todo crente deve dar Glória somente ao Deus vivo.
5. A igreja pode viver uma firmeza doutrinária (ortodoxa) mas uma ortodoxia fria, sem fervor, sem paixão, sem amor a Cristo. É doutrina com um fim em si mesma. Ela precisa ser reformada.
6. A igreja pode viver um frenesi de misticismos idólatras no qual a palavra humana e os sentimentos humanos sobrepõem as evidentes verdades bíblicas. A igreja precisa ser reformada.
7. A igreja pode viver em busca da prosperidade material e do dinheiro exclusivamente e não pregar mais o arrependimento, a fé, e a santificação, a doutrina sobre o inferno, a volta de Cristo, os novos céus e nova terra. Quando a ênfase da mensagem está no dinheiro e prosperidade financeira, a igreja precisa ser reformada.
8. A igreja pode viver apenas voltada para a religião, o religiosismo e o legalismo, em que os frequentantes são apenas consumidores de cultos, produtos e programas religiosos sem piedade verdadeira e sem buscar a santificação. A igreja precisa ser reformada.
9. A igreja pode viver apenas na sua força da carne quando firma em seus diplomas, cursos, doutorados, seminários, milhares de fiéis, orçamento grande, ampla estrutura administrativa, etc. sem aquela humildade e dependência da unção e capacitação do Espírito Santo. A igreja precisa ser reformada.
10. A igreja pode mundanizar-se: Suas práticas conciliares, tomadas de decisões, a maneira como usa o dinheiro, a conduta dos crentes nos negócios, na política, no lar, na escola, na prática da ética e na conduta sexual não difere dos que não temem a Cristo. A igreja precisa ser reformada.
A igreja precisa mesmo ser reformada e restaurada no seu compromisso pessoal com o estudo da Palavra de Deus. Restaurar o amor e a comunhão tanto entre os de casa quanto no templo.
A igreja precisa ser reformada em seu amor por missões, amor pelos que sofrem, amor pelos perdidos e enfatizar as grandes doutrinas da graça: Sola Scriptura, Sola Fide, Solus Christus, Sola Gratia, Soli Deo Gloria, isto é, Só a Escritura, Só a Fé, Só Cristo, Só a Graça e Glória somente a Deus.
Por Pr. Jeremias Pereira
SOLUS CHRISTUS
(SOMENTE POR CRISTO)
Jesus Cristo é o fundamento, o dono, o edificador e o protetor da Igreja (Mt 16.18). Ele é o único Salvador e o único Mediador entre Deus e os homens. Não há salvação fora dele e ninguém pode chegar ao Pai senão por meio dele. A Reforma Protestante reafirmou essa doutrina essencial da fé cristã. Consideremos alguns aspectos importantes dessa doutrina:
1. Jesus Cristo é a pedra fundamental da igreja – A doutrina romana que afirma ser o papa a pedra fundamental da igreja, sobre a qual ela está edificada, não possui amparo bíblico. Pedro nunca foi papa nem o papa é sucessor de Pedro. A igreja só tem um fundamento que é Cristo (1Co 3.11). A pedra sobre a qual a igreja está edificada é Cristo. Só ele é a rocha que não se abala. Edificar a igreja sobre qualquer outro fundamento é construir para o desastre.
2. Jesus Cristo é o cabeça da igreja – Jesus é o dono da igreja. Ele mesmo disse: “Eu edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). Ele é o bom, o grande e o supremo pastor da igreja. Ele deu a sua vida por ela. Ele a remiu com o seu próprio sangue. Ele a governa e com ela vai reinar por toda a eternidade. Na igreja de Deus não existe espaço para um bispo universal. Isso é uma usurpação do lugar que só pertence a Cristo. Jesus é o cabeça da igreja, o Senhor da igreja, o soberano que a governa, o noivo que a desposará e com ela reinará para sempre.
3. Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens – A Reforma Protestante rejeitou decididamente, fundamentada na Palavra de Deus, a doutrina romana que proclama o papa como sumo pontífice. O supremo mediador entre Deus e os homens não é o papa, nem Maria, nem os apóstolos nem qualquer outro personagem da história. A Bíblia é clara em afirmar: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem” (1Tm 2.5). Jesus foi claro e enfático: “Eu sou ocaminho, a verdade, e a vida e ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Jesus é o caminho para o céu, a porta do céu, o único que pode nos levar até o Pai.
4. Jesus Cristo é o único Salvador – A Reforma Protestante retornou à doutrina bíblica que proclama Jesus Cristo como o único Salvador. A salvação não vem por meio dos méritos humanos nem é resultado de suas obras meritórias. A salvação não é alcançada por meio dos sacramentos ministrados pela igreja nem mesmo pela mediação de Maria. A salvação é obra da graça de Deus por intermédio do seu Filho. A Bíblia falando da centralidade e exclusividade de Jesus Cristo como Salvador, diz:: “E não há salvação em nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). O sacrifício expiatório de Cristo na cruz é o único fundamento da nossa salvação.
5. Jesus Cristo é o único edificador e protetor da igreja – Jesus afirmou: “Eu edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). A igreja é o corpo de Cristo, a noiva do Cordeiro. O mesmo Jesus que morreu e ressuscitou e está à destra do Pai, está edificando a sua igreja por meio da sua Palavra e da sua providência. É ele mesmo quem a protege da fúria do inimigo e quem a preserva até o dia de apresentá-la como noiva santa, pura e imaculada. Nesse dia, então, o universo restaurado, verá na igreja, a suprema riqueza da graça de Deus, para que toda a glória seja dele pelos séculos dos séculos.
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
"SOLA SCRIPTURA"
Aproveitando que o aniversário da Reforma está aí (31 de outubro de 1517), seria bom lembrar um dos seus pilares, o conceito de Sola Scriptura, “Somente a Escritura”.
Se quisermos achar um evento que sirva como marco histórico para a origem do conceito, a resposta de Lutero na Dieta de Worms (1521) imediatamente vem à mente. Ao ser perguntado, pela segunda vez, se iria se retratar de suas posições expressas nas 95 teses, ele respondeu: “A menos que eu seja convencido pelas Escrituras e pela razão pura e já que não aceito a autoridade do papa e dos concílios, pois eles se contradizem mutuamente, minha consciência é cativa da Palavra de Deus. Eu não posso e não vou me retratar de nada, pois não é seguro nem certo ir contra a consciência. Deus me ajude. Amém.”
Em outras palavras, Lutero declarou que só aceitaria o que pudesse ser provado pelas Escrituras: “Sola Scriptura”. Aceitando somente a Escritura, Lutero deduziu que a salvação era somente pela graça (sola gratia), somente pela fé (sola fide) na pessoa e obra de Cristo (solus Christus), redundando em glória somente a Deus (soli Deo gloria), divergindo, assim, do que era ensinado na sua época e que era baseado na tradição, bulas e declarações de concílios. Como a venda de indulgências, por exemplo. Em outras palavras, o conceito de sola Scriptura é fundamental para o edifício da teologia da Reforma.
Mas, esclareçamos. Como cristão reformado, quando eu uso a expressão Sola Scriptura não estou negando que a Palavra de Deus, a princípio, foi transmitida oralmente, antes de ser escriturada. Também não estou negando que Deus se revelou à humanidade na natureza, por meio das coisas criadas (revelação geral, embora não salvífica) e nem estou reduzindo a atividade do Espírito Santo nos crentes ao momento de leitura da Bíblia. Nem nego a necessidade de pastores, mestres e evangelistas. Eu também não estou dizendo que a Bíblia é sempre clara em todas as suas partes e menos ainda que ela é exaustiva.
Quando os cristãos reformados declaram “Sola Scriptura!” eles estão dizendo fundamentalmente que a palavra que Deus falou através dos séculos através de pessoas que ele escolheu e inspirou, na qual Ele se revelou e revelou sua vontade para seu povo, se encontra agora somente nas Escrituras Sagradas, e em nenhum outro lugar. Esta revelação escrita é suficientemente clara em matérias pertinentes à salvação e santificação do povo de Deus e suficiente para que se conheça a Deus e a sua vontade.
Em outras palavras, Sola Scriptura significa que a única regra de fé e prática para os cristãos são as Escrituras Sagradas do Antigo e do Novo Testamento, pela simples razão de que elas, e somente elas, são inspiradas por Deus. A tradição oral, os pronunciamentos dos concílios e líderes religiosos e as opiniões de teólogos não são. Eles podem ser úteis em nossa compreensão das Escrituras e das origens do Cristianismo, bem como nas aplicações de seus princípios às questões de nossos dias, quando não contradizem as Escrituras. Contudo, nenhum deles é a base e o fundamento para minha fé e as minhas práticas. Assim, eu não tenho nenhum problema em aceitar uma tradição oral desde que se possa demonstrar que ela tem origem no ensino dos apóstolos. Da mesma forma, aceito os ensinos dos Pais da Igreja que comprovadamente estão de acordo com os escritos do Novo Testamento.
Da mesma maneira, “revelações” e “profecias” que pretendem adicionar alguma coisa à Escritura, ou que a contradizem, são, como disse Jeremias, meros sonhos e ilusões de profetas que não têm o Espírito de Deus (Jer 23:9-40), pois “o testemunho de Jesus é o espírito da profecia” (Ap 19.10).
É claro que não vamos encontrar o slogan Sola Scriptura na Bíblia, pelo menos não como uma frase ou declaração. Mas existem evidências claras o suficiente para aceitarmos que, ao dizer que sua consciência estava cativa somente à palavra de Deus, Lutero estava expressando um princípio amplamente exposto nas Escrituras. Para quem quiser depois consulta-los, acredito que os textos abaixo deixam claro que já há nas próprias Escrituras uma compreensão de que elas são inspiradas por Deus e que nelas Deus fala de maneira autoritativa e suficiente para seu povo:
Jo 5.24; Jo 20.30-31; 2Pe 1.20-21; 2Tm 3.14-17; 1Co 14.37-38; 1Ts 4.8; 2Ts 3.14; 2Pe 3.15-16; Sl 19.7-9; Is 8.19-20; Jo 10.35; Rm 15.4; Hb 4.12; Ap. 22.18-19.
Há outras, mas estas bastam para mostrar que: (1) há uma clara consciência do conceito de Escritura como sendo o meio pelo qual Deus fala; (2) as Escrituras são consideradas, portanto, como a autoridade final nas coisas concernentes a Deus e nossa relação com ele e com os outros; (3) que nenhuma outra fonte de autoridade pode ser colocada ao lado das Escrituras.
É em passagens assim que os cristãos reformados se baseiam para dizer que é somente nas Escrituras que Deus nos fala de maneira autoritativa e final. E portanto, nossa consciência está cativa somente a elas. Enfim, Sola Scriptura.
Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes
SEM MÉRITO, COM GRAÇA
“Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a
alvação de todo aquele que crê: primeiro dos judeus, depois do grego.
Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do
princípio ao fim é pela fé, como está escrito: ‘O justo viverá pela fé.’”
Rm 1.16-17
Qual a nossa participação na salvação? Serão as boas obras? A presciência divina, que conhece nosso futuro e nos escolhe por aquilo que faremos de bom? Ou então somos redimidos devido à nossa linhagem, força, saber? As boas e melhores intenções do coração podem nos levar à salvação?
O monge Lutero chegou a afirmar que odiava essa passagem por não compreendê-la, até que a luz do Evangelho iluminou seu coração trazendo o discernimento e provocando uma verdadeira Reforma na Igreja, no ano de 1517, ou seja, 500 anos atrás.
Todos que vivem em seus próprios caminhos, sendo conduzidos pelos desejos e apetites do coração, estão em desobediência a Deus, isto porque em Adão toda a humanidade caiu e entrou o pecado, a semente do mal, no âmago do ser humano. Por isso Paulo é tão enfático em declarar: “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23). Assim, a salvação é a libertação do homem das consequências da queda e do pecado.
Quando temos nossos pecados perdoados - e só Deus tem poder para perdoar pecados - somos livres da culpa, libertos da força escravizante e da corrupção do pecado, o que nos coloca numa condição inculpável diante de Deus, ou seja, nos tornamos justos. Logo, o Pai declara justificados pela fé a todos os que se renderem ao Senhorio de Cristo, a ponto de Paulo afirmar que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo (Rm 8.1). Desta forma, temos paz com Deus (Rm 5.1).
A salvação é a manifestação poderosa da misericórdia de Deus, que enviou seu filho para morrer em nosso lugar. O evangelho é a justiça de Deus. A justiça que vem de Deus significa aquilo que aceitável a Ele, logo, nenhum pecador tem a capacidade dele e por ele mesmo de satisfazer a justiça divina. Jó já se indagava “como o homem pode ser justo diante de Deus (9.2)?”
Deus exige a justiça, porque é justo! Ele ordena a santidade porque é santo! Nenhum ser humano é capaz de satisfazer essa condição, exceto Jesus, que cumpriu cabalmente a Lei e por meio de sua morte nos trouxe vida.
Assim, todos estavam mortos em seus próprios delitos e pecados (Ef 2.1), mas a salvação se dá por mérito único e exclusivo de Jesus: “sendo justificados gratuitamente por sua graça; por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24).
Se em Adão a humanidade cai, em Jesus todos que creem são salvos. É a fé que nos impulsiona a compreender que somos pecadores, que necessitamos do perdão e confessamos que só Jesus é o Senhor. Essa fé vem de Deus: “pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).
Portanto, qual é o mérito do ser humano em sua salvação? Nenhum! Absolutamente não há nada em nós que nos leva à salvação, mas única e exclusivamente a graça de Deus. Se por um lado isso quebra toda nossa presunção e soberba, por outro explicita nossa profunda adoração ao Senhor por tão grande amor e salvação, a qual é pela graça mediante a fé, que é um dom dado por Deus. A Ele toda honra e toda glória. Viva a Reforma!
Pr. Hélder Rodrigues
VOCÊ É ENSINÁVEL?
“O Conhecimento traz orgulho”. Rm 8.1
“Quanto mais sei, vejo que nada sei”. Sócrates
Todos nós somos ignorantes em algum assunto. A ignorância é a falta de conhecimento, discernimento, sabedoria e instrução sobre determinado tema. O problema maior não está no desconhecimento, mas na atitude de não querer aprender.
A verdade é libertadora tanto no sentido espiritual como no humano. O aprendizado transforma nossa mente, revoluciona a forma de vermos o mundo, pois à medida que aprendemos nossa percepção aumenta.
Quando o ser humano se fecha no casulo da ignorância é porque estabeleceu critérios equivocados, preconceitos ou mesmo por preguiça espiritual ou mental, não aceita conselho ou orientação. Na sua “zona de conforto” suas crenças, valores e achismos o embrutecem... a pessoa torna-se não ensinável.
Entretanto, tal atitude é contrária ao DNA que Deus colocou em nós. A natureza humana é propensa ao aprendizado, basta ver como uma criança imita os seus pais. Fico a pensar quantos pais, muitas vezes, se envergonham de comportamentos reprováveis de seus filhos, contudo, se esquecem que, normalmente, isto foi adquirido no seio familiar.
Também me causa estranheza quando, num aconselhamento, a pessoa é admoestada conforme a Palavra e diz: “eu sei, pastor, que a Bíblia diz isso..., mas...” tentando fazer prevalecer a todo custo seus desejos pecaminosos e valores equivocados. Jesus nos chama de insensatos quando não colocamos os ensinamentos bíblicos em prática (Mt 7.24-27).
Por que tantas vezes preferimos permanecer no erro a seguir os ensinamentos perfeitos do Senhor? Por que deixamos que nossa paralisia mental e espiritual tenha “mais poder” do que a ação divina?
A grande ignorância não é desconhecer, mas é conhecer e decidir permanecer no mesmo estado. Tiago nos exorta: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos” (Tg 1.22).
Envelhecemos de fato não à medida que o tempo passa, mas quando nos tornamos não ensináveis. Assim, um jovem adulto pode iniciar seu envelhecimento precocemente quando não aceita a admoestação. Nas palavras de Salomão: “Pobreza e afronta sobrevêm ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado” (Pv 13.18).
A pessoa ensinável progredirá, o orgulhoso se perderá. Infelizmente há cristãos que se tornam mais ignorantes do que os não-crentes, simplesmente porque não querem aprender mais. A boa semente, a Palavra que transforma e liberta cai constantemente num solo rochoso (Mt 13.20-21), ou seja, num coração endurecido.
O aprendizado muitas vezes é doloroso, contudo, muito pior é permanecer na ignorância. Aprender exige esforço, sacrifício, paciência e por vezes dinheiro, mas seus resultados são recompensadores.
O quanto você é ensinável? Este será o teto do seu crescimento!
Pr. Hélder Rodrigues
A FÉ PERSEVERANTE
“Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível”.
Hebreus 11.27
Se não houver perseverança não há fé. Jesus nos ensinou a “orar sempre e nunca desanimar” (Lucas 18.1). O tamanho da nossa fé é medido pela nossa persistência. Quanto maior nossa fé maior será nossa visão. Se você não crê que o Senhor pode responder suas orações pelo seu vizinho, você jamais orará por algum necessitado na Etiópia.
Fé, portanto, significa visão, ação e persistência. Não é um sentimento, é um dom. Não é apenas contemplativa é essencialmente proativa. As nossas ações demonstram nossa fé (Tiago 2.17-18).
Moisés perseverou porque acreditou. Deus o chamou, o preparou e o enviou, sob os seus cuidados. Esta convicção nasce da intimidade com o Senhor. Assim, exercitar a fé significa ter mais comunhão com Deus. Quanto mais o conhecemos, mais nos cremos nos Seus atributos: Poder, Majestade, Onipresença, Imutabilidade, Fidelidade, Justiça etc.
A manifestação das dez pragas se deu num período de aproximadamente um ano, tempo mais do que suficiente para suscitar a ira de Faraó. Não apenas por toda a destruição que as pragas ocasionavam ao Egito e ao povo, mas principalmente pela a quebra do orgulho de um homem que se julgava um deus.
Quem protegeu Moisés? Deus! Quais foram as armas que Moisés usou? Espirituais. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10.4-5).
As armas mais poderosas não são as químicas nem a bomba atômica, mas a maior força bélica do universo é a espiritual. Não é por menos que a rainha Elizabete, da Inglaterra, afirmou: “Tenho mais medo de um crente de joelhos do que de todo o exercito britânico”.
Foi o que aconteceu com o rei da Síria: constantemente era interceptado pelos israelitas devido a revelações do Senhor que os alertava aonde o inimigo estaria. O reio quando soube que o profeta Eliseu era o instrumento de Deus para alertar o rei de Israel, mandou capturá-lo: “Enviou para lá uma grande tropa com cavalos e carros de guerra. Eles chegaram de noite e cercaram a cidade” (2 Reis 6.14).
Eliseu não tinha uma guarda real para protegê-lo, contava unicamente com Deus. Quando o servo do profeta viu o grande cerco do inimigo temeu, Mas a resposta de Eliseu foi emblemática: “Não tenha medo. Aqueles que estão conosco são mais numerosos do que eles” (2 Reis 6.16).
“E Eliseu orou: ‘Senhor, abre os olhos dele para que veja’. Então o Senhor abriu os olhos do rapaz, que olhou e viu as colinas cheias de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu” (versículo 17).
Deus deu livramento, salvaguardou o profeta e de modo sobrenatural, fez com que o exército inimigo fosse conduzido até Samaria porque ficou cego, segundo o pedido do homem de Deus.
A fé nos leva à ousadia. Uma coragem não humana, mas espiritual, por isso, os homens e mulheres de fé são perseverantes naquilo que discerniram da parte de Deus para fazer. Nas palavras do apóstolo João:
“O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus” (1 João 5.4-5).
A fé nos leva a vencer muitos medos... Por isso podemos declarar: persevero conforme a Palavra e vou vencendo pela fé!
Pr. Hélder Rodrigues
ADOTADOS POR DEUS
“Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de redimir os que estavam sob a Lei,
para que recebêssemos a adoção de filhos”. Gl 4.4-5
Jesus desarticulou o espírito de religiosidade quando disse a Nicodemos: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo” (Jo 3.3). Ser participante do Reino eterno é condição somente para os filhos de Deus, porquanto nem todo ser humano é nascido de novo. Muitos argumentam equivocadamente: se Deus é Pai ele não permitirá que ninguém se perca. Entretanto, a Palavra de Deus revela que existem 2 grupos de pessoas: os regenerados e os não regenerados, os justificados e os não justificados; os justos e os ímpios; os que nasceram de novo e os que não nasceram; os filhos da promessa e os filhos da perdição; os que amaram a luz e os que preferiram as trevas; os amigos de Deus e os amantes de si; os que trilham o caminho estreito e os que seguem pela porta larga; os adotados em Cristo e os que negaram o Senhor.
Adoção é a maior dádiva de Deus! William Barclay ensina que adoção refere-se ao contexto do pátria potestas, ou seja, o poder absoluto que o pai tinha sobre os filhos. Assim, adoção era a transferência do pátria potestas para outrem, gerando 4 consequências:
1. A pessoa adotada perdia todos os diretos de sua antiga família e ganhava todos os direitos de um filho totalmente legítimo na nova família;
2. O filho adotivo tornava-se herdeiro de todos os bens de seu novo pai;
3. Legalmente, a antiga vida do adotado ficava completamente cancelada (por exemplo, todas as dívidas eram canceladas) e
4. A pessoa adotada era literal e absolutamente filha de seu novo pai.
Louvado seja o Senhor que fez exatamente isso, nos deu vida nova em Jesus Cristo mediante a obra do Espírito Santo: “Vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: Aba, Pai”.
Todos estávamos mortos em nossos próprios delitos e pecados, mas fomos justificados gratuitamente por meio da graça do Senhor, ou seja, o favor não merecido (Rm 3.24).
Assim, crer que a salvação (adoção) é um dom gratuito de Deus, que se dá pela graça mediante a fé (Ef 2.9) nos faz sobrepujar de alegria e adoração ao Deus que nos amou primeiro e até o fim. E como filhos nos tornamos participantes de uma nova natureza guiada pelo Espírito Santo (Rm 8. 14). Logo, nossa vida e existência refletirá o caráter de nosso Pai e para tanto devemos mortificar a carne para que o novo homem cresça na imagem e estrutura do Deus-Encarnado: Jesus Cristo, o filho de Deus.
Pr. Hélder Rodrigues
SOMOS SACERDOTES DE DEUS
Todo sacerdote em Israel era escolhido por Deus (Nm 3.5-10). O Juiz de toda a terra estabeleceu várias leis para nos ensinar o caminho reto, bem como leis cerimonias no Antigo Testamento para adorá-lo e cultuá-lo. Assim, é equivocada a crença popular de que todos os caminhos levam a Deus, pois o que importa é a intenção do coração. Isso é falacioso, pois o Rei dos reis ensinou seus mandamentos e preceitos de como devemos adorá-lo e de que forma devemos serví-lo.
O sacerdote era uma pessoa separada para o trabalho das coisas sagradas, oferecia sacrifícios e louvor a Deus, ensinava o povo a seguir os estatutos do Eterno e cuidava do templo. Somente os sacerdotes podiam entrar na presença de Deus para oferecer sacrifícios. Com isso o Senhor nos ensina o quanto Ele é puro e como o pecado nos afastou Dele. Por conta desta importantíssima responsabilidade, os sacerdotes tinham várias regras especiais para se manter puros e não contaminar o templo de Deus.
Os sacrifícios que os sacerdotes ofereciam serviam para o perdão dos pecados, trazendo reconciliação com Deus, e deste modo eles eram mediadores, ajudando as pessoas a se aproximar de Deus.
Jesus, sendo Deus, veio como homem para ser o perfeito sumo sacerdote. O Verbo encarnado se tornou o suficiente e único pontífice. Se no Antigo Testamento o sacerdote precisava oferecer dia após dia sacrifícios a Deus, em Cristo essa oferta foi oferecida uma única e definitiva vez.
“Segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão” (Hb 9.22). A morte de algum animal puro, macho e sem defeito se dava porque o salário do pecado é a morte (Rm 6.23), por esta razão o animal morria em lugar do pecador. Quando Jesus veio João Batista anunciou: “Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (Jo 1.29). Portanto, Jesus é a oferta perfeita: morreu em nosso lugar para nos salvar.
Paulo é enfático ao afirmar que por conta de Adão o pecado entrou no mundo, mas pelo segundo Adão veio a salvação (Rm 5.12-21)! Assim, Jesus é o perfeito e único mediador entre Deus e os homens: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos” (1 Tm 2.5-6).
“Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo” (Hb 10.19). O autor em Hebreus faz analogia do sumo sacerdote do Antigo Testamento, que oferecia sacrifícios em favor do povo para remissão de pecados com a oferta sacrifical e cabal de Jesus. Todos que crêem em seu nome passam a andar por um “novo e vivo caminho”, tendo livre acesso ao Deus de toda glória.
“Visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos” (Hb 4.14). Engradecido seja o nome do Senhor! em Cristo não precisamos mais de intermediários. Nele, temos pleno acesso ao céu, mediante a fé, segundo a Sua graça, pois somos, segundo o apóstolo Pedro, “sacerdócio real” (1 Pe 2.9).
Em Jesus Cristo todo cristão é um sacerdote! Quando o confessamos como Senhor e Salvador podemos entrar em sua presença para adorá-lo e nos tornamos embaixadores do seu Reino, sendo usados para reconciliar (1 Co 5.18-21) aqueles que ainda não O conhecem, como sacerdotes da nova e viva aliança. Que privilégio!
Pr. Hélder Rodrigues
O DEUS COBIÇA
Epithuméo: fixar mente sobre
“Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem
seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença”.
(Êx 20.17)
A cobiça é o desejo desenfreado de ter mais e/ou ser mais... A palavra hebraica Avvah significa “desejo por si mesmo” (Dt 5.21, Pv 21.26, Sl 45.11), ou seja, é o anseio intenso que leva a pessoa a uma visão egoísta a ponto de praticar ilicitudes ou fazer o mal ao próximo para obter vantagens pessoais. No grego Epithuméo significa “fixar mente sobre” (Mt 5.28, Lc 15.16, 16.21, 17.22, At 20.33, Rm 7.6, 1 Co 10.6, Tg 4.2, Ap 9.6). Pode se referir a uma pessoa, posição, objeto, promovendo o desvirtuamento das ações, comportamentos e intenções de coração.
O apetite ardente, a cobiça, promove a alienação de Deus, pois coloca seu desejo como um deus que precisa ser alimentado a todo custo, fazendo com que a pessoa fique abatida ou sem alegria enquanto não lograr a satisfação carnal. O apóstolo Paulo é contundente “porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral, ou impuro, ou ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus” (Ef 5.5).
A ganância tem como raiz a idolatria, que fere o primeiro e maior de todos os mandamentos, de tal forma que a cobiça encabeça o primeiro mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e encerra o decálogo. Não apenas isto, a cobiça está entremeada com a quebra de outros mandamentos como “não adulterarás”, “não cobiçaras” e por vezes “não matarás”.
O engano da cobiça é que quanto mais vazão se dá aos desejos mais se quer, criando um monstro insaciável que subjuga e rouba a alegria e a paz enquanto a vontade carnal não é plenamente satisfeita. Como uma pessoa em abstinência que padece dos efeitos emocionais e biológicos até que possa dar mais um trago...
Jesus ensina que ninguém pode servir dois senhores, por isso, a ganância é um deus (Ef 5.5). Atletas se dopam para serem afamados, políticos desviam dinheiro, laboratórios adulteram medicamentos, vendedores super dimensionam seu produto, adúlteros se justificam, nações fazem guerra para conquistar mais e mais poder... a lista não tem fim, a ganância desvirtua o que é bom: a simplicidade!
Paulo afirmou “aprendi a viver contente” (Fp 4.11). Um dos homens mais espirituais de toda a bíblia disse que precisou aprender o contentamento. A cobiça é uma ação carnal, o contentamento é dádiva de Deus.
A carne sempre desejará mais, mas é o espírito que nos leva a satisfação e ao deleite do presente, quem somos e o que temos hoje! O contentamento é o melhor antídoto para a ganância, nele podemos ter paz, porque discernimos que toda boa dádiva vem de Deus, assim, o que temos ou deixamos de ter é provisão do Senhor. Isto não significa que não podemos ansiar crescer profissionalmente ou galgar lugares mais altos, mas implica, necessariamente, jamais se vender, colocar Deus em segundo plano, quebrar os mandamentos do Senhor ou fazer o mal para satisfazer um apetite voraz e insaciável. Apenas em Deus temos plenitude de vida!
Pr. Hélder Rodrigues
AVIVAMENTO, VEM SENHOR!
"Quando Deus tem algo muito grande para realizar em favor da igreja, o desejo dele é que esse seu ato seja precedido por orações extraordinárias do seu povo" Jonathan Edward (clássico teólogo do avivamento)
Avivamento é o derramar sobrenatural do Espírito, é a manifestação tão poderosa de Deus que leva o ser humano ao arrependimento profundo de seus pecados, há uma transformação radical do caráter, há conversão em massa, há um impacto na sociedade.
Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. Não é uma obra do homem, mas do Senhor. A igreja não programa nem faz o avivamento, mas prepara o caminho para sua chegada, assim como João Batista, arauto de Deus, que veio preparar o caminho para o Messias.
O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho do Senhor, ou seja, se humilhar, se arrepender, se santificar e buscar com todas as suas forças o Eterno. Sem oração não haverá chuvas torrenciais de bênçãos.
Avivamento não é desprezo da doutrina. Não há vida piedosa e reta sem doutrina. A doutrina é a base da ética. A teologia é a mãe da ética. Todo avivamento deve estar centralizado na Palavra, mais do que isso, o avivamento é o retorno fiel ao cumprimento absoluto da Palavra.
Avivamento não é mudança de liturgia. Não é seguir fórmulas pré-estabelecidas como bater palmas, dizer aleluia, amém e outras manifestações. Louvar não é sinônimo de animação, mas de gratidão, de renúncia, de entrega e santidade. A animação e o fervor são desdobramentos. O mais importante não é forma, mas o conteúdo, o coração quebrantado.
Embora o avivamento não seja mudança litúrgica, todo avivamento muda a liturgia.
Avivamento não é apenas eclosão de dons carismáticos, sinais e maravilhas, vai muito além. Muitos estão à procura de sinais, mas não de santidade; empolgam-se mais com o milagre do que com uma vida cheia do Espírito; busca-se mais as bênçãos de Deus do que o Deus das bênçãos. Uma coisa é manifestar os dons do Espírito outra é ser dominado por Ele, uma coisa é ser instrumento de Deus outra é deixar Deus ser seu Senhor.
Avivamento é mais do que a manifestação dos dons, mas é a realização do fruto do Espírito.
Avivamento não é campanha de evangelização. Avivamento é para a Igreja, para os crentes; evangelização é para o mundo, para os que estão perdidos. Na evangelização a igreja trabalha para Deus, no avivamento o Senhor trabalha para a igreja. Na evangelização a igreja vai aos perdidos, no avivamento os perdidos correm para a igreja.
Em épocas de avivamento, os corações se derretem como cera diante do fogo do Espírito Santo, por isso todo avivamento deságua em poderosa ação evangelizadora.
Avivamento é a manifestação gloriosa de Deus que transforma radicalmente o indivíduo, a igreja e a sociedade. O avivamento surge em meio ao caos, à desilusão, à crise. É em tempos que tudo parece perdido, sem graça, onde parece que o mal vencerá, as hóstias do mal permeiam todos os âmbitos da sociedade, que vem o renovo do Espírito e a revelação apoteótica do Eterno.
O avivamento vem para limpar a aridez da vida sem Deus, surge para sarar a terra e encher o coração da plenitude do Espírito. O avivamento ocorre quando a igreja dobra os seus joelhos, humilha-se com lágrimas e decide resolutamente viver uma vida santa.
Nas palavras do profeta Habacuque: "aviva a tua obra, ó Senhor" (3.2). Aviva, ó Senhor, a minha vida, a minha igreja!
"Quando a igreja ora os céus se movem, o inferno treme e coisas novas acontecem na terra." Pr. Jeremias Pereira da Silva
Pr. Hélder Rodrigues
As principais ideias foram tiradas do livro Avivamento Urgente do Rev. Hernandes Dias Lopes
A RIQUEZA DE UMA VIDA SIMPLES
“A piedade com contentamento é grande fonte de lucro.” (1 Tm 6.6)
Jesus falou mais sobre o dinheiro do que qualquer outro assunto, exceto em relação ao Reino de Deus. O Mestre da verdade está sempre exortando contra a avareza e o perigo da riqueza: “mas ai de vocês ricos” (Lc 6,24). “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Lc 16.13). “Não acumulem para vocês tesouros na terra” (Mt 6.19). “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19.24). “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância” (Lc 12.15). “Dê a todo aquele que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva (Lc 6.30). “Quanto ao que foi semeado entre os espinhos, este é aquele que ouve a palavra mas a preocupação desta vida e o engano das riquezas a sufocam, tornando-a infrutífera” (Mt 13.22).
O apóstolo Paulo não poderia ser mais enfático ao declarar: “os que querem ficar ricos caem em tentação e armadilhas e muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição” (1 Tm 6.9).
O apóstolo do amor, João, ensina que tudo que está no mundo envolve três grandes aspectos: “a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens” e conclui que isso “não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2.16-17). O sentido aqui da palavra “mundo” é o sistema de crenças, valores e ações antagônicos às verdades do Reino.
