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Pastoral

Oferta sacrificial produz memorial eterno

“Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como justo, quando Deus aprovou as suas ofertas. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala”. 

Hebreus 11.4

Entregar-se a Deus é um ato de fé. Nossa crença é materializada por meio de obras, as quais exigem sacrifício, mortificação do “eu” para que a boa, perfeita e agradável vontade de Deus resplandeça sobre as nossas vidas.

O amor insondável de Deus transforma-nos radicalmente. Receber a maravilhosa graça divina impacta nossas vidas de tal forma que somos impulsionados por gratidão e amor, a ofertar a Deus o nosso melhor.  Tornamo-nos filhos de Deus; logo, desejamos honrá-lo de todo nosso coração. “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Romanos 11.36).

Foi o que fez Abel ao ofertar “as primeiras crias do seu rebanho” (Gênesis 4.1), entregou as primícias do que tinha de melhor e achou graça diante de Deus. O valor de nossa doação é proporcional ao tamanho do nosso amor e fé.

Como pastor, constantemente, ouço mulheres reclamando que seus maridos não lhe dão a devida atenção. Elas recebem deles apenas o resto do seu tempo. O marido trabalha, chega em casa, busca seu momento de lazer ou descanso e, com isso, o casal não dispõe de um tempo de qualidade.

Infelizmente, fazemos o mesmo com Deus ao não entregarmos as nossas primícias, o nosso melhor. O nosso tempo é escasso na presença dele, a nossa dedicação, muitas vezes, não condiz com o nosso chamado. O rei Davi, homem segundo o coração de Deus, nos ensina: “Não oferecerei ao Senhor, o meu Deus, holocaustos que não me custem nada” (2 Samuel 24.24).

Caim, como agricultor, ofertou ao Senhor os “frutos da terra”, possivelmente o que restava de seus bens. Com isso, além de desagradar a Deus se irou contra seu próprio irmão a ponto de cometer o primeiro homicídio do mundo.

A oferta de Caim não visava honrar a Deus, por isso foi rejeitada, o Todo-Poderoso conhece as intenções de coração. Já a fé de Abel o levou a entregar o melhor que tinha; sua realização foi transcendental, assim como tudo que fazemos no Reino tem repercussão não apenas terrena, mas eterna.

A oferta de Abel prefigura o sacrifício que o Pai faria em favor da humanidade ao imolar o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1.29).

Por isso, os que vivem pela fé são justificados, recebem o perdão dos seus pecados e tornam-se justos aos olhos do Pai, por meio da morte substitutiva de Cristo na cruz. É a morte de Jesus a nos dar vida.

A oferta de Deus Pai, imolar seu único filho, Jesus Cristo, mudou a história e tem transformado a vida de milhões de pessoas. Ofertar na casa de Deus, se sacrificar para fazer a obra do Senhor produz legados eternos.

O tamanho de nossa oferta demonstra a dimensão do nosso amor e fé. “Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício que ainda fala”. E quanto a você, qual é a sua oferta?  

Qual é o seu sacrifício?

Pr. Hélder Rodrigues 

A fidelidade de Deus provê livramento nas tentações e provações

A fidelidade pertence a Deus; a infidelidade e inconstância caracterizam o homem pecador. Ele nunca decepcionará a alma que confia. Sua fidelidade nunca falhará. A fidelidade de Deus, juntamente com Seu imenso poder é nossa esperança eterna. 

Os homens nos decepcionam por falta de fidelidade ou poder. Mas podemos olhar além das ruínas causadas pela infidelidade dos homens e avistarmos Um que é grande em fidelidade. Podemos ficar certos que “Porque fiel é o que prometeu” (Hebreus 10.23). Deus nunca quebra um contrato consigo mesmo nem com suas criaturas. O que Ele propôs, isto fará, e o que prometeu, isto executará. 

Às vezes, desconfiamos da fidelidade de Deus. Tendemos a desconfiar, em especial, nos momentos de provações e tentações. Às vezes, julgamo-nos, pelo fato de acharmos que somos fiéis, filhos especiais que “merecem” um tratamento especial de Deus.

Pensamos que, pelo fato de “frequentarmos uma igreja evangélica”, de “servirmos em um ministério cristão”, de “contribuir com os dízimos e ofertas”, ou então, por “obedecermos” às suas instruções, não deveríamos passar por provações ou enfrentar as tentações. Entretanto, quando voltamos os olhos à Palavra de Deus o que encontramos é uma clara e realística instrução de que neste mundo teríamos aflições. 