Assim, a cobiça é o âmago, o alicerce, a raiz podre de todos aqueles que amam o mundo. Neste mesmo sentido Tiago corrobora: “Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tg 4.4).
O dinheiro arroga para si uma série de caraterísticas de divindade: poder, autossuficiência, prazer, segurança, felicidade e, desta forma, o ser humano mergulha fundo na busca pelo vil metal e quase sempre se afoga em seus valores e moral.
“O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Tm 6.10), assim, os avarentos estão dispostos a fazer qualquer coisa para lograr seus sonhos, alimentar sua ganância: mentem, enganam, subornam e são subornados, corrompem e são corrompidos e alguns estão dispostos até mesmo a matar e morrer. Basta olhar nossos políticos que facilmente veremos o poder destruidor que a ganância produz na pessoa, nas instituições e na sociedade. Imagine um mundo sem corrupção? Este câncer é obra da cobiça! “Cobiça é pecado de idolatria” (Ef 5.5).
Mas, como vencer a ganância? Com o antídoto do contentamento. Esta palavra vem da filosofia grega autarkeia que significa suficiência interior que nos mantém em paz, a despeito das circunstâncias exteriores. Glem Gould disse: “contentamento não vem quando todos os nossos desejos e caprichos são satisfeitos, mas quando restringimos nossos desejos a coisas essenciais”. Wiersbe sabiamente afirma: “O verdadeiro contentamento vem da piedade no coração, não do dinheiro na mão. “O grande pregador John Stott não poderia ser mais preciso: “contentamento genuíno não é a autossuficiência, mas a Cristossuficiência.”
Certa ocasião, minha mãe me chama em sua cama antes de dormir e me diz: “filho” com voz doce e de forma objetiva (uma virtude marcante dela) “se contente com as ‘coisas simples’ desta vida, não é o dinheiro que lhe fará pleno. Tenho visto seu afinco em trabalhar, trabalhar, mas a vida é muito mais do que isso, é muito mais do que ganhar e conquistar...” Confesso que na época não compreendi a extensão de suas sábias palavras, proferidas há mais de 17 anos.
Um dos homens mais espirituais de todos os tempos ensina: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). Contentamento não é algo natural, é divino, não é uma virtude fácil de desenvolver, requer aprendizado e maturidade.
Agradeço à minha mãe por me ensinar a simplicidade da vida, o poder do contentamento, a alegria pelo ser e não pelo ter. Hoje meus pais usufruem da semeadura de quem jamais deixou a ganância aflorar, antes, com o trabalho honrado e a bênção de Deus, desfrutam das benesses que a estabilidade financeira pode oferecer, mas livres das concupiscências da vida.
Pr. Hélder Rodrigues
SUJEIÇÃO ÀS AUTORIDADES? HOJE EM DIA?
Uma das exortações paulinas mais difíceis de acatar, nos dias de hoje, talvez seja a de nos sujeitarmos às autoridades (Rm 13:1). A dificuldade cresce quando as julgamos ilegítimas, autoritárias, incompetentes ou corruptas. E isso pode ocorrer tanto no âmbito civil quanto no das igrejas.
Um fenômeno que cresce lado a lado com a busca por popularidade, por parte de qualquer figura pública, é a perda da noção de reverência. É por aí que Jesus se transforma "JC" ou "cara" e Deus em você, ou "meu chapa".
É que, para ser popular, a pessoa precisa adquirir jeito de povo. Tenta, então, fazer-se povo com o povo; para, de alguma forma, ganhar o povo, seu voto, seu "like".
Resultado frequente, quando se cruza a linha vermelha, é que o povo perde o respeito e o candidato a dignidade. Não é incomum ver-se um político, em campanha, vestindo um chapéu de couro nordestino e andando de jegue, ou comendo um pastel com caldo-de-cana num concorrido boteco para operários. Enquanto uns aplaudem, outros vaiam, xingam e gritam: "fora!"
Considerando que são legítimas as ações políticas, os debates com autoridades, passeatas ordeiras ou greves; bem como os mecanismos legais de proteção do cidadão, por fazerem parte da democracia, como entender, nesse contexto, e acatar como sendo palavra de Deus, a recomendação do apóstolo Paulo?
Talvez nos ajude a conversa de Jesus com Pilatos: "Então Pilatos disse: ...Lembre que eu tenho autoridade tanto para soltá-lo como para mandar crucificá-lo. Jesus respondeu: — O senhor só tem autoridade sobre mim porque ela lhe foi dada por Deus..." (Jo 19:10,11 NTLH). Talvez Paulo tivesse esse fato em mente, quando escreveu Rm 13.
E ele volta ao tema, recomendando às mulheres de Éfeso que "sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor". Do mesmo modo, estende a exortação aos filhos e aos empregados. E fala também, em separado, aos maridos, aos pais e aos patrões.
Entretanto, essa palavra não condiciona a submissão. Como que a dizer que, se os maridos forem bons, então as mulheres devem ser submissas; se os pais não forem do tipo que provoca os filhos à ira, esses devem ser honrados; se os patrões não forem ameaçadores, então devem ser obedecidos. Parece-me que as exortações são independentes. Esposas, filhos e empregados respondem diretamente ao Senhor. Assim também maridos, pais e patrões.
Em Ap 6 encontramos a cena dos mártires, clamando por justiça: "até quando?" Foram mortas por causa do testemunho do Cordeiro, por "autoridades superiores" que se revelaram tiranas e cruéis (Ap 6:9,10).
E como se comportará um filho da luz diante do opressor? Cospe-lhe no rosto? Vai às redes sociais e dispara uma campanha insultuosa?
"Não será assim entre vós", dizia Jesus. Abençoai, e não amaldiçoeis. Ao contrário, orai pelos que vos perseguem. "… e sereis filhos do Altíssimo (Lc 6:35).
Presb. Rubem Amorese
ESPIRITUALIDADE EMOCIONALMENTE DOENTIA
Saul, rei de Israel, recebeu instruções de Deus para lutar e destruir por completo os amalequitas. Contudo, ele sucumbiu aos desejos de seus guerreiros e fez parcialmente a vontade de Deus. Ele capturou Agague, o rei amalequita, e destruiu completamente todo o povo. Entretanto, Saul e seus homens pouparam a vida de Agague, dos bezerros gordos e dos cordeiros alegando que o fez com a pretensão de sacrificar esses animais ao Senhor.
Samuel então o repreendeu com a seguinte indagação: “O que agrada mais ao Senhor: holocaustos e sacrifícios ou obediência à voz dele? Ouça! A obediência é melhor que ofertas de gordura de carneiros. A rebeldia é um pecado tão grave quando a feitiçaria, e persistir no erro é um mal tão grave quanto adorar ídolos. Assim como você rejeitou a ordem do Senhor, ele o rejeitou como rei” [1Sm 15.22,23 – NVT].
Uma espiritualidade emocionalmente doentia nos leva a fazermos a nossa própria vontade, seguros de que estamos fazendo a vontade de Deus. Saul teve a capacidade de afirmar para Samuel que havia executado a ordem do Senhor, quando disse: “Bendito sejas tu do Senhor; executei as palavras do SENHOR” [1Sm 15.13b].
Enquanto levarmos a vida cristã “na flauta”, do nosso próprio modo, tomando as decisões mais absurdas e tendo a capacidade de afirmar que estamos cumprindo a palavra do Senhor, vamos continuar padecendo. Enquanto estivermos envolvidos com a obra do Senhor, sem antes nos envolver com o Senhor da obra, vamos continuar padecendo. Enquanto estivermos sucumbindo aos desejos dos “poderosos”, e assim fazendo seus caprichos, vamos continuar padecendo. Enquanto estivermos zelando demasiadamente pelas estruturas em detrimento das pessoas, vamos continuar padecendo.
Lamentavelmente a história de Saul não teve um final feliz. Conforme o texto acima, Deus o rejeitou como rei. Ao ponto dele segurar tão fortemente a orla de Samuel até rasga-la, foi quando o profeta lhe disse: “O SENHOR rasgou, hoje, de ti o reino de Israel e o deu ao teu próximo, que é melhor do que tu” [1Sm 15.28].
Deus hoje nos dá a grande oportunidade de priorizarmos nosso relacionamento com ele, o Senhor da igreja, buscando nele e com ele uma espiritualidade emocionalmente saudável. Só assim venceremos nossa natureza rebelde e desobediente, que segundo o texto bíblico, quando se manifesta é tão grave quanto a adoração aos ídolos. E assim teremos nossas obras, ministérios e ofícios aprovados, e não rejeitados, pelo Senhor.
Levemos a sério a advertência do Pai quando ele diz: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura” [Pv 29.1]. A profecia se cumpriu integramente na vida e reinado de Saul. Que o Senhor nos livre de permitirmos que aconteça também nas nossas vidas e ministérios.
Rev. Carlos Cruz
GERENCIANDO O MILAGRE
O trabalho é dádiva do Senhor! No jardim do Éden Adão recebeu a colossal e abençoada missão de cuidar e cultivar o paraíso (Gn 2.15), bem como dar nome a cada ser vivo. Deus trabalhou na criação por seis dias. Jesus afirmou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). Deus ama o trabalho e se aborrece com a preguiça (Pv 6.6).
Por meio do trabalho glorificamos ao Senhor: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança” (Cl 3.23-24). O labor evita o tédio, desfaz a necessidade, produz sentimento de utilidade, traz grandes recompensas e a provisão diária.
A bíblia ensina a trabalhar, mas relata que toda provisão, em última instância, vem de Deus: “Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção” (Sl 127.1). João Batista revela: “Um homem não pode receber coisa alguma, a não ser que lhe tenha sido dada do céu” (Jo 3.27). Um exemplo cabal de que Deus é o provedor de tudo é o milagre. Milagre é quando se esgotam as possibilidades humanas ou físicas e o Todo-Poderoso faz muito além do ordinário, desvendando o extraordinário.
Assim foi na multiplicação dos cinco pães e dois peixinhos, cerca de cinco mil homens comeram e se fartaram (Jo 6.1-15). Qual é o sentido deste milagre? Ensinar ao homem que Jesus é o provedor da nossa vida. Ele nos ordena a trabalhar, mas o Senhor é o bom pastor e nada nos faltará. Ele nos ensina a dizimar e declara que se encherão fartamente nossos depósitos (Pv 3.9).
O trabalho e a recompensa são bênçãos do Eterno! Como servos, tudo que fazemos é para glorificar o Senhor. Não somos seres autônomos, mas totalmente dependentes de Deus. A autossuficiência é uma mentira das trevas que fomenta o orgulho. Jesus nos exortou que onde estiver nosso coração aí está nosso tesouro (Mt 6.21). Trata-se de uma relação daquilo que amamos e adoramos, que nos levará a trabalhar, nos empenhar (Mt 6.24). Somos o reflexo do nosso coração! O trabalho, portanto, nos ensina a importância da doação, de sermos usados por meio de nossos dons e talentos a serviço do próximo, da sociedade e de Deus.
A multiplicação de pães revela não apenas o poder de Jesus para nos abençoar, mas também, o privilégio de sermos participantes, pois quem entregou os pães foram os discípulos. Ainda mais surpreendente é o fato de que o Deus que do nada fez o universo ordenou aos apóstolos a recolher os 12 cestos de pães que sobraram. Isso demonstra que muitos passam necessidades não porque o Eterno não provê, mas porque não sabem gerenciar o milagre:
1. Gastam mais do que ganham;
2. Esbanjam as dádivas de Deus;
3. Não têm domínio próprio e desperdiçam naquilo que é supérfluo;
4. Não fazem um planejamento, nem um controle;
5. Não têm alvos específicos acerca dos recursos;
6. Pegam empréstimos que afundam ainda mais a situação financeira;
7. Não são fiéis nos dízimos, não são ofertantes;
8. São adictos de vícios que levam a falência;
9. Dizimam seus recursos com pornografia e prostituição;
10. São apostadores que fazem o dinheiro voar;
11. São amantes do vinho e dos prazeres;
12. Não compreendem que a maneira como lidamos com o dinheiro fala muito acerca da nossa espiritualidade;
13. Têm a visão mesquinha do trabalho, pensam que a recompensa pelo labor de seu suor é apenas para si.
Trabalhar é bênção! Gerenciar os recursos requer sabedoria, domínio próprio e o discernimento de que tudo vem de Deus e tudo volta para o Senhor. Sejamos mais generosos, menos ansiosos e usufruamos das bênçãos extraordinárias que vêm do Rei do Universo!
Pr. Hélder Rodrigues
CULTURA REDIMIDA
A cultura estabelece comportamentos. E o comportamento de um grupo gera cultura. Seu conceito é bastante amplo e complexo. É uma rede de significados que dão sentido ao ambiente que cerca o indivíduo e a sociedade. Assim, as crenças, valores, leis, moral, língua, hábitos e costumes permeiam a cultura.
Cultura vem do latim colere que significa cultivar. O “cultivo” das nossas ações levam às tradições. A cultura é parte do que somos, nela está o que regula nossa convivência e comunicação em sociedade.
Tanto aspectos tangíveis, como objetos, quanto os intangíveis, como ideias e normas, abrangem a cultura. Estes aspectos constroem a realidade social estabelecendo valores.
A Dinamarca, por exemplo, é considerada, segundo o ranking da Transparência Internacional, o país de menor percepção de corrupção no setor público. Isso demonstra que a cultura da honestidade está impregnada em seus cidadãos e dirigentes.
A cultura não é estática, está em constante mudança de acordo com os acontecimentos vividos pelo grupo. Assim como a língua e a música sofrem mudanças significativas a cultura também vai se transformando.
Se a cultura estabelece padrões, valores e normas, então como o cristão deve viver numa cultura caída? Ou seja, não transformada pelo Evangelho. Jesus orou: “não rogo que os tire do mundo, mas que os proteja do Maligno.” (Jo 17.15). e mais: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou.” (v.14)
Ao mesmo tempo que Jesus diz que o mundo o odiou ele ora para que o Senhor não nos tire do mundo. O mundo o odiou porque sua cultura é contrária, diametralmente oposta, à cultura do Reino. No mundo o homem é o centro, no Reino celestial Deus é o Senhor. Nesta terra o homem é movido por interesses pessoais, o cristão pela vontade divina. O homem se julga autônomo e autossuficiente, mas o nascido de novo compreende que é teotônomo, sua suficiência vem de Deus.
O mundo perseguiu a Cristo porque sua cultura está impregnada da mentira das trevas, mas Jesus orou para permanecermos no mundo exatamente para salgar a terra da verdade divina e fazer com que a luz do Evangelho resplandeça diante dos homens, para que vejam nossas boas obras e glorifiquem ao Pai, que está nos céus (Mt 5.16).
Desta forma, somos chamados não para viver conforme os padrões do mundo, antes devemos renovar a nossa mente, ou seja, nos aculturar das verdades e do padrão celestial, o que só é possível se estivermos mergulhados na Palavra de Deus, vivendo na intimidade constante com nosso Senhor.
Pr. Hélder Rodrigues
10 verdades a serem lembradas sobre o evangelho, a igreja e a missão
1. O evangelho de Deus é supracultural e transtemporal. Suficiente para comunicar a verdade de Deus a todo homem, em todas as culturas, em todos os tempos e em todas as organizações sociais, seja uma aldeia remota ou uma megacidade (Mt 24.14; Jo 3.16; At 1.8).
2. O evangelho não é apenas a verdade, mas também o poder de Deus. A mensagem bíblica é profundamente confrontadora e transformadora, atingindo e transformando o homem em todos os níveis de sua existência, inclusive o cultural (Rm 1.20; At 17.18-32; At 8. 12-23; Gl 1.16).
3. O evangelho começa em Deus e fala sobre a sua salvação. O evangelho não é a mensagem da igreja sobre Deus, mas de Deus sobre a salvação da igreja. A mensagem do evangelho não é a igreja e seus feitos, mas Jesus Cristo, sua morte e ressurreição (Rm 1.1-2, 16 e 15.16; Ef 2.14-22).
4. O pecado nos separa de Deus. O homem, em pecado, está distanciado de Deus e totalmente carente de sua graça e salvação. O evangelho convida o homem a compreender que está perdido e arrepender-se dos seus pecados (Gn 2.17; Is 59.2; Rm 1).
5. A igreja é a comunidade dos redimidos, originada em Deus e pertencente a Deus. Não foi formada para agradar aos desejos e preferências de homens, mas para agradar e obedecer a Deus (1Co 1.1-2; Ef 4.11).
6. A igreja não é uma comunidade alienante. Aqueles que foram redimidos por Cristo continuam sendo homens e mulheres, pais e filhos, fazendeiros e comerciantes que respiram e levam o evangelho onde estão (1 Co 6.12-20).
7. A igreja é uma comunidade sem fronteiras, portanto fatalmente missionária. É chamada a proclamar Jesus perto e longe, em todos os lugares e prioritariamente entre os que pouco ou nada ouviram do evangelho (Mt 28.18-20; Rm 15.20).
8. A vida da igreja, quando obediente às Escrituras, é um grande testemunho para o mundo perdido. É necessário, portanto, que viva aquilo que prega, que demonstre no dia-a-dia aquilo que confessa nos cultos públicos (Jo 14.26; 16.13-15).
9. A primeira missão da Igreja não é proclamar, mas morrer. Somente morrendo para nossos pecados e desejos viveremos para Cristo e seu Reino (Gl 2.20; 1Pe 2.9).
10. A missão maior da igreja é glorificar a Deus. Nessa caminhada é preciso que a igreja se desglorifique para de fato glorificar ao Senhor (Sl 108.5; Fp 1.11; Rm 16. 25-27).
Miss. Ronaldo Lidório
BODAS DO CORDEIRO
“Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do
casamento do Cordeiro, e sua noiva já se aprontou.” (Ap 19.7)
Deus é relacional! Seu amor permeia suas ações perfeitas. O Todo-Poderoso criou o universo e o entregou ao ser humano para o governar e se relacionar diariamente com Ele. Mas o pecado maculou o propósito inicial do Criador. A aliança divina foi estabelecida unilateral e soberanamente, mas foi rompida única e exclusivamente por Adão e Eva devido à desobediência.
O vínculo da aliança divina é o amor (Dt 7.9), mais do que isso, a conexão da vida, caraterizado por um relacionamento indestrutível entre duas partes: o Eterno e seus filhos. Estabelecida no céu, segundo a vontade maravilhosa de Deus, o Senhor nos fez e se aliançou conosco. Seu amor é mais elevado que o céu, mais apoteótico que o fulgor celeste, incontável como as estrelas, mais abundante do que a água que produz vida na Terra. Deus simplesmente nos ama!
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos, (Sl 19). Assim como o céu revela a grandeza divina, o casamento reflete não apenas o amor entre homem e mulher, mas expressa a aliança do Pai para com seus filhos.
Deus enviou seu Unigênito para trilhar um caminho de misericórdia e resgate da noiva (humanidade caída pelo pecado). Para salvar seus filhos, pagou o preço de sangue. O apóstolo Paulo descortina este mistério quando se volta para o início da criação em Gênesis 2, fazendo analogia da aliança divina com o casamento humano: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32).
Paulo, portanto, mostra que a aliança entre o casal é uma representação do pacto perfeito de Deus, isto é, aqueles que creem em Jesus como o resgatador. Sob esta dimensão devemos nos relacionar com nosso cônjuge, o que muda radicalmente nossa visão e comportamento, pois nosso paradigma não estará apenas no que o outro é ou faz, mas sobretudo no que Deus é e faz por nós.
Assim, o relacionamento será alicerçado sobre o prisma da verdade e do amor, a ponto de Paulo declarar que o amor tudo sofre, suporta e espera, pois sua realidade nasce no céu, e não no outro. Quando o casamento é celebrado entre dois filhos de Deus (homem e mulher) terá o fundamento da aliança graciosa e o impelir do Espírito para transformação do “eu caído”.
Se no capítulo 3 de Gênesis vemos a derrota retumbante, então nos últimos capítulos da Bíblia contemplamos a vitória apoteótica de Jesus, arrebatando sua noiva para celebrar as Bodas do Cordeiro. Com efeito, ao som de muitas águas é proclamada a vinda do Senhor, então a noiva, jubilosa e com enorme expectativa, é vestida de linho fino, brilhante e puro (Ap 19.8), declarando seu amor, adoração e devoção ao Noivo, numa máxima, perfeita e eterna aliança.
Pr. Hélder Rodrigues
A HONRA POR MEIO DA OBEDIÊNCIA
“Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas;
Não vim abolir, mas cumprir”. Mt 7.17
Quantos afirmam viver debaixo da graça para justificar seus atos pecaminosos? Invocar a graça de Deus para viver em pecado consiste em antinomianismo, termo cunhado por Martinho Lutero, que significa “antilei”. Ele nega ou diminui a importância da lei de Deus na vida do cristão, mas Jesus veio para cumprir a Lei.
Será possível amar Jesus e viver em desobediência aos seus mandamentos? “Quem tem os meus mandamentos”, declarou Jesus, “e os obedece, esse é o que me ama” (Jo 14.21). Obediência e amor, portanto, andam juntos. Se amamos a Deus sobre todas as coisas nosso desejo é seguir fielmente Seus preceitos.
Seguir os decretos de Deus é compreender que Sua Lei moral é imutável porque é perfeita. Logo, atemporal, não depende da época ou da cultura, pois seus princípios são eternos. “Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou menor traço, até que tudo se cumpra” (Mt 5.18).
A salvação é ato da graça de Deus, fruto da Sua bondade infinita. Ele nos amou primeiro e nos resgatou do lamaçal do pecado, firmando nossos pés na verdade libertadora. Esta salvação significa não apenas o perdão dos nossos pecados, mas também a transformação interna do coração, o que chamamos de regeneração. Uma vez que fomos transformados - regenerados - temos a capacidade de obedecer mais profundamente os mandamentos de Deus.
Assim, a salvação é obra do Senhor em nosso coração e a comprovação disto é a obediência a Sua Lei. Jesus ensinou que pelos frutos conheceremos a árvore. Toda boa árvore dá bons frutos. Todo cristão genuíno dará bons frutos por meio da obediência.
Isso é tão intenso que a nossa posição no Reino de Deus depende da nossa obediência a Lei. Leia cuidadosamente: “Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus” (Mt 5.19).
Deus estabelece posição de honra a seus filhos conforme a obediência destes. Se no mundo os fortes e poderosos são exaltados, no Reino dos céus os humildes e obedientes são honrados. A humildade precede a honra.
O Evangelho é a contracultura do presente século, pois valoriza os preceitos de Deus, e não dos homens. Jesus declarou que os últimos serão os primeiros, o maior é o que serve e que só podemos entrar no Reino se formos como as criancinhas.
A fidelidade a Deus, portanto, estabelece nossa posição espiritual tanto na terra como no por vir. Paulo faz analogia que existem diferentes tipos de fulgor na criação: “um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras” (1 Co 15.41). Se existe diferente glória na criação então, conclui o apóstolo, na ressureição dos mortos, ou seja, quando Jesus voltar, haverá diferentes honrarias para cada um conforme a obediência aos preceitos de Deus. Importante ressaltar que a despeito de haver distinções de recompensas (galardões), o que é um mistério, é certo que não haverá ciúmes nem competição entre os salvos.
Tudo isso denota a importância do cumprimento da Lei, pois somos exortados de que se a nossa justiça não for superior à dos fariseus e mestres da lei não entraremos nos Reino dos céus (Mt 5.20). Jesus não está dizendo que a salvação se dá pelas obras, mas que as obras revelam de fato se somos salvos. Se os escribas e fariseus seguiam as leis do Senhor de forma exterior e superficial, nós cristãos devemos andar em seus preceitos de maneira genuína, revelando um coração grato e adorador.
Pr. Hélder Rodrigues
O SÁBIO E O TOLO
“Quem corrige o zombador traz sobre si o insulto;
quem repreende o ímpio mancha o próprio nome.
Não repreenda o zombador, caso contrário ele o odiaria;
reprenda o sábio, e ele o amará.
Instrua o homem sábio, e ele será ainda mais sábio;
ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber”. Pv 9.7-9
“Onde está você?” (Gn 3.9), perguntou Deus a Adão. A pergunta não poderia ser mais direta diante do pecado. A resposta tornaria o padrão da humanidade caída: “Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estou nu; por isso me escondi” (v. 10). Diante do confronto, a fuga e a acusação: “Foi a mulher que me deste por companheira...” O homem, que tinha a responsabilidade de governar o lar, foi omisso diante da ação de Eva em comer o fruto e tentou se isentar da culpa.
Este comportamento é visto em toda a Bíblia, homens e mulheres que, quando exortados pelos seus pecados, culpam o outro, fogem e tentam resolver com suas próprias mãos “colocando folha de figueira em sua nudez” em vez de se arrependerem.
Você pode calcular a gravidade de um fratricídio? Quando Deus pergunta sobre Abel a Caim tem como resposta: “Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?” (Gn 4. 9). A negação da responsabilidade é uma mentira.
O pecado nos cega, rouba nosso discernimento e, por isso, Deus toma a iniciativa de ir até nós para nos ensinar e corrigir sempre que necessário. A Palavra é a luz que dissipa as mentiras das trevas e a estultícia do coração. De fato, a Bíblia é o prumo que nos orienta e baliza nossa existência.
Salomão declara que o homem sábio quando instruído retribui com amor, o tolo, com insulto. A diferença está na humildade do reconhecimento dos nossos pecados! Assim, não existe sabedoria sem humildade (Tg 3.13).
No Mini Summit do ano passado aprendemos com o escritor e psicólogo Henry Cloud a diferença ente o sábio e o tolo. O sábio, diante da verdade, muda para se adequar à realidade e agradece. Já o tolo, quando ouve a verdade, tenta mudá-la em vez de se modificar. O insensato acusa, busca minimizar seu erro com justificativas sem fim e não poucas vezes fica com raiva.
Semear na vida de pessoas sábias produzirá colheitas maravilhosas: “ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber” (Pv 9.9). Como você reage quando seu cônjuge revela seu erro? Qual sua postura quando confrontado? Ataca? Fica irado? Nega? Ou avalia com coração sincero se a repreensão de fato procede?
O tolo é alguém espiritualmente cego, conforme a descrição em Provérbios retrata:
1. “Está convencido de que está certo (12.15);
2. Logo demonstra sua ira (12.16);
3. É cabeça quente e imprudente (14.16);
4. Despreza a disciplina e a correção (15.5);
5. Desperdiça dinheiro (17.16);
6. Deleita-se em relevar sua opinião (18.2);
7. É ligeiro em se meter em contendas (20.3);
8. Despreza a sabedoria (23.9);
9. É sábio aos próprios olhos (26.5);
10. Confia em si mesmo (28.26);
11. Enraivece-se e zomba, e não há paz ao seu redor (29.9);
12. Dá vazão total à sua ira (29.11)”. (TRIPP, Paul David. Instrumentos nas mãos do Redentor, p. 384)
Pr. Hélder Rodrigues
O CONSOLO MATERNO
"Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei;
e em Jerusalém vós sereis consolados." (Isaías 66:13)
No último capítulo de Isaías, o profeta descreve de forma gráfica e intensa a glória do porvir. É-nos relatado, com riqueza de detalhes, imagens escatológicas que apontam para o gozo e triunfo dos novos céus e nova terra (v. 22) nos quais habitarão aqueles que são humildes e contritos e temem a Palavra do Senhor (v. 2). Vemos, por exemplo, o regozijo e a fartura do povo de Deus (vv. 10,11), a paz e a prosperidade da nova Jerusalém (v.12) e o reunir daqueles que serão salvos dentre todas as nações (v. 20). Até mesmo o juízo sobre os ímpios, aqueles que se recusaram a se converter ao Senhor, é intensamente narrado (vv. 4 e 24).
É interessante, entretanto, perceber que um dos elementos mais importantes da glória vindoura - o consolo divino - é descrito de maneira bastante sucinta. A palavra hebraica para se referir a "consolo" (nakham) denota "compassivo conforto". Além deste verbete, não temos muito mais informações acerca de como será este consolo, a não ser por um belíssimo detalhe: Deus se compara a uma mãe (v. 13). Isso lança luz sobre o porquê da brevidade de palavras. Ao dizer que receberemos, na eternidade, consolo semelhante ao conforto materno, não são necessárias mais palavras para que compreendamos o supremo júbilo do porvir e ansiemos pela vinda plena do Reino!
O amor de mãe é tão puro e inefável que Deus lança mão deste tipo de amor para nos encher de esperança quanto à glória do porvir. Segundo o comentarista bíblico John Oswalt, essa comparação de Isaías é "uma expressão do envolvimento íntimo e pessoal de um Deus amoroso e pessoal com seu povo." Ao celebrarmos o "Dia das Mães", somos relembrados, pelas Escrituras, acerca do amor sacrificial, intenso e infinito que aquelas que nos deram à luz dedicam a nós. Feliz dia das mães!
Pr. Eduardo Faria
JUSTIFICADOS PARA A VIDA
Justificados pela fé, temos paz com Deus
Rm 5.1
Uma das grandes perguntas que os homens fazem sobre salvação é: “como posso me salvar?” Diversas religiões tentam trilhar o caminho do ser humano até o céu, mas o cristianismo ensina que o Deus do céu se fez homem e desceu à Terra para nos salvar!
Compreender que Jesus, sendo Deus, se fez homem para nos resgatar do império das trevas e nos levar ao Reino do filho de seu amor (Cl 1.13) gera em nós humilhação e adoração. Humilhação porque não somos salvos por nossos méritos. A entrada no céu não consiste em boas obras, ou seja, não depende de nós, mas da abundante graça de Deus. Por isso Paulo declara “onde abundou o pecado superabundou a graça de Deus” (Rm 5.20). Esta humilhação não é um sentimento de menosprezo, mas sim reconhecer nossa total incapacidade de nos salvar: “vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).
Quando reconhecemos que somos pecadores, diante de um Deus de toda bondade, o Pai da Misericórdia, isso nos leva à adoração: um amor profundo, pois entendemos que Deus nos amou primeiro e nos justificou mesmo sendo pecadores! É nesse sentido que o apóstolo Paulo declara que somos justificados pela fé.
Justificado significa “pronunciado ou tratado como justo”, ou seja, Deus, no seu infinito amor e misericórdia, não só perdoa nossos pecados, mas imputa Nele a justiça de Cristo. Com isso recebemos pela graça, mediante a fé, a justificação de nossos pecados, o perdão!
O perdão é a explicitação extravagante do amor de Deus, pois fomos reconciliados com Ele e assim “nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo” (Rm 8.1).
Se somos justificados pela fé, então temos paz com Deus. O elo perdido em Adão foi restaurado, não há mais separação entre o Pai e seus filhos, os que crêem no Senhor Jesus como seu Senhor e Salvador. Como está escrito em Rm 5.9-10: “Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda, por meio dele, seremos salvos da ira de Deus! Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu filho, quanto mais agora tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida!”
A justificação pela fé significa a salvação, que promove a reconciliação com Deus e nos firma na graça de nosso Senhor (Rm 5.2). Assim, temos o privilégio presente e contínuo de receber o amor de Deus, apesar de nós mesmos. Isto seria motivo para ficarmos de qualquer maneira? De vivermos na prática do pecado? De forma alguma, muito pelo contrário, deve ser a motivação máxima para querer honrar a Deus: vivermos em santidade por compreender que em vez da maldição eterna alcançamos a salvação eterna. Nisto temos a firmeza desta graça e por isso “nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2).
A justificação pela fé é a declaração de perdão; a graça a manifestação de que fomos reconciliados com o Senhor e a esperança da glória, pois viveremos a eternidade com Deus. Foi Ele quem veio ao nosso encontro para nos salvar, quem poderá nos separar do Seu amor? (Rm 8.31-39).
Pr. Hélder Rodrigues
NUNCA PERCA A ESPERAÇA
"… Senhor, se tu quiseres, podes purificar-me” (Lc 5.12).
Há problemas insolúveis, há doenças incuráveis, há causas perdidas, a menos que Jesus realize um milagre. E foi o que ele fez e é o que ele faz. O texto em apreço fala de um homem coberto de lepra que, estando como uma carcaça humana, com seu corpo apodrecendo, vai a Jesus, prostra-se diante dele e, clama: “Senhor, se tu quiseres, podes purificar-me”. Sua doença era incurável, seu problema era insolúvel, sua causa era perdida, mas Jesus estendeu a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E, imediatamente, lhe desapareceu a lepra. Seis verdades são destacadas no texto em tela:
Em primeiro lugar, o doente (Lc 5.12). Os três Evangelhos Sinóticos narram esse episódio, mas só Lucas, que era médico, nos informa que o homem estava coberto de lepra, ou seja, no estado mais avançado da doença. O homem está apodrecendo vivo. Era um carcaça humana. Um ser nauseabundo. Seu caso era irremediável. Ele vai a Jesus, e humildemente, roga por um milagre e o milagre acontece. O doente não exigiu, rogou. Mesmo sabendo que Jesus tem todo o poder, submeteu-se à sua vontade soberana.
Em segundo lugar, o médico (Lc 5.13). Ninguém podia tocar um leproso sem ficar impuro. Jesus compadeceu-se do homem, tocou-lhe e disse: Quero, fica limpo! Em vez do impuro contaminar o puro, foi o puro que tocou o impuro e tornou o impuro, puro! Por que Jesus tocou o leproso se um leproso não podia ser tocado? Porque viu que o leproso, a tanto tempo reduzido ao ostracismo da doença, precisava sentir-se amado. Jesus é o médico que tem compaixão e poder. Para ele não tem doença incurável nem causa perdida. Ele não apenas cura as feridas do corpo, mas também lanceta os abcessos da alma.
Em terceiro lugar, a cura (Lc 5.13b). O texto diz: “… e, no mesmo instante, lhe desapareceu a lepra. Jesus cura-o imediatamente, completamente, eficazmente. Cura-o emocional e fisicamente. Cura-o sem deixar qualquer sequela. Cura-o, apesar de estar coberto de lepra, com o corpo deformado, com a pele necrosada. Cura-o a despeito de sua morte já ter sido decretada pela doença.
Em quarto lugar, o testemunho (Lc 5.14). Jesus manda o homem ao sacerdote por duas razões. Primeiro, porque o sacerdote era a autoridade sanitária competente para declará-lo publicamente curado. Isso significa que os milagres de Jesus não eram apenas experiências subjetivas, mas fatos concretos e verificáveis. Segundo, porque fazendo isso, Jesus estava protegendo esse homem de quaisquer especulações maliciosas. Ninguém precisava suspeitar da veracidade de sua cura. Jesus estava, assim, devolvendo-o ao convívio familiar, religioso e social.
Em quinto lugar, o impacto (Lc 5.15). O milagre operado por Jesus produziu tal impacto que, grandes multidões afluíam para ouvi-lo e serem curadas. Mesmo tendo Jesus ordenado ao homem curado para não falar nada para ninguém, ele saiu a propalar esse prodígio divino (Mc 1.44,45). Jesus ordenou a esse homem para se calar e ele proclamou os grandes feitos de Cristo em sua vida; Jesus nos ordena a falar e nós nos calamos. A atitude desse homem denuncia a nossa omissão.
Em sexto lugar, o retiro (Lc 5.16). Em face das multidões afluírem a Jesus para ouvi-lo e serem curadas, Jesus se retirava para lugares solitários e orava. Por que Jesus fugia das multidões para buscar lugares solitários para orar? Primeiro, porque não queria fortalecer na mente das pessoas a ideia de que ele era apenas um operador de milagres. Ele veio como o Messias de Deus, para morrer pelo seu povo. Seus milagres eram sinais de que ele era o ungido de Deus. Segundo, porque Jesus entendia que a intimidade com o Pai era mais importante do que sucesso no ministério. Deus vem antes das pessoas. Terceiro, porque Jesus, sendo perfeitamente homem, sabia que o poder vem por meio da oração. O resultado desse retiro é que “o poder do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17). Jesus, hoje, está à destra de Deus Pai, de onde intercede por nós. Por isso, por mais dramático que seja o nosso problema, jamais devemos perder a esperança!
Rev. Hernandes Dias Lopes
ALÉM DOS SENTIMENTOS
Amar vai além dos sentimentos
Sentimentos surgem
Passam, vem, retornam
Com força, com dores
Nos comovem
Nos revigoram
Nos abatem
Promovem euforismo e melancolia
O amor vai além dos sentimentos
Sentimentos passam
Verdades prevalecem
Sentimentos por vezes são ilusórios
Por vezes e vezes não glorificam a Deus
Sentimentos são emoções
O amor vai além das emoções
Amar é decidir
Decidir constantemente e com constância
Amar é permanecer fiel
Fiel ao outro, fiel a si, fiel a Deus
Fidelidade construída quando amamos ao Senhor e lhe obedecemos
O amor vai além dos sentimentos
Porque amar é sobretudo quebrar o orgulho
É vencer o mal com o bem
É virar a face mesmo que vermelha esteja
É entregar a túnica ainda que pereça
É perdoar
Sem perdão, não há amor
O amor vai além dos sentimentos
Por isso não age inconvenientemente
Porque é respeitoso
Porque não tem prazer em causar o mal
O amor vai além dos sentimentos
Porque não é um substantivo, é um verbo
Logo, amar é agir
É fazer o bem,
Ainda que nos leve a renúncias
Porque o amor é sacrificial
É visceral
O amor vai além dos sentimentos
É olhar sob a ótica de Cristo
É permanecer junto
É oferecer o ombro, a mão, o coração...
É entregar-se
Desnudar-se
Amar vai além dos sentimentos
Porque o amor tudo espera
Tudo suporta
Tudo enfrenta
O amor permanece
A verdade prevalece
O amor em verdade é a verdade
Por isso, o amor é honesto
Transparente
Não usa máscaras nem sofismas
O amor tem um quê de romantismo e um quê de razão
O amor tem um quê de maturidade e um quê de ingenuidade
O amor tem um quê de sentimento e um quê de lutar contra os sentimentos
O amor tem um quê de aceitação e um quê de transformação
O amor tem um quê de força e um quê de enfraquecimento
Sentimentos vem e vão
O amor prevalece, amadurece
É o caminho sobremodo excelente
Projetos chegam ao fim
O amor jamais acaba!
Você ama?
Pr. Hélder Rodrigues
PÁSCOA: O INÍCIO DA EXALTAÇÃO DE CRISTO
Numa manjedoura nada acolhedora, nascera o autor da vida. Milícia celestial adora ao Messias. Pastores reverenciavam o Seu nome; a humanidade é marcada pelo Emanuel, o Deus conosco... O “Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que na sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2 Co 8.9).
O Deus de toda glória e majestade precisou se humilhar para se fazer entender, demonstrar seu amor, para ser o Resgatador, para aplacar a justiça divina: o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
Para os eleitos a vinda de Cristo representa uma nova aliança que Deus faria por meio de sua morte. A manifestação da graça divina, apontada em todo Antigo Testamento, vivenciada na plenitude do tempo (Gl 4.4), nos trouxe vida. Contudo, sob a ótica de Deus, foi a explicitação da humilhação divina:
1. Encarnação - Jesus renunciou à sua majestade para assumir a natureza humana na forma de servo (Fp 2.7-8);
2. Sofrimento – Veio para servir; na companhia diária de pecadores, o Santo que viveu num mundo amaldiçoado pelo pecado. O caminho da obediência foi o caminho do sofrimento. Prefigurado por Isaías, Jesus, o servo sofredor, se fez maldito para nos tornar benditos;
3. Morte – Sob uma condenação imerecida; o Justo (1 Jo 2.1) morreu pelos injustos. Numa morte vexatória, Ele nos trouxe vida;
4. Sepultamento – A morte simboliza o retorno ao pó (Gn 3.19) em decorrência da punição do pecado, assim, o Perfeito Representante sofre todas as conseqüências do pecado para nos dar uma nova condição: sermos filhos.
Se a manjedoura representa o início da humilhação de Cristo, então o túmulo vazio evidência o princípio da Sua exaltação (Fp 2.9-11):
1. Ressurreição – À medida que a morte explicita a humanidade de Jesus, a ressurreição revela a sua divindade. Se Cristo não ressuscitou inútil é a nossa pregação, declara o apóstolo Paulo (1 Co 15.12-374);
2. Ascensão – É a consumação da ressurreição. A transição de Cristo para a vida superior na glória começou na ressurreição e foi aperfeiçoada na ascensão;
3. Assentado à destra de Deus – É a posição de honra e soberania sobre tudo e todos (Ef 1.19-20);
4. Volta de Cristo – Na primeira vinda Jesus veio como servo, cordeiro, sofredor, na segunda virá como Juiz e Rei.
A morte e a ressurreição de Cristo, sem dúvida, representam, respectivamente, seu estado de humilhação e de exaltação, aflorando o princípio divino: os humildes serão exaltados. Assim, toda perseguição, todo opróbrio que sofremos por causa de Cristo, redundará em exaltação. “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8.17).
Logo, compreender a Páscoa é viver numa dimensão de fé e esperança: os humildes serão exaltados, pois deles é o Reino dos céus (Mt 5.3).
Pr. Hélder Rodrigues
LIÇÕES DA CEIA DO SENHOR
O apóstolo Paulo, em sua Primeira Carta aos Coríntios, tratou de maneira objetiva sobre a Ceia do Senhor. Jesus mesmo instituiu esse sacramento como um meio de graça para sua igreja. Somente aqueles que foram remidos e lavados no sangue do Cordeiro e confessam o nome do Senhor Jesus devem participar desse banquete da graça. Só aqueles que discernem o que Cristo fez na cruz são chamados para participar desse sacramento. À luz do texto bíblico (1Co 11.23-34) queremos extrair quatro lições importantes:
1. Uma gloriosa mensagem é proclamada (1 Co 11.23-26) – A Ceia do Senhor foi instituída para que a igreja pudesse recordar continuamente o sacrifício vicário de Cristo na cruz em seu favor. Jesus fez grandes milagres e ofereceu à igreja sublimes ensinamentos, mas instituiu um sacramento para ser memorial da sua morte. Todas as vezes que nos assentamos ao redor da mesa da comunhão, estamos proclamando que o corpo de Cristo foi partido e dado por nós e seu sangue foi vertido como símbolo da nova aliança. A morte de Cristo é o eixo central do evangelho. Fomos reconciliados com Deus pela morte de Cristo. É pela sua morte que temos vida. Devemos anunciar a sua morte até que ele venha em glória.
2. Uma solene advertência é feita (1 Co 11.27) – Participar da Ceia do Senhor indignamente é um grave pecado. O indivíduo que assim procede torna-se réu do corpo e do sangue do Senhor. Como uma pessoa pode participar da Ceia de forma indigna? Fazendo-o sem discernimento espiritual, ou seja, sem crer no sacrifício vicário de Cristo. Não podemos nos aproximar da Mesa do Senhor de forma digna a menos que reconheçamos a hediondez dos nossos pecados e que foi por eles que Cristo verteu o seu sangue na cruz. Não podemos participar da Ceia dignamente a não ser que tenhamos plena consciência da nossa indignidade. Essa participação não é um privilégio do mérito, mas uma oferta da graça.
3. Uma ordem clara é dada (1 Co 11.28,29) – Sempre que somos chamados à Mesa da Comunhão olhamos para o passado e contemplamos a cruz. Olhamos para a frente e aguardamos a volta gloriosa de Cristo. Olhamos ao redor e acolhemos em amor os nossos irmãos. Mas, também, olhamos para dentro para examinarmo-nos a nós mesmos. Não somos chamados para examinar os outros, mas para examinar a nós mesmos. Se examinássemos detidamente os nossos próprios pecados, não teríamos tempo para ficar apontando os pecados dos outros. Um superficial exame do nosso próprio coração é que nos torna tão críticos e intolerantes com os outros.
4. Uma dolorosa realidade é constatada (1 Co 11.30-34) – A participação desatenta e descuidada da Ceia do Senhor produz resultados desastrosos. Em vez de edificação vem juízo. Em vez de deleite espiritual vem disciplina. Paulo menciona três níveis dessa disciplina: Enfraquecimento, doença e morte. Entre os crentes de Corinto havia gente fraca, enferma e alguns haviam sido ceifados pela disciplina divina. O pecado sempre produz resultados desastrosos, sobretudo, na vida dos crentes.
A Ceia do Senhor é um momento de auto-exame e arrependimento, mas também de profunda gratidão e alegria. Devemos nos aproximar da Mesa do Senhor com santa reverência e santo temor e ao mesmo tempo com profunda gratidão e imensa alegria. Devemos celebrar essa festa não com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade (1Co 5.7,8).
Rev. Hernandes Dias Lopes
A LEI DA LIBERDADE
É surpreendente ver cristãos que conhecem a Palavra mas que não a praticam! Ouvem, mas não obedecem. Lêem e entendem, mas na hora de agir simplesmente não o fazem. Muitos têm a luz do conhecimento de Deus, mas estão mergulhados em trevas.
Tiago não poderia ser mais preciso: "sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmo" (Tg 1.22). Colocar em prática é um imperativo! É ordenança! É mandamento! Não é opcional! Aliás, a opção sempre há, mas implica desobediência, cujas consequências são nefastas.
Portanto, "enganando-se a si mesmo" significa iludir a si próprio por meio de falsos raciocínios.
Mas por que os crentes são pródigos em pensamentos falaciosos? A resposta não pode ser outra: porque seus desejos são contrários à Palavra e, por isso, utilizam argumentos para se justificar e amenizar a consciência.
O labirinto do coração não tem fim. Quantos, diante da tentação, relativizam a Palavra de Deus? Esgarçam a moral para usufruir dos prazeres transitórios da carne? Argumentam para si mesmos: "Todo mundo faz, por que eu não posso?" "É só um errinho mesmo!" "Eu peco, mas depois peço perdão." "Afinal, ninguém é perfeito mesmo, sou de carne e osso."
Qual o valor do conhecimento quando não colocado em prática? Saber e não fazer é não saber! Apesar de não sermos robôs que recebem um comando e simplesmente o executa, devemos lutar com todas as nossas forças para colocar em prática os ensinamentos do nosso Senhor.
Há uma luta posta entre o que o Senhor ensina e aquilo que, muitas vezes, desejamos ou cremos! Entretanto, é o próprio Deus que nos orienta e capacita para obedecermos. Assim como um pedreiro que, com o prumo, norteia onde colocará o próximo tijolo, assim é a Palavra que guia nossos passos.
Jesus, ao encerrar o mais belo sermão de todos os tempos, o Sermão do Monte, falou acerca de dois tipos de homem: "quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda" (Mt 7.24-27).
Você é uma pessoa sensata ou insensata? Jesus define sensatez como obediência a Ele, portanto, desobediência é insensatez. Ecoando com esta verdade Tiago (1.25) alerta: "O homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer." Veja que a observação deve ser cuidadosa, ou seja, criteriosa, para que obedeçamos à lei perfeita.
É admirável compreender que esta lei não tem defeitos, falhas ou brechas como as leis humanas, pois emana do próprio Deus. Tão magnífico é entender que esta lei perfeita, em vez de nos aprisionar, traz liberdade. O Mestre nos ensinou: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8.32). Desse modo, aquele que "persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando, será feliz naquilo que fizer". Assim, colocar em prática a Lei de Deus nos leva ao êxito e felicidade naquilo que fizermos.
Se por um lado não é natural obedecermos aos preceitos de Deus, por outro, é o próprio Espírito que nos impulsiona ao zelo pela Palavra, cuidado este permeado da "perseverança na prática dessa lei." Muitos, portanto, falham por não perseverarem. Não faz sentido Deus ordenar algo que não possa ser cumprido.
Será possível aquilatar a bênção da obediência? A bênção de colocar em prática a Bíblia? Onde você tem construído sua vida, sobre a Rocha ou sobre a areia?
Pr. Hélder Rodrigues
PECADORES COM CORAÇÃO TRANSFORMADO
A única forma de vencer a mentira é com a verdade; as trevas com a luz, a ignorância com o saber. O profeta Oséias declara que o povo está perecendo por falta de conhecimento. Jesus é enfático: a verdade é libertadora! (Jo 8.32)
O apóstolo Paulo discerne: “se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão perecendo é que está encoberto. O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4.3-4). Isso significa que o diabo deixa as pessoas iludidas e enganadas em suas paixões e desejos pecaminosos.
Por sua vez, o apóstolo João não poderia ser mais enfático ao afirmar “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3.17-19).
Deus envia seu Filho, Jesus, para salvar o homem das trevas, da condenação eterna, pois o salário do pecado é a morte (Rm 3.23)! O pecado nasce da desobediência. Adão e Eva preferem ouvir a voz da velha serpente, Satanás, e comer do fruto do conhecimento do bem e do mal em detrimento à ordem de Deus (Gn 3).
Assim é até os dias atuais, os homens rejeitaram a luz, ou seja, Jesus, porque desejam continuar inundados em seus desejos pecaminosos: “os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más”.
A maioria crê num Deus distante, que “mora” no céu, mas deixou a humanidade largada à própria sorte, sofrendo as intempéries e consequências de suas decisões e escolhas... Deus é o criador do céu e da Terra, nos fez à Sua imagem e semelhança e tudo que realizou é com um propósito. No nosso caso, sermos seres relacionais, ou seja, relacionarmos diariamente com Deus e com o próximo.
A vida teria sentido sem relacionamentos sadios? Sem um propósito transcendental? Se fosse assim então viveríamos 80 e 90 anos e pronto? Está tudo acabado?
A morte veio por conta do pecado. Se não fosse a desobediência, Adão e Eva estariam vivos até hoje! Deus é o Deus da vida, a morte surge em meio a desobediência, é por esta razão que Jesus se faz homem, para ensinar o caminho santo e ser a propiciação dos nossos pecados. Paulo revela: “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Todos morreram com e em Adão, o primeiro representante da humanidade. Com base no mesmo fundamento vem a salvação, pelo segundo Adão, Jesus Cristo: “Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Rm 5.8).
Logo, quando cremos em Jesus como nosso Senhor e salvador, as trevas são dissipadas, as mentiras desfeitas e compreendemos, à luz do Evangelho, a morte substitutiva de Jesus para nos dar vida eterna e plena. Assim, podemos nos relacionar com o Eterno diariamente, como outrora no Jardim do Éden, o que redundará em relacionamentos sadios, fruto de um coração transformado por Deus.
Pr. Hélder Rodrigues
A BÊNÇÃO DA COMUNHÃO
É possível plenitude de vida sem comunhão? Existiria felicidade sem relacionamentos sadios? Qual o sentido da vida se você não tem com quem celebrar? O que fazer no dia mal se você não tem quem lhe ajudar?
Muitos internautas estão aprisionados no mundo virtual porque não se relacionam bem com seu próximo. Os jogos os levam ao êxtase, mas também ao exílio... Muitos se relacionam virtualmente porque não conseguem viver de maneira plena com as pessoas à sua volta: familiares, irmãos da fé e colegas de trabalho.
Vida plena significa bons relacionamentos. O rei Davi declara: "Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!" (Sl 133) Ao contrário do que muitos dizem é agradável a convivência, mas para isto precisa haver unidade. A unidade é uma marca do Espírito Santo. É Deus que nos leva ao bom relacionamento, pois é Ele que nos ensina a amar e ser amados.
Relacionamentos fraternais além, de agradáveis, são bons, pois somos seres relacionais e sociais. Foi Deus que nos fez assim! Deus é um só, contudo, se manifesta em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Logo, a essência de Deus é relacional por isso somos seres relacionais.
Não existe espiritualidade sem comunhão. Aquele que diz que ama a Deus mas odeia seu irmão é mentiroso, declarou o apóstolo João. Espiritualidade é intimidade com Deus, redunda em relacionamentos saudáveis, de modo que podemos aferir nossa vida com o Eterno por meio da nossa comunhão.
"É como óleo precioso", complementa Davi, "derramado sobre a cabeça que desce pela barba, a barba de Arão até a gola das suas vestes." (v. 2). Que ilustração emblemática, o óleo tem muitos significados na Bíblia como por exemplo, cura e alegria. A comunhão produz cura, aliás, muitas doenças são causadas por mágoas, levando muitos a se tornarem rancorosos, amargurados e encaramujados. Lutas e dificuldades em relacionamentos não devem ser o motivo de nos fecharmos mas de buscarmos ser tratados por Deus.
Se temos dificuldade em relacionarmos então necessitamos de tratamento. Quando temos cárie vamos ao dentista, se quebramos a perna ao ortopedista se temos relacionamentos conflitosos nos achegamos a Jesus. A mesma causa que nos leva à dor, ou seja, relacionamentos belicosos, é fonte de cura e alegria. Como é bom viver em unidade.
Por último, o rei explicita: "É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre" (v. 3)
O orvalho é fundamental na Palestina, no norte de Israel fica o Hermom que umidifica aquela terra árida. Assim são os relacionamentos: revigoram o coração, umidificam a alma, renovam o vigor.
A unidade leva à comunhão e a comunhão revela pelo menos quatro grandes marcas: a presença do Espírito (Ef 4.3), o reflexo do amor, a consequência da fidelidade e a bênção do Senhor.
Pr. Hélder Rodrigues
CURTIDAS, LIKES E A VERDADEIRA GLÓRIA
“Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue
até os céus e tornemos célebre o nosso nome...” (Gn 11.4)
“O poder é o afrodisíaco mais forte.”
Henry Kissinger
O ser humano é ávido pelo poder! Desejamos riqueza, fama e domínio. Quantos estão escravos das redes sociais porque anseiam mais e mais curtidas, likes e aplausos? A vida social, e até íntima, compartilhada levianamente no insta, destino certo de poses, looks, pratos e tudo o mais. As lojas de artigos de câmeras, vídeo, smartphones nunca venderam como hoje, todos querendo o equipamento que lhes permitirá adentrar nesse vasto e superficial mundo virtual. Opiniões incontidas (muitas desnecessárias), críticas descontroladas, curtidas infindáveis, tudo em busca de popularidade.
Desde o início a humanidade acalenta tornar seu nome célebre... É triste ver tantos cristãos ávidos por verem suas falas, fotos e opiniões viralizadas, não porque querem promover o nome de Deus, mas por desejarem a auto-promoção, a glória própria. Esquecem que a mesma mão que aplaude hoje é a que apedreja amanhã. A mídia é tão volátil como o álcool, ela exalta e escarnece na velocidade das redes. Os meios de comunicação vivem da massa, promovem a vaidade, aguçam a curiosidade banal, fomentam a carnalidade, estimulam o poder desmedido.
A tv e a internet sabem provocar a corrida atrás do vento, mas não compreendem que tudo é vaidade; instigam a cada instante uma enorme novidade, mas é míope quanto à esplendorosa revelação divina: não há nada de novo debaixo do céu ou sobre a terra. (Eclesiastes 1).
Vanitas, vanitatis, termos latinos cujo significado é: “nada mais nada menos, que vacuidade (o que é próprio do vácuo), ou seja: vazio”.
Todo cristão é templo do espírito, por isso, deve cuidar de seu corpo físico, sua aparência, suas emoções e vida espiritual. O próprio Deus colocou árvores frutíferas no jardim do Éden para nos alimentar, plantas agradáveis aos olhos e, no centro, a árvore da vida (Gn 2.9).
A questão não é o amor próprio, este é salutar, mas se torna um problema quando não encontra limites. A perda da essência por conta da aparência. O amor excessivo de si mesmo é chamado orgulho: nos amamos tanto que nosso reino deve vir em primeiríssimo lugar, dificilmente liberamos graciosamente o perdão, mas nos ofendemos facilmente, afinal de contas, como puderam fazer isso conosco?
Os homens estão sempre construindo “torres de Babel”, querem seus nomes afamados e seus egos massageados, mas se esquecem que o próprio Deus gerou confusão entre eles porque todo projeto humano em detrimento ao divino é uma afronta a Deus, é mera vaidade.
O oposto da vaidade é a adoração, na qual o homem não é o centro, mas Deus! É exatamente essa a essência da vida, bendizer a Deus e fazer a Sua vontade. O contrário de Babel, onde ninguém mais se entendia porque cada um começou a falar uma língua, foi Pentecoste.
Nesse glorioso acontecimento as pessoas não desejavam chegar até o céu com seus projetos humanos, mas permanecer em Jerusalém em obediência ao Mestre Jesus. Assim, o céu desceu, o Espírito Santo veio poderosamente, o que transformou radicalmente cada coração e vida. Enquanto o apóstolo Pedro pregava cada estrangeiro compreendia em sua língua. Como isso se deu? Milagre! Quando o Eterno é o centro de nossas ações haverá manifestações extraordinárias, seja em nossos corações ou através das circunstâncias.
Os cento e vinte homens que aguardavam a promessa da descida do Espírito não queriam fazer seu nome famoso, mas celebrar a vida em Cristo e exaltar o Deus da vida. Não eram vaidosos, mas adoradores. Seu sonho não era carnal, mas divino. Em Babel ouve dispersão e confusão em Atos conversão e união.
Onde o homem for a estrela haverá inveja, brigas e muita confusão, mas onde Deus é o centro haverá paz, transformação e a manifestação da verdadeira glória!
Pr. Hélder Rodrigues
A IGREJA TRIUNFANTE
A igreja não nasceu da vontade humana, não é projeto terreno, mas foi escolhida livre e poderosamente por Deus desde a eternidade.
A igreja foi selada pelo Espírito Santo, é o corpo de Cristo em ação na Terra, é o santuário da habitação de Deus, a noiva de Cristo, a coluna e o fundamento da verdade.
A igreja é uma instituição espiritual, apesar de ter CNPJ, é formada por pessoas independentemente de sua raça, cor, idade, sexo, condição sócio-econômica, povo este escolhido por Deus, salvo pelo sangue do Cordeiro para uma vida em comunhão e propagação do Evangelho aos que ainda não creem.
A Igreja é a continuação da presença e do ministério do Senhor no mundo. “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas (...) até os confins da terra” (At 1.8).
Logo, não há cristianismo sem igreja, assim como não há plenitude em Cristo se o cristão não estiver ligado a uma igreja local.
É importante observar a distinção de uma igreja visível e a invisível. Não se trata de duas igrejas, mas de dois aspectos da única Igreja de Jesus Cristo. Quando se fala da Igreja invisível é comum pensar no aspecto da Igreja triunfante, da Igreja ideal, da Igreja de todas as terras e de todos os lugares, que o homem não tem nenhuma possibilidade de ver.
Naturalmente, a Igreja invisível assume a forma visível (igreja local). Do mesmo modo que a alma humana se adapta a um corpo e se expressa por meio dele, a Igreja invisível que consiste não em almas, mas em seres humanos que têm alma e corpo, assume, necessariamente, forma visível de uma organização externa, por meio da qual se expressa a união invisível de Cristo com a Igreja. Daí a importância de permanecer ligado à Igreja visível, pois ela é a explicitação da Igreja invisível, ou seja, da união invisível de Jesus com cada um de nós.
Ora, a salvação não se dá por meio de uma denominação eclesiástica, mas mediante a crença de que o Senhor Jesus é nosso único e suficiente Salvador. Uma vez que se crê nesta verdade o Senhor nos vocaciona para fazermos parte da Igreja visível. Da mesma forma que Tiago declara “mostra sua fé sem obras, que mostrarei a minha fé por meio de obras”. Assim, o novo nascimento o impelirá a pertencer a uma igreja local (visível).
Segundo Hernandes Dias Lopes se a Igreja na terra é militante, no céu é a Igreja triunfante. Lá a espada é trocada pelos louros da vitória, os brados de guerra se transformam em cânticos triunfais, a cruz é substituída pela coroa. A luta é finda, a batalha está ganha, e Cristo reina com todos os santos por toda a eternidade. Nestes dois estágios a Igreja reflete a humilhação (Igreja militante) e a exaltação de Jesus (Igreja triunfante). Esta verdade tem implicações tanto coletivas para a igreja como no plano individual. “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Rm 8.17).
Assim, estar numa Igreja local é ter a chance de se tornar um instrumento poderoso nas mãos do Deus Vivo para a manifestação da vontade Dele, mas ao mesmo tempo é ser tratado pelos irmãos e por Deus para que a Igreja militante (que somos nós) se “torne” a Igreja triunfante.
Pr. Hélder Rodrigues
DEUS QUE CURA!
Deus é o criador do céu e da Terra, somente o Senhor tem poder para do nada fazer tudo! No seu poder não há limites: Deus é o Todo-Poderoso! Não existem barreiras em seu amor: o Pai nos amou tanto que deu seu filho unigênito para que todo que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.
Aquele que nos fez à sua imagem e semelhança, o Eternamente-Todo-Poderoso, não teria poder para nos curar? A Bíblia está repleta dos milagres de Deus. O impossível para os homens não limita a atuação divina. O diagnóstico pode ser preciso, o tratamento adequado, os medicamentos e equipamentos de última geração, mas não é a medicina que tem a última palavra, o que seria grande presunção, mas o Senhor.
Enquanto muitos declaram não há cura, não há solução, morrerão desta ou daquela enfermidade, o Senhor é aquele que faz paralíticos andarem; surdos, ouvirem; cegos enxergarem e mortos reviverem; pecadores se converterem – este é o maior milagre, a maior dádiva de todas!
É surpreendente que muitos cristãos acreditam mais na sentença do médico do que na Palavra do Eterno. Não se trata aqui de desacreditar na medicina, Deus deu ao homem a capacidade para desvendar muitos mistérios, inclusive de ser fonte de tratamento e cura. O ponto é a incredulidade. A questão é o ser humano querer tangenciar sua fé. É carregar em seu espírito o peso de uma sentença de morte baseado no veredito da ciência em detrimento à Palavra de Deus.
“Eu sou o Senhor que os cura” (Êx 15.26). Deus cura as mazelas físicas, os sofrimentos na alma, as inquietações que palpitam em nossa mente. Deus cura tanto a cegueira física como a espiritual, bem como a miopia da indiferença. Ele cura! Cura de forma irrestrita e em todas as dimensões. O Senhor faz infinitamente mais de tudo aquilo que pensamos ou imaginamos declarou o apóstolo Paulo (Ef 3.20).
Deus curou no passado, curou na época de Jesus, curou por meio dos apóstolos e continua curando hoje no seio da igreja.
É de causar espécie ver os crentes seguir à risca um tratamento medicinal (o que é certo), buscar em médicos e mais médicos, ouvir a opinião de vários especialistas, se dedicar com grande afinco a fisioterapias, investir grande soma de dinheiro em drogas para aliviar suas dores e obter a cura, mas serem tão tacanhos na busca pela cura divina. Isto denota ausência de fé. É colocar mais a esperança em remédios do que na graça de Deus.
O evangelista Marcos é enfático em declarar que Jesus não pôde fazer muitos milagres em sua terra natal por causa da incredulidade (Mc 6.5). De fato, Deus é suficiente em si e não necessita de nada e ninguém, entretanto, decidiu agir na vida dos que têm fé. Como princípio geral o poder segue a fé.
Hernandes Dias Lopes declara: “Certamente isso não significa limitação do poder de Jesus, pois ninguém pode limitá-lo. Jesus não estava disposto a fazer milagres onde as pessoas o rejeitavam por preconceito e incredulidade. Cranfiel diz que na ausência da fé Jesus não poderia fazer obras poderosas, segundo o propósito de seu ministério, pois operar milagres onde a fé está ausente, na maioria dos casos, seria meramente agravar a culpa dos homens e endurecer seus corações contra Deus.”
Pr. Hélder Rodrigues
MANDA FOGO, SENHOR!
“Pelos poderes de Greyskull, eu tenho a força” brada He-man. Desenhos animados que revelam heróis com super poderes estão destinados ao sucesso. Basta pensar em Batman, Super homem e tantos outros. Uma das razões para isso é que remetem a algo intrínseco ao ser humano: a fascinação pelo poder. Muitos fatores podem levar o homem a ter poder: dinheiro, força, conhecimento, fama, sedução etc.
Eva foi iludida por Satanás por acreditar que iria se tornar como Deus, conhecedora do bem e do mal, ou seja, sua queda se deu por cobiçar o poder. O próprio Lúcifer foi banido do céu porque queria mais poder.
O Evangelho é poder de Deus. “Porque o reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder” (1 Co 4.20). Jesus Cristo delegou poder à sua Igreja, portanto, os cristãos são agentes do poder de Deus, isto é, do poder Supremo e Absoluto. Assim, precisamos aprender a lidar com tamanha capacitação sem que isto ofusque nossa visão do Reino.
Elias, quando clamou ao Senhor para que descesse fogo sobre o holocausto, buscava a manifestação da soberania de Deus sobre outros deuses, assim, o profeta foi usado com grande poder para revelar a Glória divina. Em contrapartida, quando os samaritanos rejeitaram a Jesus, seus discípulos disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” (Lc 9.54). Isto era uma intenção de homicídio.
Como lidar com o poder de Deus?
Com humildade, pois é fator essencial no Reino de Deus. “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lc 14.11). Paradoxalmente, alcançamos as coisas celestiais à medida que reconhecemos nossa incapacidade ou limitação, assim, humilhar-se, biblicamente falando, significa compreender quem é Deus e quem somos nós. Não no sentido negativo da palavra de se oprimir, menosprezar, antes consiste no comportamento pró ativo de compreender que a capacidade não está em nós, mas em Deus, ou ainda, aquilo que temos condições de realizar, em última instância, vem do Senhor. Assim, quanto mais dependermos de Deus mais poder receberemos para fazer sua obra e vivermos uma vida plena Nele.
Todo poder que o cristão recebe vem, necessariamente, do Pai das Luzes (Tg 1.17). Jesus mandou que seus discípulos esperassem em Jerusalém a fim de serem capacitados para fazer a Sua obra. “Recebereis poder, aos descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (At 1.8).
Assim, tão importante quanto saber que o poder do cristianismo vem de Deus é entender que todo o poder, unção, que recebemos tem três grandes finalidades: a Glória de Deus, jamais a própria glória, a edificação do nosso próximo e a capacidade para enfrentarmos as tribulações.
Portanto, força, habilidade, capacidade, coragem, sabedoria são todas elas facetas do poder, do qual Deus, na Sua riqueza e Glória, nos dotou graciosamente para sermos instrumentos na Sua obra. Assim, “a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1 Co 1.18).
Pr. Hélder Rodrigues
VENCENDO AS TREVAS
“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”. (1 Jo 5.19)
O apóstolo do amor não poderia ser mais enfático ao afirmar: “o mundo inteiro jaz no Maligno”, salvo os que são filhos de Deus, nascidos de novo e que vivem em santidade. Estes Satanás não pode tocar, pois Deus os guarda (1 Jo 5.18).