Em nenhum momento Deus nos garante que levaríamos a vida cristã isenta de tentações e provações. Mas por que Deus permite que enfrentemos provações e tentações? 

1. Porque as provações nos levam à oração. É uma pena que seja assim, mas oramos com mais paixão quando estamos sob pressão. A experiência tem nos ensinado que a facilidade e a prosperidade têm uma infeliz tendência de nos fazer frios e formais em nosso culto devocional. 

2. Porque as provações nos fazem parecer mais com Jesus. “Ele foi desprezado e ignorado, um homem que sofreu, que conheceu a dor por experiência própria.” (Is 53.3 – A Mensagem). 

3. Porque as provações e tentações, quando vencidas, nos tornam pessoas mais felizes. “Aquele que encara lutas e aflições e as superam é um felizardo! E é gente assim que ama a Deus e é fiel deverdade. Eles receberão como recompensa a vida plena” ( Tg 1.12 – A Mensagem). 

4. Porque Deus quer intervir. Em 1 Co 10.13, encontramos algumas verdades confortadoras. “Nenhuma tentação, nem teste que surge no caminho de vocês é maior que o enfrentado por outros. Tudo que vocês precisam lembrar é que Deus não deixará que fracassem. Ele nunca permitirá que sejam pressionados além do limite, mas estará sempre com vocês para ajudá-los a vencer a tentação”. 

A. O teste que enfrentamos não é maior que o teste que o nosso irmão enfrenta. Deus é justo e conhece a nossa capacidade de resistência e vitória. 

B. Deus não nos deixará fracassar. Que alívio saber que Deus, por causa da Sua fidelidade, não nos deixará fracassar. Ele estará sempre conosco para nos sustentar nas provações e tentações. 

C. Deus nunca permitirá que sejamos pressionados além da nossa capacidade de resistência. Deus conhece a nossa estrutura e nos manterá de pé em meio às pressões que surgirem pelo caminho. 

Finalmente, Deus nos ajudará a vencer as tentações e provações. Deus agirá a nosso favor e nos capacitará a não ceder às tentações e provações, ao contrário, Ele nos dará livramento. Bendito seja o Senhor que, por causa da sua fidelidade, proverá livramentos nas tentações e provações. 

Pr. Roberto Santos, Pastor Auxiliar da oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte.

Bodas do Cordeiro

“Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e sua noiva já se aprontou. ” (Ap 19.7)

Deus é relacional! Seu amor permeia suas ações perfeitas. O Todo-Poderoso criou o universo e o entregou ao ser humano para o governar e se relacionar diariamente com Ele. Mas o pecado maculou o propósito inicial do Criador. A aliança divina foi estabelecida unilateral e soberanamente, mas foi rompida única e exclusivamente por Adão e Eva devido à desobediência.

O vínculo da aliança divina é o amor (Dt 7.9), mais do que isso, a conexão da vida, caraterizado por um relacionamento indestrutível entre duas partes: o Eterno e seus filhos. Estabelecida no céu, segundo a vontade maravilhosa de Deus, o Senhor nos fez e se aliançou conosco. Seu amor é mais elevado que o céu, mais apoteótico que o fulgor celeste, incontável como as estrelas, mais abundante do que a água que produz vida na Terra. Deus simplesmente nos ama!

Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos, (Sl 19). Assim como o céu revela a grandeza divina, o casamento reflete não apenas o amor entre homem e mulher, mas expressa a aliança do Pai para com seus filhos. 

Deus enviou seu Unigênito para trilhar um caminho de misericórdia e resgate da noiva (humanidade caída pelo pecado). Para salvar seus filhos, pagou o preço de sangue. O apóstolo Paulo descortina este mistério quando se volta para o início da criação em Gênesis 2, fazendo analogia da aliança divina com o casamento humano: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32). 

Paulo, portanto, mostra que a aliança entre o casal é uma representação do pacto perfeito de Deus, isto é, aqueles que creem em Jesus como o resgatador. Sob esta dimensão devemos nos relacionar com nosso cônjuge, o que muda radicalmente nossa visão e comportamento, pois nosso paradigma não estará apenas no que o outro é ou faz, mas sobretudo no que Deus é e faz por nós. 