O Dr. Augustus Nicodemus diz que a ideia transmitida pelo verbo “jaz” é de passividade tranquila. A humanidade está deitada placidamente nos braços de Satanás, adormecida e entorpecida, enquanto é conduzida para a destruição.
O Diabo encabeçou uma rebelião no céu de tamanha proporção que levou um terço dos anjos consigo, enganou Eva e Adão e continua a semear destruição, lutando ferrenhamente contra os eleitos de Deus para cumprir sua tarefa de matar, roubar e destruir. Algumas de suas ações:
1. Tenta a todos (Mt 4.1-11);
2. Possui armas poderosas de intimidação (1 Pe 5.8);
3. “Devora” as pessoas (1 Pe 5.8);
4. Faz propostas contrárias à vontade de Deus (Mt 16.23);
5. Possui pessoas que não tem o Espírito Santo, habitando nelas (Mc 1.34);
6. Leva as pessoas a fazerem loucuras e coisas abomináveis (Mc 5.1-20);
7. Mata, rouba e destrói (Jo 10.10);
8. É o Pai da mentira (Jo 8.44);
9. Disfarça-se de um anjo de luz (2 Co 11.14);
10. Cega o entendimento do ser humano (2 Co 4.4);
11. Semeia joio e confusão no seio da igreja (Mt 13.24-30);
12. Lança fermento de falsas doutrinas no seio da igreja (Jd 4-13);
13. Aprisiona os crentes que vivem no pecado (2 Tm 2.25-26);
14. Intercepta as orações dos santos (Dn 10);
15. Gera enfermidades (Lc 13.10-17);
16. Atormenta as pessoas que não perdoam (Mt 18.23-35);
17. Jogas setas inflamadas (no coração e na mente Ef 6.16);
18. Inflama o orgulho (1 Cr 21.1);
19. Age em corações irados (Ef 4.26-27);
20. Rouba a palavra de Deus semeada no coração (Mt 13.18-19);
21. Se opõe ao pregador (Zc 3.1-5)
22. Resiste à obra missionária (1 Ts 2.18)
23. Faz sinais e maravilhas enganadoras (2 Ts 2.9);
24. Engana as nações (Ap 20.8).
O homem mais forte do mundo não pode lutar contra o demônio mais fraco, a pessoa mais inteligente não consegue vencer uma discussão intelectual contra o Diabo. Nenhum ser humano é capaz de vencer as trevas, somente os filhos de Deus.
As duas armas mais poderosas contra as trevas são a Palavra de Deus e a oração! A Palavra é tanto escudo como espada. “A Palavra do Senhor é provada; é um escudo para todos os que nele confiam” (Sl 18.30b). Com efeito, a Bíblia é fonte para nos escudar das mentiras e setas das trevas. Somente pela verdade discernimos o mal, a mentira, o engano deste mundo e pesamos as intenções e motivações do nosso coração (Hb 4.12).
A Palavra também é espada do Espírito para combater as trevas. Para sermos livre das mentiras satânicas precisamos vencer as tentações e armadilhas com a Palavra da Verdade, assim como Cristo fez no deserto. Que o Senhor tenha misericórdia de nós, que saibamos usar as armas corretas, que são poderosas em Deus para destruir todo sofisma e pretensão que se levanta contra o nome de Deus (2 Co 10.3-5) e sua vontade.
Pr. Hélder Rodrigues
GUERREANDO DE FORMA CORRETA
As guerras que o povo de Israel enfrentou no Antigo Testamento eram muito mais do que a luta bélica entre nações inimigas, era a representação das batalhas espirituais que esta nação travava contra as trevas e o pecado. O apóstolo Paulo nos ensina: “a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12).
Discernir contra quem estamos lutando é fundamental para alcançarmos a vitória! Muitos casais se digladiam sem compreender que a semente do mal é semeada nos corações. Onde existe carnalidade haverá espaço para o diabo atuar e, portanto, trazer toda espécie de confusão e até a morte.
Depois do milagre do rio Jordão, em que as águas se estacaram para o povo passar de pés enxutos, a primeira ordem que Deus estabelece é erigir um altar como memorial dos grandes feitos do Senhor. A segunda ordenança é a circuncisão, que significa a aliança divina com todos que se consagraram a Ele. Em seguida, celebraram a Páscoa como símbolo da libertação do Egito.
Estes fatos apontam para a orientação espiritual e a consagração que o povo teria que ter para enfrentar as “guerras físicas”.
De forma sobrenatural venceram a primeira batalha contra a inexpugnável Jericó, ao som da trombeta do sacerdote e ao grito de guerra, segundo a ordem divina, as muralhas caíram. Sem dúvida algo inexplicável para a ciência.
Na segunda guerra, uma cidade ínfima comparada a Jericó, os israelitas perderam a peleja. Por que? Por causa do pecado oculto no meio do povo: “O Senhor disse a Josué: ‘Levante-se! Por que você está aí prostrado? Israel pecou. Violou a aliança que eu lhe ordenei. Apossou-se de coisas consagradas, roubou-as, escondeu-as e as colocou junto de seus bens. Por isso os israelitas não conseguem resistir aos inimigos, fogem deles porque se tornaram merecedores da sua destruição.” (Js 7.10-12 – grifo do autor).
Perderam a guerra física porque quebraram uma aliança espiritual! É exatamente assim como funciona nossa realidade!!!
O israelita Acã roubou, dentre os despojos de Jericó, algo que Deus tinha ordenado explicitamente para não fazer (Js 6.18), com isso o exército pereceu. Isso nos ensina que o mundo espiritual governa o mundo físico!
Israel só venceu a guerra contra Ai depois que o pecado foi expurgado do meio deles. Que lições podemos aprender?
1. Que os soldados precisam estar em santidade para vencer as guerras;
2. As menores guerras podem ser pedidas não pela nossa incapacidade, mas devido aos nossos pecados;
3. O pecado individual pode levar todo o exército a perecer. Paulo ensina que ninguém vive para si (Rm 14.7);
4. A oração se torna ineficaz quando existe pecado oculto. Só há uma forma de vencer essa guerra: com arrependimento.
5. O desaparecimento do pecado abre portas para o novo de Deus.
Nossa maior guerra não é contra nosso semelhante e, sim, contra o diabo e contra os nossos pecados, então o que precisamos fazer é nos santificar por amor ao Senhor e obedecer pela fé para desbaratarmos grandes exércitos como foi nos tempos bíblicos.
“Contigo posso avançar contra uma tropa;
com o meu Deus posso transpor muralhas”. (2 Sm 22.30)
Pr. Hélder Rodrigues
PRINCÍPIOS DO LÍDER CRISTÃO
1. Servirei a Deus de todo o coração, buscando excelência em tudo o que fizer.
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. (1 Coríntios 10:31)
2. Darei o meu melhor, pois minhas ações gerarão frutos para a eternidade.
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. (2 Coríntios 4.17-18)
3. Me submeterei com humildade às autoridades estabelecidas por Deus sobre minha vida, respeitando os líderes e protegendo a minha igreja.
“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem”. (1 Pedro 2.13-14)
4. Viverei na dimensão de que sou ao mesmo tempo líder e liderado.
“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. (Efésios 5.21)
5. Ser líder significa ser padrão de boas obras, ser referência para os meus liderados, para a igreja e sociedade.
“Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras”. (Tito 2.7)
6. Falarei quando convém, se necessário, para edificação, exortação e consolo.
“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”. (Colossenses 4.6)
7. Receberei com alegria novos irmãos levando-os à comunhão no corpo da igreja.
“Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”. (Colossenses 3.15)
8. Avaliarei sempre minhas motivações. Por que estou agindo assim?
“Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus”. (1 Coríntios 4.5)
9. Terei sempre em mente que a minha luta não é contra o irmão, líderes ou a igreja e sim contra principados e potestades.
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. (Efésios 6.11-12)
10. Terei a certeza de que tudo que eu fizer no Reino pela motivação certa e princípios corretos haverá recompensa de Deus.
“Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos”. (Hebreus 6.10)
Pr. Hélder Rodrigues
NÃO PERCA O FOCO, CONCENTRE-SE NO QUE É IMPORTANTE
A vida é feita de escolhas. A todo momento estamos tomando decisões. Algumas delas positivas, outras negativas. Algumas nos impulsionarão, outras nos puxarão para trás. Há escolhas acertadas e escolhas insensatas. Há lutas que merecem nosso empenho; outras que drenam nossas forças. Há batalhas dignas de serem travadas; outras que tiram o nosso foco. Destacaremos aqui, alguns pontos:
Em primeiro lugar, não olhe pelas lentes do retrovisor; olhe para frente. O apóstolo Paulo diz que precisamos esquecer as coisas que para trás ficaram, para podermos avançar para aquelas que diante de nós estão. Se ficarmos sempre olhando pelas lentes do retrovisor, presos ao passado, não sairemos do lugar. Para avançarmos, precisamos nos desvencilhar de todo peso e amarras. Um corredor não pode ter bom desempenho com uma mochila pesada em suas costas. Há pesos que prendem nossos pés ao chão. Há amarras emocionais que nos impedem de caminhar vitoriosamente. Há pendências que adoecem nossa alma e tiram-nos o entusiasmo de viver. Não permita, portanto, que sua alegria seja roubada. Não consinta que sua alma fique presa no cipoal da amargura. Não coloque seus pés no laço do ressentimento. Não entregue sua mente aos devaneios e perturbações. Não terceirize seus sentimentos. Mantenha-se focado no que Deus chamou você para fazer.
Em segundo lugar, não discuta com os críticos, vença os seus gigantes. Quando Davi foi levar provisão para seus três irmãos mais velhos que estavam no campo de batalha contra os filisteus, tomou conhecimento da afronta que Golias impunha aos soldados de Israel. O jovem pastor, corajosamente, se dispôs a enfrentar o gigante. Seu irmão mais velho, Eliabe, irritou-se com Davi. Humilhou-o diante dos soldados de Saul. Tentou achatar sua estima e reduzi-lo à insignificância. Eliabe queria tirar o foco de Davi, mas Davi não o permitiu. Davi não gastou seu tempo nem suas energias com o irmão crítico. Ele tinha uma causa para lutar. Ele tinha um gigante a vencer. Ele tinha um opróbrio a ser tirado de Israel. Ele tinha uma guerra a ser vencida. Se você escutar seus críticos, você perderá a alegria, a paz, o sono, o apetite, o foco.
Em terceiro lugar, não discuta com os inimigos da obra, trabalhe com maior entusiasmo. Quando Neemias chegou em Jerusalém, a cidade já estava há mais de cento e vinte anos debaixo de escombros. O desânimo do povo era imenso. A oposição dos inimigos era esmagadora. A restauração parecia impossível. Neemias, porém, orou a Deus e agiu. Avaliou a situação e convocou o povo ao trabalho. Dispôs o povo nas funções certas, nos lugares certos, com a motivação certa. Os inimigos se levantaram para paralisar a obra. Usaram as mais diferentes armas para atingir Neemias, para enfraquecer o povo e para deter a reforma. Neemias, porém, enfrentou todos os ataques com oração e trabalho. Suportou todos os ataques e críticas com firmeza pétrea. Instou o povo a trabalhar e a vigiar. Quando todos os esforços dos inimigos foram baldados, tentaram a cartada do diálogo. Chamaram Neemias para assentar-se ao redor de uma mesa, mas ele disse: “Eu estou fazendo uma grande obra e não posso descer”. Neemias não perdeu o foco. Ele sabia que a distração podia ser fatal. Ele sabia que a obra de Deus não é para ser discutida, mas para ser realizada.
Em quarto lugar, não discuta a obra, faça a obra enquanto é tempo. Quando Jesus desceu do monte de transfiguração, havia um pai aflito, com um filho endemoninhado precisando de libertação. O pai já havia apresentado seu filho aos discípulos de Jesus, mas eles não puderam curá-lo. Em vez dos discípulos estarem comprometidos com uma agenda positiva de oração e ação, estavam discutindo com os escribas. Em vez de estarem fazendo a obra, estavam discutindo a obra. Em vez de estarem orando e jejuando, buscando poder para fazer a obra, estavam discutindo com os opositores da obra. Na verdade, os discípulos perderam o foco, gastando o tempo com uma discussão infrutífera. Ainda hoje, corremos o risco de perdemos nosso tempo com uma agenda que nada produz para o reino de Deus. Ainda hoje corremos o risco de gastarmos nosso tempo discutindo a obra, em vez de investirmos nosso tempo fazendo a obra. Não perca o foco, concentre-se naquilo que é importante!
Rev. Hernandes Dias Lopes
CONJECTURAS SEM FIM...
"Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo,
porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pelas orações
e pela súplica, com ações de graças (Fp 4.5-6)."
A ansiedade assola a vida dos homens. Um efeito básico da ansiedade é tornar as pessoas pensativas, pré-ocupadas, ocupadas demais com o amanhã, traçando infinitas conjecturas e, até mesmo, se firmando em impossibilidades que julgam possíveis.
Confundimos cautela e planejamento com ansiedade. Esta domina o ser humano de tal maneira que chega a paralisá-lo, impulsioná-lo a um comportamento que não muda o seu futuro, tornando-o improdutivo, apesar de despender expressiva vitalidade em conjecturas sem fim...
Esta vitalidade deve ser canalizada para pesar e analisar os prós e contras do problema, depois disso, tomar as decisões cabíveis. E assim “simplesmente” descansar, pois aquilo que lhe cabia foi feito. Logo, por que remoer, se contorcer?
O cristão precisa saber esperar e confiar, verbos que acalmam o ativismo do mundo. O amanhã pertence a Deus... o seu futuro está nas mãos Dele. Se você tem plantado, espere a colheita. Se não tem colhido, confie na semente. Possibilidades sem fim não levam a resultados práticos, a não ser o aumento da ansiedade.
A vacina da ansiedade é o relacionamento com Deus... Jesus Cristo se fez homem para descortinar uma sublime comunhão com seus filhos... o Emanuel, se fez conosco, para solapar nossos temores, libertar nossos medos, abarrotar nossa alma de esperança.
Assim, o relacionamento do divino com o humano nasce mediante a fé, ela é o mais eficaz antídoto da ansiedade, portanto quando maior a comunhão com Jesus, mais teremos fé, e quanto maior nossa fé melhor será nossa intimidade, logo mais em paz andaremos nos pastos verdejantes. Pois o Senhor é o bom pastor e suas ovelhas ouvem sua voz e o seguem...
Pensamento do dia: A voz de Deus ecoa no âmago, liberta nossos medos, apazigua nossa ansiedade, por isso, irei buscar Jesus em oração e mediante a leitura da Palavra para conhecer-lo mais e mais e, assim, ser liberto das conjecturas sem fim.
Pr. Hélder Rodrigues
SOMOS UMA BÊNÇÃO
A voz de Deus bradou a Abrão: “Sai da tua terra” e explicitou: da terra de “tua parentela e da casa de teu pai” (Gênesis 12.1).
O comando foi atendido... sem rumo certo, sem bússola ou GPS, “apenas” a certeza de discernir a voz do Todo-Poderoso.
O sacrifício da obediência levara Abrão a romper com seu elo familiar para receber uma aliança divina: “Sê tu uma benção” (Gênesis 12.2).
O imperativo de Deus, o convite do Senhor é do tamanho dele, por isso, sempre carregado de expectativas, esperanças e até mesmo da crise de fé: “como darei conta?”
O corte do cordão umbilical ascendeu Abrão a pai das nações. Por meio da aliança divina sobre ele “serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3).
Tornar-se uma benção é uma promessa carregada de exigências e renúncias, deste modo, como todos os que entregam sua vida a Jesus Cristo, terão vida e vida em abundância (João 10.10). Para isso, paradoxalmente, o cristão que não renunciar a tudo quanto possui não pode ser discípulo do Salvador do Mundo (Lucas 14.33).
As promessas divinas trazem em seu bojo mudanças. Mudanças poderosas e benditas. Estas promessas, ainda que sejam manifestações externas das maravilhas de Deus, produziram transformações internas: aumento da fé, da gratidão, da esperança e do amor ao Senhor.
Abraão tornou-se o pai da fé pela sua árdua peregrinação em terra alheia, habitando em tendas, sacrificando sua vida e de sua família por amor a Deus.
Sua filiação celestial ecoou mais alto que sua paternidade terrena, por isso, Abraão, em seu coração, chegou a sacrificar seu filho pelo qual figuradamente o recebeu ressuscitado (Hebreus 11.19).
Abraão se tornou uma bênção porque obedeceu e os resultados retinem nos dias de hoje, pela fé, somos filhos de Abraão.
Diante do exposto podemos fazer um paralelo com a nossa igreja.
Somos uma igreja abençoada, porque somos eleitos pelo Senhor, vocacionados pelo Pai antes da fundação do mundo (Ef 1.4), cuja construção de tijolos e de caráter tem sido palpável.
Somos um exército vitorioso, porque as portas do inferno não prevalecerão contra a casa de Deus (Mateus 16.18), pois as muitas lutas ferrenhas enfrentadas contra as trevas o Senhor tem nos dado vitória.
Somos um povo abençoado porque somos governados pela Palavra e dirigidos pelo Espírito Santo, cujos frutos têm sido manifestos na vida de muitos membros...
Somos discípulos do Senhor lutando contra a carne, desejosos que o espírito seja fortalecido em Deus.
Somos nação eleita, povo de propriedade exclusiva de Deus, que ainda necessita ser tratado, tornar-se mais santo e consagrado, assim como o pai da fé que também cometeu seus erros, mas que não invalidaram quem ele era, pois quem foi Abraão? Abraão foi reflexo da glória divina que se deixou ser tratado, separado e santificado.
Com isso podemos afirmar: a Igreja Presbiteriana Manancial é uma bênção! Nós somos uma bênção!
Pr. Hélder Rodrigues
A MULTIDIMENSIONALIDADE DO PECADO
Indubitavelmente, o pior acontecimento da humanidade foi a entrada do pecado! O pecado subverte a verdade, perverte os pensamentos, os sentimentos, o entendimento e a volição. O salário do pecado é a morte e isto é tão sério que Deus enviou seu Filho, Jesus, para nos resgatar e perdoar de nossos pecados.
O pecado tem nuances infinitas e é multidimensional, tanto que a Bíblia usa 17 palavras para descrever a realidade do pecado; cada uma delas nos diz algo sobre o ato ou o efeito do pecado (texto abaixo dos termos é um resumo das páginas 205 a 211 do livro Teologia do Aconselhamento Cristão: mais que redenção. ADAMS, Jay E., 2016).
Termos no Antigo Testamento:
1. Avah (lit., “inclinação”) é o sentido de torto, isto é, fora do prumo. Descreve também uma chave danificada, que não se encaixa no cadeado. Tendo sido danificada já não pode ser usada para a realização do seu propósito. Assim, o ser humano designado para ser à imagem de Deus e honrá-lo, não pode mais agradá-lo, por conta do pecado (Rm 8.8).
2. Ra (lit., “destruir, arruinar”); A ideia aqui é que a criação de Deus tem sido arruinada pela iniquidade. A palavra é usada para designar a tribulação que a ruína produz. O pecado traz tribulação.
3. Pasha (lit., “rebeldia contra uma autoridade constituída”; “revolta”). Pecado é subversão; é rebelião contra Deus, contra sua lei, seu governo. O que aconteceu no jardim foi uma tentativa de subverter o governo de Deus.
4. Rasha (lit., “agitação, confusão, perturbação”). Pessoa agitada que corre para e de algo sem saber para onde ir. Uma pessoa que cria perturbação, agitação, confusão.
5. Maal (lit., “traição, quebra de confiança, infidelidade”). É a violação de uma aliança, com Deus e com o próximo.
6. Aven (lit., “nulidade, vaidade, comportamento inútil”). É o esforço sem resultado; a palavra se refere a um viver indigno, sem objetividade, inútil, improdutivo.
7. Ashan (lit., “culpa” por negligência ou ignorância).
8. Chata (lit., “errar o alvo, vagar, falhar”). A noção de não se conformar aos padrões de Deus, da falha em não cumprir suas exigências.
9. Amal (lit., “labor, tristeza”). Remontando à maldição de Adão e Eva, enfatiza a ideia de que o pecado tornou a vida um fardo. Dor, angústia, o “problema do mal” estão associados a este conceito.
10. Avail (lit., “injustiça, parcialidade). É o rompimento com o que é justo, com a igualdade. Iniquidade.
Palavra do Novo Testamento:
11. Hamartia (lit., “erra o alvo”) corresponde ao termo Hebraico Chata. O que peca erra o propósito da vida. A flecha lançada com imperícia que erra o alvo.
12. Parabasis (lit., “cruzar a linha da fronteira”). Alguém ultrapassando uma linha proibida, desconsiderando o aviso de “Não ultrapassar”. No Jardim do Éden Deus estabeleceu um limite, mas Adão e Eva, insolentemente, ultrapassaram.
13. Anomia (lit., “ausência de lei”). Os fora da lei são os que vivem como se Deus não tivesse proposto leis. O grande autoengano do homem é acreditar ser seu próprio legislador.
14. Parakoe (li., “desobediência a um chamado”). Quando o chamado divino é desobedecido (2 Co 10.6).
15. Paraptoma (lit., “cair” quando se devia estar de pé). Fracassar capta bem a nuança desta palavra. É como cair de Deus por nossa falta de dependência.
16. Agnoema (lit., “ignorância” do que se deve saber). “Ignorância da lei não justifica ninguém”.
17. Hettena (lit., “defeito ou falha”). Quando tentamos dar a Deus uma parte de nossa vida, tentamos compartimentar nossa fé ou separá-la de outras atividades, caímos neste pecado de Hettena.
Diante do exposto, é necessário compreender que todos pecaram e estão destituídos da graça de Deus, mas o dom gratuito, diz o apóstolo Paulo, é a salvação em Jesus Cristo (Rm 3.23-24). Só existe uma forma de vencer o pecado, por meio de Jesus mediante sua Palavra e o Seu poder. Para tanto, há uma necessidade imprescindível de arrependimento e confissão. Por isso a Bíblia é tão enfática a examinarmos a nós mesmos com assiduidade, pois o arrependimento deve ser constante, uma vez que normalmente pecamos. Que tenhamos a humildade e a fé de pedir ao Senhor: não nos deixe cair em tentação.
Pr. Hélder Rodrigues
O CÉU JÁ É UMA REALIDADE AOS ELEITOS
E aos que predestinou, também chamou;
Aos que chamou, também justificou;
Aos que justificou, também glorificou. Rm 8.30
A obra da salvação é realização única e exclusiva da graça de Deus sobre os pecadores. É o Senhor que tem a iniciativa de ir até Adão/Eva quando eles pecaram: “Onde está?” é a pergunta que ecoa até os dias de hoje na vida de cada um de nós. O pecado nos afasta do Deus santo, mas o perdão gratuito do Senhor nos redime.
O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito é a salvação em Cristo (Rm 3.24). Assim, a predestinação é o decreto eterno, soberano e gracioso de Deus chamando pecadores ao arrependimento. Este chamado é tão poderoso que chega a ser irresistível! Por sua vez, eleição consiste na escolha exclusiva de Deus para resgatar os perdidos.
Paulo é enfático ao afirmar que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo. Qual o mérito do ser humano? Nenhum! E “em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade” (Ef 1.5).
Predestinação é a escolha amorosa e graciosa de Deus para nos resgatar do império das trevas e nos colocar no Reino do filho de seu amor (Cl 1.13).
Se Deus predestina então ele chama. Nas palavras do Rev. Hernandes Dias Lopes “A invencibilidade do propósito de Deus é a garantia absoluta de que aqueles que ele chamou não deixarão de alcançar a glória futura, pois o que foi forjado na bigorna da graça de Deus não pode ser quebrado pela vontade da criatura. Todo aquele que foi escolhido por Deus e é de Deus ouve suas palavras (Jo 8.47). Todo aquele que foi destinado para a salvação crê (At 13.48). Todo aquele que o Pai elege vai a Jesus (Jo 6.37, 39, 40, 44, 45)” (Romanos: o evangelho segundo Paulo, p. 311-312).
Todos que têm este chamado especial serão justificados. Justificação é um ato jurídico divino pelo qual o Rei dos reis declara que o pecador se torna justo! A sentença de condenação eterna que pesava sobre nós é substituída pelo perdão eterno. Não é algo que acontece paulatinamente, mas “um ato único e que não precisa ser repetido. Não existem graus de justificação, todos os eleitos são justificados da mesma forma” (Lopes, p. 312), ou seja, da condenação recebem a salvação. Todos os predestinados são eleitos, e todos os eleitos são chamados, e todos os chamados são justificados e, assim, glorificados.
“Aos que justificou, também glorificou” é interessante notar que o verbo no original está no pretérito perfeito. “A glorificação é um fato futuro que se dará na segunda vinda de Cristo, mas nos decretos de Deus já é um fato consumado” (Lopes, p. 313).
A despeito das lutas, sofrimentos e embates que passamos, todos que são chamados já têm um destino certo, serão glorificados e passarão a eternidade no céu. Na perspectiva divina isso já aconteceu, só falta vir à tona na esfera da nossa existência. Logo, pelo decreto imutável do Todo-Poderoso, todos os eleitos precisam viver sob esse prisma, o que só é possível mediante a fé.
Pr. Hélder Rodrigues
BATISMO: FÉ E OBEDIÊNCIA
O famoso jargão utilizado pelos apresentadores “quem quer dinheiro?” encontra lugar fértil no coração avarento do ser humano. Fadados ao sucesso, estes programas mexem com aquilo que é mais sagrado para aqueles que não têm Deus: o dinheiro.
Se perguntarmos na rua: “quem quer a bênção de Deus?” sem dúvida, a esmagadora maioria irá responder um sonoro siiiim, mas na realidade faltará, para grande parte, pelo menos duas coisas: fé e obediência.
"Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Fé e obediência, no cristianismo, são inseparáveis, é um binômio, assim, a demonstração de nossa fé está na obediência à Palavra de Deus, que é a manifestação de nosso amor a Ele.
Diante do exposto, apresento-lhes mais do que um mandamento do Senhor, um sacramento: o batismo. Logo, todo cristão deve ser batizado.
O batismo é um sinal, um selo do pacto da graça divina, ou seja, sua união com Cristo, simbolizado por lavagem cerimonial para uma purificação interior e a remissão de pecados (At 22.16, 1 Co 6.11) por meio do sangue de Cristo e a regeneração do Espírito Santo (Tt 3.5). Isso levará o batizado a uma maior consagração a Deus e crescimento espiritual, a fim de andar em novidade de vida (Rm 6.3-4).
Permita-me utilizar uma linguagem mais direta:
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Batismo é um sinal sacramental da Nova Aliança;
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Batismo é símbolo pelo qual Deus sela seus filhos, garantindo-lhes que estão incluídos na aliança da graça;
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Batismo traz a idéia de limpeza de nossos pecados;
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Batismo significa morrer com Cristo com nossos pecados e ressuscitar com Ele em santidade;
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Batismo é uma confirmação de nossa fé diante de Deus e dos homens;
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Batizar é expressão genuína da nossa obediência a Deus;
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Pelo batismo entramos numa comunhão/intimidade mais profunda com o Senhor;
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Pelo batismo crescemos espiritualmente.
Assim, se você ama o Senhor de todo coração, crê que Ele morreu na cruz do calvário no seu lugar para lhe dar vida e ressuscitou dentre os mortos, é lícito e necessário se batizar (At 8.36-38), pois é um ato de fé e obediência que resultante do seu amor a Jesus Cristo.
Pr. Hélder Rodrigues
MELHOR É DAR DO QUE RECEBER
“Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita.” (Mt. 6.2-3)
“Mais bem-aventurado é dar do que receber”, são palavras do Senhor Jesus, repetidas pelo apóstolo Paulo e ensinadas em toda a Escritura.
Lembramos de que é Deus quem supre todas as nossas necessidades. Ele faz isso usando a nós mesmos como instrumentos preciosos para abençoar a quem Ele quer. Não nos esqueçamos de que somos abençoados todos os dias pelo Senhor e que Ele sempre usa alguém para o cumprimento do seu propósito.
De fato, raciocinando as palavras do Senhor, vejo que é preferível ter para dar do que sofrer necessidade. Em nossa caminhada, precisamos compreender que fazemos parte de um projeto soberano de compartilhamento mútuo, pois ninguém é tão pobre que não tenha nada para doar e ninguém é tão rico que também não precise de nada. Todos podemos usar a generosidade para abençoar alguém e agradar a Deus.
A Bíblia ensina a fazer o bem a ajudar ao próximo sem se gloriar e sem esperar nada em troca. “E seu Pai que te vê em secreto te recompensará” (Mt 6:4). Na verdade fazemos obras de generosidade com o firme propósito de adorar a Deus. Agimos assim por que somos discípulos do Senhor Jesus e seguimos o seu exemplo. “Ele nos deixou o exemplo para que sigamos os seus passos” (1Pe 2:21).
Quando doamos o nosso tempo, o nosso amor, a nossa atenção, o nosso dinheiro e nossos bens estamos mais próximos de parecer com o Senhor Jesus, pois Ele se doou por inteiro entregando sua própria vida por nós pecadores. Não existe doação maior do que esta.
Amar e fazer o bem aos parentes e amigos chegados é algo inato em nós, no entanto, Jesus ensinou a ir além: “Mas quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados os mancos e os cegos, e serás bem aventurado, porque eles não têm com o que te retribuir, pois retribuído te será na ressureição dos justos”(Lc 14:13,14). Não duvide de que é melhor ser retribuído por Deus do que do que pelos homens. A Bíblia diz que quem se compadece do pobre, ao Senhor empresta, e este lhe paga o benefício (Pv 19:17).
Seja abundante na generosidade, pois ela agrada a Deus. Lembre-se, o Senhor não fica devendo a ninguém; Ele vai te recompensar. É claro que não devemos ser motivados a fazer o bem aguardando em troca o favor do Senhor. Não se trata de uma barganha como fazem muitas religiões. Devemos fazer apenas para agradar ao nosso Senhor em cumprimento de sua Palavra e manifestar o seu amor que está em nós; em outras palavras, fazemos o bem não para sermos salvos, mas porque já fomos salvos.
Sejamos abundantes na generosidade! Imitemos a Cristo, o Senhor, pois mais bem aventurada coisa é dar do que receber.
Pr. Eloízio Coelho
COMO CONHECER A VONTADE DE DEUS?
“Não me recordo (...) de um período(...) em que eu sincera e pacientemente busquei conhecer a
vontade de Deus pelo ensinamento do Espírito Santo, pela instrumentalidade da Palavra de Deus,
e tenha, por isso, deixado de ser orientado sempre corretamente. Mas se faltasse honestidade
no coração e retidão perante Deus, ou se não esperasse com paciência pela instrução de Deus,
ou se preferisse os conselhos de meus colegas às declarações da Palavra do Deus vivo, então,
eu cometia grandes erros”. Pr. George Mueller
Por que muitos cristãos tomam decisões equivocadas? Por falta simplesmente de uma orientação divina. Deus nos seus decretos santos e benditos estabeleceu graciosamente ser um Deus relacional, o Emanuel, Deus conosco... ou seja, o Deus presente, o Deus da verdade, o Deus do Consolo, o Deus da Exortação, simplesmente, o Deus Pai.
Quando enveredamos pelos pressupostos corretos estão marchando a passos largos para o resultado acertado. Caminhemos...
Premissa soberana: Deus tem todo poder para a realização dos seus eternos propósitos e vontade (Salmo 89.8);
Premissa relacional: Deus revela sua vontade para os seus filhos (João 15.15);
Premissa Moral: Todos os ensinamentos de Deus são verdadeiros e perfeitos (1 Jo 1.5).
Premissa volitiva: Deus deseja nos dar o melhor. Toda boa dádiva vem do pai das Luzes (Tiago 1.17)
Conclusão: Deus quer ensinar o nosso propósito de vida e conduzir os nossos passos a cada dia na direção correta.
O salmista graceja: “A tua Palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho” (Salmo 119.105).
Assim a Bíblia nos dá norteia toda a nossa vida (ilumina o meu caminho) bem como guia como uma tocha as decisões do dia a dia (lâmpada para os meus passos).
Diante do exposto o que preciso fazer para conhecer a vontade de Deus?
No caput do texto o Pr. George ensina:
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Buscar a direção de Deus com sinceridade;
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Esperar com paciência;
-
Confiar em Deus e
-
Ser conduzido pela revelação da Palavra.
Contudo os fatores que o levariam a cometer erros:
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Falta de Honestidade no coração (não deixar que os meus sentimentos falem mais alto do que Palavra de Deus);
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Falta de retidão perante Deus (viver em santidade);
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Impaciência ao esperar por Deus e
-
Preferir os conselhos dos homens às declarações da Bíblia.
Diante do exposto, podemos ter a convicção que Deus não só nos revela o porquê da nossa existência, qual o significado de nossa vida, o que é prioritário, bem como dirige nossos passos a pastos verdejantes.
Perguntas como: devo prestar vestibular em que área? Será que mudo de cidade? Este convite procede de Deus? Será este jovem é o homem da minha vida? Deveras tudo isto e muito mais temos a resposta em Deus, pois nós relacionamos com Deus Pai-Todo-Poderoso.
Creia, busque e espere a boa, perfeita e agradável vontade de Deus!
Pr. Hélder Rodrigues
SONHAR, REALIZAR, ADORAR!
Sonhar a alma revigorar
O espírito renovar
O coração alegrar
O corpo a realizar, marchar!