Assim, o relacionamento será alicerçado sobre o prisma da verdade e do amor, a ponto de Paulo declarar que o amor tudo sofre, suporta e espera, pois sua realidade nasce no céu, e não no outro. Quando o casamento é celebrado entre dois filhos de Deus (homem e mulher) terá o fundamento da aliança graciosa e o impelir do Espírito para transformação do “eu caído”.

Se no capítulo 3 de Gênesis vemos a derrota retumbante, então nos últimos capítulos da Bíblia contemplamos a vitória apoteótica de Jesus, arrebatando sua noiva para celebrar as Bodas do Cordeiro. Com efeito, ao som de muitas águas é proclamada a vinda do Senhor, então a noiva, jubilosa e com enorme expectativa, é vestida de linho fino, brilhante e puro (Ap 19.8), declarando seu amor, adoração e devoção ao Noivo, numa máxima, perfeita e eterna aliança.

De empresário a servo

Aos vinte e um anos de idade cruzei os Andes em busca do meu sonho. Fui morar em Bogotá, Colômbia, queria conquistar o mundo, ter sucesso e ganhar dinheiro! Com entusiasmo mobilizava as pessoas a lutarem pelos seus ideais, a fazer algo diferente para ter um resultado financeiro melhor, esta era a filosofia da multinacional Amway, à qual dediquei o começo da minha vida profissional.

Mas Deus tinha preparado algo mais sublime, que a traça e a ferrugem não destroem, que os ladrões não furtam. O Senhor me tornou rico espiritualmente, comecei a ajuntar tesouros celestiais.

Em agosto de 1998, aos 23 anos, num culto familiar, Deus transformou minha vida. Ao ouvir uma mensagem fervorosa sobre as obras da carne e o fruto do Espírito fui arrebatado pelo poder da Palavra, surpreendido pela oração de um jovem que, apesar de mal me conhecer, desnudou o meu ser. Não foi uma “oração simplesmente humana” mas totalmente dirigida pelo Espírito. Nas palavras do apóstolo Paulo: “ele será convencido de que é pecador (...), e os segredos do seu coração serão expostos. Assim, ele se prostrará, rosto em terra, e adorará a Deus, exclamando: ‘Deus realmente está entre vocês!’” (1 Co 14.24-25 – grifo do autor).

Foi exatamente o que aconteceu! No dia seguinte acordei chorando, nos próximos meses passava cerca de 10 horas por dia lendo a Bíblia, meditando nos tesouros insondáveis do Senhor. Os jejuns se tornaram constantes e intensos, reuniões de orações, cultos, montes e vigílias eram agora a parte mais importante da minha rotina...

Tornei-me membro da Igreja Presbiteriana do Lago Sul (IPLS), onde fui pastoreado com muito amor e sabedoria pelo rev. Luciano Roberto Pereira Nunes. Em 2001, ingressei no Seminário Presbiteriano de Brasília, naquele mesmo ano me formava em Administração de Empresas pelo UniCeub. No ano seguinte aprouve ao Senhor me levar ao presbiterato. E, no ínicio de 2003, comecei a pastorear, como seminarista, a nossa Igreja, na época uma modesta congregação da IPLS.

Jamais me esquecerei da simplicidade de tudo, do sorriso esperançoso das crianças, das moedas colocadas no gazofilácio, do cheiro de suor dos trabalhadores, do grito constante de socorro dos necessitados, das histórias que ouvia na região de padrastos molestando suas enteadas, de espírito de bebedice atormentando as famílias. Grande era o peso espiritual na região, circuncidada por centros de espiritismo, de macumba, santo d`aime, wicca. A lama e a poeira para chegar ao pequeno templo de tijolinhos tornava impossível a tarefa de manter o carro limpo! Nos cultos dominicais às 18h, reunidos com os irmãos que iam chegando à pé, contemplávamos a presença do Senhor sobre o céu rosado que víamos da janelinha da igreja.

O Deus da seara estava agindo em minha vida, me tirando do Lago Sul para levar aos confins do Distrito Federal. Jamais seria o mesmo. Ouvi queixas constantes das pessoas, suas necessidades inadiáveis, as emoções à flor da pele. Era o Senhor me ensinando a amar e levar, antes de mais nada, o pão celestial que não perece. Foi com este discernimento, com muita oração, visitas, suor e lágrimas que, dia a dia, o Senhor acrescentava pessoas à sua Casa.