Grandes sonhos revelam ousadia
Requerem valentia
Promovem persistência, sem desistência
Provocam insistência e paciência!
Se há suor haverá proveito
Sonhar é subjugar a preguiça
Se há perseverança ocorrerá mudança
A confiança se firma na constância!
A repetição é mãe do aprendizado,
O arquiteto da realização
O pai da perfeição
Então deslumbrar-se o Deus da provisão!
Permanecer é ir além do conquistável
É desafiar o impossível
É crer no indizível
É esperar o invisível!
Quem sonha acredita, realiza e conquista
Quem sonha se encanta, se emociona, se
delicia...
Em cada suspiro um encontro
Com o sonhado, agora alcançado!
Sonhar acalma a inquietude da alma
No leito fácil adormece
A fé na provisão celeste
Semear ainda que seja no agreste!
Deus fez tudo encantador
Planejou o homem conquistador
Projetou um ser desbravador
Revelou um ser sonhador!
E se não alcança...
Não se lança na amargura ou tristeza
Compreende a força da correção
O Deus que disse não!
Na humildade e no renovo
Se lança noutro sonho
E encontra a maior realização:
Crer no Deus da provisão.
Sonhar, realizar, adorar!
Pr. Hélder Rodrigues
ALIANÇA INCONDICIONAL
Jacó foge! Jurado de morte pelo próprio irmão, que esperava a ocasião certa para ceifar a vida, o desejo de vingança pairava no ar, o sentimento de injustiça atormentava a alma de Esaú.
Rebeca, mãe dos gêmeos, sorrateiramente faz um plano para enganar seu marido Isaque. O patriarca queria seguir a tradição: dar a bênção ao primogênito Esaú. Entretanto, Deus tinha falado a Rebeca “o mais velho servirá o mais novo” (Gn 25.23). Isaque não alcança os desígnios divinos e Rebeca, tentando dar uma “ajudinha” para Deus, age na carne...
Plano feito, conversa ao pé do ouvido, ação orquestrada, Isaque, enganado, impetra a bênção e, assim, o enganador precisa desaparecer da vista de seu irmão.
O que passou na cabeça de Jacó na hora da fuga? Imagine o coração da mãe vendo sua família se decompor... os últimos dias de vida do patriarca com a vista comprometida perde a presença do caçula.
Rumo a uma nova vida Jacó é surpreendido num sonho no qual Deus aparece e promete: “Eu sou o Senhor, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque. Darei a você e a seus descendentes a terra na qual você está deitado. Seus descendentes serão como o pó da terra (...). Todos os povos da terra serão abençoados por meio de você e da sua descendência. Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; eu o trarei de volta a essa terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi” (Gn 28.14-15).
O que Jacó fez para receber tamanha promessa? Nada! Qual o seu merecimento? Absolutamente nenhum! É a bondade e a graça inexplicável do nosso Deus. Esta benevolência jamais é motivo para pecar, mas razão para adorar. Não somos merecedores e, ainda assim, o Senhor se aliançou conosco, assim como Jacó, Isaque e Abrão.
O apóstolo Paulo levanta a questão da graça infinita de nosso Senhor não se tornar um motivo de libertinagem: “Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? (...) Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.1-4).
O amor de Deus é motivo de entrega e rendição a Ele e não desonra para viver segundo os prazeres pecaminosos do pecado. É o que Paulo afirma categoricamente, é o que Jacó recebe no lugar do juízo, a graça para restauração e mudança de vida. “Então Jacó fez um voto, dizendo: ‘Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa, e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus. E esta pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo” (Gn 28.20-22).
O Senhor se revelou poderosamente a Jacó, apesar dele mesmo, cumprindo suas promessas aos patriarcas e continua agindo com bondade e misericórdia. Assim, nosso coração deve render graças em louvor a Deus e nossa vida espelhar a glória divina por meio da santidade.
Pr. Hélder Rodrigues
UM SONHO POSSÍVEL
Sonho com a igreja que ora 24 horas por dia, 7 vezes por semana, 365 dias por ano.
Que o fogo do Espírito seja tão marcante a queimar as impurezas do nosso coração e tão intenso que aqueça os invernos mais tenebrosos da nossa existência.
Que a Palavra seja proclamada com tanto ardor que só nos resta obedecê-la fielmente.
Que sejamos tão unidos que a sua vitória seja a minha conquista e o seu fracasso a minha derrota.
Sonho com a igreja que repudia o pecado em todas suas formas, maneiras ou nuances, mas ama obstinadamente o pecador.
Que a vaidade seja diuturnamente massacrada pela humildade.
Que o propósito maior de cada um seja morrer para si, assim de resplandecer a glória divina.
Sonho, sonho, sonho...
Com uma igreja que passe por um avivamento.
Avivamento que significa transformação de caráter!
Que seja um lugar de referência para a comunidade, ao bairro, à cidade...
Que seja conhecida no céu e temida nos recônditos das trevas.
Anseio que nossas atitudes sejam mais eloqüentes que nossos mais belos discursos.
Que nossa fé seja mais ferrenha que o aguilhão deste mundo.
Que os membros e líderes, em momentos de fraqueza, não se preocupem em parecer fortes, mas simplesmente declarem “estou fraco”, e encontrem um ambiente de consolo, e não, de julgamento.
Almejo que a casa de Deus seja a nossa casa, onde podemos ser nós mesmos, sem máscaras ou hipocrisia, sendo aceitos por todos, apesar das diferenças.
Sonho em ser um canal do sobrenatural de Deus, em participar de relampejos celestiais na Sua casa...
Senhor, o que são para ti sinais, prodígios e maravilhas diante do poder de transformar um pecador em justo?
Sei, Senhor, que isso só é possível se Graça se manifestar!
Mas, meu Deus, peço apenas ser um dos pequeninos instrumentos para realização de Sua glória
Jesus, dê-me a unção para inspirar minhas ovelhas... pois só é possível realizar este sonho se vivermos juntos...
Sonhar... Até quando sonhar? Nós cremos!
Pr. Hélder Rodrigues
A BÊNÇÃO DA COMUNHÃO
É possível plenitude de vida sem comunhão? Existiria felicidade sem relacionamentos sadios? Qual o sentido da vida se você não tem com quem celebrar? O que fazer no dia mal se você não tem quem lhe ajudar?
Muitos internautas estão aprisionados no mundo virtual porque não se relacionam bem com seu próximo. Os jogos os levam ao êxtase, mas também ao exílio... Muitos se relacionam virtualmente porque não conseguem viver de maneira plena com as pessoas à sua volta: familiares, irmãos da fé e colegas de trabalho.
Vida plena significa bons relacionamentos. O rei Davi declara: "Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!" (Sl 133) Ao contrário do que muitos dizem é agradável a convivência, mas para isto precisa haver unidade. A unidade é uma marca do Espírito Santo. É Deus que nos leva ao bom relacionamento, pois é Ele que nos ensina a amar e ser amados.
Relacionamentos fraternais além, de agradáveis, são bons, pois somos seres relacionais e sociais. Foi Deus que nos fez assim! Deus é um só, contudo, se manifesta em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Logo, a essência de Deus é relacional por isso somos seres relacionais.
Não existe espiritualidade sem comunhão. Aquele que diz que ama a Deus mas odeia seu irmão é mentiroso, declarou o apóstolo João. Espiritualidade é intimidade com Deus, redunda em relacionamentos saudáveis, de modo que podemos aferir nossa vida com o Eterno por meio da nossa comunhão.
"É como óleo precioso", complementa Davi, "derramado sobre a cabeça que desce pela barba, a barba de Arão até a gola das suas vestes." (v. 2). Que ilustração emblemática, o óleo tem muitos significados na Bíblia como por exemplo, cura e alegria. A comunhão produz cura, aliás, muitas doenças são causadas por mágoas, levando muitos a se tornarem rancorosos, amargurados e encaramujados. Lutas e dificuldades em relacionamentos não devem ser o motivo de nos fecharmos mas de buscarmos ser tratados por Deus.
Se temos dificuldade em relacionarmos então necessitamos de tratamento. Quando temos cárie vamos ao dentista, se quebramos a perna ao ortopedista se temos relacionamentos conflitosos nos achegamos a Jesus. A mesma causa que nos leva à dor, ou seja, relacionamentos belicosos, é fonte de cura e alegria. Como é bom viver em unidade.
Por último, o rei explicita: "É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre" (v. 3)
O orvalho é fundamental na Palestina, no norte de Israel fica o Hermom que umidifica aquela terra árida. Assim são os relacionamentos: revigoram o coração, umidificam a alma, renovam o vigor.
A unidade leva à comunhão e a comunhão revela pelo menos quatro grandes marcas: a presença do Espírito (Ef 4.3), o reflexo do amor, a consequência da fidelidade e a bênção do Senhor.
Pr. Hélder Rodrigues
DISCÍPULOS DE JESUS
O discípulo é aquele que segue em obediência o seu mestre como aprendiz e servo. O Mestre dos mestres, Jesus, partiu resolutamente em direção a Jerusalém (Lc 9.51), seu destino final, para morrer em nosso lugar e nos resgatar. Nesta “última” caminhada são revelados três homens que poderiam se tornar discípulos. O primeiro disse: “Eu te seguirei por onde quer que fores” (Lc 9.57).
Uma fala direta e forte do aspirante que nos lembra a decisão tão bela de Rute á sua sogra Noemi: “Aonde quer que fores irei, onde ficares ficarei!” (Rt 1.17-18). Mas Jesus revela que as intenções desse homem não eram de todo honrosas. Ele via multidões, milagres, fama e por isso queria se tornar discípulo. Por isso Cristo o confrontou: “as raposas têm covis, as aves do céu, ninhos, porém o Filho do homem não tem onde pousar a cabeça” (v. 58). Se os animais têm um lugar de repouso o Filho do homem não. Seu nascimento foi numa manjedoura, em suas peregrinações não havia lugar nas estalagens, na Judéia é rejeitado (Jo 5.18); na Galileia o expulsam (Jo 6.66); em Gadara rogam que saia daquele distrito (Mt 8.34); em Samaria lhe negam hospedagem (Lc. 9.53); a multidão o despreza desejando sua crucificação (Mt 27.23). O Senhor diz não a este homem!
O segundo aspirante é Jesus que chama: “Siga-me”. “Mas o homem respondeu: ‘Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai’ (v.59). Em Israel era considerado um dever propiciar uma sepultura honrosa aos mortos (Mq 6.8). De forma surpreendente Jesus declara: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus” (v. 60). O sentido da frase é que os “mortos” devem se encarregar do funeral de alguém pertencente ao seu próprio grupo. Antes da conversão estávamos mortos em nossos próprios delitos e pecados (Ef 2).
É evidente que Jesus não está ensinando que não devemos assistir e providenciar os funerais, mas destacando a sublimidade das questões relacionadas ao Reino celestial diante da última homenagem aos mortos.
O terceiro aspirante declara: “Vou seguir-te, Senhor, mas deixe-me primeiro voltar e despedir-me da minha família” (v.61). Ambos os pleitos, enterrar os mortos e despedir da família, são mais do que razoáveis, entretanto, Jesus sonda os corações... Em sua resposta: “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (v.62). Sem dúvida andar numa direção enquanto olha para o lado oposto jamais dará certo.
Muitos o rejeitaram porque suas obras eram más (Jo 3.19), inúmeros o abandonaram porque seu discurso era duro (Jo 6), outros quiseram seguir, mas não foram aceitos. Entretanto, Jesus inicialmente comissionou 12, depois 72 (Lc 10) dando-lhes “autoridade para pisar sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo nada lhes fará dano” (Lc 10.19). Agora, todos os nascidos de novo são chamados para ser seus discípulos, mortificar o “eu” e segui-lo e, assim, manifestar a gloriosa mensagem das boas novas, do amor transformador e do poder restaurador do Mestre em nossos corações. Que tipo de discípulo você é?
Pr. Hélder Rodrigues
A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
I. É CERTO QUE CRISTO VOLTARÁ?
É tão certa como foi a sua primeira vinda. As profecias bíblicas sobre o nascimento, morte, ressurreição e ascensão de Jesus se cumpriram literalmente no tempo determinado por Deus.
Existem mais de 300 referências proféticas só no Novo Testamento sobre a SEGUNDA VINDA. É a Palavra inerrante, infalível do Deus que não pode mentir que certifica a realidade da segunda vinda de Cristo.
a) Jo 14.3 = E QUANDO EU FOR…VOLTAREI E VOS RECEBEREI…
b) Ap 3.11 = VENHO SEM DEMORA
c) Mt 24.30 = ENTÃO APARECERÁ NO CÉU O SINAL DO FILHO DO HOMEM
d) II Pe 3.10 = VIRÁ, ENTRETANTO, COMO LADRÃO, O DIA DO SENHOR.
Os sinais proféticos apontam a preparação do cenário:
a) Dn 12.4 = O SABER SE MULTIPLICARÁ = Século da propulsão à jato, da cibernética, do computador, da internet, da engenharia genética, da tecnociência.
b) Mt 24.4,5 = O ENGANO RELIGIOSO = Ocultismo, orientalismo, missianismo, espiritismo, Nova Era, pentecostalismo em cruz, ciência se une ao místico.
c) Mt 24.6-7 = CONVULSÕES NATURAIS, SOCIAIS E POLÍTICAS = Guerras, fomes, epidemias, terremotos.
d) Mt 24.12 = MULTIPLICAÇÃO DA INIQUIDADE = Sociedade hedonista, sem absolutos, pã-sexualismo, imoralidade, despudor, pornografia, maldade, violência.
e) II Ts 2.3 = A APOSTASIA = a deserção da fé, o descomprometimento, o racionalismo, secularismo, liberalismo, ecumenismo.
f) II Ts 2.3 = O ANTICRISTO = A unificação política e religiosa do mundo, Nova Era, Consciência cósmica.
II. POR QUE CRISTO VOLTARÁ?
Na sua primeira vinda Cristo se esvaziou. Nasceu humilde. Num lar humilde. Num berço de palha. Cresceu pobre. Veio como servo. Veio como cordeiro. Veio como ovelha muda. Veio para morrer na cruz. Veio para se fazer pecado por nós.
Na sua primeira vinda entrou em Jerusalém montado num jumentinho. Foi humilhado. Cuspido. Surrado. Preso. Traído. Xingado. Pregado na cruz.
Na sua segunda vinda virá como rei exaltado. Como Senhor dos senhores. Como juiz de toda a terra. Virá como leão de Judá. Assentará no trono. Julgará as nações. Todo joelho se dobrará diante Dele.
1. Ele julgará as nações = Mt 25.31
2. Ele julgará os ímpios = Ele enviará os seus anjos para recolher os ímpios e lançá-los na fornalha de fogo ardente. Dir-se- lhes-á APARTAI-VOS MALDITOS. Os que escaparam da justiça terrena não escaparão da ira do cordeiro. Os pecados ocultos serão revelados do eirado. Naquele dia será julgado o segredo do coração dos homens. Os ímpios arderão como restolho no fogo. Desejarão a morte, mas esta fugirá deles.
3. Ele julgará os cristãos nominais = a) Mt 7.21-23 = Muitos naquele dia dirão: SENHOR, SENHOR… b) Mt 25.11,12 = As virgens loucas baterão à porta tarde demais; c) Mt 22.11-13 = Não há lugar no banquete sem veste nupcial; d) Am 5.18 = Aquele será dia de trevas e não de luz; e) Ml 3.2 = Quem pode suportar o dia da sua vinda?
4. Ele julgará as forças espirituais do mal = a) A falsa religião = Ap 18,2,20; b) O anticristo = Ap 19.20; c) O diabo = Ap 20.10.
5. Ele julgará a igreja = II Co 5.10 = PORQUE IMPORTA QUE TODOS NÓS COMPAREÇAMOS PERANTE O TRIBUNAL DE CRISTO. I Co 3.13 = MANIFESTA SE TORNARÁ A OBRA DE CADA UM… As obras serão testadas pelo fogo. Cristo virá para galardoar os santos. Virá para nos dar corpos glorificados. Virá para fazer novas todas as coisas. Virá para exercer justiça.
Quando Cristo veio ao mundo os céus se cobriram de anjos. Quando Cristo morreu os céus se cobriram de trevas. Quando Cristo voltar os céus e a terra serão abalados. Os ímpios tremerão. É o dia da vingança do Deus todo poderoso. É o dia do juízo. Tudo que foi feito às ocultas virá à luz.
Naquele dia Deus julgará o segredo do coração dos homens. Os livros serão abertos. Não haverá defesa. Não haverá desculpas. Quem não estiver no livro da vida será lançado no lago do fogo.
Mas para os remidos será dia de glória. Dia de coroação. Dia de recompensa. Dia do banquete. Dia do consolo. Dia do descanso. Dia eterno com Jesus e para Jesus.
Oh, dia glorioso! Maranata, vem Senhor Jesus!
Rev. Hernandes Dias Lopes.
Adaptado
DEUS QUE VIAJA CONOSCO
Com braço forte e mão poderosa Deus libertou seu povo da dura servidão de Faraó a ponto de o Senhor conceder aos judeus “uma disposição favorável da parte dos egípcios, de modo que lhe davam o que pediam; assim eles despojaram os egípcios” (Êx 12.36). Receberam roupas, objetos de ouro e prata.
Dá para imaginar a alegria deste povo? Era o cumprimento da promessa dada a Abrão 400 anos antes de que eles seriam uma nação peregrina, um povo escravizado, mas que sairiam com muitos bens (Gn 15.13-14). Foi exatamente isso que aconteceu!
Eles são libertos e seguem rumo à terra que mana leite e mel, entretanto “Deus não os guiou pela rota da terra dos filisteus, embora esse fosse o caminho mais curto” (Êx 12.17).
Em regra, nós queremos o caminho mais fácil, o mais curto, o mais rápido, ainda mais na era da informática... Mas o Todo-Poderoso trilha um caminho perfeito, muitas vezes doloroso e lento. Nessa jornada conduzida pelo Eterno questionamos a bondade de Deus, colocamos em xeque a justiça divina, nossa visão míope, imediatista, não consegue enxergar além de alguns passos, entretanto, o propósito divino para as nossas vidas é a eternidade, a nova Canaã.
Se 600 mil homens marchassem diretamente para Canaã levariam aproximadamente 2 semanas, mas o texto enfatiza: “se eles se defrontassem com a guerra, talvez se arrependam e voltem para o Egito. Assim, e Deus fez o povo dar a volta pelo deserto, seguindo o caminho que leva ao Mar Vermelho” (v.17). O tempo que eles gastaram no total foram 40 anos em vez de 15 dias!
Deus está no controle de tudo. Apesar da longa jornada, o Senhor estava com eles todos os dias: “Durante o dia o Senhor ia adiante deles, numa coluna de nuvem, para guiá-los no caminho, e de noite, numa coluna de fogo para iluminá-los, e assim podiam caminhar de dia e de noite” (v.21).
O caminho longo foi para prepará-los a fim de que fossem uma nação com Leis, estabelecer uma relação de confiança: o Senhor iria sustentar todo aquele povo no deserto. O Todo-Poderoso ele faz descer do céu o pão da vida, brotar água das rochas, as roupas e calçados, milagrosamente, não acabavam, de dia havia nuvem aliviando o calor causticante e de noite muralha de fogo protegendo do frio cortante do deserto...
Deus estava expurgando toda idolatria do Egito que arraigara no coração do seu povo, estava lhes ensinando a depender Dele com alegria, ainda que não compreendessem seus caminhos.
Na realidade, o tempo gasto, a princípio, não era para ser tão longo. Paulo revela “Deus não se agradou da maioria deles; por isso os seus corpos ficaram espalhados no deserto” (1 Co 10.5).
“Essas coisas ocorreram como exemplos para nós” (v.6), de modo que são explicitados 5 motivos pelos quais não entraram na terra prometida: cobiça (v.6), idolatria (v.7), imoralidade (v.8), colocar o Senhor à prova (v. 9), “queixas” (v.10), e o autor de Hebreus explicita mais uma razão: “incredulidade” (Hb 3 e 4).
Quantos de nós estamos dando voltas porque vivemos na prática destes pecados? Andamos em círculos e não aprendemos pela dureza de nosso coração, pela falta de temor. O apóstolo é claro em afirmar que “isso aconteceu como advertência para nós” (1 Co 10.11).
Muitos estão deixando de usufruir de uma vida abundante não porque Deus não quer abençoar, mas porque estão dando voltas, vivendo no pecado e julgando equivocadamente que está tudo bem...
A despeito de tudo Deus estava conduzindo o povo com toda Sua bondade, fidelidade e nunca os abandonou. Deus viaja conosco nesta peregrinação rumo à nova Jerusalém.
Pr. Hélder Rodrigues
DESAFIADOS POR DEUS
Deus está constantemente nos desafiando! Não para sucumbirmos tampouco para desistirmos, mas para nos impulsionar! Para irmos além! Para crescermos! Para superar nossos medos e confiarmos mais Nele... Somos filhos da promessa (Rm 9.8 e Gl 4.28) e, portanto, precisamos refletir a glória de Deus!
Deus criou o homem a sua imagem e semelhança e ordenou: “Encham e subjuguem a terra!” (Gn 1.28) e depois declarou: “cuide e cultive” o jardim do Éden. Que extraordinária missão!
O “Eu Sou” vocaciona Moisés para libertar seu povo do cativeiro de Faraó. O que ele tinha de especial? Autoridade dada por Deus, uma promessa e um cajado. Um homem para subjugar o maior império da época...
Josué está prestes a entrar na terra que emana leite e mel, promessa dada a Abraão há quase 500 anos, e Deus o encoraja: “Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará como você por onde você andar!" (Js 1.9)
O que dizer do chamado de Gideão para libertar o seu povo dos midianitas? 300 homens para enfrentar um exército de 120.000? Impossível, não é? Não para o Todo-Poderoso! As primeiras palavras que o Anjo do Senhor falou a ele: “O Senhor está com você, poderoso guerreiro” (Jz 6.12).
Jeremias se sentia uma criança e recebe a missão: “a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás” (Jr. 1.7) e continua: “Olha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares e também para edificares e para plantares” (v. 10). Ele foi constituído profetas sobre as nações e sobre os reinos, que grandioso!
Jesus comissiona seus discípulos a saírem sem “bolsa, nem alforje, nem sandálias” para anunciarem as Boas Novas do Reino... Ao retornarem o Mestre pergunta: “o que lhes faltou?” “Nada, disseram eles” (Lc 22.35).
Os exemplos são muitos: Jesus ordena os eleitos a pregarem o Evangelho a toda criatura, batizar e fazer discípulos de todas as nações. A igreja até hoje trabalha no ide.
Talvez você pense que estes desafios são para pessoas especiais, superungidas! Não, é para todos os filhos de Deus! Todos somos desafiados, Jesus olha para você e declara: você é sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-13).
Ele nos chama para os mais diversos desafios!
Somos chamados a viver pela fé, ou seja, a confiar na provisão do Senhor e não em nossa força. A fé crê que Deus é quem nos guarda e sustenta. Haveria então lugar para a ansiedade e medo em nossos corações? (Mt 6.25-34 e 1 Jo 5.16-17)
Somos chamados para confessar nossos pecados e reconhecer nossos erros! Isso requer coragem e humildade. Os que confessam e se arrependem alcançam a misericórdia de Deus (Pv 28.13)
Somos impelidos como filhos da obediência a sempre dizer a verdade e fazer o que é certo! “Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.37).
Somos impelidos a amar sem se importar com quem e sem esperar nada em troca! É tão desafiador que devemos “amar nossos inimigos e orar pelos que nos perseguem” (Mt 5.44) para que nos torneis filhos de nosso Pai celeste.
Somos impulsionados a dar exemplo. “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo."
Como isso é possível? Mediante o poder de Deus, pela fé no Deus que nos capacita e nos leva além de nós mesmos, e pelo empenho firme e constante para que a nossa velha natureza morra a cada dia, fazendo ressuscitar o novo homem revestido de glória e poder.
Pr. Hélder Rodrigues
SOMOS LUZ DO MUNDO
A visão estabelece o caminho. Tudo o que fazemos no dia a dia, a forma como trabalhamos, a maneira como nos relacionamos, nossos sonhos e objetivos, tudo decorre da nossa visão de mundo e de nós mesmos.
Jesus nos ensinou “os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz” (Mt 6.22).
Aquilo em que fincamos nosso olhar é o foco da nossa vida, pois olhamos, admiramos, desejamos o que está em nosso coração. Mas o sentido inverso também é verdadeiro, os olhos também purificam ou sujam o coração. Nas palavras de Jesus: “Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!” (Mt 6.23).
Portanto, a nossa visão estabelece a direção. Além disso, a maneira de interpretarmos o que vemos pode mudar toda a realidade. De fato, se a luz que estiver em nós for trevas quão submersos na escuridão estaremos. Ou seja, se a “verdade” ou sua interpretação for equivocada, estaremos em grandes apuros!
O Evangelho não é apenas a verdade mais sublime que podemos crer e compartilhar, mas também a mais relevante, por isso é absoluto e urgente!
Uma das perguntas mais essenciais da existência humana é: “quem eu sou?” e “qual o sentido da minha vida?” Não importa quem você seja, qual o seu sexo, sua cultura ou condição sócioeconômica, esta é uma realidade que permeia a existência humana.
Muitos cristãos têm uma visão míope ou distorcida de si próprios. Jesus nos vê: “vocês são luz do mundo” (Mt 5.14). Somos luz do mundo porque o brilho da verdade celestial acendeu em nossos corações. Deus deu um novo sentido e significado para a nossa vida, o Eterno revelou e continua desvendando seus desígnios. Assim, nossos passos não são dados aleatoriamente, como alguém que vagueia sem rumo, temos um destino certo, um propósito estabelecido, nossa vida transcende nossa existência, pois fomos criados para a eternidade.
Somos luz do mundo porque as trevas são dissipadas pela verdade. O medo do amanhã é solapado pela segurança e a certeza de que o Senhor está conosco todos os dias.
Somos luz do mundo porque seu fulgor nos aquece no inverno, por meio da Sua glória somos fortalecidos em suas promessas e compreendemos que em tudo Deus tem um propósito, inclusive em meio as dores e tribulações.
Somos luz do mundo para iluminar os que estão em nossa volta: “Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, e assim ilumina a todos os que estão na casa.” (Mt 5.15). Deus nos coloca em diversos lugares, seja no colégio, trabalho, vizinhança, e na própria igreja, para fazermos diferença, inspirando as pessoas a crer e andar num caminho sobremodo excelente, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Somos luz do mundo, “assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mt 5.16). As boas obras revelam que somos filhos da luz, denotam que compreendemos os propósitos de Deus, explicitam que somos luzeiros neste mundo mergulhado em trevas. Deixe a sua luz brilhar!
Pr. Hélder Rodrigues
BENDIZER
Bendirei o Senhor o tempo todo!
Os meus lábios sempre o louvarão.
Minha alma se gloriará no Senhor;
Ouçam os oprimidos e se alegrem.
Proclamem a grandeza do Senhor comigo;
Juntos exaltemos o seu nome.
Sl 34.1-4
Os motivos pelos quais Davi neste Salmo expressa a sua mais profunda adoração ao Rei de Toda-Glória!
Ação do Salmista Promessa
Busquei ao Senhor (v.4) Ele me respondeu; Livrou-me de todos os meus
temores (v.4).
De nada têm falta (v.10)
Os que olham para Ele (v.5) Estão radiantes de alegria;
Seus rotos jamais mostrarão
decepção (v.5)
Este pobre homem clamou (v.6) E o Senhor o ouviu;
E o libertou de todas as suas
tribulações (v.6).
O Senhor os ouve e
os livra de todas as suas
tribulações (v.17)
Aos que temem (v.7) O anjo do Senhor é sentinela ao
redor (v.7)
Nada falta (v.9)
Provem, e vejam (v.8) Como o Senhor é bom.
Como é feliz o homem que nele
se refugiam! (v.8)
Para os justos (v.15) Os olhos do Senhor se voltam
Seus ouvidos estão atentos ao seu
grito de socorro (v.15)
O justo passam por muitas Mas o Senhor os livra de todas adversidades (v.19) (v.19)
Aos de coração quebrantado (v.18) O Senhor está perto e salva os espíritos abatidos (v.18)
Aos servos de Deus (v.22) O Senhor os redime; (v.22)
Ninguém que Nele se refugia (v.22) Será condenado (v.22)
Pr. Hélder Rodrigues
FAMÍLIA DA ALIANÇA
Deus ama a família, pois é um projeto divino. Não foi da vontade de Adão, mas do Senhor, em sua infinita sabedoria, criar Eva da costela do primeiro homem, alguém que lhe correspondesse e auxiliasse.
O casamento nunca estará fora de moda, porque nasceu no céu, não está sujeito à decadência, tampouco à cultura, é desígnio imutável, celestial.
O escritor e erudito Willian Henridriksen afirma que nenhuma instituição sobre a face da terra é tão sagrada quanto a família. Nenhuma é tão básica. Conforme a atmosfera moral e religiosa na família, assim será na igreja, na nação e na sociedade em geral.
Um homem (Adão) e uma mulher (Eva) é o tijolo básico de tudo que Deus fez! Deus é rei, e por ser Rei soberano governa todas as coisas e nada foge do seu controle. Criou o homem/mulher à sua imagem e semelhança para lhes dar a missão inigualável de dominar e povoar a terra.
Deus fez uma aliança santa e irrevogável com o ser humano, e este se tornou co-regente de Deus. O homem é a primazia da criação, acima de qualquer outra coisa criada. O primeiro casal do mundo recebeu o mandato cultural de cultivar a terra, o mandato social de viver em família e em sociedade e o mandato espiritual de ter comunhão com Deus. Esses mandatos foram outorgados a todos os seres humanos, a todos nós!
Ser co-regente do Rei não significa agir de forma autônoma, mas viver debaixo da ordenança e orientação bendita de nosso Senhor, o Rei do Universo.
A família é a base do relacionamento humano, bem como o alicerce do relacionamento de Deus para conosco. É o maior ícone da aliança de Deus.
Quando vemos o arco-íris lembramos do juízo de Deus para com os homens duros de coração que viviam na iniquidade, mas também, a graça redentora do Senhor para com a família de Noé. O arco-íris é a representação divina de que a Terra jamais será novamente destruída por águas.
Assim, o casamento simboliza a Aliança de Deus para com seu povo. Paulo enfatiza essa grandiosíssima dádiva quando, falando num contexto de casamento, remete ao glorioso mistério de Cristo e à igreja, ou seja, Cristo, o noivo, e a igreja, a noiva: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Este é um mistério profundo, refiro-me, porém, a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32).
Isso é tão singular, nobre, divino que Jesus declara - o que Deus uniu não separe o homem. Deus sonhou com o casamento, então ele mesmo é que sustenta o casamento e ensina preceitos e verdades para que a família viva em paz e com plenitude.
É através do amor de Deus que podemos decidir permanecer fiel na aliança do casamento e, quando acaba o vinho, Jesus tem o poder de transformar a água em vinho. Quão grande é o casamento! Quão grande é a família! Quão grande é a aliança divina! Quão grande é nosso Deus!
Pr. Hélder Rodrigues
IDOLATRIA DOS SENTIMENTOS
“Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador.
Por causa disso os entregou a paixões vergonhosas...”
Rm 1.25-26
O apóstolo Paulo, no capítulo primeiro de Romanos, revela o cerne do julgamento de Deus sobre o ser humano, que suprimiu toda a verdade divina pela injustiça (Rm 1.18-19). Dessa forma a ira de Deus é manifestada dos céus contra toda impiedade humana.
Num raciocínio dedutivo vemos, nesse texto, que Deus se manifestou desde a criação com seus atributos invisíveis, seu eterno poder e sua natureza divina tão claramente compreendidos por meio das coisas criadas, tornando os homens indesculpáveis (Rm 1.20).
Embora tendo conhecido a Deus não o glorificaram, mas seus pensamentos fúteis e o coração insensato obscureceu-se (Rm 1.21) de tal maneira que adoraram a criatura em lugar do criador. Como consequência, tornaram-se loucos (v. 22), idólatras (v.23 e 25) a ponto de Deus os entregar a si mesmos. Os homens foram entregues a si próprios...
“Deus os entregou à impureza sexual” (v. 24), “Deus os entregou a paixões vergonhosas” (v. 26) e “Deus os entregou a uma disposição mental reprovável” (v. 28).
A ira de Deus, ou seja, o perfeito julgamento e justiça do Senhor, se manifesta contra todos que desprezaram o conhecimento divino (v.28) para dar vazão aos seus desejos nocivos e descontrolados.
Paulo fala que a entrega à impureza sexual se dá segundo os desejos pecaminosos do coração e como consequência a degradação do seu corpo entre si. O ser humano se perde em seus desejos.
A Palavra de Deus afirma que a entrega a paixões vergonhosas é tamanha que os homens se inflamam até o ponto de trocarem as relações sexuais naturais por outras. “Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido por sua perversão” (v.27). O ser humano se perde em sua volição.
Quando a Bíblia revela a entrega a uma disposição mental reprovável para praticar o que não devia vemos que o ser humano se perde em seus raciocínios.
Logo, a perversidade dos sentimentos idólatras envolve o âmago do comportamento: desejo, volição e mente, tornaram-se loucos dizendo-se sábios (v.22).
Assim, a homossexualidade é a idolatria dos sentimentos e desejos pervertidos contrários `a vontade santa e perfeita de Deus. Não se trata de preconceito, mas do conceito claríssimo que vem desde a criação da humanidade: “criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gn 1.27)
Se o ser humano não controla seus apetites se torna escravo deles. Uma vez escravo vira idólatras porque não consegue viver sem satisfazer seus desejos. Isto envolve muitas áreas da vida - comida, bebida, dinheiro, sexo. Paulo é enfático ao declarar: “O destino deles é a perdição, o seu deus é o estômago e eles têm orgulho do que é vergonhoso; só pensam nas coisas terrenas.” (Fp 3.19)
Os mais céticos podem declarar “estes são argumentos bíblicos!” fazem tal assertiva querendo invalidar os propósitos e as verdades de Deus. É sobre essa cosmovisão que vem a ira de Deus porque tentam “suprimir a verdade pela injustiça” (v.18). O pensamento do presente século é cheio de sofismas, de justificativas injustificáveis, argumentos ardilosos e pervertidos porque seus desejos, vontades e raciocínios estão entregues a sentimentos ilusórios contrários à Palavra de Deus.
Paulo conclui seu raciocínio elencando 19 pecados (v.28-31) tais como depravação, engano, malícia, inimizade com Deus, arrogância e presunção... “embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte.” (v.32)
“O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por intermédio de Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Rm 6.23).
Essa pastoral não visa condenar ninguém, pois somos todos pecadores e carecemos da glória do Senhor, mas revelar a verdade para que por meio dela nos arrependamos, abandonando o pecado e recebendo o perdão gratuito de Deus.
Pr. Hélder Rodrigues
SEXO NÃO É PROBLEMA, IMPUREZA SIM
Sejam imitadores de Deus, como filhos amados, e vivam em amor, como
também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício
de aroma agradável a Deus.
Ef 5.1
O sexo é bom porque é criação de Deus. Mas a impureza sexual é má porque perverte o que é bom. O sexo apaixonado foi idealizado por Deus, é algo tão forte, tão divino que o Senhor dedicou um livro inteiro para celebrar o sexo puro no casamento: Cântico dos Cânticos.
Neste livro, Salomão revela a força da energia sexual, o anseio da entrega ao amado: “coloque-me como um selo sobre seu coração; como um selo sobre o seu braço, pois o amor é tão forte quanto a morte... nem muitas águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem levá-lo na correnteza. Se alguém oferecesse todas as riquezas da sua casa para adquirir o amor, seria totalmente desprezado.” (Ct 8.6-7)
O Autor sagrado compara o amor entre o casal com a morte, cujo valor é transcendental. Toda esta energia decorrente do impulso sexual é bênção quando experimentada no casamento.
A Palavra de Deus nos ensina a sermos imitadores de Jesus, vivendo em amor. Contudo, neste contexto, Paulo revela o perigo do desejo sexual, o que toma contornos ainda mais fortes da perversão do amor: a impureza sexual. É algo tão sério que somos exortados “entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça, pois essas coisas não são próprias para os santos.” (Ef 5.3).
A advertência é tamanha a ponto de afirmar: “vocês podem estar certos disso: nenhum imoral ou impuro, ou ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.” (v.5)
Somos salvos pela graça, é dom extravagante de Deus. Assim, uma vez que convertida, fruto do chamado irresistível do Senhor, o cristão deve dar frutos dignos de sua filiação em Cristo. Nesse sentido, Paulo diz que os imorais não herdarão o Reino de Deus, pois praticam algo totalmente contrário à natureza divina.
A imoralidade está diretamente associada à idolatria, a fome obstinada de satisfazer seus apetites, a ponto de o idólatra estar disposto até mesmo a desonrar a Deus e ao seu próximo. Assim, o adultério, a lascívia, a luxúria, são todos desejos da idolatria do prazer, o que deturpa o sentido singular do amor, colocando Deus num segundo plano, haja vista a disposição de fazer loucuras para extravasar a libido. É uma perversão!
A lascívia, como todo pecado, normalmente começa com pequenos deslizes: uma olhada, um pensamento, um argumento equivocado e assim o lascivo vai esgarçando a moral, deixando-se ser seduzido, encantando-se até se tornar escravo do seu desejo.
A questão se torna ainda mais complexa quando muitos, por vergonha e culpa, tentam se desvencilhar dos desejos carnais, mas por não terem forças suficiente acabam desistindo e mergulhando mais fundo na depravação sexual. A desesperança vence a força de vontade.
O que fazer? Precisamos tirar nossos olhos de nós mesmos e focar no Deus que tem todo poder para nos transformar de dentro para fora, Jesus Cristo, o Salvador! Jesus veio para resgatar o perdido, o pecador. Aqueles que reconhecem, se arrependem e pedem graça serão impactados com o fulgor e amor do nosso Deus.
Seremos amados de maneira singular, teremos alegria e gozo no espírito e, assim, os apetites depravados serão sucumbidos à medida que o fogo da paixão do nosso Senhor arder em nossos corações. Em consequência, a vida sexual será realinhada aos preceitos divinos: “Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude. Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela.” (Pv 5.18-19)
Pr. Hélder Rodrigues
SEXO COMO DÁDIVA DO SENHOR
"O corpo, porém, não é para imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo."
1 Co 12.13
Tudo que Deus fez é maravilhoso! O sexo é dádiva do Senhor para ser exercido dentro de uma aliança de casamento entre um homem e uma mulher.
Assim, o sexo não é sujo e muito menos do diabo, é criação divina, cujo propósito é a multiplicação da humanidade, bem como dar prazer ao cônjuge.
O sexo renova, fortalece e mantém os laços matrimoniais a ponto do apóstolo Paulo afirmar: “Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio.” (1 Co 7.5)
O sexo é algo tão importante na vida de um casal que apenas deve deixar de ser exercido por um propósito maior: a oração, por mútuo consentimento. Quantas mulheres barganham ou fazem “greve de sexo” para punir ou alcançar algo que desejam? Este é um comportamento pecaminoso e perigoso pois dá vantagem a Satanás para despertar a lascívia.
Se algo não está bom deve ser resolvido por meio do diálogo, oração e perdão, não com punição! Por outro lado, o marido precisa ser sensível, pois a melhor forma da sua esposa se entregar é verdadeiramente amá-la e respeitá-la.
Sexo fora do casamento é pecado! É a infidelidade, pois desonra a Deus, o cônjuge e o outro. A Palavra de Deus é clara: “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros.” (Hb 13.4).
A relação sexual entre namorados/noivos também é pecado, pois é antecipar uma bênção.
Você poderia imaginar a dádiva da humanidade se seguisse somente este preceito do sexo dentro do casamento? As doenças venéreas diminuiriam drasticamente, a Aids, a gravidez indesejada, não haveria mais prostitutas nem abuso sexual, ciúmes, mas tudo isso existe porque o ser humano desobedece os preceitos de Deus, preferindo viver na desonra a honrar ao Senhor. São possuídos pelos desejos lascivos em detrimento do fruto do Espírito, que é fidelidade e domínio próprio.
Muitos pensam “sou adulto e faço que quiser da minha vida, do meu corpo”, mas não é isso que Palavra de Deus ensina: “O corpo, porém, não é para imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo”( 1 Co 12.13).
O corpo não é prisão da alma, é criação de Deus. Nós somos seres indivisíveis, com corpo e espírito, assim, o que fazemos com nosso corpo afeta nosso espírito. “Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela”. A relação sexual não é apenas do corpo, mas tem influências em nosso espírito e, neste sentido, a Bíblia é clara ao declarar que nós somos templo do Espírito: “mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1 Co 7.17).
Somos santuário do Espírito Santo, fomos comprados por alto preço, pelo sangue de Cristo, não devemos usar nosso corpo para a luxúria mas para glorificar o nome de Deus. O sexo é uma dádiva que tem como preceito central: a relação sexual dentro de uma aliança chamada casamento entre um homem e uma mulher. Tudo o que passar disso é abominação aos olhos do Senhor.
Pr. Hélder Rodrigues
O ENTRETENIMENTO E O CRISTÃO
Entretenimento significa “distrair-se”, “entreter-se”. É uma forma, portanto, de recrear as pessoas desviando-as de suas preocupações cotidianas. É o ofício de captar a concentração de grupos ou indivíduos visando, sobretudo, o prazer.
O entretenimento infantil centra-se em jogos e brincadeiras, e é fundamental na aprendizagem, desenvolvimento, socialização e formação da personalidade da criança. Os adultos ensinam e transmitem várias formas de entretenimento através de muitas atividades apelativas às crianças, como os fantoches, palhaços, pantominas.
Deus nos fez seres dotados de emoções e sentimentos! Entre o choro e a alegria compreendemos o sentido da vida à medida que meditamos na Palavra e em Seus propósitos! O problema não é o lazer, mas a falta de limites em relação ao tempo bem como as diversas “brincadeiras” profanas e inconvenientes praticadas atualmente, inclusive por cristãos e seus filhos.
Recentemente, a Octagon Worldwide empreendeu uma pesquisa, a serviço da empresa Mastercard, com o objetivo de avaliar os padrões de consumo do povo brasileiro. Entre os dados averiguados descobriu-se que 93% dos brasileiros preferem, na esfera do entretenimento, navegar pelo universo virtual.
Prova disso é o jogo Pókemon GO, recém lançado (3/8) no Brasil e que já é uma pandemia... Em menos de 24h milhões baixaram o aplicativo. Veja que o boletim informativo do TJDFT, número 562, declarou:
“Os monstrinhos virtuais dos anos 90 pareciam inofensivos. Mais de 20 anos se passaram e, agora, surgem em uma realidade aumentada, transformando jovens em caçadores virtuais, em cenário real, a vida. Conectados com auxílio do Google Maps, eles se movem pelas ruas em busca de Pokémons! Assustador ou genial?
Olímpiadas que nada, isso já era! Os pokémons estão à solta e a vida toma novo rumo, com certeza, são zumbis de verdade. É a vida se recreiando dentro de um app.
Perigo vindo do mundo real, os boatos dizem que os dados dos usuários são compartilhados por meio dos google maps a outros jogadores. A base de dados do aplicativo, ainda por cima, seria utilizada por empresas a partir do Google. Nesse sentido, histórias de assaltos, furtos, atropelamentos e tiroteios, nada virtuais, vitimam essa multidão crescente de sonâmbulos”.
Destaco que o trecho acima foi extraído de um canal de comunicação interna de um órgão do judiciário brasileiro, sem qualquer tipo de filiação ou conotação religiosa, em respeito ao fato de o Estado ser laico, seja, imparcial quanto a essas questões.
No âmbito cristão há uma corrente que afirma que o Pokémon foi inspirado no antigo ritual de magia negra chamado Goetia, que consiste numa apologia direta a demônios. A caça é muito mais do que virtual, é espiritual! É a invocação de seres malignos em forma de diversão.
Diante do exposto precisamos ter em mente:
1. Tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus, isto inclui o lazer (1 Co 10.31). Se nos seus momentos de lazer você se percebe culpado ou com vergonha de Deus ou de outras pessoas é preciso rever suas atitudes.
2. O apóstolo Paulo ensina que tudo é permitido, mas nem tudo convém (1 Co 6.12). Neste contexto a ideia que ele traz é não se deixar dominar por nada além do Espírito Santo de Deus. Quantos estão escravos da internet, facebook, whatsapp, não conseguem se divertir ou ter momentos de prazer numa boa conversa pois só encontram satisfação nos estímulos virtuais? Outros são enlaçados pela tv, novelas, revistas de fofoca ou jornais sensacionalistas. Como podemos vencer isto? Colocando limites! Sim, devemos estabelecer horários para nossos filhos jogarem, assistirem televisão, estudarem, mas o exemplo deve partir de nós.
3. Precisamos aprender a julgar todas as coisas e reter o que é bom (Ec 11.1). Quando estamos nos entretendo nosso senso crítico diminui drasticamente, nos tornamos ainda mais influenciados. Por exemplo, você já se pegou assistindo um filme onde o “mocinho é o vilão” e você torce para o bandido?
4. O apóstolo Pedro usa termos firmes para que “não nos amoldemos aos maus desejos”, tais: “estejam com a mente preparada”, “prontos para agir”; “estejam alertas”, pois “somos filhos da obediência” (1 Pe 1.13) e por isso não devemos nos “conformar com o presente século” (Rm 12.1-2). O mundo fica fascinado com o virtual, com jogos de azar, mas os crentes depositam suas mentes e corações em Jesus, a verdadeira alegria dos homens.
O entretenimento na vida de muitos cristãos tem sido uma pedra de tropeço, são enredados em coisas sem valor, que alimentam a carne e enfraquecem o espírito. Isso tem levado muitos a desejar os prazeres mundanos em vez de banquetear com as verdades celestiais. Há um espírito de distração aflorado no presente século que leva as
pessoas a se tornarem levianas, a viverem excitadas pelos sentimentos. Se no iluminismo se apregoava “penso, logo existo”, no mundo pós-moderno atual a máxima é: “sinto, logo existo”. Mas o cristianismo nos ensina “creio, logo existo”!
Por que a busca por tanta diversão? Porque falta o essencial, as pessoas estão ávidas por entretenimento por não compreenderem que a verdadeira alegria provém do cerne da vida: amar a Deus sobre todas as coisas!
Pr. Hélder Rodrigues
MUITO ALÉM DO ESPORTE
Como seria o mundo sem o esporte? Apesar de não se poder precisar a data em que surgiu, é certo que algumas modalidades esportivas são praticadas há mais de 3 mil anos.
A prática de esportes é de grande importância na nossa vida, além de promover a saúde física e mental, desenvolve a psicomotricidade, a socialização, o respeito à coletividade e à individualidade, ensina a disciplina, a importância de cumprir e se submeter a regras, estimula a capacidade de superação e de realização. Nos ensina a lidar com o sabor amargo da derrota e a doce recompensa da conquista.
As crianças vivenciam situações da vida real de maneira lúdica, em um ambiente agradável. O juiz revela o aspecto da autoridade, o treinador o papel do amigo e conselheiro, a conquista só pode ser alcançada se estiver dentro das normas. Assim, quando o esporte é coletivo, aprende-se a importância da unidade, da estratégia, da liderança, de trabalhar em prol do outro para alcançar os resultados almejados. Pode ainda ser um grande estimulo para afastar-se do vicio ou não entrar nele.
O esporte tem a capacidade de agregar, de promover o convívio de maneira saudável, a despeito de diferenças políticas, sociais, religiosas, de quebrar preconceitos: nas Olimpíadas não há flamenguistas ou vascaínos, somos todos brasileiros.
Contudo, fico a pensar, se o esporte promove tudo isso imagina a piedade? Nas palavras do apóstolo Paulo: “Exercite-se na piedade. O exercício físico é de pouco proveito; a piedade, porém, para tudo é proveitosa, porque tem promessa da vida presente e da futura.” (1 Tm 4.7-8). Paulo não está dizendo que não devemos nos exercitar, mas, comparativamente, a piedade tem um valor e importância muito mais elevados. Se os atletas e praticantes de atividade física compreendessem esta verdade teríamos um mundo muito melhor.
Piedade é o bom temor ao Senhor. O apóstolo ensina que o exercício espiritual é superior, é transcendental, vale para esta vida e para a futura. Se o esporte desenvolve o físico, então o exercício espiritual fortalece o espírito.
Paulo, com os olhos voltados para os jogos olímpicos da Grécia, faz outra analogia com o esporte e o mundo espiritual ao declarar: “Todos que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre.” (1 Co 9.25)
Assim, ele enfatiza que como um atleta se submete a um treinamento rigoroso, que busca superar seus limites rumo ao alvo, fará ainda mais “esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo” (v. 27), ou seja, teria uma vida austera não como penitência, mas com objetivo certo “faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado” (v.27).
Paulo se esmerava na promoção do Evangelho. Apesar de ser livre, se fez escravo de todos para revelar a sublimidade da Palavra de Deus sobre a própria vida (1 Co 9.19-23). Ele queria ganhar adeptos, desejava com toda sua força que as pessoas fossem transformadas pelo Messias Jesus.
Ele tinha o discernimento do que é essencial e lutava com todas as forças para ser um instrumento precioso nas mãos de Deus. E nós, temos sido imitadores de Paulo?
Pr. Hélder Rodrigues
A DINÂMICA DA VIDA: AMAR!
“O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros como eu os amei.”
(Jo 15.12)
Toda a Bíblia está permeada do amor de Deus! Tudo o que o Senhor faz é a manifestação perfeita de sua bondade, poder e santidade. Deus é relacional! Fez o mundo, criou Adão e Eva para casar, se relacionar entre si e com Deus, multiplicar e dominar a criação.
Eles tinham a Terra para tirar seu sustento, para seu lar e deleite, mas também para ser o palco do encontro do Eterno com a criatura, todos os dias o Senhor se relacionava com eles.
Deus nos fez com o propósito de dominar sobre todos os seres criados, bem como de nos relacionarmos. Somos seres sociais! A vida não faz sentido sem relacionamentos! Com o pecado o elo foi quebrado, mas Deus decidiu continuar nos amando e nos deu uma segunda chance, por meio de Jesus!
Deus nos ama e nos ensina amar. O amor é muito mais do que um sentimento, é uma decisão, não é apenas uma atitude humana, mas divina, celestial! Assim, quanto mais andarmos com Jesus mais saberemos amar e ser amado.
Todo cristianismo está alicerçado no amor: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Precisamos compreender e crer que à medida que amamos a Deus somos transformados para cumprir o segundo maior mandamento: amar o próximo com a si mesmo. Portanto, quanto mais seu esposo amar ao Senhor melhor marido se tornará, quanto mais seu filho amar a Jesus melhor filho será.
Quando amamos a Deus acima de nós, então somos capazes de amor o outro como a nós mesmos. O amor não é uma opção é um mandamento, o amor não é obrigação é um deleite que requererá de cada um transformação para nos tornamos cada vez mais semelhante a Cristo. Quanto mais nos amarmos nos tornaremos mais parecidos com Senhor, logo quanto menos amarmos mais distantes de Deus estaremos. Contudo, este amor não deve ser apenas ao próximo bem próximo como cônjuge, filhos e alguns amigos, mas ao nosso semelhante que pode ser nosso próximo bem distante a ponto de não conhecermos. Quem ama verdadeiramente revela sua filiação, é filho de Deus!
Ser cristão é viver pela fé, ou seja, crer e se relacionar intimamente com Deus e atuar em amor (Gl 5.6). Analise suas ações e crenças e decida amar mais e mais, mas isto só é possível à medida que temos comunhão com o Senhor:
1. Se importe verdadeiramente com o outro (Rm 12.10, Fp 2.3)
2. Respeite efetivamente o outro (1 Co 13.5)
3. Doe seus dons e talentos sem esperar algo em troca (Mt 10.8 e 1 Co 12.7)
4. Prefira à honra uns aos outros (Rm 12.10)
5. Perdoe, pois esta é base de todo relacionamento sadio; é a manifestação súplice do amor (Mt 6.14)
6. O fundamento do amor é a bondade e a paciência (1 Co 13.4)
7. O amor é transparente e fiel (Rm 12.9 e Hb 13.4)
8. O amor é doador e serviçal (Mc 10.45 e At 20.35)
9. Quem ama persevera e espera (1 Co 13.7)
10. O amor incondicional não é uma relação com o outro (o que ele faz ou deixa de fazer), mas uma dinâmica (um relacionamento) de receber de Deus e fazer por amor ao Senhor (Mt 5.43-48)
Exerça o amor, seja um cristão, seja um reflexo do amor de Deus!
Pr. Hélder Rodrigues
Fim
FÉ GERA RECOMPENSAS
Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima
precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam”.
Hebreus 11.6
FÉ É DAR A DEVIDA CREDIBILIDADE AO DEUS INFALÍVEL. A fé não é um sentimento, mas a certeza da existência do Deus-relacional.
A fé não olha para o passado a fim de projetar o futuro. Não analisa as circunstâncias para predizer o amanhã, não se apoia em resultados para lançar metas a serem alcançadas. Tudo isto são ferramentas do planejamento.
A fé, porém, não é um termo humano, e sim espiritual. Não se move por sentimentos positivos ou por desejos pessoais, mas por uma convicção daquilo que o Senhor falou ao nosso espírito por meio da Palavra. A fé tem uma sustentação: inebriar-se de Deus. Para isso é preciso conhecer a Bíblia e, iluminados pelo Espírito Santo, seremos convencidos das verdades, mandamentos e promessas para vivermos de acordo com a vontade soberana de Deus.
A fé extrapola em muito a nossa razão porque há inúmeros aspectos do Reino de Deus que só podem ser discernidos espiritualmente: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Coríntios 2.14). O apóstolo Paulo é enfático ao declarar:
“Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.
Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1.18-24).
Nós nos ofendemos quando falamos a verdade e o outro não acredita. Por outro lado, quando uma loja analisa nosso cadastro e nos concede o crédito para comprar a prazo está implícito que somos dignos de confiança, pelo menos do ponto de vista financeiro. Assim, a ausência de fé significa, não dar a devida credibilidade ao Deus perfeito.
Agradamos a Deus não apenas crendo Nele, mas também, na sua Palavra e nas suas promessas. Por isto todas as nossas decisões devem estar alinhadas com as Escrituras. “Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca” (Salmo 119.4).
Muitas vezes o Todo-Poderoso requererá de nós algo que extrapola nossa razão, mas que quando agimos em fidelidade veremos sua glória.
Maria ficou perplexa com a promessa do anjo: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lucas 1.35). Mas a mãe de Jesus vivenciou que “para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lucas 1.37).
É natural tremermos e temermos quando somos chamados, comissionados ou ouvimos a voz de Deus. Quando o Senhor fala conosco, precisamos ajustar nossa conduta, comportamento e crenças à vontade divina. Isto muitas vezes gera crises, o que requer uma tomada de decisão pela fé. Veja:
Abel ofereceu melhor sacrifício que Caim;
Noé construiu uma arca no meio do deserto;
Abraão saiu de sua terra sem saber para onde iria;
Isaque deixou-se “fazer holocausto”;
Moisés preferiu ser maltratado, andar “errante” no deserto a usufruir dos prazeres transitórios do pecado;
A prostituta Raabe escondeu os espias;
Gideão guerreou contra um exército de 120.000 homens e creu que poderia vencê-lo com apenas 300 homens;
O jovem Davi lutou com o aguerrido Golias, de 2,90 metros de altura, com pedra, uma funda e cheio do poder do Espírito;
Daniel decidiu resolutamente não se contaminar com as iguarias do rei.
O que todas estas histórias têm em comum? A resposta a Deus pela fé, a ação em obediência.
Portanto, a fé vê o invisível, se apoia no incrível, crê no impossível. A fé é marchar em conformidade com a Palavra e não de acordo com os nossos sentimentos.
Por isso, quando respondemos em obediência, ainda que haja temores, somos honrados, pois deixamos que a voz de Deus ecoe mais alto que nossos medos. Deus se agradou dos heróis da fé no passado e continua se agradando hoje e fazendo maravilhas aos filhos da fé.
Pr. Hélder Rodrigues
AMOR INCONDICIONAL
O amor de Deus é inexplicável! É extravagantemente gracioso! Poderoso! Nada é mais sublime, marcante e transformador do que o amor do Senhor. As palavras não alcançam, as explicações são paupérrimas, o ser humano precisa provar e ver como o Senhor é bom (Sl 34.8)! A parábola do filho pródigo tem ensinamentos preciosos.
Um pedido profano, um pai generoso; um filho obstinado, um gesto grandioso. Uma herança dada, uma aliança quebrada, uma estrada marcada pela tristeza deixada. Distante, com dinheiro, o filho pródigo vive no mundão rumo à perdição.
Sem limites nem pudor esbanja na farra, levianamente quer o prazer pelo prazer, sem medir as consequências se afunda mais e mais... O dinheiro acaba, a fome assola, a miséria à porta golpeia! Ajuda não alcança, anseia a comida dos porcos, mas nem isso arranja.
A dor profunda não leva à revolta, mas ao arrependimento, uma fala visceral de um coração, agora, contrito: “Pai, pequei contra o céu e contra ti.” O retorno doloroso, a culpa aflora, o seu coração martela: “mereço ser tratado como escravo”. “Indigno sou!”
“Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, o abraçou e o beijou” (Lc 15.20). Que cena! A desonra ao pai revela seu amor incondicional: “Depressa, tragam a melhor roupa, põe anel no dedo e calçados em seus pés!” A urgência explicita a alegria extravagante por um filho que outrora estava morto e agora vive.
Enquanto dançavam e festejavam o primogênito chega... Seu coração explode, não de júbilo, mas de raiva; não de amor, mais amargor! O pai ao seu encontro vai, o filho revela a dor da sua prisão! Não estava no mundo, mas perdido no seio familiar. Não se sentia filho, mas um serviçal do pai: “Todos esses anos tenho trabalho como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos.” (v.29)
O caçula banalizou o amor do pai, o mais velho não soube receber este amor. A revolta foi destilada de seu coração, o desejo de justiça, ou melhor, de vingança é percebido a cada palavra: “quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas.” O irmão não entende o amor do pai pelo caçula, pois ele mesmo se perturba frente a tamanha bondade e compaixão.
O primeiro desonra o pai e reconhece, o segundo, vivia no seio familiar, em obediência, mas em momento algum se dirige ao seu progenitor como “pai”, cego de ciúmes, não pelo novilho gordo ceifado, mas pelo senso de injustiça aflorado. Sua obediência não era uma manifestação genuína de gratidão e honra.
“Meu filho, você está sempre comigo”, responde o pai, “e tudo o que tenho é seu” (v.31). É muito mais do que ele pediu, é muito mais do que ele esperava, o primogênito é banhado pelo amor incondicional do pai.
Ambos os filhos não compreendiam o amor incondicional do pai, um precisou se perder para ser achado, o outro foi encontrado perto, mas distante do coração. Fico a pensar: quantos cristão vivem assim?
Pr. Hélder Rodrigues
IDENTIDADE E TENTAÇÃO
Jesus é batizado não porque fosse pecador, mas para cumprir cabalmente a Lei de Deus (Mt 5.17). O céu se abre, a glória divina resplandece, do Trono celestial a voz do Pai ecoa na Terra: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.” (Mt 3.17)
O Espírito Santo desce revelando a instrumentalização pública para ações extraordinárias que o Messias, o ungido de Deus, faria: cura de enfermos, libertação dos cativos e salvação dos pecadores.
Assim, três sinais miraculosos aparecem: o céu aberto, o Espírito Santo desce e a voz de Deus audível, tudo para autenticar que Jesus é o Unigênito do Pai. Logo em seguida, Jesus é impulsionado ao deserto para ser provado. O Pai declara: “Jesus é meu filho”, contudo, o diabo tenta dissuadi-lo: “Se és o Filho de Deus... (Mt 4.3 e 5)
Que tipo de arma o tentador usaria para derrubar Jesus? Quais as insinuações mais fortes que ele jogaria para iludir o Messias? A resposta é sementes de dúvida: “você realmente é filho de Deus?”, contestando a identidade do Messias.
Se em Adão e Eva o anjo caído logrou êxito ao iludir a primeira mulher mentindo que ela se tornaria como Deus quando comesse do fruto, agora, o tentador é vencido pelo Rei da glória.
Isto precisa falar forte ao seu coração: a principal arma que Satanás usou foi questionar a filiação de Jesus. É exatamente isto que o príncipe das trevas faz com os eleitos de Deus. Assim, diante de uma enfermidade ele provoca: “Deus não lhe ama! Se lhe amasse não estaria passando por tantas dores”. Frente a um problema financeiro instiga: “Como um filho pode suportar tanta necessidade e privação?” Quando somos perseguidos inflama: “Como pode um filho de Deus passar por isto?” Ao sermos usados de forma graciosa pelo Eterno sussurra: “Você é o cara! Não precisa se submeter à liderança, afinal de contas você é mais espiritual do que todos eles!”.
A velha serpente enganou Adão, derrubou um terço dos anjos e nos fins dos tempos virá com enorme poder de sedução: “A vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o poder, com sinais e com maravilhas enganadoras. Ele fará uso de todas as formas de engano da injustiça para os que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça.” (2 Ts 2.9-12).
Multidões caíram no laço do diabo, incontáveis pessoas passam pela porta larga rumo à condenação eterna, estão fascinados com o presente século, são amantes de si mesmos, seduzidos pelo mundo, pelos prazeres carnais e banquetes terrenos, vivem no engano da injustiça, são corrompidos em suas vaidades, elucubrados em suas cobiças. Jesus é a luz do mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz porque suas obras eram más ( Jo 3.19).
Os três grandes questionamentos do diabo no deserto foram: não passe necessidade, transforme pedras em pães. Quantos se esfriam na fé em meio às provações? (Mt 13.22).
Em seguida: você não precisa trilhar o caminho da cruz, basta dar uma demonstração de poder no templo e se lançar e os anjos vão te segurar, assim o povo reconhecerá que é filho de Deus. Contudo, no mundo espiritual não há atalhos.
Por fim, o diabo promete a Jesus a glória dos reinos se ele se prostrasse e o adorasse. Isso revela o âmago desse ser: ele quer ser adorado no lugar de Deus, seu anseio é usurpar o lugar do Senhor. Ele anela com todas as forças seu coração, sua alma, sua vida em devoção a ele (diabo). Ou somos adoradores do Senhor ou estamos mergulhados em trevas cultuando os ídolos do nosso coração.
Jesus venceu, foi tentado e não cedeu, assim, os anjos lhe serviram! Permaneça firme na Palavra pois por conhecer, crer e aplicá-la de forma correta que o Messias triunfou no deserto da tentação. Sua arma foi a espada do Espírito (Ef 6.17).
Eleitos do Senhor, nossa identidade está aliançada em Jesus, somos filhos de Deus, assim, não deixe as circunstâncias, as lutas e a voz do diabo colocarem em cheque sua filiação.
Pr. Hélder Rodrigues
VIDA CRISTÃ IMPULSIONADA PELA ORAÇÃO
Nunca o homem se mostra tão grande como quando está em comunhão com Deus! Toda nossa vida, existência e razão de ser é se relacionar com o Senhor! Sem Deus não há vida! Sem comunhão não há plenitude! Sem oração não há intimidade!
Orar é a realização mais elevada do ser humano! Invocar significa crer; pedir é alimentar a esperança; procurar é ser diligente; bater é um clamor por misericórdia. Sim, Jesus ensina: “todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta.” (Mt 7.8)
O Criador fez o jardim do Éden, um lugar de delícias, palco do encontro entre o Eterno e sua criatura. Todos os dias lá estava Deus dando sentido e razão a tudo que criou, descortinando os mistérios do Seu ser... No Paraíso a comunicação com o Todo-Poderoso era plena!
O pecado adentrou... Corrompeu Eva, derrubou Adão, banidos foram pelo salário do pecado, a morte nasceu, fruto da desobediência. A rebelião surgiu: ouviram a velha serpente em detrimento da voz majestosa de Deus.
Contudo, o Pai já tinha decidido, já havia nos amado, o mundo não fora criado e você já fora escolhido!
A quebra da aliança de Adão não deixou Deus paralisado, nem titubeante, antes, em sua sapiência infinita, em seu amor incondicional, decidiu se encarnar, O Deus se fez homem, o Emanuel vem para nos salvar, nos libertar, para restaurar a comunhão perdida...
A pergunta feita desde os primórdios: Adão onde você está? (Gn 3.9) foi respondida pelo próprio Jesus resgatando os eleitos. O bom Pastor veio para dizer: segue-me e terá vida abundante, creia em mim e será salvo.
Deus em seus decretos eternos proporcionou um dos meios mais poderosos para termos comunhão com Ele, a manifestação de Sua graça: a oração! Assim, orar é falar, mas também ouvir a voz de Deus! É por vezes não dizer nada mas descortinar tudo com lágrimas e ser consolado. É clamar e ter respostas grandiosas e insondáveis... (Jr 33.3). Quando oramos adentramos nas promessas inefáveis do Senhor, oxigenamos nosso espírito, alimentamos nossa alma. A oração nos ensina a ritmar nossa vida com os propósitos divinos.
Sem oração, não há comunhão! Quanto mais oramos mais desejosos ficamos de orar! Porque somos saciados! Porque há um rio de vida derramado sobre nós quando nos colocamos de joelhos!
Calvino ensinou: “A oração inflama o coração do cristão a um desejo ardente de sempre buscá-lo, amá-lo, servi-lo, enquanto se acostuma a nEle refugiar-se em toda e qualquer necessidade.”
Entretanto, quanto mais distante de Deus menos desejo de orar, mais a carne governa nossos desejos e sentimentos, ou melhor, desgoverna. Quanto mais frios mais difícil é romper em oração, mais tempo precisaremos investir em oração e no meditar da Palavra, pois quando nossos olhos estão fitos neste mundo pouca disposição temos para as coisas do Alto.
Orar é erguer os olhos para céu, é contemplar a glória por meio da fé, é andar esperançoso pelas promessas do Senhor. Quem ora aprende a esperar. Espera não com tormento e ansiedade, mas com espera de esperançar...
Jesus inicia seu ministério com 40 dias de oração e jejum, suas decisões importantes eram precedidas de orações nos montes. O Filho de Deus orava e trabalhava... e quando iniciaria uma nova caminhada se retirava para orar. De joelhos ele enfrenta o seu maior desafio a cruz! Os apóstolos aprenderam a lição, os profetas eram homens de oração e você?