Os desafios foram inúmeros mas a graça superabundante. À medida que Deus me ensinava a fazer a obra um jovem então ávido pelo sucesso tornava-se um adorador e um servo fervoroso.
 

Em 2004 tivemos condições financeiras de ampliar o templo em 110 metros quadrados, uma vitória que revela a provisão do Senhor. Neste mesmo ano me formei em Teologia e, um mês após, me desfiz da padaria, deixando para trás os deliciosos pães, integrais, ciabatta, brioches, para levar o Pão da vida às pessoas. Com isso, queimava uma ponte do meu sonho de juventude para tornar-me pastor em tempo integral em 2005.

Sem titubear da certeza da vocação irrevogável marchamos em busca de almas perdidas e trabalhamos pelo fortalecimento da fé dos crentes. A Congregação promoveu muitas ações sociais com cunho evangelístico: bazares, aula de corte e costura, Português e Matemática, música, dança, futebol, lan house, evangelismo de rua, ações globais, dentre outras. Foi um tempo em que o Senhor levantou servos valorosos para somar no Reino. Cada um que chegava cumpria sua missão com amor e zelo. Meu muito obrigado a esses obreiros valorosos!
 

Minha esposa Lara, a qual posso afirmar ser uma verdadeira auxiliadora idônea, sempre com uma palavra sábia diante dos dilemas e da luta ministerial me apoiou e exortou, muitas vezes, com palavras firmes, mas permeadas de amor e graça. Obrigado, meu amor!

Muitos que se converteram voltaram para sua terra natal, vários para o interior do Nordeste. A dor da partida sempre era consolada pela satisfação da obra realizada.

Desde então as promessas do Senhor vem se cumprindo em nossa igreja: vidas e casamentos restaurados, casais amasiados dando lugar ao compromisso diante do altar, empregos e promoções, aquisição de carros, terrenos e construção da casa própria, o Senhor tem acrescentado ao seu povo, juntamente com o amadurecimento na fé. Jovens entrando na UnB e outras faculdades e casando no Senhor! Este é o Reino de Deus triunfante sobre tudo e todos.

Em 2011 iniciamos a construção do novo templo e no mesmo ano mudamos para a atual igreja. Um milagre, um verdadeiro milagre revelando o poder do Senhor.

Assim, o Eterno trouxe muitas novas ovelhas, vidas preciosas que tem lutado e se esmerado para serem instrumentos refinados na presença do Senhor. São tantas que não teríamos espaço para mencioná-las.
 

Olho para trás com o coração pleno de gratidão por tudo que passei até agora, pelas conquistas, pelas lutas, pelas perseguições, pelos momentos de choro e também de alegria. Tudo valeu a pena! Quando projeto meu olhar para o amanhã sei que veremos centenas de vidas restauradas, almas libertas, servos cheios da graça do nosso Senhor. Assim, conclamo cada membro da IPM a lutar pelo que é mais precioso, o Reino de Deus e sua justiça, a se esforçar para serem homens e mulheres dignos do chamado que Deus tem para cada um.
 

Hoje, diante do altar do Senhor, reafirmo meu compromisso de servi-lo de todo coração, “esmurrando meu corpo”, reduzindo-o à escravidão para ser um vaso de honra na mão do Todo-Poderoso.

Que o Senhor ache graça em nós e que Ele derrame poder e glória sobre sua vida e sobre nossa amada Igreja.
 

De um pastor que ama o Senhor, Sua obra, sua família, sua Igreja e suas ovelhas,
 

Pr. Hélder Rodrigues

Paz com Deus

Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte
de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida

(Romanos 5.10).

Todos os seres humanos deste universo que não se reconciliaram com Deus são seus inimigos! Mesmo que nunca tenham falado mal do Senhor ou simplesmente adotem uma postura de aparente respeito, ou mesmo de neutralidade, são inimigos de Deus.

Jamais compreenderemos a santidade do Eterno se não discernirmos o quão tenebroso é o pecado e o quanto fere o Seu caráter.