Pr. Hélder Rodrigues
FAMÍLIA, LUGAR DE REDENÇÃO
A família é projeto divino! Foi Deus que sonhou Eva para Adão. Diante da magnitude da criação, no penúltimo dia o Criador fez o único ser no céu e na terra à sua imagem e semelhança: Adão. Depois fez alguém que o auxiliasse e correspondesse: Eva. Assim, se o homem é a primazia da criação, então Eva o primor do homem.
Homem e mulher são o tijolo básico de tudo que Deus criou! O homem é o fundamento da criação, tanto que Deus lhe deu autoridade de dominar, subjugar e povoar o mundo. Portanto, a família é a base da criação e Jesus a pedra angular, o fundamento da humanidade, logo, das famílias.
A família é uma comunidade teológica! Moisés enfaticamente exortou o povo de Deus a ensinar seus filhos e netos a seguir os caminhos do Senhor: amá-lo com todas as forças, a ter o temor a Deus e obedecê-lo fielmente (Dt 6.1-9). “Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Dt 6.7)
Note que o ensinamento é constante! Sentado, no caminho e deitado. O ensinamento é o tempo todo! O ensinamento é com persistência e diligência! Trata-se de uma incumbência dos pais, pois o aprendizado começa em casa, não na igreja. A maior responsabilidade de ensinar os filhos a andar no caminho do Senhor é dos progenitores, e não do pastor ou professores da Escola Bíblica, estes são cooperadores.
A família é uma comunidade sociológica! Lá aprendemos a viver em conjunto, o que significa compartilhar um chocolate ou um brinquedo, a servir desde pequenino ajudando, por exemplo, a tirar o prato. A se submeter a regras, a obedecer aos mais velhos, a honrar os pais, a ser respeitoso e verdadeiro. É onde recebemos amor e amamos. É em casa que aprendemos tudo isto! Pesquisas apontam que a educação informal é a maneira mais eficaz do aprendizado. É dentro de casa que deveríamos aprender os maiores valores da vida: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
A família é uma comunidade redentora! Redenção significa libertação, reparo, salvação. Teologicamente é resgatar alguém do pecado. No contexto de Deuteronômio 6: “No futuro, quando os seus filhos lhes perguntarem: ‘O que significam estes preceitos, decretos e ordenanças que o Senhor, o nosso Deus, ordenou a vocês?’ Vocês lhes responderão: ‘Fomos escravos do faraó no Egito, mas o Senhor nos tirou de lá com mão poderosa.” (v. 20-21).
Por que devemos obedecer a Deus? Porque Ele é santo, perfeito e justo! Mas também porque o Senhor nos resgatou do império das trevas (Cl 1.13). Os israelitas foram salvos do jugo da escravidão. Então quando perguntarem porque devemos seguir estes preceitos divinos, a resposta é enfática: “porque Deus nos redimiu!!!”
Assim, quando houver desavenças na família, encare como uma oportunidade divina para agirmos de forma piedosa, ou seja, com amor e verdade.
Diante do erro o cristão não condena, mas perdoa. Diante da afronta não ataca, mas vira a face. Diante do mal vence-o com o bem. Diante da dureza do outro, dobra o joelho e fala com o Senhor. Diante de seu fracasso assume, não culpa. Quando cai o cristão pede socorro e misericórdia a Deus.
Quando alguém da família pecar agiremos de forma redentora, e não como promotores de justiça ou lutadores de MMA, mas como embaixadores de Cristo levando o outro aos pés da cruz por meio das verdades bíblicas que devem permear toda a nossa volição, desejos e ações.
O casamento e a família nunca estarão fora de moda porque não é uma invenção humana, mas divina. É no seio familiar que precisamos exercer com todas as forças a grandeza do Evangelho e, desta forma, sermos luzeiros a pessoas e famílias que estão destituídas da graça do Senhor!
Pr. Hélder Rodrigues
BODAS DO CORDEIRO
Conhecer a última visão de João em Apocalipse (leia Apocalipse 21 e 22) traz uma alegria indizível, uma esperança inabalável, um desejo profundo pelo retorno do nosso Senhor.
Tudo que Deus fez na criação foi bom, perfeito, maravilhoso... a queda da humanidade por meio de Adão levou à contaminação deste mundo, trouxe maldição sobre o ser humano, mas em Cristo temos a redenção. Nele há salvação e restauração daquilo outrora perdido no jardim do Éden.
Muitos de nós estamos abatidos porque nossos olhos estão fitos nesta terra, somos apegados demais a este mundo caído, mas devemos olhar para o alto, buscar as coisas de lá onde Cristo está assentado. Somosperegrinos, pois estamos de passagem, somos estrangeiros, porque temos uma pátria superior, a celestial!
Fomos criados para a eternidade! Fomos salvos para viver eternamente com o Senhor! Nossa vida deve estar focada na verdade sublime do retorno de Cristo e, portanto, de todas as bênçãos inefáveis que ele dará a seu povo, aos que são filhos de Deus.
Ao estrondo de muitas águas e fortes trovões é anunciado ao apóstolo João: “Aleluia!, pois reina o Senhor, o nosso Deus, o Todo-poderoso. Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.” (Ap 19.7)
O grande dia chegará ao som de muitas águas, assim a noiva, que é a igreja do Senhor, ataviada pela santidade, vestindo linho fino que representa os atos justos dos santos (Ap 19.8), participará das bodas do Cordeiro.
A comunhão plena dos filhos de Deus com o Senhor é expressa na figura do casamento: “a nova Jerusalém, a cidade santa, que descerá dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido.” (Ap. 21.2)
Toda nossa existência foi feita para o louvor de Deus, logo, o pulsar de nosso coração deve estar em sintonia com a vinda do Messias.
O céu é lugar de deleites indescritíveis (1 Co 2.9), um lugar onde não haverá choro, nem tristeza, nem morte (Ap 21.4), um lugar de novidade de vida (Ap 21.5), de comunhão absoluta com Deus (Ap 21.3), um lugar de usufruir das heranças do Pai (Ap 21.7), um lugar de recompensa de acordo com o que cada um fez (Ap 22.12), um lugar onde não haverá maldição nenhuma (Ap 22.3).
E para quem é o céu? Para os que lavaram suas vestes, ou seja, os que entregaram sua vida a Jesus (Ap 22.14). Quem não entrará no paraíso eterno? “Foram ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que comentem imoralidade sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira.” (Ap 22.15)
Alegre-se povo de Deus, participaremos dessa grandiosa Bodas do Cordeiro. Convide a todos a participarem das do Cordeiro, cujo ingresso é a fé no Senhor Jesus. “O Espírito e a noiva dizem: ‘vem!’” (Ap 22.17)
Pr. Hélder Rodrigues
A VIDEIRA VERDADEIRA
“Ele esperava que desse uvas boas, mas só deu uvas azedas.”
Is 5.2
O profeta Isaías descreve o cuidado do diligente agricultor: “ele cavou a terra, tirou as pedras e plantou as melhores videiras. Construiu uma torre de sentinela e também fez um tanque de prensa uvas."
A expectativa de quem semeia é a colheita, se há labor espera-se o resultado, mas não foi isto que aconteceu: “Ele esperava que desse uvas boas, mas só deu uvas azedas” (Is 5.2). Contrariando a expectativa as uvas não eram doces... Então o lavrador decide “derrubar a sua cerca para que ela seja transformada em pasto, derrubarei o seu muro para que seja pisoteada. Farei dela um terreno baldio; não será podada nem capinada; espinheiros e ervas daninhas crescerão nela.” (Is 5.5-6)
A ilustração possui um significado muito além do fracasso da vinha, ela representa a história de Israel, cujo Supremo lavrador plantou em terra fértil, cercou de cuidados e provisão necessários para que produzisse excelentes frutos, mas o povo de Deus só deu frutos de má qualidade. Assim, Isaías prossegue: “a vinha do Senhor dos Exércitos é a nação de Israel, e os homens de Judá são a plantação que ele amava. Ele esperava justiça, mas houve derramamento de sangue; esperava retidão, mas ouviu gritos de aflição” (v. 7).
Adão fracassou em obedecer ao Senhor, toda a população antes do dilúvio foi obstinada em seus pecados. Pós dilúvio vemos rapidamente a malignidade no descendente de Noé, o pregador da justiça. As nações pagãs que estavam foram da aliança divina viviam debaixo da desobediência, segundo seus próprios preceitos. Israel, o povo escolhido por Deus, foi contumaz em seguir seus desejos pecaminosos em detrimento do caminho Santo do Senhor.
Assim, por mais que Deus se empenhasse para abençoar seu povo, livrá-lo da escravidão, colocá-lo numa terra que mana leite e mel, a nação de Israel permanecia infiel. Uma videira que deveria dar frutos para a glória de Deus revelou frutos amargos da ingratidão e da obstinação do pecado.
Entretanto, Jesus é a videira verdadeira, aquele que veio no lugar da videira brava para dar frutos para a glória do Senhor, e enfaticamente declara: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15.1). Israel fracassa, Jesus triunfa! Jesus é nosso redentor que veio para trilhar o caminho perfeito e pelos seus méritos nos salvar.
De modo que todo aquele que nele crer será enxertado numa videira que só pode produzir frutos saborosos e nutritivos. “Todo ramo que, estando em mim, não der fruto ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda.” (Jo 15.2)
O agricultor-Pai corta os ramos infrutíferos e poda os que dão frutos para produzirem frutos ainda melhores.
Que tipo de frutos os cristão devem dar? De obediência aos mandamentos (v. 10), de permanência (v. 5, 7, 9) e amor ao próximo (v. 12).
Ao contrário do exemplo de Israel, Jesus é a videira verdadeira, nele somos justificados de todo pecado, somos limpos, perdoados... a videira que estava condenada a ser lançada ao fogo agora é enxertada na videira verdadeira. E mais do que isso, somos justificados, mas também chamados para a santidade e para a boa obra. A redenção é completa, perfeita, absoluta. Somos perdoados e alimentados para darmos bons frutos. Jesus declara: “sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (v.5). Entretanto, se permanecermos Nele, e suas palavras permanecerem em nós, pediremos o que quisermos e nos será concedido (v.7).
Somos salvos pela graça, de modo que recebemos a seiva perfeita do Senhor. Passamos lutas e tribulações para sermos podados a fim de que nossos frutos glorifiquem ainda mais o grande Agricultor.
Pr. Hélder Rodrigues
MARCARAM A HISTÓRIA
“O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes,
pelas cavernas e grutas.”
Hebreus 11.38
Rejeitados pelos homens, honrados por Deus. À primeira vista pode parecer que os homens de Deus eram indignos de viver juntamente com os letrados, de fina estirpe, os maiorais deste mundo, afinal, vagavam pelos desertos, pelas cavernas e grutas. Eram não apenas maltratados, mas mortos, não por serem salteadores ou profanos, muito pelo contrário. Foram perseguidos por proclamarem a verdade, viverem em santidade e revelarem a glória divina.
É o que o texto bíblico nos ensina, os homens ímpios, os seus algozes, é que não foram dignos de tê-los.
Veja Jesus nasceu numa manjedoura nada acolhedora porque não havia lugar para ele na hospedaria (Lucas 2.7). De fato não havia lugar no coração dos homens. “A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (João 3.19).
“Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa” (João 15.20).
Contudo a rejeição as Boas Novas, não é uma rejeição a sua pessoa, mas contra Jesus. Foi este o consolo que o profeta Samuel recebeu quando o povo ansiou um rei em detrimento ao governo teocracia: “Não foi a você que rejeitaram; foi a mim que rejeitaram como rei” (1 Samuel 8.7).
O mundo não é digno daqueles que renunciam tudo, mortificam sua carne, vivem na dimensão do Espírito, são guiados pela Palavra, e não, pelos sentimentos. Os que se esforçam para ir cumprir o maior de todos os mandamentos: “amar a Deus sobre todas as coisas”.
Por isso, eles venceram: “porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5.4).
Assim, foram rejeitados pelos homens, mas aceitos por Deus;
Odiado pelos seus perseguidores, amado pelo Senhor;
Desprezados na terra, mas honrados no céu.
A vida dos mártires não somente tem um peso especial perante o mundo, mas também na eternidade. O nome deles está arrolado no livro da vida, seu viver marcou a história, transformou vidas porque simplesmente decidiram viver pela fé.
Pr. Hélder Rodrigues
O LEGADO DA FÉ E O PECADO DA MENTIRA
Abraão viveu pela fé! Foi vocacionado e obediente! Desafiado e persistente! Sim “contra toda esperança, em esperança creu...” (Rm 4.18) Seu legado excede qualquer entendimento: tornou-se o pai de muitas nações. Ele honrou a Deus e foi honradíssimo pelo Todo-Poderoso.
A aliança divina feita sobre sua vida é tamanha que todos os povos da terra serão abençoados por meio de Abraão (Gn 12.3). Somos seus filhos pela fé.
A bênção extensiva da vida dele permeia gerações e gerações, fez parte da genealogia de Cristo, mas também sua bendita herança deu-se diretamente sobre Isaque, o filho da promessa, a quem Deus fala: “Tornarei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e lhes darei todas estas terras; e por meio de sua descendência todos os povos da terra serão abençoados, porque Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus mandamentos, meus decretos e minhas leis.” (Gn 26.4-5 – grifo do autor).
Isaque foi abençoado porque Abraão obedeceu ao Senhor! Deus é enfático no decálogo “trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem meus mandamentos” (Êx 20.6). A bondade de Deus é algo indescritível! Assim, pais, precisamos nos perguntar: Que legado temos deixado para nossos filhos?!
Se amarmos ao Senhor e obedecermos a Deus, além do exemplo, que é a melhor forma de se educar, nosso esforço será exponenciado pela bênção divina.
Por outro lado, a Palavra não omite o pecado de ninguém. Abraão pecou: mentiu, afirmando que sua esposa era sua irmã, o fez por medo. Este lamentável episódio ocorreu por mais de uma vez.
Assim, na mesma situação vemos seu filho Isaque mentindo, a história se repetindo (Gn 12.10-20, Gn 20.1-18, Gn 26.1-25). Comportamento ensinado, lição aprendida. A mentira é uma maldição! Ela é totalmente contrária ao preceito divino! Toda verdade emana de Deus, o Pai das Luzes, aquele que não muda como sombras inconstantes (Tg 1.17).
A verdade liberta, logo a mentira aprisiona. A verdade reflete a glória divina, a mentira encobre as trevas. Assim como Deus é o gerador de toda verdade, o Diabo é o pai da mentira.
Abraão mentiu, Isaque usou da mesma artimanha maligna, seu filho Jacó agiu juntamente com sua mãe Rebeca de forma traiçoeira, mentiu para o próprio irmão/filho. Salomão nos ensina: “Suave é ao homem o pão da mentira, mas, depois, a sua boca se encherá de pedrinhas.” (Pv 20.17)
Jacó foi vítima do mesmo engodo, trabalhou 7 anos por Raquel, mas descobriu na manhã de núpcias que tinha se casado com Lia, Labão o ludibriou.
As duas décadas de duro sofrimento das consequências do pecado não levaram Jacó a mudar nesta área. Ele fugira de seu irmão por causa da trapaça, mas Deus providenciou um reencontro, um quebrantamento, uma reconciliação... (Gn 33). Entretanto, Jacó pede para seu irmão ir à frente, pois ele tinha muito gado e crianças e assim seu passo seria lento. Promete a seu irmão que iria a seu encontro, todavia, vai para outra cidade. Jacó
novamente mentiu.
Não existe relacionamento sadio se houver mentira. Relacionamentos são enfraquecidos por falta de transparência. A mentira é como câncer que corrói a confiança, que destrói a reputação e desonra o nome de Deus.
A pedra da maldição seguiu rolando de pai para filho. Os filhos de Jacó mentiram ao pai quando venderam o próprio irmão José como escravo motivados pela inveja. Jacó desce a sepultura do luto por conta da mentira.
Abraão deixou um legado de fé incomparável, entretanto, não teve a firmeza de rejeitar com todas as forças a maldição da mentira. Usou dela como artifício de proteção em detrimento daquilo que Deus faria. Preferiu confiar na estultícia de seu coração a depender, neste caso, da proteção divina, como consequência, a história foi se repetindo de pai para filho nas gerações dos patriarcas... e continua contaminando a sociedade que é permeada do engodo das trevas.
Pr. Hélder Rodrigues
TEMPO CERTO, A DÁDIVA DO HOJE
“Para tudo há uma ocasião certa;
Há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu.” (Ec 3.1)
O tempo é presente de Deus! É a dádiva mais democrática que existe,independe de nossa idade, sexo, cultura, todos possuem 24h diárias. Assim, viver é lidar com o tempo, é compreender que cada fase da vida tem sua beleza e desafios, suas conquistas e lutas...
Lidar com o pêndulo do tempo não é algo natural, tanto que Moisés clamou ao Senhor: "ensina-nos a contar os nossos dias". Requer aprendizado, reflexão, sabedoria...
Se você soubesse que teria apenas mais 3 dias de vida o que faria?
Muitos ficariam tão angustiados que passariam suas últimas horas pensando na morte em detrimento do que poderiam usufruir no presente.
Outros, ancorados na culpa do passado, lamentariam, gemeriam, lastimariam, pranteariam com perguntas infindáveis: “por que fiz aquilo...?” “por que desisti...?” “ por que não valorizei...?” Este tormento levaria ao desespero.
Quantos ficariam tão atemorizados pelo desconhecido que não saberiam o que fazer, ficariam como um barco a deriva sem leme em meio à tempestade!
Alguns amargariam o tempo perdido. Desperdiçaram tanto esforço para conquistar dinheiro (Mamón) e se perguntariam se valeu a pena.
A morte é uma consequência direta do pecado! Todos passaremos por ela, a não ser que Jesus volte antes... Uma vida desatrelada do entendimento que fomos criados para a eternidade nos levará a uma existência rasa e superficial, buscando a glória do presente século em detrimento da vontade divina.
Há sim quem teria a lucidez de agradecer ao Criador da vida, o discernimento de despedir-se, a nobreza do abraço apertado nos amigos, a força para dar as últimas orientações à família, o prazer de ir na casa do Senhor e bendizer o Eterno. Portanto, tudo tem um propósito, a vocação familiar, ministerial, do trabalho, do cuidado com o coração, com o corpo, para cada uma destas áreas há um tempo certo.
Poderíamos fazer um exercício - se amanhã fosse seu aniversário o que você faria?
Neste sentido possivelmente muitos sonhariam com ações grandiosas: estar numa praia paradisíaca, ganhar um carro esportivo, ir ao shopping e se cobrir de jóias ou dos últimos modelitos...
Na quarta passada, celebrei ao Senhor mais um ano na Sua presença. Às 6h, pela misericórdia, mais uma vez pude abrir os olhos...
Conduzido pelo desejo de regar o jardim fui surpreendido com a singeleza rosada celestial, enquanto derramava água na grama meu coração se elevava em adoração.
Tive um tempo de qualidade me deliciando na Palavra do Senhor...Com o coração jubiloso fui à academia fazer força, você sabe, suar a camisa.
Ao chegar em casa sou presenteado pela melodia do piano e da flauta que a dupla Lara e Théo entoavam: Parabéns prá você...
Sentados à linda e farta mesa, quando chega o Rafael ainda bocejando... Em meio a uma conversa despretensiosa combinamosos últimos detalhes do dia... A Lara, cuidadosa, já tinha pensado em tudo.
Fomos almoçar num dos restaurantes prediletos e após tive a alegria de levar meus filhos na escola. Vou à casa de meus pais e relembramos algumas histórias. Sou então convidado por eles para tomar um café nestes lugares onde os quitutes são finos.
Quando chego na igreja verifico com a Rayane ações rotineiras e vou para a tarde da bênção, fiz questão de ir na casa do Senhor agradecer a dádiva da vida!
Durante todo dia recebo diversas mensagens de carinho que preenchem ainda mais o meu dia e tomam meu coração de gratidão.
Com o pôr do sol chegando passo na costureira para pegar algumas camisas, fruto das horas gastas na academia, e me desloco para a escola a fim de buscar o Rafael,dali seguimos para a aula de inglês. O tempo passa, o sinal apita e nos encontramos com a Lara e o Théo, juntos seguimos para a casa de um casal amigo onde somos recepcionados com amor e delicioso jantar.
Fico a pensar o que poderia ser melhor? O que mais preciso? Na realidade, grande parte deste dia foi permeado da minha rotina diária. Precisamos compreender que se morrêssemos em poucos dias deveríamos continuar seguindo as nossas ações corriqueiras pois o que fazemos é o reflexo da vocação celestial.
Viver é ter os olhos fitos em Deus e andar segundo os propósitos que Ele nos concede dia a dia...
Se você pensar que precisaria de muitas coisas quando a morte jaz à sua porta então provavelmente está no caminhado errado ou não compreendeu os desígnios santos e perfeitos para a sua vida.
A felicidade não mora do outro lado da rua, nem no emprego diferente, tão pouco em outra família, a felicidade é um relacionamento diário com o Senhor e fazer com amor tudo aquilo que chega às suas mãos.
Pr. Hélder Rodrigues
SABEDORIA PROVERBIAL
Inspirado na Palavra de Deus
Devotamos àquilo que amamos,
somos o reflexo do que adoramos.
A sabedoria vem de Deus!
O auto-saber é enganoso.
A sabedoria nasce dos humildes,
do arrogante vem a perdição.
A falta de humildade refreia o conhecer,
o soberbo se exalta no que é vão.
A humildade não é desconhecimento,
mas o reconhecimento de quem é Deus.
Reter a ofensa é reflexo dos orgulhosos,
na humildade e no amor se manifesta o perdão.
O amor é a mola propulsora de maior transformação,
na inveja e no rancor só há destruição.
Nos relacionamentos sadios há vida,
o acordo e o perdão levam à restauração.
Acusação produz medo e culpa,
exortação sábia modifica o coração do sensato.
O produto do amor é a paz,
não cessando o conflito como viver feliz?
Bem-aventurado quem recebe o perdão de Deus,
a maldição assola quem não se arrepende e confessa seus pecados.
A felicidade não é a razão maior da existência,
a adoração a Deus é plenitude de vida.
A raiz da ingratidão é a cobiça,
o contentamento está com os simples de coração.
A filosofia almeja o saber contínuo,
a sabedoria é revelada no amor e na retidão.
As emoções não são bom conselheiro,
a fonte de toda direção é a Palavra.
O coração não é a bússola do homem,
a revelação de Deus é sua inspiração.
Quem busca realizar apenas seus prazeres é insensato,
mas o sábio segue os propósitos divinos.
O sensato obedece a Deus,
mas a estultícia do coração justifica o agir rebelde.
A perseverança é a firmeza de propósito,
mas a instabilidade é ausência de disciplina.
O imprudente compra no rompante,
o sensato analisa e espera o momento oportuno.
Aquisição não é uma relação apenas de merecimento,
mas a capacidade financeira segundo os propósitos de Deus.
Conhecer as promessas de Deus fortalece o espírito,
olhar as circunstâncias abate o ânimo.
Se há verdade então há justiça,
a transparência é a medida da autenticidade.
Palavras verdadeiras destilam do caráter reto,
na bajulação há manipulação.
Palavras sábias curam e iluminam,
brilham mais do que o diamante.
Bom é ser bondoso,
a misericórdia triunfa sobre o juízo.
A diligência alavanca grandes projetos,
a preguiça leva ao fracasso.
O tempo enobrece o sábio,
pela diligência e santidade são cultivados dons e talentos.
O tempo é implacável com a mentira,
a verdade é perene.
O ser humano vive pouco,
mas seu espírito é eterno.
Quem vive voltado para a realidade terrena
pouco usufrui das bênçãos celestiais.
Viver é saber lidar com o tempo
e crer que fomos criados para a eternidade.
Pr. Hélder Rodrigues
DILÚVIO: JUÍZO E SALVAÇÃO
Já no início da criação a iniquidade humana afrontava a perfeição divina. O autor sagrado releva: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal.” (Gn 6.5) A disposição dos pensamentos era ardilosa, enganatória, cavilosa, sempre diametralmente oposta ao bem.
“Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e isso cortou-lhe o coração.” Numa linguagem antropomórfica é revelado o sentimento divino: “arrependeu” e “cortou-lhe o coração”. Deus não se arrepende de nada, pois todas suas ações são perfeitas, entretanto, trata-se de uma força de expressão para demonstrar a profunda dor do Criador frente à maldade do ser humano.
Assim, como consequência direta e exclusiva do pecado, Deus declara: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei”. (Gn 6.7) O juízo do Eterno é a mais perfeita manifestação da justiça, pois o salário do pecado é a morte. Conhecer a Deus é se deleitar no seu extravagante amor e infinita bondade, mas também, ter o temor a sua santa justiça, a qual não tem o pecador como inocente. “Deus é amor” (1 Jo 4.18) e também “fogo consumidor” (Hb 12.29).
A humanidade toda foi condenada! Mas Deus decidiu preservar Noé e sua família. Noé encontrou a benevolência do Senhor! A Palavra relata: “Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus”. (Gn 6.8-9)
Em Hebreus sua fé é enfatizada: “Pela fé Noé, quando avisado a respeito de coisas que ainda não se viam, movido por santo temor, construiu uma arca para salvar sua família. Por meio da fé ele condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé.” (Hb 11.7)
Se por um lado Deus traz juízo à humanidade por meio de águas, por outro, vem a redenção graciosa da família de Noé, pois o propósito do Eterno não era a destruição em si, mas a purificação da Terra e um novo começo. Tanto que em Gn 9.1 Deus abençoa Noé e seus filhos dizendo-lhes: “Sejam férteis, multipliquem-se e encham a terra. Todos os animais da terra tremerão de medo diante de vocês.” Isto é uma clara referência/endosso do mandato cultural que Deus já tinha dado a Adão: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu... (Gn 1.28).
O homem falha, Adão e Eva pecam, a humanidade vai se corrompendo, os homens tornam-se totalmente pervertidos, então Deus gera limpeza e das águas torrenciais faz surgir um novo começo.
Para explicitar sua aliança com Noé e com as futuras gerações disse Deus a ele e seus filhos: “Vou estabelecer minha aliança com vocês e com os seus futuros descendentes (...) Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio sobre a terra. (...) O meu arco que coloquei nas nuvens será o sinal da minha aliança com a terra. Quando eu trouxer nuvens sobre a terra e nelas aparecer o arco-íris, então me lembrarei da minha aliança com vocês” (Gn 9. 9-15).
Assim, o arco-íris nos remete à justiça-redentora da aliança. Justiça que condena o pecado, redenção que aponta para a misericórdia divina e aliança traduzida num pacto pelo qual temos confiança plena das promessas e ações de Deus.
O primeiro Adão fracassou; Noé é uma espécie de outro Adão que, por meio da fé, foi justificado. Jesus é o segundo Adão, que triunfou, pois obedeceu cabalmente ao Senhor, cumprindo um pacto de sangue, o justo morrendo pelo injusto. Assim como as águas purificaram, o sangue de Cristo lava todo e qualquer pecado daqueles que crêem que Jesus é o salvador, o filho de Deus.
Jesus, quando pendurado num madeiro, cravou nossos pecados na cruz e declarou: “está consumado!” Creiam e sejam salvos. Noé subiu na arca e foi salvo do juízo, os pecadores que se arrependem de seus pecados e acreditam na obra redentora de Jesus serão salvos da condenação eterna, do juízo final, o qual se manifestará não por meio de água, mas através do fogo e enxofre onde o justo juiz dirá: “apartai-vos de mim, não os conheço."
A história de Noé nos ensina o juízo e o amor de Deus, que condena, mas também salva. Jesus virá uma segunda e definitiva vez para condenar os que não creem e salvar os que embarcarem na crença de que Ele é o único e suficiente salvador.
Pr. Hélder Rodrigues
MISSÕES: DNA DA IGREJA
Missões faz parte do DNA da igreja! Uma comunidade cristã que não esteja compromissada com missões está fora do propósito de Deus. Somos um povo chamado pelo Senhor, “um povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”(1 Pe 2.9). Assim, a comunidade dos lavados pelo Cordeiro que tira os pecados do mundo tem como finalidade precípua: glorificar o nome de Deus, proclamar a Palavra,viver em comunhão e se edificar mutuamente por meio dos dons dados a cada um.
Por que devemos fazer missões?
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Porque amamos ao Senhor;
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Porque amamos nosso próximo;
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Porque é mandamento de Deus;
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Porque obedecemos a vocação da igreja;
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Porque somos capacitados pelo Eterno;
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Porque recebemos autoridade em Jesus.
Todo cristão é chamado para viver a Palavra. O apóstolo Paulo declara que somos cartas vivas (2 Co 3.2-3). Isto significa que nossa vida transmite uma mensagem, não apenas pessoal, mas umamensagem divinado quanto Deus nos ama e o que o Senhor faz em nossas vidas.
“Vocês demonstraram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos.”(v.3)
Paulo faz uma analogia da Lei do Senhor, o decálogo, escrita pelo dedo de Deus em tábuas de pedra no Antigo Testamento. Agora, com a vinda de Cristo, a Lei de Deus foi marcada em nossos corações, não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivo. Que plenitude!que honra! Assim, se temos a Palavra impressa em nossos corações devemos viver de forma condizente com este DNA missionário,o que redundará na proclamação do nome do nosso Senhor.
Paulo enfatiza que “por nosso intermédio exala em todo lugar a flagrância do seu conhecimento; porque somos o aroma de Cristo.” (2 Co 2.15) Era costume nas procissões triunfais se fazer acompanhar por aromas agradáveis de queima de plantas aromáticas nas ruas. Desta forma, a metáfora utilizadasignifica que por nosso intermédio, quando pregamos o Evangelho, espalhamos a fragrância do conhecimento de Deus.
Somos cartas vivas, somos o aroma de Cristo, somos ministros de uma nova aliança (2 Co 3.6). Jesus se fez homem, morreu em nosso lugar, e estabeleceu seu pacto de sangue perfeito, o justo morrendo pelo pecador. Por intermédio de Jesus Cristo, pela fé em seu nome, temos o perdão de nossos pecados e a salvação eterna. Essa é a nova aliança!
Deste modo, temos a honra de sermos chamados ministros e por meio de nossa vida e pela proclamação da Palavra exalamos o perfume de Cristo, anunciando, com os pés formosos dedicados à obra missionária, a todos os povos e nações a grande dádiva que é viver debaixo dessa aliança.
Pr. Hélder Rodrigues
PACTO DE SANGUE: UMA ALIANÇA DIVINA
“Assim diz o Senhor: Se vocês puderem romper a minha aliança com o dia e minha aliança com a noite, de modo que nem o dia nem a noite aconteçam no tempo o que lhes está determinado, então poderá ser quebrada a minha aliança...”
(Jr 33.20-21)
Todo o relacionamento de Deus para conosco está alicerçado em Seu amor e perfeição e, para tanto, o Todo-Poderoso fez alianças santas e irrevogáveis para com seu povo. A ponto do profeta Jeremias explicitar que se puderam ser quebras as leis físicas deixando de existir dia ou noite, então a aliança do Senhor seria desfeita.
Que promessa! Aquilo que Deus prometeu jamais poderá ser desfeito ou revogado nem por Ele mesmo porque o Senhor não é homem para que minta nem filho do homem para que se arrependa. Assim aliança divina produz segurança, uma certeza inabalável!
Mas, o que é uma aliança? Este é um dos conceitos bíblicos mais importantes, e também, difícil de ser definido. Se falássemos que a mãe é geradora de vida, do ponto de vista conceitual estaria certo, entretanto, ficaria longe da realidade. Toda a Palavra de Deus está alicerçada no fundamento da aliança divina com Seus filhos e Seu povo. Portanto compreender o que é aliança divina é fundamentar toda a nossa base de fé e esperança: Aliança é pacto de sangue soberanamente administrado pelo Eterno.
Aliança é tão profunda e absoluta que é estabelecida pela Palavra do Senhor e selada com sangue. Quando Deus entra em relação de aliança com o ser humano Ele institui um pacto, um pacto de sangue, que significa pacto de vida e morte.
Deus quando faz uma aliança traz promessas inefáveis para seus filhos e/ou nação e explicita o caminho e ações que devemos seguir. A preeminência de juramentos e sinais nas alianças divinas realça o fato de que a aliança é um pacto. A aliança estabelece compromissos.
O Senhor jamais entra em relação casual ou informal com o homem, em lugar disso, as implicações de seus pactos estendem-se às últimas consequências de vida e morte.
Quando o Senhor promete a Abrão um herdeiro disse: “traga-me uma novilha, uma cabra e um carneiro” (Gn 15.9) estes animais foram mortos e cortado ao meio, de modo que fazer uma aliança, significa, literalmente “cortar uma aliança".
A divisão do animal simbolizava um “penhor de morte”, no momento do compromisso da aliança. Os animais desmembrados representam a maldição que o autor do pacto invoca sobre si mesmo caso viole o compromisso que fez. Por isso a ideia que a aliança é um pacto de sangue.
A Bíblia nos ensina que o homem e Israel inúmeras vezes quebraram os pactos com o Senhor. De modo que o próprio Deus decidiu cumprir o seu juízo sobre seu próprio Filho, por ato de amor a nós. Assim o Jesus se fez homem para cumprir cabalmente o pacto com Deus: ser o sacrifício perfeito para satisfazer a ordenação da aliança que uma vez não cumprida haverá a morte.