Adão foi expulso do jardim do Éden porque pecou e a única forma da reconciliação com Deus é através do perdão. Para tanto, o Pai enviou seu único filho, Jesus Cristo, para morrer em nosso lugar, a fim de que sejamos reconciliados com Ele. Vale lembrar que todos os anjos que se rebelaram contra o Todo-Poderoso não tiveram uma segunda chance, estão sentenciados eternamente ao lago de fogo e enxofre. O mesmo se dará com toda criatura que não se reconciliar com Deus.

O apóstolo Paulo, revelando em Colossenses que em Jesus reside toda a plenitude da divindade, afirma que pelo seu sangue na cruz nos deu a paz, ou seja, a conciliação por meio de sua morte (Cl 1.18-19). E prossegue exortando: “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte” (Cl 1.21).

Assim, o reconhecimento da malignidade e da perversidade dos nossos pecados é um dos pilares mais importantes para a compreensão das Boas Novas do Evangelho. Isso consiste essencialmente em enxergar a profundidade de nossos pecados, mas também ser ascendido na misericórdia de Deus, que de graça nos perdoou: “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20).

Diante disto, estamos ancorados na graça gloriosa de Jesus, porque fomos “justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). Note que a justificação não se dá pelos nossos méritos, obras ou caráter, mas única e exclusivamente pela fé.

Quando nos aprofundamos sobre a fé vemos que é um dom, uma dádiva que recebemos sem nenhum merecimento, o que implica dizer que a justificação que se dá pela fé é um ato da graça de Deus.

A justificação nos leva à reconciliação, por isso a Bíblia promete que temos “paz com Deus”, estado este que não depende de nossas emoções ou sentimentos. Isto nos leva a outro grande ensinamento, esta conciliação não é por meio de homens, santos ou qualquer outro elemento que possamos pensar, tampouco por Maria, mas única e exclusivamente por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, o único intermediário entre Deus e os homens (1 Tm 2.5).

Foi Jesus que, na cruz, declarou: “Está consumado!” Foi ele que, como nosso perfeito representante, morreu para nos resgatar do pecado e da morte. Se o salário do pecado é a morte, Jesus morreu para nos dar vida, vida eterna e abundante!

Portanto, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1) porque fomos justificados, perdoados e, por isso, temos paz com Deus.

 

Pr. Hélder Rodrigues

4/09/2020

A razão de ser da FÉ

Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém,

nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus.

Salmos 20:7 

Maldito o homem que deposita sua confiança em si próprio ou no outro, que faz da carne mortal o seu braço (Jr 17.5). A exortação é tão servera da parte de Deus porque essa auto-suficiência leva o homem a apartar-se de Deus.

Há uma diferença abismal, mas ao mesmo tempo sutil, entre a autoconfiança, fruto de uma boa auto-estima e a confiança em Deus. A primeira surge de você para você mesmo, é a crença na sua potencialidade, na sua capacidade, na sua habilidade o que nos leva produz e conquistar coisas humanas. A outra nasce do coração de Deus e é gerada em nosso espírito por Ele próprio. Neste caso, a fé não produz em si mesma o mérito humano: a soberba, pelo contrário, é o reconhecimento confiante e absoluto na glória e no poder divino.

Note que a crença em nós é importante, pois toda boa capacidade humana veio de Deus, contudo, a essa boa crença se torna perversa quando gera uma confiança apenas em nós em detrimento ao Senhor. Os que confiam em carros e cavalos, depositam sua esperança nos meios naturais, terrenos e, que portanto, seus resultados serão sempre limitados as leis naturais. E, o pior disto, que somente a crença em nós gera o orgulho por declarar: eu cri, logo fiz!

A razão da fé é simples: é levar ao homem a humildade genuína na compreensão correta de quem é Deus e quem somos nós. Como diz o salmista: “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Sl 127.1-2).

Não é por mesmo que é impossível agradar a Deus sem fé (Hb 11.6), pois é dar a devida credibilidade e honra a aquele que pode toda as coisas. Assim, os que semeam espiritualmente em fé não viveram apenas numa dimensão das leis naturais, mas também sobre as leis espirituais, ou seja, na dimensão sobrenatural. E, é por isso, que o profeta Habacuque declara: o justo viverá pela fé (Hb 2.4).

A fé, não é gerada pelo esmero humano, mas sim, um dom de Deus que pode ser desenvolvida pela diligência espiritual, o apostolo Paulo declara que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), ou seja, não é dar ouvidos aos nossos sentimentos, nem tão pouco olhar para nossa força, mas sim tirar os olhos de si e elevar-se a Deus. Logo, a fé só pode ser desenvolvida à medida que você conheça a Deus. Não é por menos que Deus faz infinitamente mais do que pensamos ou imaginamos quando “simplesmente” discernirmos o que fé: a entrega e a confiança total ao Rei da Glória!

Nosso último endereço não é a sepultura

A morte, o rei dos terrores e o último inimigo a ser vencido, não tem mais a última palavra em nossa vida. A sepultura não é o nosso último endereço. Jesus arrancou o aguilhão da morte, matou a morte e em breve a lançará no lago de fogo. Jesus morreu segundo a Escritura e foi sepultado. Mas a morte não pode detê-lo. Ele também ressuscitou como diz a Escritura. Venceu a morte e agora é a ressurreição e a vida. Jesus ressuscitou como primícias dos que dormem. Sua ressurreição é a pedra angular do Cristianismo, a acrópole das doutrinas cristãos, o selo de garantia do nosso futuro. Com respeito ao passado sua ressurreição é um fato incontroverso. Com respeito ao presente, sua ressurreição é um artigo de fé. E com respeito ao futuro, sua ressurreição é nossa mais vívida esperança. No glorioso dia de sua segunda vinda, os mortos ouvirão sua voz e sairão dos túmulos, uns para a ressurreição da vida e outros para a ressurreição do juízo.

As melhores notícias que o mundo já ouviu vieram de um túmulo vazio. O túmulo vazio de Cristo é o berço da igreja. Não adoramos um Cristo que esteve vivo e está morto, mas o Cristo que esteve morto e está vivo pelos séculos dos séculos. Ele tem as chaves da morte e do inferno. Ele está assentado no trono. Reina soberano e voltará gloriosamente. Sua vitória sobre a morte é o nosso estandarte. Não caminhamos para o entardecer da história, mas para a manhã radiosa da ressurreição.

Porque Jesus ressuscitou, o futuro não é incerto para nós. Não precisamos viver como aqueles que não têm esperança. Porque ele venceu a morte, podemos erguer nosso brado de vitória: “Onde está ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Tragada foi a morte pela vitória!”. Porque Jesus abriu o túmulo de dentro para fora, morrer para o cristão não é um desastre nem uma derrota, mas é deixar o corpo e habitar com o Senhor. É partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Aqueles que morrem em Cristo são bem-aventurados. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos. Porque Jesus está vivo, as lágrimas do luto podem ser estancadas e encontrar consolo. Não nos despedimos dos nossos ente queridos que partem no Senhor e para o Senhor com um doído adeus, mas com um esperançoso até logo.

Porque Jesus ressuscitou, nosso corpo surrado pelo cansaço, pela fadiga, pela velhice ou pela doença, ao descer à tumba, pela morte, não ficará ali para sempre. Não somos apenas matéria. Deus fez o homem do pó, mas soprou em suas narinas o fôlego da vida e ele passou a ser alma vivente. O pecado nos levou à morte, mas Cristo, por amor de nós, morreu por nós, ressuscitou para a nossa justificação e nos deu vida eterna. Ressuscitamos com ele e com ele estamos assentados nas regiões celestes acima de todo principado e potestade. Fomos salvos pela graça, mediante fé, para as boas obras. Portanto, a morte perdeu seu poder sobre nós, que estamos em Cristo. Nossa alma imediatamente após a morte é aperfeiçoada e entra na glória, passando a desfrutar das venturas eternas, aguardando o dia em que, ao soar da trombeta de Deus, os mortos em Cristo ressuscitarão com um corpo imortal, incorruptível, glorioso, poderoso, espiritual, celestial, semelhante ao corpo de sua glória e os que estiverem vivos serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Nesse corpo de glória, não teremos conflito com o espelho nem com a balança. Esse corpo não terá defeitos nem quaisquer limitações. Pelo desdobrar da eternidade, serviremos a Cristo e reinaremos com ele nos novos céus e nova terra. As lágrimas não rolarão mais em nosso rosto nem a dor pulsará mais em nosso peito. A morte não mais nos atormentará nem o luto jamais marcará nossa vida. A eternidade de gozo terá começado para nunca mais acabar. Oh, bendita esperança! Oh, gloriosa certeza! Oh, Salvador digno de honra e glória!

Hernandes Dias Lopes

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