Logo, Jesus estabelece uma nova aliança, um novo pacto, e todos aqueles que Nele creem estão agora sob uma aliança que significa um relacionamento intimo com o Pai, pois nos tornamos filhos, pois o pacto foi cumprido, e deste modo nos tornamos herdeiro das promessas, tendo a remissão de nossos pecados e por esta razão passaremos a eternidade com o Autor e Consumador de nossa fé: Jesus, o Senhor!
A aliança é um pacto que não pode ser revogado o que isto leva-nos a compreender, por um lado, a seriedade daquilo que Deus estabelece como promessa e ordenança; por outro, a segurança absoluta que Deus prometeu acontecerá plenamente, assim Nele, podemos descansar. Somos aliançados por Ele e para Ele para a salvação e para boas obras. Obrigado, Senhor por sua aliança!
Pr. Hélder Rodrigues
PÁSCOA: A FESTA DA LIBERTAÇÃO
A Bíblia é um livro único! Perfeito! Harmônico! Sistêmico! Divino! Toda a Escritura está enraizada no próprio Deus, em seu ser e nos Seus feitos, em Suas verdades e ensinamentos ao povo de Deus. A Bíblia foi inspirada por Deus e escrita por vários homens, mas de fato há apenas um autor: o Senhor. Não são 66 livros, mas um. Quando falamos em 2 testamentos, o antigo e o novo, podemos afirmar que é um único Livro.
Por exemplo, quando estudamos o livro de Êxodo, vemos que é uma continuação de Gênesis. A primeira palavra do livro é a letra hebraica vav, que significa “e” apesar das traduções em Português não iniciarem com a palavra “e”. Isso é uma pequena amostra de que a Bíblia não é uma coletânea desconexa de livros, mas há um fio condutor que a liga e religa totalmente a ela mesma, e que tudo aponta para o Senhor, o Rei do universo. Os acontecimentos do AT apontam para uma realidade sublime: Jesus. Confira-se:
A Páscoa (Êx12) é a festa da libertação do israelita do jugo da escravidão. Nela vemos o poder sobrenatural de Deus para resgatar uma nação, o seu povo, conforme a promessa dada a Abraão 400 anos antes.
“Este deverá ser o primeiro mês do ano para vocês”, disse o Senhor a Moisés e Arão (Êx12.1-2). A Páscoa era o começo de uma nova vida. O povo deixaria de ser escravo e se tornaria peregrino na direção da terra prometida. É exatamente isso que acontece quando alguém se converte: deixa o império das trevas rumo ao céu (“a terra prometida”). A Páscoa remete para uma realidade única: o cordeiro que seria morto para nos resgatar.
A Páscoa é uma aliança redentora para a família. Todos deveriam separar um cordeiro para a sua família (v.3). Um animal seria morto, deveria ser comido em família e o sangue aspergido no umbral da porta e assim o destruidor passaria por cima... Deus estava dizendo que faria uma aliança de proteção e salvação com a família. Mas ao mesmo tempo, aqueles que não crêssem, que não participassem da festa, os egípcios, teriam seus primogênitos mortos.
Assim, Páscoa é uma festa de redenção para uns mas de juízo para outros. “O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito” (v. 13)
Páscoa é a festa da vitória através do cordeiro. O animal que seria morto é uma representação do Messias que viria para morrer em nosso lugar: “eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Jesus é o cordeiro suficiente para uma família (Êx12.3), suficiente para uma nação (Is 53.8) suficiente para o mundo (Jo 1.29). Sua morte nos trouxe vida!
A Páscoa é um memorial eterno da proclamação da libertação. “Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes celebrarão como festa ao Senhor. Celebrem-no como decreto perpétuo” (v. 14). A nova geração que entraria na terra prometida poderia esquecer da amarga escravidão do Egito. A celebração contínua é o ensinamento constante do Senhor: em mim há libertação; eu sou o Todo-Poderoso que
os livro das trevas. A morte de Jesus na cruz é o nosso Êxodo. O cordeiro que foi morto é o nosso alimento. Viva a Páscoa!
Pr. Hélder Rodrigues
REINO DE DEUS
“O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e como rei domina sobre tudo que existe.”
Sl 103.19
Se perguntarmos aos cristãos qual é mensagem principal da Bíblia certamente teremos várias respostas, muitas delas desconexas uma das outras. Faça você mesmo um teste com alguns irmãos e se surpreenda. Então, qual é a principal mensagem da Palavra de Deus?
A Bíblia foi escrita em aproximadamente 1.500 anos, por volta de 40 homens inspirados, que trazem como principal mensagem: Jesus é o Senhor e o seu Reino. Na realidade, a Palavra tem apenas um único autor: o próprio Deus.
As Escrituras falam de um rei que tem o governo, a soberania e a majestade sobre absolutamente tudo o que existe: o céu, a terra, o mar e tudo o que nela existe (Sl 24.1).
O Reino dos céus é o Seu governo, Sua autoridade. O Novo Testamento explicita que o Reino não é uma região, nem um povo específico, tampouco uma religião, mas o reinado de Deus. Jesus disse que devemos “receber o reino de Deus como uma criança” (Mc 10.15). O que recebemos? uma igreja? o céu? Recebemos o governo de Deus! Fazemos parte deste Reino não por nossa posição sócio-econômica nem por nossas boas obras, mas mediante o arrependimento e confissão de que Jesus é o Senhor. Nesse sentido, tanto João Batista como o próprio Jesus nos exortam: “arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo.” (Mt 4.17)
Só entrarão no Reino de Deus os que nasceram de novo (Jo 3.3,5). Jesus declarou que o Reino está dentro de nós (Lc 17.21). Ele ensinou que a prioridade do ser humano é buscar em primeiro lugar o Seu Reino e Sua justiça (Mt 6.33), pois assim as necessidades mais basilares como o que comer, o que vestir, serão supridas pelo Rei Jesus. Ele é o grande provedor.
Na oração do Pai-nosso pedimos: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Assim pedimos para que Deus reine, manifeste Sua santa soberania, Seu poder para afugentar todo inimigo, pois um reino sem domínio não faz sentido.
Muitos então indagam? Se Deus tem todo o controle por que existe tanto mal? “As Escrituras fazem sistematicamente uma distinção entre a soberania de Deus sobre toda a criação e a História, e a vinda do Reino no contexto de uma criação rebelde. A Bíblia ensina que Deus não é apenas Senhor de direito sobre todas as coisas, mas também, apesar da rebeldia humana, ele não perdeu o controle e executa tudo conforme Seu plano soberano.
Essa soberania não é meramente uma providência geral no mundo, um controle geral da História, mas possui duas ações externas principais: juízo e redenção, essas são verdades complementares. Por um lado, o Reino excluirá todo mal e rebeldia. Por outro, incluirá tudo o que é redimido conforme a vontade graciosa de Deus. Posteriormente, quando todo mal for julgado, o processo renovador da redenção resultará na plenitude do Reino de Deus. “A história do AT aponta para essa consumação; o evangelho a concretiza.” (Novo dicionário de Teologia Bíblica, p. 1096)
Jesus iniciou seu Reino em sua vinda. Este Reino é triunfante, inabalável, inigualável, invisível, mas real. A mudança daqueles que entram neste Reino é inestimável pois sua base é justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Assim, fazer parte do Reino de Deus significa marchar rumo à eternidade com Ele. Este é o único caminho para a salvação, não há outro.
Viva como filho do Rei. Trabalhe para que este Reino justo cresça mais e mais até a consumação dos séculos e então todos os inimigos do Rei serão condenados e seus filhos exaltados juntamente com Cristo.
Pr. Hélder Rodrigues
APRENDER A SER HUMILDE
“Sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o
Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo13.1)
Em meio a angústia, Jesus permaneceu amando! Estava a ponto de ser imolado, fato conhecido pelo Messias, zombado, humilhado, escarnecido, mas a história suscita: nos amou até o fim!
É o amor sacrificial, totalmente abnegado, vindo do céu, celebrado pelos anjos, anunciado pelos profetas, imaginável aos pensamentos humanos: o Deus encarnado, a Vida em vida, o Verbo conjugando a ação mais sublime da nossa existência amar, amando! Amar, servindo...
O caput do texto ganha contornos mais eloquentes e até inimagináveis quando relata: “levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura. Depois disso, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos...” (Jo 13.4-5)
O contraste que o discípulo do amor revela nos versos anteriores ao lava-pés é imensurável: “Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder.” (v. 3)
Jesus tinha todo poder e abriu mão para lavar os pés, tarefa realizada pelo escravo de menor valia na casa de um anfitrião. Jesus assume este lugar, decide amar...
Isso é tão extravagante aos olhos carnais que Pedro, no momento de ter seus pés lavados, interroga assustado: “Senhor, vais lavar os meus pés?”(v.6) “Se eu não os lavar”, responde Jesus, “você não terá parte comigo.”
O médico Lucas, neste mesmo contexto, revela os recônditos mais profundos dos sentimentos dos seguidores mais próximos do Autor da Vida: “surgiu uma discussão entre eles, acerca de qual deles era considerado o maior.” (Lc 22.24)
De um lado o Rei de todo universo servindo, de outro seus discípulos, que caminharam diuturnamente com Ele, discutindo quem seria o maior.
A cena revela o quanto a maioria de nós têm dificuldade em servir. Explicita nosso desejo pelo poder. Muitos anseiam, com todas as suas forças, que o seu reino seja fortalecido e engrandecido, e não o Reino Eterno, santo e justo de nosso Senhor.
Há uma semente adâmica em cada coração fazendo ecoar a voz da velha serpente: desobedeça os preceitos de Deus, você é autônomo, livre pra fazer o que quiser, trilhe o caminho da emulação dos sentimentos e assim se tornará como Deus...(Gn 3.2).
Por que a maioria de nós tem tanta dificuldade em servir? Porque queremos tanto ser servidos?! Os serviços vip’s que cobram altíssimos preços fomentam o nosso coração: você merece o melhor, você precisa ser servido, é o marketing do egocentrismo.
A resposta é que estão impregnados em nossa alma os valores deste mundo, a voz da velha serpente esta arraigada em nosso coração pecador. Desejamos poder, não queremos humildade! Ansiamos ser servidos, não queremos servir... como se isso nos fizesse maiores, mais importantes!
E antes que pensemos “mas eu não estou contaminado por esta semente da vaidade” lembremos que os próprios discípulos levaram 3 anos para aprender a lição. Foi preciso uma demonstração radical. Jesus, sendo Deus, se fez servo, assumiu a forma de homem (Fp 2.4-11), enrolou a toalha na cintura e lavou os pés dos discípulos. E disse: “sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhe dei o exemplo, para que vocês façam como fiz.” (Jo 13.13-14)
E acrescentou: “Você (Pedro) não compreende agora o que estou lhe fazendo; mais tarde, porém, entenderá.” (Jo 13.7). Você já entendeu?
Pr. Hélder Rodrigues
FELIZ O HOMEM...
“Aleluia! Como é feliz o homem que teme o Senhor e
tem prazer em seus mandamentos.”
Sl 112.1
Como é feliz o homem que teme o Senhor...
Sua descendência será poderosa,
pois majestoso é Seu poder
Que faz de homens comuns se tornarem íntegros, irrepreensíveis,
visivelmente abençoados!
Como é feliz o homem...
Em que o Eterno preceitua para sempre a sua bênção!
Faz a justiça prevalecer, permanecer, durar, perpetuar...
Em meio à escuridão faz resplandecer luz,
a veredas de paz conduz
Como é feliz o homem...
Se rios secam, riquezas se esvaem, montes se abalam,
mas o justo jamais será abalado (Sl 112.6)
Confiante permanece; prevalece em meio a dissabores, dores e lutas
Seu coração é firmemente ancorado na glória
Como é feliz o homem...
Que tem sua riqueza firmada no Senhor:
a fonte de águas vivas que sacia;
o pão celestial que alimenta;
o bom pastor que sustenta
Como é feliz o homem...
Que se alegra no Soberano
Que adora o Eterno
Se comove com o necessitado
Acolhe o desamparado
Como é feliz o homem...
Que tem seu caminhar impulsionado pelo Espírito
Guiado pelos preceitos mais deliciosos e puros da Palavra
Que tem seu prazer nos mandamentos do Senhor
E assim permanece e segue no temor.
Pr. Hélder Rodrigues
PERDER PARA GANHAR
“Ao chegarem a Ziclague, Davi e seus soldados encontraram a cidade destruída pelo fogo e viram que suas mulheres, seus filhos e suas filhas tinham sido levados como prisioneiros.
Então Davi e seus soldados choraram em alta voz até não terem mais forças.”
(1 Sm 30.3-4)
A fumaça subia revelando a fúria do inimigo que deixara o rastro de fogo destruidor na cidade refúgio. Bens queimados, mulheres e filhos saqueados, soldados sucumbidos diante da cena... choram não apenas pelo estrago, mas pela esperança esvaziada, a ponto de esvaírem as forças. Não poderia haver perda maior do que aquela.
Para Davi a situação era tão grave que seus soldados ameaçaram apedrejá-lo. O que fazer diante do opróbrio? Como reagir diante da perda?
O filho de Jessé tinha sido esquecido pelo pai, mas lembrado por Deus. Assim, foi ungido como futuro rei, uma promessa de um profeta. Depois disso sua vida nunca mais seria a mesma. Enfrentou o invencível Golias sem armas apenas com uma funda e cinco pedras lisas. Entretanto, carregava no espírito o mais letal antídoto contra o medo: a fé. Foi coroado de glória e cânticos, casou-se com a filha do rei, tornou-se um soldado de elevadíssima posição. Deus ascendeu o jovem pastor de ovelhas de uma maneira maravilhosa.
O homem segundo o coração de Deus aprendeu desde o início a suplantar as perdas, ora fugindo, ora enfrentando o inimigo. Sempre na medida certa, na ocasião adequada. Infelizmente, muitos fazem o contrário fogem quando deveriam lutar e lutam quando deveriam ceder.
Saul em sua fúria maligna, dominado pela inveja, lançou contra ele seus dardos. Davi fugiu. Para ter o direito de se casar com a princesa Mical enfrentou 250 homens. Em Queila, pergunta a Deus se deveria guerrear com os filisteus. Diante da resposta afirmativa, o guerreiro obedece e obtém êxito. Frente ao seu maior perseguidor o rei de Israel teve a oportunidade em dois momentos de matar seu antecessor, mas em vez de derramar sangue age com misericórdia. Na cidade de Carmelo estava decidido a eliminar o perverso Nabal, mas é sensível à intercessão de uma sábia mulher.
Para se tornar um homem segundo o coração de Deus Davi precisou aprender, na escola divina , a lidar com as perdas e tribulações.
Diante da destruição de Ziclague os 600 homens pensaram em matar Davi, por julgá-lo culpado, mas o ungido do Senhor se fortaleceu em Deus (1 Sm 30.6).
Aqui reside a diferença entre homens e meninos, os guiados por Deus e os que sucumbem diante das circunstâncias adversas, olhando além das aparências e enxugando suas lágrimas na presença de um Deus restituidor.
Davi não fica num estado de murmuração, antes busca ao Senhor, não se joga na cama com uma caixa de chocolates, nem foge de seus iracundos soldados. Ele enfrenta a dor. Vence a perda, resolve lutar, mas não age num rompante. Não levanta a espada com ira e brada “vou me vingar”! Simplesmente se refugia no Senhor. Com ousadia pergunta “devo perseguir esse bando de invasores?” (1 Sm 30.8).
Deus não desampara seus escolhidos, o Senhor jamais prometeu ausência de tribulações, mas a certeza inequívoca, graciosa e poderosa que estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Quem busca encontra: o Senhor dos exércitos faz brotar a esperança em meio ao caos: “Persiga-os; é certo que você os alcançará e conseguirá libertar os prisioneiros”. (1 Sm 30.9).
Enquanto os soldados estavam escutando o lamento amargurado do seu coração, Davi estava ouvindo a voz do Todo-Poderoso. Que diferença!! Qual voz você tem ouvido em meio às lutas? Acusações? Questionamentos infindáveis “por que eu”? Lamúrios intermináveis: “não é justo!” Culpando e condenando os outros? Davi preferiu buscar o Senhor!
Ele continua a marchar, aparentemente sem direção, mas Deus na sua infinita provisão havia preparado um encontro com um egípcio moribundo abandonado pelo bando de invasores. Davi age com misericórdia para com aquele desfalecido e de onde menos se esperava surge a providência: o homem sabia para onde os invasores tinham ido.
Diante das perdas você pode continuar semeando o bem. Na necessidade podemos estender a mão, Davi não passa ao largo, se compadece com a dor alheia, como o bom samaritano ama o necessitado, e, assim, o moribundo lhe mostra o caminho da vitória.
Davi encontrou o bando, lutou e venceu: “recuperou tudo o que os amalequitas
tinham levado... Nada faltou: nem jovens, nem velhos, nem filhos, nem filhas, nem bens, nem qualquer outra coisa que fora levada. Davi recuperou tudo.” (1 Sm 30.20), e ainda ficou com os despojos.
O futuro rei de Israel se tornou o maior de todos os reis porque sabia quando e como lutar e a hora de recuar. Seu discernimento era fruto da sincera comunhão que tinha com o Senhor, a quem buscava constantemente. E você?
Pr. Hélder Rodrigues
A RIQUEZA DE UMA VIDA SIMPLES
“A piedade com contentamento é grande fonte de lucro.” (1 Tm 6.6)
Jesus falou mais sobre o dinheiro do que qualquer outro assunto, exceto em relação ao Reino de Deus. O Mestre da verdade está sempre exortando contra a avareza e o perigo da riqueza: “mas ai de vocês ricos” (Lc 6,24). “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Lc 16.13). “Não acumulem para vocês tesouros na terra” (Mt 6.19). “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de
Deus” (Mt 19.24). “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância” (Lc 12.15). “Dê a todo aquele que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva (Lc 6.30). “Quanto ao que foi semeado entre os espinhos, este é
aquele que ouve a palavra mas a preocupação desta vida e o engano das riquezas a
sufocam, tornando-a infrutífera” (Mt 13.22).
O apóstolo Paulo não poderia ser mais enfático ao declarar: “os que querem ficar ricos caem em tentação e armadilhas e muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição” (1 Tm 6.9).
O apóstolo do amor, João, ensina que tudo que está no mundo envolve três grandes aspectos: “a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens” e conclui que isso “não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2.16-17). O sentido aqui da palavra “mundo” é o sistema de crenças, valores e ações antagônicos às verdades do Reino.
Assim, a cobiça é o âmago, o alicerce, a raiz podre de todos aqueles que amam o mundo. Neste mesmo sentido Tiago corrobora: “Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tg 4.4).
O dinheiro arroga para si uma série de caraterísticas de divindade: poder, autossuficiência, prazer, segurança, felicidade e, desta forma, o ser humano mergulha fundo na busca pelo vil metal e quase sempre se afoga em seus valores e moral.
“O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Tm 6.10), assim, os avarentos estão dispostos a fazer qualquer coisa para lograr seus sonhos, alimentar sua ganância: mentem, enganam, subornam e são subornados, corrompem e são corrompidos e alguns estão dispostos até mesmo a matar e morrer. Basta olhar nossos políticos que facilmente veremos o poder destruidor que a ganância produz na pessoa, nas instituições e na sociedade. Imagine um mundo sem corrupção? Este câncer é obra da cobiça! “Cobiça é pecado de idolatria” (Ef 5.5).
Mas, como vencer a ganância? Com o antídoto do contentamento. Esta palavra vem da filosofia grega autarkeia que significa suficiência interior que nos mantém em paz, a despeito das circunstâncias exteriores. Glem Gould disse: “contentamento não vem quando todos os nossos desejos e caprichos são satisfeitos, mas quando restringimos
nossos desejos a coisas essenciais”. Wiersbe sabiamente afirma: “O verdadeiro contentamento vem da piedade no coração, não do dinheiro na mão. “O grande pregador John Stott não poderia ser mais preciso: “contentamento genuíno não é a autossuficiência, mas a Cristossuficiência.”
Certa ocasião, minha mãe me chama em sua cama antes de dormir e me diz: “filho” com voz doce e de forma objetiva (uma virtude marcante dela) “se contente com as ‘coisas simples’ desta vida, não é o dinheiro que lhe fará pleno. Tenho visto seu afinco em trabalhar, trabalhar, mas a vida é muito mais do que isso, é muito mais do que ganhar e conquistar...” Confesso que na época não compreendi a extensão de suas sábias palavras, proferidas há mais de 17 anos.
Um dos homens mais espirituais de todos os tempos ensina: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). Contentamento não é algo natural, é divino, não é uma virtude fácil de desenvolver, requer aprendizado e maturidade.
Agradeço à minha mãe por me ensinar a simplicidade da vida, o poder do contentamento, a alegria pelo ser e não pelo ter. Hoje meus pais usufruem da semeadura de quem jamais deixou a ganância aflorar, antes, com o trabalho honrado e a bênção de Deus, desfrutam das benesses que a estabilidade financeira pode oferecer, mas livres das concupiscências da vida.
Pr. Hélder Rodrigues
REINO DO CÉU OU IMPÉRIO TERRENO
Que tipo de tesouro você busca? Ou buscamos um reino próprio ou o reino de Deus. Ou ansiamos a nossa glória ou a divina. Ou servimos a Deus ou aos nossos próprios interesses.
Jesus nos ensina esta verdade: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6.19-21).
O Senhor declara que os tesouros que acumulamos controlam o nosso coração, o âmago mais profundo do nosso ser, o cerne da nossa individualidade.
Somos orientados por valores e movidos por propósitos, os quais são revelados na nossa busca. Queremos entesourar aquilo que julgamos valioso. Por isso o tesouro sempre estará ligado ao coração, são inseparáveis.
Quantos dizem que amam a Deus acima de todas as coisas, mas na realidade trabalham com afinco para construir um reino próprio. Ou seja, nossa prioridade não está em Deus, mas em nós mesmos. Isso é idolatria!
A diferença se torna ainda mais sutil quando usamos o nome de Deus porque pensamos “se foi o Todo-Poderoso que me deu logo, estou buscando o Seu Reino”, mas no fundo estamos envidando esforços para edificar o próprio reino, usando o nome de Deus para alcançar nossos objetivos.
Certa vez um rico se aproximou de Jesus perguntando o que tinha que fazer para herdar a vida eterna. Recebeu como resposta a necessidade de cumprir todos os mandamentos. Na sua euforia pretensiosa ele afirma que tem guardado os mandamentos desde a mocidade. Então Jesus o desafia a vender tudo o que possui para obter um tesouro no céu e, assim, segui-lO (Mt 19.16-23). O entusiasmo logo dá lugar à tristeza: “E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.”
Na verdade o jovem guardava “todos” os mandamentos desde a mocidade mas o seu reino de riquezas pessoal era mais valioso do que o Reino de Deus. Ele escolheu seu próprio desejo em detrimento da vontade do Senhor, o Deus de toda riqueza e glória.
Não é por mesmo que Jesus nos exorta: “ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.” (Mt 6.24)
Onde você tem colocado o seu coração? Pare por um instante e reflita. Se é no reino de Deus então sua prioridade absoluta é o Senhor, todo o seu ser trabalha, pensa, anseia as verdades celestiais, seguindo à risca a ordem de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. (Mt 6.33). Ou estamos buscando o reino celestial ou construindo um império terreno.
Pr. Hélder Rodrigues
VIDA COM PROPÓSITO
A razão da nossa existência estabelece nossas prioridades, valores e objetivos. Se o ser humano não é obra do acaso, fruto de uma evolução das espécies, se nascemos porque assim Deus determinou, então qual é o propósito da nossa vida?
A filosofia está em constante reflexão para tentar responder as perguntas basilares de nossa existência: Quem eu sou? Qual o sentido da minha vida? O que devo fazer? Para onde vou? Estas perguntas nos inquietam não apenas porque somos seres racionais, mas porque Deus estabeleceu propósitos em nossa vida.
Viver sem conhecê-los faz com que nossa existência fique desgovernada, assim como um barco a navegar em alto-mar sem bússola e sem um porto a chegar.
Não somos seres temporários que nascem, desenvolvem e morrem. Nossa composição física, devido ao pecado, tem um prazo de validade curto, por volta de 80, 90 anos, mas nosso espírito é eterno.
O homem mais sábio de todos os tempos declarou: “Ele (Deus) fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.
Deus plantou a semente da eternidade em nós. Somos a sua imagem e semelhança, fomos “projetados” para nos relacionarmos com o Criador, o Pai, e todos que aceitam essa verdade se tornam Seus filhos.
Então não devemos viver apenas na dimensão da sobrevivência e na fruição dos deleites deste mundo, precisamos de um propósito de vida bem estabelecido: ser um adorador e embaixador de Cristo, manifestando Sua graça e amor por meio de uma vida de santidade e do serviço ao próximo.
O propósito supremo e principal do homem é glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre¹. Essa é a razão plena da nossa existência, logo, a plenitude de vida que Jesus tem para nos dar será manifestada àqueles que buscam alcançar esse alvo: ser um adorador.
Pr. Hélder Rodrigues
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¹Pergunta 1 do Catecismo Maior de Westminster
TODO CRISTÃO TEM UM CHAMADO
Todo cristão tem um chamado especial da parte de Deus. Não existe cristianismo sem propósito. Fomos chamados antes mesmo da fundação do mundo, eleitos em amor para adoção em Jesus (Ef 1.3-5). Deus tem desígnios maravilhosos na vida de todos aqueles nascidos de novo.
Assim como um fabricante, um ser humano limitado, produz coisas e objetos com propósitos, o que dirá Deus que tudo criou. Em tudo Ele colocou propósitos maravilhosos e permeou nossas vidas de significado. Deus tem um chamado bendito em nossas vidas.
Como cristãos deveríamos nos perguntar: Qual o propósito de Deus para minha vida? Mas para responder, devemos nos fazer outra pergunta: Qual é o meu chamado? Para essas respostas, precisamos entender a vocação de Deus para nós. Todo cristão tem um chamado universal da parte de Deus, e este começa, necessariamente, pela adoração.
Somos chamados para ser um adorador. Adorador é aquele que expressa sua gratidão ao Senhor não apenas com palavras ou nos momentos de louvor, mas em tudo quanto faz, pensa, em tudo que é. O apóstolo Paulo dizia: quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa façais para a glória de Deus.
O Senhor procura homens que o adorem em espírito e em verdade. Nossa vocação passa pela adoração, a qual requer renúncia, entrega, santidade e o reconhecimento de quem é o Senhor e quem somos nós.
Somos também chamados para amar. Se não amamos não entendemos o cristianismo ou se amarmos apenas os que nos amam, que nos fazem bem, nossa espiritualidade está ainda engatinhando. Todo chamado é em amor e por amor (I Jo 4.7)
O Senhor nos chama para nos achegarmos a Ele assim como estamos, mas à medida que andamos em Sua presença Ele vai nos ensinando o primeiro desígnio de todo Cristão: adorar a Deus acima de todas as coisas e amar o nosso semelhante.
A terceira grande vocação é servir. O cristão que não serve e não se entrega ao próximo, ainda não entendeu o seu chamado. Jesus Cristo, sendo Deus, se fez homem e veio a este mundo não para ser servido mas para servir.
Quando temos esse paradigma bíblico, espiritual que toda vocação cristã é permeada de adoração, amor e serviço caminhamos, então, nas veredas justas e perfeitas de Deus, nas quais são estabelecidos Seus propósitos e desígnios para cada um de nós.
Pr. Hélder Rodrigues
O TOQUE DA TROMBETA
É Deus quem governa o universo, a terra, as nações e as nossas vidas. Essa crença nos leva à dependência e confiança capazes de desfazer as amarras do medo e os grilhões da ansiedade. É libertador crer num Deus de todo poder e pleno de amor para nos guardar e guiar.
Apesar de Soberania, poder e majestade o Senhor tem prazer em nos delegar responsabilidades importantíssimas: como encher e subjugar a terra, dominar sobre os seres viventes (Gn 1.28); cuidar e cultivar a criação (Gn 2.15-16) e, muito mais, o privilégio de pregar o Evangelho, coisas que até os anjos anelam (1 Pe 1.12).
Assim, existe a interação entre a vontade soberana de Deus e a responsabilidade humana, o que é um mistério. Fazer aquilo que é estabelecido de forma santa e perfeita pelo próprio Eterno. Por outro lado, quando vemos a injustiça e o caos normalmente se deve pela não realização da vontade do Senhor.
Veja que interessante, no deserto o povo era guiado por Deus por meio da nuvem: “Era assim que sempre acontecia: de dia a nuvem o cobria, e de noite tinha a aparência de fogo. Sempre que a nuvem se levantava de cima da Tenda, os israelitas partiam; no lugar em que a nuvem descia, ali acampavam. Conforme a ordem do Senhor os israelitas partiam, e conforme a ordem do Senhor, acampavam. Enquanto a nuvem estivesse por cima do tabernáculo, eles permaneciam acampados. Enquanto a nuvem ficava sobre o tabernáculo por muito tempo, os israelitas cumpriam suas responsabilidades para com o Senhor, e não partiam. Às vezes a nuvem ficava sobre o tabernáculo poucos dias; conforme a ordem do Senhor eles acampavam, e também conforme a ordem do Senhor, partiam”. (Nm 9.16-20 - grifo do autor)
O texto deixa claro que o partir e o acampar era conforme a orientação explícita da vontade divina, entretanto, havia mais um detalhe: “O Senhor disse a Moisés: Faça duas cornetas de prata batida a fim de usá-las para reunir a comunidade e para dar aos acampamentos o sinal para partirem. Quando as duas cornetas tocarem, a comunidade inteira se reunirá diante de você, à entrada da Tenda do Encontro. Se apenas uma tocar, os líderes, chefes dos clãs de Israel, se reunirão diante de você” (Nm 10.1-4 - grifo do autor)
O partir dependia do Senhor em levá-los por meio da nuvem, mas havia um outro sinal que precisava ser manifesto: o tocar das trombetas ou para reunir o povo ou para mostar que deveriam partir. Deste modo, aprendemos que o Senhor delegou a homens a autoridade de liderar para que haja um direcionamento divino.
Ouvir a trombeta significa se colocar de prontidão para seguir o comando do líder, que também é dirigido pelo Senhor.
Quantas vezes a trombeta é tocada na igreja pela liderança e as ovelhas permanecem dispersas! Quantas vezes o Senhor declará sua vontade de partimos mas muitos preferem permanecer acampados! Não deve ser assim amados! Deus tem todo o poder mas delegou a nós o governo, não segundo a nossa vontade, mas de acordo com Seus decretos. Não temos a opção de desobedecer, aliás, até temos, mas as consequências sõa desastrosas.
A trombeta tem sido tocada na igreja, você tem ouvido e obedecido?
Pr. Hélder Rodrigues
TRABALHO: DÁDIVA DE DEUS
“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” Jo 5.17
Deus é trabalhador! Fez o mundo e todos os seres viventes. O Todo-Poderoso não apenas é criador, mas é o sustentador do universo. No jardim das delícias, no Éden, cada planta refletia a Sua glória, a diversidade de flores Sua criatividade, os incontáveis seres vivos Seu poder. Assim, na sua infinita bondade, Deus deu a primazia ao homem de “cuidar”, “cultivar” e “dar nomes” aos animais (Gn 2.15 e 19), nos vocacionou: “sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra.” (Gn 1.28).
Assim, Deus estabeleceu ao homem ser co-regente de Sua criação, o que os teólogos chamam do mandato cultural. Deste modo, o ser humano tem como missão, dentre outras, manter e desenvolver tudo aquilo que foi criado por Deus e dado aos homens. Deus trabalha e nos vocaciona a trabalhar. Isto é dádiva do Senhor, outorgada antes da Queda, assim o trabalho nunca foi e jamais será maldito, o que o Senhor amaldiçoou em relação a Adão foi o resultado do trabalho: “maldita será a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida.” (Gn 3.17)
A ordem para trabalhar é criacional, não é uma maldição, é vocação para todos que têm capacidade, é o labor que nos transforma. O suor derramado não produz apenas o sustento mas purifica as toxinas da nossa alma. “O trabalhador é digno de seu salário” (1 Tm 5.18), o trabalho dignifica, amolda nossa identidade e nos dá significado e direção de vida.
Com efeito, o significado do trabalho é o cumprimento do chamado celestial, logo, somos comissionados a trabalharmos para a glória de Deus porque não laboramos apenas para uma empresa, uma instituição do governo ou para alguém, em última instância trabalhamos para o Senhor: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.” (Cl 3.23-24)
É importante termos em mente que existem trabalhos remunerados e não remunerados, ambos são importantes. Martinho Lutero chegou a afirmar que o fazendeiro removendo esterco ou a criada tirando leite da vaca agradam a Deus na mesma intensidade que o pastor que ora e prega, se todos tiverem exercendo fielmente seu labor. Veja que o trabalho tem uma esfera transcendental, pois trabalhamos para glória de Deus e para servir ao próximo.
Se ampliarmos nossa visão sobre o trabalho não poderemos resmungar na segunda chuvosa a caminho do emprego, não caberá insubmissão aos nossos chefes ou má vontade, tampouco tratar sem dignidade seus trabalhadores, a dona de casa deverá passar a roupa com satisfação, os pais incentivarem seus filhos a pequenas atividades no lar, os estudantes a se empenharem pois tudo deve ser feito para a glória de Deus. O Pai trabalha até agora e você?
Pr. Hélder Rodrigues
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